Suelen Cerbaro
Jornalista
A entrevistada desta semana é Suelen Cerbaro, 28 anos, é jornalista e atualmente ocupa o cargo de assessora de imprensa da Prefeitura de Guabiruba. Natural de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, chamada São Jorge, a jornalista reflete a história de muitos profissionais dessa área que são abraçados por Brusque no início da carreira. Uma experiência que era para ser temporária, acabou se prolongando por cinco anos. É filha de Leonel Cerbaro, uma homenagem do avô brizolista ao político, e de Anazir Lourdes Ancilago Cerbaro.
Jornalista
A entrevistada desta semana é Suelen Cerbaro, 28 anos, é jornalista e atualmente ocupa o cargo de assessora de imprensa da Prefeitura de Guabiruba. Natural de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, chamada São Jorge, a jornalista reflete a história de muitos profissionais dessa área que são abraçados por Brusque no início da carreira. Uma experiência que era para ser temporária, acabou se prolongando por cinco anos. É filha de Leonel Cerbaro, uma homenagem do avô brizolista ao político, e de Anazir Lourdes Ancilago Cerbaro.
Nossa entrevistada, a jornalista Suelen Cerbaro, trabalhando na festa da Integração
Que
circunstâncias lhe trouxe para Brusque?
De
Brusque eu só conhecia os shoppings, até a Loja Havan. Em outubro
de 2008 uma prima que morava aqui me avisou que o jornal Município
Dia a Dia procurava jornalistas. Na época, eu havia acabado de me
formar em Comunicação Social: Habilitação em Jornalismo na
Faculdade Estácio de Sá e cursava Letras e Literaturas Francesa na
Universidade Federal de Santa Catarina. Planejava estudar pra
concurso público. Quando recebi o e-mail da vaga, pesquisei sobre o
jornal e resolvi me inscrever para saber como era o mercado de
trabalho. Em uma semana conheci Brusque durante a entrevista de
emprego, na outra me mudei pra cá motivada por trabalhar em uma
redação de jornal diário.
E
como foi essa experiência no Jornal Município?
Eu
cheguei ao município em outubro de 2008, dias antes da enchente
daquele ano. De saída, aquela loucura toda com deslizamentos, água,
famílias em abrigo. Calamidade Pública. Só tinha visto coisa
parecida na televisão. Mas a experiência no jornal foi maravilhosa.
Éramos uma grande família, um time muito bom. Letícia Schlindwein,
Carina Machado, Thayse Helena Machado, Maurício Haas, Ana Paula
Braga Salamon e Aline Wernke. Depois veio o Elton Souza, Carioca,
Aline Camargo e a equipe ia se reestruturando a medida em que os mais
antigos saiam. Iniciei na editoria de Geral e Regional, fazia
reportagens das cidades de Guabiruba e Botuverá. Na maior parte do
meu tempo no jornal cobri os assuntos referentes à Segurança
Pública.
O
que lembra com carinho de ter acontecido quando estava no Jornal
Município?
É
difícil de citar um acontecimento. Cada história contada, cada
denúncia investigada, cada reconhecimento por parte do leitor, cada
errata feita na edição do dia seguinte, tudo deixa sua marca. Tem
um livro com o título “Minhas histórias dos outros”, que
retrata bem a vida de repórter. Ele vive cada história que escreve.
Ele sofre, se alegra, se indigna. Essa sensibilidade, esse olhar de
inconformismo é o que cria um bom repórter. Ouço muitas pessoas
falarem que os jornais deveriam mostrar mais coisas positivas. Temos
muito sensacionalismo, mas a essência do jornalismo é a denúncia,
é mostrar o que está errado para que se busque a solução, o
equilíbrio da sociedade.
Com a equipe do Jornal " O Município", na Fenarreco
A
experiência na Unifebe?
Foi
o local que eu conheci o que era uma assessoria de comunicação.
