Dejair Machado
Entrevista concedida quando Dejair tinha assumido como Prefeito Municipal - haja vista ser o Presidente do Legislativo
DEJAIR MACHADO:
Filho de Luiz Machado e Dorvalina Dregotti Machado; natural de
Blumenau, nascido aos 03.02.51. São em quatro irmãos: Dalmo, Denise,
Dorival e Dejair. Dois filhos: Luís Fernando e Ana Cláudia. Torce para o
C.E. Paysandu- atualmente pelo Brusque, Santos e Botafogo.
Como foi sua infância?
A minha infância foi muito pobre, mas foi uma infância feliz,
nossa família era - e é – muito unida, apesar das dificuldades
financeiras naquela época. Meu pai sempre procurava proporcionar estudos
aos filhos. Como toda criança gostava de jogar futebol, contudo sempre
tive atração pela música – na igreja, sempre ficava na frente do Coreto
apreciando. Aprendi a tocar violão com 15 anos, praticamente sozinho,
observando os outros tocarem, chegava em casa procurava fazer o mesmo,
pegava o violão de meu irmão, quando ele ia à escola e ia praticando.
Qual foi a primeira professora?
Dona Leona, no Grupo Escolar Municipal Santos Dumont, em Blumenau.
E a juventude?
Na juventude, montamos eu e mais três amigos, um conjunto
musical: Os Chorões, e tocávamos em festinhas de garagens e em clubes,
pela cidade, quando havia alguma promoção beneficente. Muita coisa que
aprendi ali. Com 18 anos fui servir no 23 Bi, em seguida prestei
vestibular na Furb em 1972.
Formação, vida profissional e o ingresso na política?
Iniciei já a partir do segundo ano a lecionar: Física no segundo
grau e Ciências Naturais para o primeiro grau. Meu pai – fotógrafo-
ajudava, já que os recursos não eram suficientes. Lecionava no Colégio
Dom Pedro II, física e no Senai, Ciências. Na mesma época consegui uma
vaga no Colégio Santo Antônio, lecionando Química para as três séries do
segundo grau. Em 84, já lecionava no Santo Antônio e na Furb, ambas em
Química. Nessa época fui convidado pelo Ciro Marcial Roza, vez que
estava montando uma tinturaria em Varginha e que precisava de um
químico, aceitei, tendo permanecido por um longo tempo. Em 88, Ciro foi
lançado candidato à Prefeito e me convidou para sair como candidato a
vereador no PDT. Em 89, aconteceu, Ciro Prefeito e eu vereador. A partir
daí não saí mais da vida política, estou no terceiro mandato e pela
segunda vez, ocupando a Presidência da Casa Legislativa. Paralelamente,
trabalhei na Araguaia, com o Programa “Noturno”, e muito tempo também,
com a “Araguaia Comunidade”, entrevistando pessoas de todos os ramos de
atividades, com destaque no campo da medicina, notadamente, na prevenção
de doenças. Também, lecionei Química, no período noturno no Colégio
Honório Miranda.
Em que legislatura foi vereador?
Fui vereador nas legislaturas: 89/92, 93/96, em 2001/04, fui suplente tendo assumido por aproximadamente um ano e meio, e sou vereador na atual legislatura. Nesse ínterim fui Secretário de Esportes, Cultura e Turismo.
Como foram planejadas as campanhas para vereador? Ainda pode-se contar com os cabos eleitorais?
A campanha para vereador é uma campanha muito difícil, porque o
número de candidatos é muito grande e o número de eleitores,
proporcionalmente, é pequeno. A disputa é acirrada em função de a grande
parte dos eleitores votarem em um candidato sem o conhecimento
necessário da sua capacidade. Muitas vezes, votando por indicação de
pessoas ou troca de favores ou por indicação de parentes. Os cabos
eleitorais são aqueles que levam a mensagem do candidato. É importante
que surjam pessoas esclarecidas e que conscientize o eleitor que o seu
voto é a melhor forma de melhorar a qualidade de vida de um povo. O
cabo eleitoral tem que ser uma pessoa integra, de boa índole e
respeitado na sociedade.
Em que legislatura presidiu o Legislativo Brusquense?
Presidi o Legislativo em 93/94 e na atual, ou seja: 2005/06.
Sente-se orgulhoso por ter sido Vereador e primeiro Secretário, quando da elaboração da Lei Orgânica do Município –LOM? E agora, após uma década e meia, na atualização da LOM?
Sem dúvida a Lei Orgânica Municipal é a constituição do
Município, é a peça legal mais importante no mundo jurídico municipal.
Sim, estou orgulhoso por ter sido conferido pelos eleitores para
integrar o Legislativo em momentos tão decisivos para o Município,
quando da edição da LOM, porque nela está incluída todas as leis que
regem o direcionamento de um Município, ressalte-se, que na oportunidade
nosso Município – entre os municípios de porte médio – foi um dos
primeiros a promulgar a LOM. Fiz parte também da elaboração do Plano
Diretor do Município, registrando-se que, na época, não existia; quando
tive a oportunidade de apresentar algumas emendas que foram acatadas, e
agora mais recentemente, participei da atualização da LOM, adequando à
nova realidade do Município de Brusque.
A Casa Legislativa não deveria formar uma comissão para
avaliar as concessões de título de cidadãos honorários, por exemplo,
entre outros, Walfredo Mário Vale, um exemplo de empresário e figura
humana?
O título de cidadão honorário é uma comenda que a Câmara outorga à
qualquer pessoa que, embora não tenha nascido em Brusque, aqui residem
e prestam muitos serviços à sociedade. A indicação do nome é feita
sempre por um vereador e normalmente é acatada pelos demais, como uma
forma de confiança de quem indicou a pessoa. Não seria conveniente
colocar-se em discussão o nome de uma pessoa na outorga do título, pois
poderia causas constrangimento ao próprio poder. O nome do Sr Walfredo
com certeza constará na próxima indicação.
Grandes nomes em Brusque, nas diversas atividades: política, empresariado, comerciantes, saúde, educação e religião?
Entre outros, destacaria: na política: Ciro Marcial Roza; na
indústria metal mecânica: Ingo Fischer, Hylário Zen; na têxtil: João
Marchewsky, Armando Hess de Souza; no comércio: Osmar Crespi (Marú),
Luciano Hang, João Beuting, Nivaldo Carvalho, Fernando Heil; na saúde:
Celso Carlos Emydio da Silva e Márcio Clóvis Schaefer; na educação:
Celso Westrupp, Tânia Fantini, Marilisi Fischer e Adalberto Comin e na
religião: Padre Silvino e Pastor Cláudio Schaefer.
Além da música, o que mais faz como forma de lazer?
Além da música, gosto de participar de reuniões entre amigos, em
lugares pitorescos, onde sobressai a espontaneidade, como por exemplo, o
Sete de Ouro, do qual sou um dos fundadores.
O Brasil tem acerto?
Tem. O Brasil é o País que, na minha opinião, tem as maiores
possibilidades de se tornar uma das maiores potências mundiais, para
isso basta dispormos de educação com mais qualidade e um classe política
comprometida com as pessoas.
No cenário político qual o futuro político de Dejair? Pensa em
continuar no Legislativo, ou como candidato a Vice, ou a Prefeito?
A política é muito dinâmica, muitas vezes, não depende do
político escolher o seu caminho e, sim do partido, e as pessoas que
integram a sociedade acreditarem na potencialidade do ser humano,
fazendo que, na condição de candidato, ocupe o lugar mais apropriado.
Referências
- Matéria publicada em A VOZ DE BRUSQUE, na semana de 21 a 28 de agosto de 2006.
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