segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Padre José Jacob Archer


O entrevistado desta semana é o Padre José Jacob Archer (63 anos) nascido em 03 de julho de 1951, no Brilhante primeiro, Município de Itajaí; filho dos saudosos Lino Batistti Archer (este ano completa 100 anos de seu nascimento), e de Albertina Kruscinski Archer; seu avô paterno nasceu na Itália, Caliano, província de Trento, e o materno veio da Polônia (Este ano deseja conhecer  este país, na jornada Mundial da Juventude).






Como surgiu Brusque em sua trajetória?
Fomos de mudança pra Brusque em Dezembro de 1962, morávamos na esquina Lauro Muller /Pedro Werner, e mais tarde o Pai comprou uma casa logo ao lado,já na Rua Pedro Werner, onde tínhamos o Bar e Restaurante Start, também com fábrica de gelo, hoje onde está localiza o Hotel Veneza. O sorvete preparado pelo meu Pai, minha irmã e também por mim, claro, era uma delicia, e no verão, principalmente aos sábados e domingos não dávamos conta, pois ficava em um lugar privilegiado, entre os campos do Paysandú e Carlos Renaux (este era o meu time de Coração rsrsrs), e também caminho para Igreja São Luiz,que na época a maioria iam a pé pra Igreja. Eram também famosos os pastéis preparado por minha mãe Albertina, pois a massa era feito por ela e fritos na hora, que de vez em quando eu ajudava a fritar, e também a famosa almôndega (bolinho de carne).

E os estudos?
Comecei meus estudos na escola do Brilhante, com minha primeira Professora que foi a Dona Hilda. Depois estudei em 1961 e 62 na Escola de Santa Terezinha, (íamos de ônibus Expresso Brusquense, muitas vezes o motorista era o saudoso e amigo motorista Sr.João Cavaco). Lembro-me da Professora Giovanne Morrelli (esposa do excelente jogador Pereirinha,a quem vi jogar muitas vezes). Em 1963, já residindo em Brusque, fiz a quarta série do Primário no Colegio Santo Antônio (lembro-me da Professora Irmã Eneida, muito bacana,todos gostávamos dela ).  Em 1964 ingressei no Seminário de Antônio Carlos, onde o Reitor era Pe.Vitor Schillikmann, (hoje Bispo Emérito de Fpolis). Continuei meus estudos a partir do ano seguinte em Azambuja, primeiro e segundo grau (em 1970 junto com atual Pe. Lucio, atualmente em Missão na África,e outros seminaristas, servimos o Exército,em Brusque no Tiro de Guerra 170.,mas continuando os estudos no Seminário. Em 1973 cursamos a filosofia,(Estudos Sociais) na FEB,em Brusque (Pe.Orlando era o Diretor fundador), fomos da primeira turma desta Faculdade, hoje UNIFEBE. Em 1976 fui para Florianópolis cursar a Teologia no ITESC, onde a maioria dos Seminaristas de Santa Catarina também cursavam, o Reitor era o saudoso Pe. Paulo Bratti.

Como surgiu o chamamento espiritual – a vocação sacerdotal ?
Eu fui para o Seminário em Antonio Carlos,com 12 anos de idade.Quando morava no Brilhante, meus pais, juntamente com outros casais, construiram a Igreja Sagrado Coração de Jesus, em 1958. Tínhamos muito contato com os Padres que vinham de Itajaí, e também com Missionários que lá iam. Certamente foi por isso que despertou em mim a Vocação Sacerdotal. Lembro-me quando Dom Joaquim de Oliveira esteve visitando nossa Comunidade do Brilhante, em 1961.Lembro-me do convite que ele me fez: “Menino,não queres ir para o Seminário?”. Não me recordo a resposta, mas o certo que essa rápida conversa me despertou a vontade de seguir este Caminho.

Tem a ver com chamamento de Jesus?
Claro que o Convite foi de Jesus:"Vem e Segue-me".Sem dúvidas alguma, a prática Religiosa de meus pais Lino e Albertina, muitos fervorosos,muito me influenciou no seguimento a Jesus, ingressando no Seminário. Nunca me forçaram, sempre me deixaram livres. Recordo-me quando minha mãe faleceu em Novembro de 1973, estava na filosofia, meu pai me disse."Olha,se queres seguir no Seminário, podes seguir, mas se não queres, pode sair também". Eu respondi. Pai, vou continuar, quero ser Padre.

Pessoas que influenciaram?
Foram muitos que me influenciaram nesta Vocação.Cito alguns: Dom Afonso Niehues, Monsenhor Valentim Loch, Pe.Bertolino, Monsenhor Wendelino Hoobold (era Pároco em Itajai), todos por seus exemplos de vida e dedicação à Evangelização.Tem muitos outros. Lembro da Vida e suas mensagens, de Dom Helder Câmara e Pe. José Conblin, da Teologia da Libertação. Decidi atender ao chamado de Cristo, para Evangelizar, e Ele Diz, "Ide por todo o Mundo, e pregai o Evangelho"(Mt.28,18). Sabendo da situação de muitas Regiões do Brasil e do mundo, onde tem poucos evangelizadores, principalmente Padres, nasceu em mim o desejo de ser Missionário em terras distantes. Trabalhei na Bahia durante 14 anos,e agora começo nessa Missão aqui na Diocese de Macapá, com uma área de 121 mil km quadrados, e com pouquíssimos Padres pra uma Diocese tão extensa e com grandes desafios,tanto Religioso como Social, que devem caminhar juntos. Fé e Vida. Meu lema sacerdotal, tirei do Salmo 118 "Comigo está o Senhor, nada temo". Deve ser por isso que não tenho medo de enfrentar esta nova Missão,tão diferente do Sul, mas já sinto tanta bondade e Fé do povo.Jesus disse , "Vamos pras Aldeias e periferias da Cidade,pois aí também devo pregar o Evangelho".(Mc.1,38).

