sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Luiz Elias Valle

  Luiz Elias Valle


Valle com a esposa Marlene.
Nasci em Nova Trento em 06 de agosto de 1950, filho de Marçal Valle e Alzira Maria Busnardo Valle; cônjuge: Marlene Cadore Valle; filho: Luiz Fernando Cadore Valle; torço na era Pelé, Santos; atualmente, com a nova geração Santos. Cargo: Coordenador do Núcleo de Prática Jurídica, Professor de Direito Penal e Advogado. Como surgiu a vinda para Brusque? Foi devidamente acolhido?
Minha vinda para Brusque ocorreu no final de fevereiro de 1969. Conclui o magistério no Colégio Francisco Mazzolla, em Nova Trento, no ano de 1968. Meu caminho era o magistério, oportunidade perseguida por muitos neotrentinos concluintes do ensino médio, que partiam para as cidades vizinhas em busca de um objetivo, assim, seguindo alguns irmãos que já desenvolviam atividade na área e residiam em Brusque, aqui me estabeleci, com parte da família.
Inicialmente residindo na Rua Guilherme Ristow, 1º de Maio. posteriormente, em 1970, na Rua Tecelões de Lods, na Santa Rita. Endereços de onde me deslocava, diariamente, para lecionar na escola primária Escola Reunida Carlos Maffezzolli localizada na Rua São Pedro, município de Guabiruba e, no Colégio Carlos Boos, também em Guabiruba.
Foram anos de intensa atividade pois, além do compromisso com o magistério, o deslocamento exigia muita disposição sendo realizado, por vários anos, de bicicleta, submisso ao tempo (frio, geada, chuva etc.), associado ao ingresso do curso de Geografia, no início de 1971, na antiga Fepevi, em Itajaí.
Em Brusque, apesar de uma cidade de características econômicas muito diferentes de Nova Trento, nenhuma dificuldade de adaptação encontrei, sentindo-me muito bem no seio da comunidade.
Como foi sua Infância?
Minha infância foi passada na bucólica Nova Trento. No verão muito banho de rio, futebol e, aquelas diversões de uma pequena cidade, como: pescar, caçar (ainda sem o Ibama), muita goiaba, melancia, cana etc, no que diz respeito a diversão. Como descendente de família italiana a religiosidade sacramental impunha a frequência à missa dominical; a procissão (sendo a mais destacada a de Corpus Christi com amplos e longos tapetes com ruas ladeadas em toda extensão por palmitos que possibilitavam uma bela brincadeira ao término da cerimônia); a hora santa aos domingos à tarde, com ladainhas intermináveis; o encontro dos cruzados com uniforme característico; a congregação dos filhos de Maria.
Como foi a sua Juventude?
A juventude em grande parte em Nova Trento, onde conclui o Normal Regional (correspondia ao Ginásio) e Magistério (segundo grau) que me permitiu iniciar a vida em Brusque já como Professor primário. Foi uma fase muito agradável, com amizades saudáveis, sinceras, provincianas é claro, onde as famílias se encontravam em grande número para comemorar os natalícios, casamentos, com atitudes solidárias.
Formação Escolar e Primeira Professora?
  • Ensino primário no Grupo Escolar Lacerda Coutinho administrado pelas irmâzinhas da Imaculada Conceição ( congregação fundada pela Santa Paulina), sendo minha primeira Professora a Irmã Elizabet, miúda, apenas o rosto à mostra por força do hábito (indumentária própria da congregação) mas que deixava transparecer uma beleza morena, de atitudes enérgicas, comprometida com a responsabilidade de educar.
  • Ensino Médio: Magistério no Colégio Francisco Mazzolla, em Nova Trento, no ano de 1968
  • Formação Superior: Licenciatura em Geografia na antiga Fepevi, Itajaí, em 1974.
  • Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí, em 1990.
  • Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Furb, em 1996.
Melhor professora?
Difícil lembrar a melhor professora. Muitas marcaram minha vida escolar, sobretudo na fase primária, de algumas lembro mais e, me ocorre destacar a Irmã Salete que minha professora na segunda série primária e depois, minha colega de graduação na antiga Fundação do Geopoloeducacional do Vale do Itajaí Fepevi, atual Univali, nos idos de 1974.
Como surgiu a Unifebe em sua vida profissional? Pelo que é responsável?