Outra área do jornalismo. Já havia tido uma experiência em
assessoria de imprensa no Setor de Comunicação Social na Polícia
Rodoviária Federal, em Florianópolis, com os inspetores Graziano e
Fiamoncini. Foi uma experiência bacana, se atendia a imprensa do
estado todo. Mas trabalhávamos apenas com a imprensa. Não fazíamos
publicidade, eventos. Esse outro leque da comunicação integrada,
que abrange não só escrever textos sobre a empresa na qual se
assessora, vim a aprofundar na Unifebe. Tive a oportunidade de
trabalhar com a Luana Fernandes Alves, sabe tudo sobre eventos, com o
Rafael Zen, publicitário que tenho como referência e com a Thayse,
que já havia trabalhado comigo no Jornal. Além de uma excelente
jornalista, uma grande amiga. É muito bom respirar o ar da
universidade. Sem contar que levo amigos de lá para a vida. O
professor Günther e todos os colegas, pessoas com que o carinho não
se extingue quando se deixa de conviver o dia a dia com elas. Neste
período também trabalhei como assessora de Comunicação na
Maternidade e Hospital Evangélico de Brusque. A experiência da
comunicação em saúde foi muito importante para minha experiência
profissional.
Fale
da premiação que foste agraciada na Unifebe.
Eu
sempre gostei muito de poesia. De ler, não de escrever. A não ser
nos diários da adolescência. Mas como havia o concurso aberto na
Unifebe e os meus amigos incentivaram minha inscrição, resolvi
arriscar. E a comissão julgadora considerou a poesia boa. Mas foi
minha única experiência com os versos.
Encontro com jornalistas e Mário Mota - na Unifebe
Como
surgiu a Prefeitura de Guabiruba em sua trajetória?
Quando
eu fazia matérias de Guabiruba para o jornal Município, cobria
sessão da Câmara de Vereadores, ações da prefeitura, algumas
pessoas brincavam que iriam me levar pra trabalhar lá. Eu respondia
que o convite seria aceito quando fosse oficializado, pois sempre
gostei de Guabiruba. Enfim, em junho de 2012, estava na Unifebe e o
prefeito de Guabiruba na época, Orides Kormann, me fez o convite,
pois estava sem assessor de imprensa. Eu aceitei, embora fosse fim de
mandato, véspera de eleição praticamente, onde as chances de eu
trabalhar apenas seis meses eram grandes, uma vez que o cargo é
comissionado. Minha experiência na área política era teórica, uma
pós-graduação em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial,
pela Universidade Tuiuti do Paraná. Os desafios me motivaram a
aceitar o convite.
Cargo
que ocupa?
Continuo
como assessora de imprensa da Prefeitura. Um dos critérios
utilizados pelo prefeito Matias Kohler na escolha da sua equipe foi à
parte técnica. O que contou a favor da minha permanência. Outro
ponto foi que ele conhecia meu trabalho, principalmente enquanto
presidente da Câmara de Vereadores em 2009. É muito raro um gestor
público permanecer com um cargo comissionado de um adversário
político, até porque o partido pressiona para a mudança. No
entanto, vejo nesse posicionamento uma atitude honrada do prefeito
Matias.
Atribuições
de seu cargo?
Embora
as atribuições do cargo sejam somente assessoria de imprensa,
atender as demandas dos veículos de comunicação e escrever
releases, as funções são de assessoria de comunicação. Atuamos
na área do jornalismo, publicidade e relações públicas. Trabalha
no setor eu e a funcionária Elisandra Fischer, que pretende cursar
Publicidade e Propaganda. Ela auxilia a assessoria de imprensa e a
assessoria de gabinete. Apesar de poucas pessoas, o setor teve
grandes conquistas. Lançamos um site totalmente dinâmico e bem mais
acessível, ingressamos no Facebook, outra mídia que é alimentada
constantemente com informações públicas, licitamos uma agência de
publicidade, que é uma exigência legal para podermos anunciar nos
veículos de comunicação e temos mais novidades vindo por aí.
Teve
dificuldades da área pública?
A
burocracia, a legislação, tudo isso era novo e gerou certa
dificuldade. Uma surpresa foi conhecer outro lado de alguns veículos
de comunicação que pressionam os órgãos públicos na busca por
recursos maiores daqueles praticados, sob consequência de denegrirem
a imagem da administração e até a minha caso não fossem
atendidos. São poucos, normalmente os que não têm profissionais
jornalistas no seu quadro. Esse é um dos motivos que defendo a
exigência do diploma para jornalista. Acredito que com mais
profissionalização na área ficará mais difícil ver a linha
editorial sendo comercializada.