Por onde caminhou?
Em 30 de junho de 1979,juntamente com os atuais Bispos Dom Luiz Carlos Eccel(BispoEmérito de Caçador) e Dom João Francisco Salm,(Bispo de Turabarão), fomos Ordenados Presbíteros pela imposição das mãos de Dom Afonso Niehues (que foi também quem me Batizou). Ainda como Seminarista e também Padre, ajudei na Paróquia de Biguaçú,depois em 1983 fui o primeiro Pároco de Governador Celso Ramos, em 1990 fui pra Leoberto Leal, onde trabalhei durante 6 anos, e em 1996 me coloquei a disposição para ir as Missões na Bahia, no projeto Igrejas Irmãs,na Diocese de Barra, Bahia, às margens do Rio São Francisco. Trabalhei em Oliveira dos Brejinhos 2 anos, fui chamado em seguida pra assumir a Catedral de Barra,por Dom Luiz Cappio, grande defensor do Rio São Francisco. Em 2002 fui pra Diocese de Ruy Barbosa ainda na Bahia, para Paróquia de Pintadas onde tinha duas Missionarias Catarinenses: Irmã Velzi e a missionaria leiga Neusa Cadore (minha prima). Em 2010 voltei para Florianópolis, onde assumi como primeiro Pároco a  Paróquia de Bombinhas, fiquei até inicio de fevereiro deste ano. Senti novamente muito forte o chamado para as Missões, sendo convidado pelo Bispo de Macapá, Dom Pedro Conti, Italiano, em janeiro do ano passado num encontro Intereclesial de CEBs, em Juazeiro do Norte, Ceará. Vim para o Amapá no dia 10 de fevereiro deste ano (2015). Nesses  primeiros dias fiquei em Macapá, na casa do Bispo, para conhecer um pouco a história da Diocese de Macapá, uma ilha, às margens principalmente do Rio Amazonas. Na próxima semana irei para Paróquia Divino Espírito Santo, municipios de Amapá e Calçoene,distante a 300km e 370 km respectivamente da Capital Macapá, e divisa com a Guiana Francesa e Oiapoque. Já estive nesses municípios semana passada conhecendo  um pouco a Paróquia, e conhecendo o Pároco que lá está e vai ficar até depois da Páscoa, depois provavelmente vou ficar sozinho como Pároco. Aqui estamos no Hemisfério Norte, nesta época estamos na estação do inverno, embora não faça tão frio. A temperatura varia entre 18 e 34 graus. Nesta época de inverno, aqui chove bastante. O Rio Amazonas é maravilhoso, uma Graça do Senhor da Vida. Muitas famílias moram as margens deste rio em casas palafitas, principalmente para se proteger das marés alta,pois o Rio Amazonas desagua no Atlantico aqui em Macapá.


Quais as Parábolas que mais aprecia?
Gosto muito do Sermão da Montanha,(Mt.5,1-12), as Bem Aventuranças. Me faz refletir também, duas Parábolas de Jesus: A do Filho Pródigo,Lc.15,1-10), que mostra a Misericórdia do Pai, e a do Bom Samaritano,Lc.1,25-37), que mostra o nosso compromisso social para com os mais necessitados,o nosso próximo. Não basta ir à Igreja,é necessário ser Igreja no meio do povo. Como diz São Paulo, “Fé sem obras é morta”.

Uma homilia  bem preparada cativa os fiéis?
Sobre a preparação das  homilias, claro que é muito importante, para que se possa transmitir uma boa mensagem, sempre de acordo com a realidade de onde estamos. Baseado nas leituras do dia, mas passando pra realidade atual.As leituras são a base. Não são as mensagens difíceis que o povo consegue captar,mas muitas vezes uma mensagem que o Padre acha simples, essa pode ser muito importante para o fiel, pois tocou seu coração.
Quais os desafios que enfrentou?
Os desafios são muitos no dia a dia. Não saberia citar um em particular,mas diria que o desafio é sempre ajudar as pessoas a serem felizes, tanto espiritualmente como socialmente. O desafio sempre é estar no meio do povo,"sentir o cheiro das Ovelhas" como diz o Papa Francisco. As pessoas querem sempre ser bem atendida pelo Padre, e ser ajudada a resolver seus problemas. Principalmente em terras de Missões além fronteiras, como nas Missões na Bahia, onde estive durante 14 anos, e principalmente aqui no Amapá, na Diocese de Macapá, o grande desafio será atender bem o povo, sabendo que a área de extensão da Paróquia é muito grande (Paróquia com os Municípios de Amapá e Calçoene,tem 21 mil km quadrados), e muitas Comunidades o Padre vai somente uma vez ao ano, mesmo que a Comunidade tenha poucas famílias, o Padre se faz presente, e também a dificuldade de visitar pessoalmente cada família. A gente se sente impotente.