Unifebe na minha vida: O Curso de Direito da Unifebe iniciou, como extensão da Furb, em 1992. A partir de 1995, quando atingiu o momento da prática, conforme previsão curricular, na sétima fase, fui convidado pelo então Coordenador o Prof. Dr. João José Leal para iniciar as disciplinas práticas, isto ocorreu a partir de 01 de abril de 1995. Desde então, coordeno a prática jurídica dentro do Núcleo de Prática Jurídica instalado no prédio do Anfiteatro na Rua Manoel Tavares,52, centro. As disciplinas práticas estão distribuídas em 5 níveis totalizando 375 horas de atividades simuladas (elaboração de peças processuais segundo preceitos legais e orientações metodológicas), ações reais decorrentes da Assistência Judiciária Gratuita prestada à comunidade e, acompanhamento as audiências, mediante relatório, no Fórum da Comarca. Reputamos de grande relevância o aspecto social, conotação da prática, que foca diretamente a comunidade oferecendo orientação, mas sobretudo, patrocinando a prestação jurisdicional através do ajuizamento das demandas.
Como Presidente do Conselho Municipal Antidrogas -COMAD está atingindo as metas planejadas?
Procuro prestar minha contribuição à sociedade. Profissionalmente, sempre estive em contato com pessoas ou comunidades, como professor, por 40 anos e, como advogado, nos últimos 20 anos, sempre, como membro de uma sociedade e como pai. Sinto ser esse um momento de intranquilidade pois é avassaladora a ação nefasta das drogas destruindo vidas, destruindo famílias. Dentro do Conselho, juntamente com os demais conselheiros, alguns com a absoluta consciência da importância da atuação, pugno no sentido de promover ações buscando de inverter esse avanço. Defendo a necessidade de uma total sintonia da sociedade civil organizada, institucional, agentes públicos, em torno da questão. Nos dois anos de presidência levantei a bandeira da necessidade da construção de uma Casa de Recuperação, tema que está permanentemente em pauta, e certamente continuará motivando outros conselheiros.
Recentemente foi agraciado com o título de Cidadão Honorário de Brusque. Recebeu com orgulho o título?
Modestamente, avalio a outorga como reconhecimento pela minha vida de trabalho, participação comunitária. É gratificante sentir a acolhida. Penso que me autoriza a ter a certeza da aprovação da minha conduta.
Uma palhinha da vida profissional
Em 1967 enquanto cursava o segundo grau (magistério) em Nova Trento, fui aprendiz e tecelão na filial da Renaux. Com a conclusão do magistério, e transferência para Brusque em 1969, iniciei minha vida como Professor assumindo aulas na Escola Reunida Carlos Maffezzoli na Rua São Pedro, município de Guabiruba. Foram 35 anos de magistério vivenciados em muitos estabelecimentos públicos de Brusque e Guabiruba na condição de professor e diretor. Na trajetória tive o desafio e a satisfação de dirigir os Colégios Santa Teresinha (1994) e Osvaldo Reis (1982/1986). Integrei por muitos anos o quadro da antiga Unidade de Coordenação Regional UCRE e exerci como professor, por pelo menos, tres lustros atividade no Colégio Cenecista Honório Miranda.
A partir de 1990, simultaneamente ao magistério público, passei a exercer a honrada profissão de advogado, autonomamente, e em 1995 a convite do eminente professor João José Leal, integrei o quadro de professores do Curso de Direito da Unifebe nas disciplinas práticas, onde me encontro até os dias atuais como Coordenador do Núcleo de Prática Jurídica.
Exerço o magistério, com satisfação, há quarenta anos, diria até, com vocação. Tenho a convicção que a maior contribuição do ser humano para a vida é a promoção do outro.
Durante a trajetória tive inúmeras decepções, mas que foram superadas, e não me fizeram desistir. Lamento que a educação formal, em nosso país, seja apenas bandeira eleitoreira.
A vida é um perpétuo aprendizado, que inicia na seara familiar, onde já os princípios de honradez, honestidade, respeito, justiça, começam a integrar a personalidade, e se estende pelo convívio exterior, consolidando-se através do conhecimento da vida exemplar das personalidades que marcaram a humanidade pelo lado da virtude.
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Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 12 de outubro de 2010.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Dr Ricardo José Engel

