terça-feira, 13 de maio de 2014

Futebol Amador - Félis Valle

Félis Valle


FELIS VALLE - Filho de Guilherme Antônio e Alvina Cavaco Valle; natural de Brusque, nascido aos 31.05.34. São em três irmãos: Euclides, Edite e Félis. Cônjuge: Valdemira Régis Valle, casados aos 15.05.52; três filhos: Sérgio, Rogério e Felix Valle Júnior, popular Félinho; quadro netos: Marcos Orlando, Vinícius, Guilherme e Amanda. Torce pelo Paysandu e Fluminense.

Uma palhinha da descendência?
 Sérgio casou com Aninha; Rogério com Sandra Regina Bertier e têm três filhos: Marcos Orlando, Guilherme e Amanda; Félinho casou com Ingridt Zimermann e tem um filho: Vinícius.
 


Vida profissional?
 Trabalhei doze anos no Armarinhos Barni, depois tive a Favo, por vinte anos – quando trabalhei a maioria do tempo no período noturno – em seguida, trabalhei por cinco anos na Cia Schlosser, depois cinco anos na Vidraçaria Cristal e, por derradeiro, dezesseis anos na Açopeças – como sócio.

 


Atuou como atleta?
 Sim, como lateral direito no Guarani.



Participou da diretoria do Bugre?
Sim, como secretário por vários anos. Registre-se que meu pai também foi secretário do Bugre da General Osório.



Uma palhinha sobre a participação?
Iniciei, quando o Guarani ainda tinha o campo nas terras dos Petruschy. Mais tarde, com a necessidade do terreno pelo proprietário tivemos que conseguir outro terreno. Um sábado à tarde, estávamos na barbearia do Arnoldo Tensini – que ficava num anexo da venda do Ricardo Montibeller, após conversarmos: Noli Hassmann, Frido Hassmann, Nina Bianchini, Valdemiro Montibeller, popular Pubi, eu e o Otto Schoerner, nos deslocamos em direção às famílias Deichmann e Hoffmann, no sentido de adquiri o terreno que ficava no outro lado do rio – cujo acesso era somente por uma pinguela ou pelo próprio rio. Aquele terreno era constituído por roças e não era plano e parte era um silvado. Pertenciam a Evaldo Deichmann, Theodoro Hoffmann e Ervino Deichmann. Negociado o terreno, fizemos uma diretoria sob a presidência de Otto Schoerner, secretariado por mim, tendo como tesoureiros: Afonso Hoffmann e Theodoro Hoffmann – que tinha um caminhão Mercedes.

Havia necessidade de muita criatividade para efetivar a sede?
Um belo dia, compramos um engradado de cerveja e levamos embaixo dos pés de silva, e fomos vendendo as cervejas que tínhamos comprado, para nós mesmos – já que havia em caixa apenas 2,50 – e com o dinheiro levantado fizemos os primeiros convites para sócios proprietários, onde tivemos uma contribuição fora de série de Ovídio Diegoli. Em seguida, adquirimos a sede de madeira de um clube do Rio Branco, mas para evitar as cheias e queríamos construir uma varanda, o Theodoro Hoffmann cedeu o caminhão e na minha companhia e Otto Schoerner fomos pedir material para construção na Guabiruba Sul. Chegando no clube tivemos que descarregar e transportar tudo à mão, já que o caminhão na passava pela pinguela.

E o campo?
Com a sede pronta fomos fazer o campo. Conseguimos um trator de esteira com o Estado, só que teve um problemão, ao atravessar o rio o trator encalhou. Olha foi um trabalhão para desencalhá-lo. Em seguida, com a sede pronta , mandamos fazer a bandeira, cuja madrinha foi a senhora Ilma Bianchini, mãe do Jorge Bianchini

Fatos marcantes?
Tem: quando construímos a sede atual, a mesma foi construída na base do mutirão, oportunidade em que quase todos os associados colaboraram, destacando, em especial, o saudoso Calim Renaux, carregou nas costas , uma lata de traço para o segundo piso, subindo a rampa.
Um caso na cancha de bocha: Um certo dia, um camarada foi jogar bocha, e a medida que ia bebendo cerveja, jogava as garrafas vazias na capoeira; já tinha ido quase uma dúzia de garrafas; lá pelas tantas descobriram a arte e, fizeram o camarada juntar todas as garrafas e pagá-las. Também é marcante: na época dos trabalhos, inclusive na sede, eram todos executados pela Diretoria, tais como: roçar o campo, limpar as imediações da sede e trabalhar durante os bailes nas vendas de ingressos, atendimento no balcão, com um detalhe, uma garantia para imperar a ordem dada por onze seguranças.

Um fato lamentável?
O fato lamentável é que com as enchentes perdemos todo o material histórico: documentos e fotos.

O que faziam para obter recursos?
Na administração de Otto Schoerner, ele criava porquinhos aí assávamos e servíamos como comida .

Grandes colaboradores do Bugre naquela época?
Toni Haendchen e Valfredo Valle.

Grandes nomes em todos os tempos?
Entre outros, destacaria: Otto Schoerner, Ernesto Bianchini, Evaldo Habitzreuter (presidente e treinador), Teodoro Hoffmann, Isidoro Fischer, Evaldo Deichmann, Ervino Deichmann, Nilo Debrassi, Valfredo Valle, Jorge Bianchini, Danilo Moritz, Iquinho, Ovídio Hassmann, Célio Fischer e Ciro Marcial Roza.

Outros destaques?
Sim, realçando a forte contribuição e colaboração das esposas dos diretores e atletas, que não mediram esforços, com participação efetiva e incentivadora.

Grandes atletas do clube?
Valdemiro Pires, Mário Montibeller, Érico Demarchi, Bragança, Soni Wilke, Ivo Bork, Egon Petruschy, Roland Petruschy, Darling Moritz, Mica, Zélis Haag, entre outros.

Grandes treinadores?
Roland Petruschy e Evaldo Habitzreuter.

Alem da participação esportiva, teve outras atuações na comunidade?
Durante mais de vinte anos fui Secretário na Sociedade Beneficente Coração de Jesus, período em que adquirimos o terreno e construímos um galpão e a Igreja. Como fato histórico lembro que as missas ocorriam no galpão da Escola.

Politicamente?
Fui candidato a vereador pela extinta UDN, em duas oportunidades. Na primeira fiz 642 votos, o que me fez suplente, registrando que com mais dois votos seria efetivo. Assumi a Câmara, substituindo o Kurt Schlosser. O Prefeito era Cyro Gevaerd. Lembro até do projeto do alargamento e calçamento com paralelepípedos ali na curva do Nicolau Lauritzen. Não recebíamos remuneração e íamos de bicicleta. A Câmara ficava lá onde era a Buettner.

O que faz Felis Valle, hoje?
Estou aposentado e tenho uma chácara – com lagoa – em Guabiruba Sul, onde cultivo verduras, tenho dois mil pés de eucalipto e vinte mil pés de palmeira real, entre mudas e palmeiras.

Referências

  • Matéria publicada em A VOZ DE BRUSQUE, em 04 de julho de 2003.

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