Quais são suas aspirações?
As minhas aspirações, são que aumentem as Vocações Sacerdotais e Religiosas, e que na Arquidiocese de Fpolis tenham mais Padres que tenham essa Vocação Missionária.A minha aspiração é que as pessoas possam Conhecer mais Jesus Cristo, ter mais Fé,e assim sejam mais felizes,tanto espiritualmente como na Vida Social a cada dia. Cada um de nós possa ser mais um Bom Samaritano. As aspirações são que um dia todos possam ter o necessário para ter uma vida digna,pra isso precisamos partilhar mais. O meu desejo é que acabe toda essa corrupção e ladroagem que estamos nos acostumando a escutar, e que o dinheiro público possa ser inteiramente para o bem dos mais necessitados e de todo o cidadão. Que possamos ser verdadeiros seguidores de Cristo. As alegrias na vida de um Padre é muito grande. A maior é poder seguir Jesus Cristo, e ser instrumento na transmissão da sua mensagem, pela Palavra e pelo exemplo de Vida. Como dizia Mahatman Gandhi,"O mundo depois de mim deve ser melhor,pois eu vivi nele". A Alegria maior é poder Celebrar a Eucaristia,fazendo "a memória de Cristo"., é poder ajudar o outro a crescer. Me lembro de quando estava na Bahia, e poder ajudar a construir mais de 300 Cisternas para colher água da chuva, e assim dar água para o povo do sertão Baiano. (Eu não era o pedreiro,mas ajudava a captar recursos, e coordenar a construção pela Igreja). Não tive também uma decepção em especial,mas fico triste quando não consigo ajudar as pessoas a resolver seus problemas. Decepção tenho com tanta corrupção, Violência,drogas (principalmente no meio de crianças, adolescente e jovens estragando a sua própria vida), prostuição, tráfico de pessoas,que é muito mais do que imaginamos.Também fico decepcionado quando vejo divisão e competição na Igreja, tanto padres como lideranças leigas.

Se fosse recomeçar?
Se fosse para começar novamente, seria novamente Padre, principalmente para trabalhar em terras de Missões. Gosto de ser Missionário onde há poucos evangelizadores. Vim para Diocese de Macapá, porque é o apelo de Jesus Cristo, do papa Francisco (ajudem a Igreja da Amazônia),da Igreja no Brasil, CNBB, da Igreja de Fpolis que aprovou essa nova frente missionária na Amazônia na ultima Assembleia em julho do ano passado, e é o apelo do Bispo de Macapá, Dom Pedro Conti e de toda a Diocese. Que cada um que esteje lendo essa matéria,possa nos ajudar,principalmente com suas Orações, e também sendo um Missionário onde você está morando,ajudando na Evangelização.

Finalizando, alguma colocação derradeira?
Obrigado Luiz por esta oportunidade, e agradeço ao meu amigo e colega de Seminário Aluisius Lauth, que intermediou para que esta entrevista se concretizasse. Que Deus, pela intercessão de São José, Padroeiro da Diocese de Macapá, e N.Sra.de Nazaré, abençoe a todos. Meu facebook Jacob Archer, lá encontrará varias fotos.

 



Publicado no Jornal Em Foco aos 07 de março de 2015
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Patrícia Heiderscheidt

A entrevistada da semana é a Secretária de Saúde de Guabiruba, Patrícia Heiderscheidt, nascida em Brusque aos 15 de julho de 1975 – tendo morado em Major Gercino até aos 7 anos de idade, quando então veio para Guabiruba; filha de Tarcisio Francisco Heiderscheidt e Maria N. Otto; casada com Matias Kohler – Prefeito de Guabiruba; filhos: Maria Eduarda H. Gums e Clara Mariana H. Kohler.

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Sonho de criança?
Sonhava ser professora.

Histórico escolar:
Ensino Fundamental no Colégio Professor João Boos e Ensino Médio no Colégio Cenecista Honório Miranda.

Como era a escola na sua infância?
Tinham regras bem rígidas e respeitávamos muito os professores. Usávamos uniformes, comemoravam-se os dias cívicos, como Dia da Bandeira, Dia da Pátria e o Hino Nacional era cantado semanalmente.

De que atividades gostava de participar?
Atividades de Educação Física.

Quais as matérias que mais gostava e as que detestava?
Gostava das disciplinas de Ciências e Matemática e não simpatizava com Física.

Primeiro/a professor/a?
Inês Jasper.

Grandes professores?
Mayda Dalségio e Edinalte de Souza.

Pessoas que influenciaram?
Meus pais sempre foram um grande exemplo para mim. A forma como encararam a vida, lutaram para dar o melhor aos filhos, suas condutas, conselhos e honestidade me influenciaram e me inspiram diariamente.

O Valcir Jordão Heiderscheit da Secretaria de Obras do Município de Brusque é parente seu?
Talvez tenhamos algum grau de parentesco, mas não tenho conhecimento.

Como se sente sendo a primeira dama e Secretária de Saúde?
Com dupla responsabilidade. As funções de primeira dama acabam sendo mais sociais, acompanhar o prefeito em eventos, auxiliar na organização de desfiles que envolvem o município, entre outras questões sociais. E na Secretaria de Saúde os desafios são diários. No dia 20 de agosto assumi a secretaria com o desafio de dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos, atender as demandas da população e otimizar os recursos. A responsabilidade de cuidar da saúde das pessoas é enorme. Ainda sou mãe e tenho uma família para zelar. Eu diria que hoje tenho aproveitado muito melhor o tempo para dar conta dessas três grandes responsabilidades.

Quantos Postos de Saúde têm Guabiruba/ quais as localizações?
Guabiruba possui seis Unidades Básicas de Saúde (UBS): Guabiruba Sul, Lageado Baixo, Aymoré, São Pedro, Imigrante e Centro, onde fica a Policlínica. A Secretaria também faz o repasse de recursos financeiros para a manutenção da Associação Hospitalar do município.

Como são indicadas as chefias dos Postos?
Normalmente é a enfermeira ou enfermeiro que faz parte da Estratégia da Saúde da Família quem é o responsável pela Unidade Básica de Saúde, procurando valorizar os servidores efetivos.