Dr Ricardo José Engel

Auditor-Fiscal do Trabalho (MTE) e Professor Universitário (Unifebe)


Entrevistado desta semana é com o Auditor-Fiscal do Trabalho (MTE) e Professor Universitário (Unifebe).o Dr Ricardo José Engel; nascido na cidade de
07.01.1965, na cidade de Peritiba, meio-oeste catarinense, aos 07.01.1965; filho de Isidoro Guilherme Engel (in memoriam) e Maria Rauber Engel (in memoriam); casado com Ivana Miriam Torresani Engel, com a qual tem uma filha: Gabriela Maria Engel; torce para o Internacional (de Porto Alegre), último time brasileiro a ser campeão mundial, vencendo o “badalado” Barcelona.
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Quais são as lembranças que você tem da sua infância/adolescência?
Minha infância e adolescência foi a de um guri da roça. Auxiliava na lavoura do milho, feijão, arroz, aipim e outras culturas. Meus pais, vivendo dessa pequena agricultura de subsistência, criaram os doze filhos, numa vida pontilhada de muitas lutas e sacrifícios, superando os desafios da vida no meio rural. Nosso único veículo era uma bicicleta, que servia, na medida do possível, a todos os membros da família. Vida modesta, marcada por um clima de união e alegria. A mesa sempre foi farta e a refeição, com os cheiros e sabores da comida colonial, invariavelmente precedida da oração de agradecimento a Deus.

Sonho de criança?
Era poder vencer na vida.

Nos tempos de guri, o que você mais gostava de fazer para se divertir?
A minha infância e adolescência foi como a de qualquer garoto morando no meio rural do oeste catarinense. As diversões eram as pescarias e os banhos no pequeno rio que corta a cidade, as caçadas de funda, o futebol que jogávamos de pés descalços (regra geral), em campos rústicos e acidentados, com traves improvisadas com bambus e os jogos com bola de gude (bolica), brincadeira presente na infância de muita gente, nos tempos em que não havia o computador, vídeo game e jogos eletrônicos. Sem esquecer das brincadeiras com pequenas juntas de bois que amansávamos na canga, fazendo-as puxar leves troncos de madeira ou mesmo a carroça, na qual subíamos todos, apesar dos riscos de alguns acidentes. Ainda aos finais de semana, nos morros dos potreiros (pastos), era um divertimento deslizar assentado sobre as cascas dos cachos das palmeiras, sobre taboas velhas ressequidas pelo sol e transformadas em “trens” ou, ainda, pilotando um carrinho todo feito de madeira, espécie de zorra. O joelho ralado ou outros pequenos machucados não impediam que no domingo seguinte se fizesse tudo de novo. Tempos faceiros.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua juventude?
São vários. Mas vamos nos referir à eleição do Papa João Paulo II no final dos anos 70 e seu longo e exemplar pontificado, que deixou traços indeléveis na história da humanidade. Constituiu-se numa figura humana e espiritual de grandeza incomum e de uma sabedoria divinamente inspirada, que sem dúvida marcou gerações e cativou a juventude e que através de seu trabalho de pastor infatigável, por razões notórias, tornou-se um dos líderes mundiais mais influentes e carismáticos do século passado.