Costuma
ler jornais?
Sim,
diariamente. Até porque faz parte do meu trabalho.
Quais
as melhores obras que já leu?
“A
vida que ninguém vê” e o “O Olho da Rua”, da jornalista
Eliane Brum. “O Tempo e o Vento”, Erico Veríssimo, os livros de
Jorge Duarte e Wilson da Costa Bueno na área de Comunicação
Pública e Empresarial. Tenho fases para livros, na adolescência li
quase todos de Sidney Sheldon, por exemplo. Durante o curso de Letras
gostava de poesia, de Fernando Pessoa, Mario Quintana, Gregório de
Matos Guerra.
O
que está lendo atualmente?
Atualmente
minhas leituras estão mais voltadas para os livros de Logosofia.
Comecei a me estudar. Sistema mental, instintivo, sensível, enfim, a
Logosofia, significa ciência da sabedoria e tem uma bibliografia
própria, do autor Carlos Bernardo González Pecotche. Os títulos
são o Senhor de Sandara, Diálogos, Bases para sua Conduta, O
Mecanismo da Vida Consciente, entre outros. Em Brusque existe a
Fundação Logosófica, em outras cidades, como Florianópolis,
existem colégios logosóficos. Bem interessante a didática da
escola e o estudo para quem gosta de refletir sobre a vida.
Primeiro/a
Professor/a?
Darcísio
Segalin e professora Jaqueline, não lembro o sobrenome.
Do que
sente orgulho?
Da
minha família. Tenho o maior orgulho da família que tenho. Dos meus
pais, principalmente. Pela humildade, honestidade, seriedade, luta
diária. Sempre fizerem de tudo para dar condições para eu e minha
irmã estudarmos e andarmos com as nossas próprias pernas, embora
sofram com a distância. Minha irmã mora em Pelotas (RS). Mas a
gente se vê com frequência. Vou dar aos meus filhos o amor e a
educação que meus pais me deram.
Quatro gerações: Sulena Cerbaro (irmã), Suelen Cerbaro,
Anazir Lourdes Ancilago Cerbaro (mãe), Valentina Ancilago (avó),
Adelaide Fochesatto (bisavó)
Sonho
de criança?
Ser
professora.
Do que
não esquece do tempo de criança?
Minha
infância foi rodeada de primos. Meu pai tem 14 irmãos, minha mãe
oito. Minha infância foi bem no interior do Rio Grande do Sul, em
uma comunidade chamada Nossa Senhora da Saúde. Morava ao lado dos
meus avós e a casa vivia cheia de tios, primos. Não esqueço das
brincadeiras com eles e da alegria ao ver eles chegavam. Meu avô
paterno era músico de instrumentos de sopro e o materno de acordeon,
então a música sempre esteve bem presente na minha infância.
Apesar dos meus avós serem falecidos, tenho meus tios músicos e
todo encontro da família é uma festa, literalmente.
O que
faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Tem uma
frase que diz mais ou menos o seguinte. A coragem não é a ausência
do medo, mas a sua atitude diante dele e eu nunca deixei de fazer
algo por falta de coragem. Nos momentos de indecisão, sigo o caminho
que a sensibilidade me indica. A razão explica depois.
Finalizando, para vencer no jornalismo existe uma fórmula ou tem que ter dom?
Como em qualquer outra profissão, para vencer no jornalismo é necessário gostar do que se faz. É um pouco de inspiração e muita transpiração. É importante não se acomodar. Fazer cursos, atualizar-se, recordar do que te motivou a seguir a carreira de jornalista. Ser constante no empenho em se superar enquanto profissional. É preciso ter um bom olhar e um grande coração.
Matéria publicada no jornal EM FOCO aos 20 de junho de 2014
Finalizando, para vencer no jornalismo existe uma fórmula ou tem que ter dom?
Como em qualquer outra profissão, para vencer no jornalismo é necessário gostar do que se faz. É um pouco de inspiração e muita transpiração. É importante não se acomodar. Fazer cursos, atualizar-se, recordar do que te motivou a seguir a carreira de jornalista. Ser constante no empenho em se superar enquanto profissional. É preciso ter um bom olhar e um grande coração.
Matéria publicada no jornal EM FOCO aos 20 de junho de 2014
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