Há previsão para mais unidades de Saúde?
Está prevista a inauguração para o primeiro semestre deste ano de uma unidade totalmente nova no bairro Imigrante. A obra está sendo concluída. Ainda neste semestre os usuários do Sistema Único de Saúde do bairro terão mais qualidade de infraestrutura ao serem atendidos. Também reformamos os postos de saúde dos bairros Lageado Baixo e São Pedro.

Quais os melhores livros que leu?
O Menino de Pijama Listrado (John Boyne), O Monge e o Executivo (James C. Hunter), entre outros.

O que está lendo agora?
O Administrador de Sonhos (Matthew Kelly).

Costuma ler jornais?
Sim, principalmente as reportagens e textos que falam sobre saúde.

Algo que você apostou e não deu certo?
Não diria que apostei em algo e não deu certo. Tudo são experiências de vida, aprendizado. Eu tinha uma loja e vendia roupas em Guabiruba. Quando engravidei da Clara Mariana ficou inviável viajar para São Paulo fazer as compras e acabei fechando a loja. Não encaro isso como um negócio que não deu certo, mas como uma experiência profissional que em determinado momento não se tornou viável.

O que faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
Quando olhamos para o passado com os olhos de hoje, ou seja, com a experiência acumulada no decorrer dos anos, com certeza faríamos alguns ajustes, mas fazendo essa análise vejo que por falta de coragem não deixei de fazer as coisas. Sempre tive ao meu lado pessoas que me apoiavam nas minhas decisões.

Quais as suas aspirações?
Acredito que meu trabalho no período de 2 de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004, durante o mandato do prefeito Guido Antônio Kormann, foi essencial para minha nomeação como Secretária de Saúde e pretendo corresponder às expectativas do Matias e do Zirke ao desempenhar as funções diante de uma das secretarias mais importantes do município, que é a saúde. Essa é uma área que existem muitos e muitos desafios, que precisam ser resolvidos com recursos cada vez mais escassos. Minhas aspirações são nesse sentido. De conseguir atender as demandas da população com os recursos que temos disponíveis.

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Patrícia com o Matias e com as filhas em passeio de Maria Fumaça em Gramado (RS).


Referências: Entrevista publicada no Jornal EM FOCO aos 13 de março de 2015




segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Saulo Adami











Saulo Adami
70 livros em 40 anos de carreira
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            Domingo, 16 de março de 1975, 15 horas. Em uma casa do Arraial dos Cunhas, foi encenada a peça teatral "Show do riso" com elenco predominantemente jovem. Eram estudantes na faixa dos 10 aos 16 anos, moradores da comunidade rural de Itajaí, que montaram uma comédia inspirada nos programas humorísticos que estavam no ar na televisão brasileira, a exemplo de "Chico City". Um destes estudantes era Saulo Adami, de 10 anos de idade, que escreveu o texto da peça e já havia escrito as primeiras crônicas e os primeiros contos de sua carreira.
            Quarta-feira, 17 de dezembro de 2014, 19 horas. No auditório do Sintrivest (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque), do qual Adami foi o primeiro assessor de imprensa contratado em 1992, foi lançado o livro "Personalidades em Foco", que ele organizou reunindo trechos pinçados das entrevistas que realizei para o jornal "Em Foco", a partir de 2010.
            Nestes 40 anos que separam os dois eventos, Saulo Adami escreveu, produziu e dirigiu 30 peças de teatro; escreveu roteiros para documentários para vídeo e cinema; escreveu e publicou 70 livros nas áreas de literatura, biografia e história; editou outras 90 obras de autores locais e regionais. Em 1978, iniciou as pesquisas que o transformaram em referência mundial quando o assunto é a história das produções e dos bastidores das séries de cinema e televisão "O Planeta dos Macacos" (1968-2014).
            Nascido em Brusque em 21 de fevereiro de 1965, filho dos comerciantes Teresa Conte e Luís Avaní Adami. Casado com a psicóloga paranaense Jeanine Wandratsch Adami, divide seu tempo entre o Paraná e Santa Catarina, atendendo a interessados em desenvolver projetos editoriais. Em 2015, está trabalhando em um livro que conta a história da família Bissoni, oriunda da Itália, que fez história em Botuverá e Brusque, Santa Catarina, e em Rondonópolis, Mato Grosso.

            De quem partiu o convite para você preparar o livro “Personalidades em Foco”? Deu muito trabalho para preparar os originais?
            Gianesini, para mim foi uma dupla satisfação ser convidado para organizar o livro. Primeiro, porque conheço seu trabalho há muito tempo, desde as primeiras entrevistas publicadas em outros jornais de circulação local e regional. Segundo, porque livro é o meu veículo de comunicação preferido. Quando fui convidado pela editora do jornal "Em Foco", Adriana Moraes Horst, aceitei na hora! E, para minha alegria, o livro foi bem recebido pelos leitores, também. Dar trabalho é normal, mas a experiência ajuda bastante. O volume de informações era grande, mas depois que encontrei a fórmula tudo ficou mais fácil. Se fôssemos reproduzir cada uma das entrevistas na íntegra, teríamos um livro com mais de 2 mil páginas, o que se tornaria economicamente inviável. Assim, pincei algumas das frases mais importantes no depoimento de cada entrevistado. Considero este um bom livro.

            Há mais alguns títulos a caminho, encomendados pela direção do jornal “Em Foco”?
            Estamos avaliando sugestões e ao mesmo tempo propondo outras. O tempo irá dizer, mas já avisei que estarei sempre pronto e disposto a colaborar com o que for necessário. Escrever livros sob encomenda é um dos meus desafios preferidos!