Pessoas que influenciaram?
Sem dúvida alguma, meus pais. Apesar de, pelas condições da época, apenas terem frequentado até o quarto ano do ensino fundamental, sempre demonstravam apreço pela leitura de jornais, revistas, almanaques, folhetos religiosos, etc. Isso foi um incentivo para mim. Mas essa não minha principal herança. Meu pai, um pequeno agricultor, me ensinou a marca da honestidade, da responsabilidade, do respeito e do trabalho. Minha mãe, uma pessoa extraordinária, um poço de humildade e de bondade. Um exemplo de mulher de fé, de amor a Deus, de profunda devoção mariana. Ela me ensinou que a vida é comparável a um jardim de flores, que para manter-se belo, demanda permanente cultivo, dedicação e cuidados. Sou eternamente grato a eles.

Qual é a sua formação superior?
Obtive graduação em Estudos Sociais e em depois Direito pela Univali, seguida de especialização em Administração de Empresas pela ESAG. Por fim o Mestrado, pela Univali. No doutorado, também na Univali, concluí todas as disciplinas, porém não defendi a tese por razões estranhas à minha vontade (questões burocráticas da instituição e problemas pessoais de saúde).

Primeira professora?
Professora Noeli Hermes. Não consigo entender de que forma ela, praticamente sozinha, dava conta de tanta criançada. Lembro dela com muito carinho. Era uma pessoa vocacionada. Atendia, incansável, cada aluno que a chamava para empurrar o balanço, instalado no pátio do “Jardim de Infância”

Grandes professores?
Todos foram importantes. Alguns de cultura mais sólida e iluminada, outros menos carismáticos. Todavia cada um, a seu modo, contribuiu para minha formação e sou grato a todos por isto. Ao citar alguns nomes, cometeria uma injustiça com outros que deixaria de citar.

Como surgiu a ideia do livro “Jus Variandi no Contrato Individual de Trabalho”?
Esse livro representa o produto de nossa dissertação de mestrado, em cuja defesa pública foi sugerido, pela banca examinadora, a sua publicação. Então enviamos o texto para a LTr que decidiu pela edição do livro. O tema já havia sido objeto de estudo num artigo que publicamos na Revista LTr, especializada em direito trabalhista e com mais de 75 anos de tradição.
Em resumo, qual a conotação do jus variandi
O foco da investigação é a identificação teórico-científica do poder unilateral e discricionário do empregador, no dia-a-dia das relações de trabalho, ao dirigir a prestação pessoal de serviços por parte de seus empregados.

Na sua tese, têm limites para o empregador ao lidar com o empregado?
Conforme já dissemos anteriormente, o jus variandi é um poder discricionário, porém não arbitrário. Ele jamais poderá ser instrumento de injustiças. Daí a necessidade de se conhecer seus limites, através do exame dos esteios do ordenamento jurídico brasileiro. E neste ponto chegamos aos princípios, que são os elementos nucleares e estruturantes de todo o nosso sistema jurídico. No caso específico do Jus Variandi, seus limites podem ser identificados por quatro princípios: Dignidade da Pessoa Humana, Não-Discriminação, Boa-Fé e Razoabilidade.
E como surgiu a ideia de escrever o livro Pedalando pelo Tempo – História da Bicicleta em Brusque?
Colecionamos bicicletas clássicas e antigas desde 2004. Qualquer colecionador, como é natural, trata de buscar o maior número de informações possível a respeito do objeto de seu colecionismo. É uma tendência fácil de compreender. No nosso caso, impunha-se conhecer ao máximo possível, a história da bicicleta, suas diversas marcas e origens, seus componentes, acessórios, etc. Iniciei pesquisas, nas horas vagas, sobretudo em meio virtual, pois raríssima é a bibliografia. Veio o ano do sesquicentenário de Brusque e algumas pessoas sugeriram o resgate da história da bicicleta no âmbito local e regional, uma vez que na história de Brusque, a bicicleta exerceu um relevante papel, sobremodo nas décadas de 1950 e 1960, tendo uma relação umbilical com o desenvolvimento social, econômico, cultural e humano da cidade dos tecidos. Entendemos que seria justo resgatar esta valiosa memória e oferecer este estudo à comunidade brusquense. As principais fontes, para a história local, foram os documentos escritos e a história oral e memória. O livro encontra-se já em sua segunda edição, disponível aos interessados nas livrarias da cidade.
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Com a bicicleta