 Exibindo Maurice Evans (Dr. Zaius) brinca com o maquiador John Chambers, em 1967.jpg

            Quando começou seu interesse pelo "Planeta dos Macacos"?
            Desde os meus dez anos de idade, acompanho os filmes e as demais produções relativas ao tema. De fã, passei a pesquisador, e em 1978 fiz as primeiras anotações que resultaram no livro "O único humano bom é aquele que está morto!" (Editora Aleph/S&T Produções, 1996). Depois, vieram mais dois livros: "Diários de Hollywood: Um brasileiro no Planeta dos Macacos" (S&T Editores, 2008) e "Perdidos no Planeta dos Macacos" (Clube de Autores, 2013), este com Angelo Junior.
           
            Desde quando você está trabalhando no novo livro “Homem não entende nada! Arquivos secretos do Planeta dos Macacos”? E o que diferencia este dos demais livros que você já lançou sobre o tema?
            Considerando que este é o quarto livro que escrevo sobre o assunto, e que ele reúne os conteúdos dos três livros anteriores e mais de 200 páginas inéditas, posso afirmar que ele começou a ser escrito em 1978. Portanto, é o resultado de 36 anos de pesquisas. Os principais diferenciais são as entrevistas exclusivas com astros, estrelas e técnicos que participaram desta produções e que tive o privilégio de entrevistar pessoalmente ou através de amigos nos Estados Unidos e na Inglaterra. Ao submeter os originais do livro ao meu amigo e autor do livro "Quando os macacos dominavam a Terra" (Ópera Graphica, 2000), Eduardo Torelli, ele me disse que com este quarto livro eu esgotei o tema. Então, acredito que fará sucesso. Espero em breve ter oportunidade para lançar uma versão em língua inglesa, para poder atender aos reclames dos correspondentes e colaboradores que tenho em outros países.
           
            Como surgiu o convite para editar o livro no Paraná?  O que está sendo preparado para o lançamento do livro? Brusque também está no seu roteiro de autógrafos?
            Participando como convidado da "Gibicon Curitiba", em setembro do ano passado, reencontrei o professor Carlos Alberto Machado que, sabendo que eu tinha um novo livro sobre "O Planeta dos Macacos", sugeriu que fizesse contato com a Editora Estronho, de São José dos Pinhais. Os editores Marcelo Amado e Celly Borges ficaram interessados pela obra, e agora teremos o seu lançamento em junho de 2015. O livro será lançado durante o evento "Mondo Estronho", promovido anualmente pela editora, em Curitiba. Teremos alguns itens da minha coleção expostos naquele dia, certamente. E a partir de julho estaremos participando de sessões de autógrafos em outras cidades e estados (Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul...). Brusque está no roteiro, fiz contato com a Fundação Cultural, gostaria de integrar o calendário de aniversário da cidade, em agosto. Estamos aguardando a resposta.
           
            Dos seus 70 livros publicados, qual foi o primeiro? E qual será o próximo?
            O primeiro foi "Cicatrizes" (1982), reunindo obras em poesia, conto e crônica. De vez em quando, bate a saudade e releio algumas páginas. Para alguns autores, o primeiro livro nem sempre traz boas memórias. Eu sempre gostei do meu. O próximo livro está sempre a caminho. No meu caso, para 2015 há mais de um a ser publicado. Uma biografia do médico e político José Celso Bonatelli está em fase de conclusão, e já iniciei as entrevistas para um livro conta a história da família Bissoni, oriunda da Itália, que chegou a Botuverá na década de 1870. Mas, há outros livros, em áreas diferentes, como "O voo da ema", que assim como "Cicatrizes" reúne mais de um gênero literário: poesia, conto, crônica e novela. Alguns deles nascem de encomendas ou sugestões, outros da observação e da inspiração. Para mim, tudo dá um livro; e todo livro tem sua importância e sua razão de existir. Que nunca me faltem livros e nem espiração!

            Em 2015, você completa 50 anos de vida em fevereiro e 40 de carreira literária em março. Está sendo preparada alguma comemoração?
            Primeiro quero atravessar 2015, se possível com alguns pares de obras nas livrarias brasileiras. "Homem não entende nada!" é um livro com potencial, principalmente agora que os novos filmes "Planeta dos Macacos" estão sendo produzidos e têm agitado fãs no mundo inteiro. Espero ter oportunidade de lançar edições revistas e ampliadas, por muito tempo ainda! Com Jeanine, estou desenvolvendo projetos de livros e promovendo oficinas literárias. Espero continuar sendo convidado para eventos nacionais e internacionais ligados a cinema e literatura. Estou vivendo o melhor momento da minha carreira como escritor, e isso me estimula a projetar não apenas novos livros, mas também filmes. Pretendo fazer de cada lançamento de livro ou de filme um momento de comemoração! Além disso, tenho procurado incluir exemplares dos meus livros em projetos comunitários, como "Pegaí Leitura Grátis", de Ponta Grossa, Paraná, coordenado pelo professor universitário Idomar Augusto Cerutti; e em bibliotecas comunitárias de outros estados. Pretendo continuar contribuindo com bibliotecas públicas das cidades que são temas ou persoangens dos livros que escrevo ou edito, o que faço desde 1982.

            Você está trabalhando em um novo filme sobre Brusque e região?
            Escrevi no ano passado o roteiro do documentário "Vozes do Meu Vale", produção da Prime Filmes com direção de Darlan Serafini. O filme mostra a preservação dos dialetos falados pelos imigrantes que vieram da Europa no século 19 e ajudaram a construir a história do Vale do Itajaí Mirim. Acredito que fará tanto sucesso quanto "Expedições à Cidade Schneeburg" (2013), que foi exibido no Cine Gracher e distribuído às escolas de Brusque e região. A produção teve início em fevereiro, em uma aldeia indígena. E outras histórias estão a caminho, esperando apenas o sinal verde para a sua produção. Este 2015 promete

Exibindo Saulo Adami maquiado como Cornélius por Bill Blake. Los Angeles, California, setembro de 1999. Fotografia de Jeff Krueger..jpg





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Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 20 de fevereiro de 2015






domingo, 15 de fevereiro de 2015

Sérgio Sebold -



SÉRGIO SEBOLD

 Economista, Especialista em Economia Política e Professor (Mestrado) de Pós Graduação em Engenharia de Produção 

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O entrevistado desta semana é o  Economista, Especialista em Economia Política e Professor (Mestrado) de Pós Graduação em Engenharia de Produção  Sergio Sebold, nascido em Porto Alegre aos 11 de dezembro de /1940; filho de Virgilio Frederico Sebold e Helga Valesca Sebold ; companheira Noralva Regis Tensini Sebold – Casado civilmente em segunda união; filhos Sergio, Luciara Fabiane, Cristiane e Tais e Joao Paulo Tensini – enteado

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?
A grande lembrança é que vivíamos em plena segurança, numa família numerosa de oito irmãos morando numa casa confortável. Quando jovem adolescente, voltava para casa,a qualquer hora da noite sem a mínima preocupação de ser assaltado.
Sonhávamos, com o nosso futuro do sucesso profissional com um bom emprego; com nossos amores jovens; e sonhos de formar uma família.

Você tem amigos da infância ainda?
Diretamente de infância não me recordo, mas do período de adolescente e de colégios sim tenho muitos. Mesmo aqui de Brusque tenho boas lembranças do Zeca e do Urbano Zendron. 

O que sente falta da infância?
São momentos tão distante, que não me vem a mente qualquer falta. Talvez um psicólogo ou psiquiatra com suas habilidades arrancariam alguma coisa ou mágoa. Mas neste momento não me recordo. Apesar das dificuldades familiares, perseguições de meus pais durante a guerra e outros riscos de vida, tive uma infância feliz. Comecei ver o mundo como todos os mortais, em Braço do Norte onde morei até os sete anos.

Quando você era criança queria ser adulto?
Ah sim. Toda a criança normal sonha com este momento. Aquela sensação de libertação dos pais com suas regras e disciplinas.  

 Sonho de criança? Em que você sonhava ser quando era pequena?
A educação dos pais na época sempre indicava o caminho para uma boa profissão, de futuro. Meus pais sempre incutiram e estimulavam para os estudos, “sem estudos meu filho você não será nada na vida”. Sempre tive  certa queda para matemática. Então a Engenharia foi meu primeiro sonho. Mas a época só havia curso em Porto Alegre. Como morador de Novo Hamburgo, se tornou muito difícil pelas condições da minha família. Como era o primeiro da ninhada, teria logo começar a trabalhar e se preocupar com o futuro. Fiz na época Contabilidade, e em continuação o superior na UNISINOS (que estava começando, fiz parte da primeira turma de formandos) onde fiz Economia. Em seguida fiz uma especialidade em Economia Política na PUC/RS. É necessário dizer que fiz todo o curso primário e médio com bolsa da Prefeitura. Na época já havia também estas facilidades. Na época era fundamental para se conseguir uma boa profissão era saber ou dominar datilografia, como hoje seria o computador.

Como era a escola quando você era criança?
Havia o espírito de disciplina e o pleno respeito aos professores. Os pais recomendavam aos professores o pleno rigor pela disciplina em aula. O professor sempre tinha razão e os pais não questionavam. Talvez isso não permitiu me tornar um bandido, alcoólatra, etc. Havia mais respeito e dignidade nas instituições. Circunstancialmente tive toda minha formação em colégios religiosos, em diversas congregações católicas, principalmente Maristas ( Santo Marcelino Champagnat) e Jesuitas (Santo Inácio de Loyola).

Quais eram suas melhores e piores matérias?
Como dito anteriormente, tive logo sabor pela matemática, por extensão ciências, física, química e desenho. Entretanto o português era meu calcanhar de Aquiles.

De que atividades escolares e esportes você participava?
Havia duas opções nas escolas, basquete ou futebol. Como era pequeno para o basquete, gostava de fazer minhas incursões no futebol.

 Formação escolar desde o início dos bancos escolares?
A trajetória, depois do primário foi ser Técnico em Contabilidade no secundário. No nível superior, Economista, Especialização em Economia Política e Mestrado em Engenharia de Produção, no eixo da Pesquisa Operacional. Tive mais de vinte trabalhos científicos publicados em revistas especializadas.

 Primeira professora
Delci Locks Sebold, minha tia,  no colégio Dom Joaquim de Braço do Norte

Grandes professores?
Alem do Padre acima, outro de boa lembrança foi Ary Burger economista da elite política gaúcha.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?
A guerra fria entre EEUU e URSS, eram as maiores angústias, por estar sempre acompanhando pela minha curiosidade nata. Evidentemente os fatos positivos como a chegada do homem a lua. O movimento social de 1968 iniciado na França. O fenômeno dos Beatles, Elvis Presley, etc.

Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?
Tão bela como toda a vida. Meu pai só se separou com a morte de minha mãe. Isto deu dignidade de viver a mim e a todos os irmãos. Esta era a única forma de separação daqueles bons tempos. Tínhamos também a nossa “turma” onde fazia nossas peripécias. Incomodamos.  Somente havia cinema e rádio  para se divertir. TV nem se imaginava. O rock on roll estava estourando as parada e nós entravamos na onda. Para os jovens tudo que fosse novidade atraia. Assim como é até hoje. Quando estudava, (matemática para variar), o fazia na mesa da cozinha, porque outra não havia, ouvindo o rádio, que na época só divulgavam músicas clássicas (que ainda continua sendo lindas).. A noite ficava navegando pelo rádio através das ondas curtas,  noticias do mundo,  a BBC (Inglaterra), Voz da América(EUA), Rádio Moscou (Rússia), Rádio Canadá, Noticiário de Mao (da China) com muita chiadeira de interferências eletromagnética. Embora fossem recheadas de propaganda político/ideológica havia boas programações musicais.   Quando um amiguinho ou amiguinha fazia aniversário era comemorada em casa de um deles com danças e “cuba libre”. De onde se formaram famílias mais tarde.  Não havia baladas monumentais em clubes finíssimos. Éramos felizes.

Pessoas que influenciaram?
Tive muitas pessoas que me influenciaram na vida. Na minha formação profissional uma pessoa que deixou marca foi o Pe. Pedro Calderão Beltrão (Jesuíta), pela sua disciplina “Sociologia” no curso de Economia particularmente sobre demografia, que já fazia parte da análise e preocupação  populacional nos idos ano de 1960. Ele era considerado um dos cinco melhores demógrafos e estudiosos da família na época. É o que me faz mais presente na mente, nesse momento.

Torce para que equipes?
Por ter praticado muitos anos tênis, não estabeleci preferência por qualquer time de futebol. É evidente quando temos uma disputa nacional, tenho preferência pelo Figueirense.

Como conheceu a Noralva:
Desde que me divorciei com 55 anos, estabeleci a expectativa de uma pessoa ideal, diante da experiência anterior. Nas minhas orações desejava: Que fosse viúva, (não divorciada/desquitada), de idade entre 40 e 50 anos, católica de fé, de classe média, educada no trato com as pessoas, oriunda de família grande como a minha, que já tivesse filhos criados, pois não desejava ter mais filhos; já tinha dado minha contribuição a humanidade com 4 filhos. Por intermédio de um irmão meu, que veio a Brusque (eu estava morando no Balneário Camboriú), fui apresentado a uma senhora, esposa de um amigo dele, que sabendo da minha disposição como divorciado, disse que conhecia uma viúva, e que iria fazer nossa aproximação. Foi que ocorreu. Mais tarde vim aperceber, que esta viúva era uma que passeava na praia de Balneário sozinha (como viúva), como eu também o fazia. Vi-a varias vezes, mas na época ficou por isso ai, pois achava ela muita areia para meu caminhão. Na época 1996, quando nos foi dado a conhecer por aquela amiga, ela encarnava exatamente a pessoa que tinha idealizado. Casamos e até hoje, 18 anos, estamos juntos.

Qual o artigo que escreveu e teve maior repercussão positiva?
Não conheço estatística sobre as avaliações ou repercussões. Mas pelo que saiu e comentado em outros ambientes como o GRUPIA, Câmara Municipal em nosso município, foram alguns polêmicos sobre ideologia de gênero, aborto,  homossexualismo, desestruturação familiar; especificamente: “Tirania de gênero: Genitor um, Genitor dois... - Município 7-04-14;  Aborto: Rompimento do dique moral – Município  11-11-13; “O aborto invisível” -  Município 09-09-13; Família sem fé desmorona” – Município 18-08-14
Alguns artigos por manifestação pessoal “Relativismo Moral 13/01/14”. 
Pelo Site “Católicos On-line” houve um artigo que teve mais de 800 acessos, “Retorno às catacumbas”; no Município publicado em 02/09/2013. Neste site há 37 artigos publicados.
Um artigo que teve repercussão pelo efeito polêmico, publicado no Jornal do Brasil foi “Ciência não avança com romantismo”, (no Município 04-11-13) com referência a invasão de um laboratório de pesquisa em São Paulo usando cachorros como cobaias. Tive três contestações rancorosas sobre o tema, todos fruto do relativismo cultural que estamos vivendo, ou seja, se dá mais valor aos animais do que o ser humano.

Qual o artigo que publicou e não escreveria jamais?
Não me vem a mente algum que tenha esta condição. Mesmo aqueles que tiveram contestações, não me abalaram minhas convicções. É evidente que o tempo fez melhorar a qualidade de argumentação e literatura.
Quais os melhores livros que já leu?
Na minha lembrança, dos mais recentes posso referir:
- “A economia do hidrogênio” – Jeremy Rifkin;  
- “Pela mão de Alice – O social e o político no pós-modernidade” -  Boaventura de Souza Santos;
- “O colapso da modernização – da derrocada do socialismo de caserna à crise da economia mundial” – Robert Kurz;
- “O império do efêmero – a moda e seu destino nas sociedades modernas” Gilles Lipovetsky;
- “Crítica da modernidade” – Alain Touraine.
Entre livros técnicos (de economia e sociologia), filosóficos, profissionais, romances e outros do gênero, acredito ter lido mais de 500 obras.


O que está lendo atualmente?
Terminei de ler  a “Vida secreta de Fidel” de  Juan Reinaldo Sanchez  

Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer?
Nunca tive preocupação com o envelhecer. O jeito é encara-lo com tranquilidade e paz de espírito. O morrer é o único conflito que jamais será resolvido, então porque se preocupar. A única coisa que espero que eu tenha uma morte santa bem assistida e obviamente com o mínimo sofrimento pela passagem.

Arrependimentos?
Como cristão católico sempre temos nossos pecados a se arrepender. Não existe um dia de nossas vidas em que não falhamos e pecamos em pequenas coisas, necessitando da renovada misericórdia de Deus. Ao longo da vida vai se convivendo com os erros e acertos, sendo estes um excelente aprendizado da vida. Arrependimento com força de mágoas ou frustrações, graças a Deus não tenho. Não guardo rancores mesmo de alguns desafetos, antes perdoo e rezo por eles. Se perguntar por algum deles, terei dificuldades de lembrar, pois a deslembrança confirma meu perdão. Não somos perfeitos, espero que eu seja perdoado, por algum deslize cometido para alguns.  

O que você acha da programação da televisão de hoje?
Salvo algumas honrosas exceções dos canais abertos, péssimo sob todos os pontos de vista. Alguns canais ou programas deixa claro suas características ideológicas, ligadas ao homossexualismo, aborto, apostasia, vícios, apologia para o sexo etc. Não educa, e pior, deseduca, destrói todos os valores que são pregados na família pela tradição. Quem tem lido meus artigos deverá ver minha posição contra uma mídia permissiva, dirigida com forte apelos ideológicos e imorais,  que destrói os valores fundamentais da família. Os temas novelescos, só incitam a vingança, ganância, dissolução da família como o objetivo moral maior. A encenação é feita em clima de gritarias e continua discórdia entre as pessoas das famílias entre pai, mãe e irmãos. As palavras que mais se houve “eu te odeio”, “eu vou me vingar”; “eu vou de destruir”; “nosso casamento acabou”;  temas de continuas trapaças entremeados com mansões luxuosas, carrões, iates, aviões, donos de empresas, crimes, violências e outras mazelas da sociedade. Não se vê algum tema se dirigindo para uma moral de dignidade entre os personagens. Tudo é encenado como se a sociedade fosse totalmente podre em seus valores, levando os jovens a um ceticismo e uma desilusão da vida. Para agradar setores católico/cristãos são encenados casamentos fajutos, onde demonstra uma caricatura do ato sagrado, deixando claro que é somente um evento, que o casamento  será eterno enquanto dura. A encenação de separações divórcios é representado como um fato normal na vida das pessoas, sem a mínima preocupação para as consequências sobre os filhos. A representação cênica é de uma pobreza escancarada. Tudo leva o merchandising de algum produto do momento,

Qual foi o maior desafio até agora?
Embora já tenha publicado um livro com meus próprios recursos, sobre economia nas famílias (“Economizar e prosperar e so começar”), tenho dois prontos para publicação. Entretanto não estou encontrando patrocinadores. Um é romance temático (“Amar e recomeçar”, titulo provisório) sobre os conceitos de aborto e da fidelidade conjugal; outro uma compilação de todos meus artigos até o ano de 2013. Estes são os próximos desafios.

Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?
Tive muitas iniciativas que não tiveram sucesso, como uma fábrica de sapatos, lavoura de trigo e algumas outras, fruto da inexperiência da vida. Mas nada me arrependo, ou me abalaram minha psique; fazem parte da saga da vida; foram belas experiências que ficarão como pegadas da história nessa passagem pelo mundo.

Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?
Comecei como auxiliar de escritório, com curso profissional de Técnico em Contabilidade (1960). Em seguida como contador em diversas empresas (10 anos). Tive escritório  próprio de Contabilidade e de Investimentos pela venda de títulos do mercado de capitais. Posteriormente, me mudei para Belém do Pará, iniciando minhas atividades em empresa de sacaria de Juta  (fabrica localizada em Parintins/AM). Logo me surgiu uma boa oportunidade no setor de telecomunicações na empresa TELEPARA; concomitantemente, dava aulas a noite na Universidade Federal do Pará. Neste ramo (telecomunicações) atuei até minha aposentadoria, trabalhando ainda na CRT (Rio Grande do Sul), Brasília TELEBRAS e finalmente na TELESC (Florianópolis). Por convite, vim ainda dar aulas na UNIVALI, FURB, UNIASSELVI, IBES e UNIFEBE todas ligadas a minha formação em economia.  

 Algo que você apostou e não deu certo?.
Já respondido anteriormente, tive algumas iniciativas que não deram certo.

 O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Sempre fui um corajoso, audaz, tudo que fiz o foram com bons propósitos: progredir. Por isso não tenho nada em me arrepender Mas nem tudo na vida dá certo. A vida é sempre um risco. Quem não arrisca não tem sucesso, não marca ponto. 

 O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Toda a herança cultural, moral e de fé cristã que adquiri primeiro de meus pais e depois de meus mestres ao longo da vida. O espírito de garra. O meu maior aprendizado foi através da intensa leitura que tenho até hoje.

 Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Prefiro ver pelo lado positivo, as alegrias de ter uma prole de 4 lindos filhos (um varão e três mulheres), todos com suas dificuldades naturais da vida , mas todos cidadãos honrados; mais seis lindos netos e uma neta adotada. Nem mesmo da Ex levo qualquer mágoa, pois ela me deu aqueles lindos milhos Entre tantas alegrias uma que me vem a mente foi minha formatura e a conquista do titulo de Mestre em Engenharia pelo desafio que me obrigou. Também a compra de uma casa, dentro do gosto e sonho que alimentava, em São Jose na grande Florianópolis.

Quais as suas aspirações?
Ainda sonho, apreender um instrumento musical como piano (hoje teclado), e estudar (terminar) o curso de filosofia iniciado na Faculdade São Luiz de Brusque, continuar escrevendo minhas reflexões. Continuar sonhando, sonhando, sonhando... com um mundo melhor de mais fraternidade e solidariedade.



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Referências: Públicado no Jornal Em Foco aos 08 de maio de 2015