O tema escolhido fugiu da área jurídica, deve-se a sua formação e a preocupação com a realidade social?
Associado à questão do colecionismo, razão principal da pesquisa, o enfrentamento do tema foi facilitado talvez pela nossa formação em Estudos Sociais, que foi a primeira graduação, além de sempre gostarmos de história, mais como curioso do que como pesquisador. Lecionei história no passado, no Colégio São Luiz e também no curso de Direito da Unifebe, bem no início do curso. Gosto da temática e considero-a essencial para todos os campos do saber. Vale a velha frase: a história é a mestra da vida. Além disto, era o ano do sesquicentenário de Brusque e entendi ser justo oferecer uma contribuição, ainda que pálida e desluzida, à cidade que me recebeu.

Em 2003 o primogênito dos livros, em 2010 o segundo, em 2012 a biografia do nosso querido Ivo Moritz, em 2013 um breve resgate da história do Dr. Verner Willrich, recentemente a obra biográfica do Dr. Marco Antônio? Mais projetos em andamento?
Foram todos estudos importantes, com os quais muito aprendi. Lançamos com grande sucesso, em agosto último, em coautoria com o escritor e amigo Prof. Reinaldo S. Cordeiro, a biografia do Dr. Marco Antônio Pizarro da Silveira, uma pessoa muito estimada pela coletividade brusquense e regional, que tem uma longa e reconhecida folha de serviços prestados ao judiciário, à educação de nível médio e superior e ainda no movimento leonístico, além de outras entidades. Foi um trabalho gratificante, pois ele é um exemplo para todos nós. Uma outra biografia significativa está sendo preparada para breve. Correndo por fora, temos ainda um projeto em desenvolvimento, em parceria com nosso amigo, cronista e escritor Valdir Appel (Chiquinho), o qual possui como objeto a investigação de aspectos históricos do Clube Esportivo Paysandú, “O Mais Querido”.

A boa escrita é o único atributo indispensável para ser um bom escritor?
Não. Penso que não é tarefa fácil produzir um texto agradável e atual. Além de redigir de modo adequado e elegante, é preciso manter-se fiel aos fatos, levar em consideração o público alvo e observar certo padrão metodológico.

Como é sua experiência como Auditor-Fiscal do Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego?
Ingressei no MTE em 1995, através de concurso público, depois de nove anos de atividades como servidor da Justiça do Trabalho, na antiga Junta de Conciliação e Julgamento de Brusque, época em que também lecionei história. Esta experiência no judiciário auxiliou-me no exercício do novo trabalho, pois como Oficial de Justiça ad hoc, já realizava visitas às empresas. A atividade de Auditor-Fiscal do Trabalho tem seus desafios e riscos. É desgastante, pela sua natureza. Por outro lado, gosto muito do que faço e a atividade é extremamente gratificante pelos resultados coletivos que se produz em favor dos trabalhadores, e num espaço de tempo relativamente curto. Refiro-me às melhorias das condições de trabalho, correção de irregularidades em vários atributos como registro do empregado, salário, jornada de trabalho, descansos, FGTS, segurança e saúde do trabalhador, proteção do trabalho da mulher e do menor, etc.
O ambiente de trabalho deve propiciar, sempre, o respeito à dignidade do trabalhador e os seus direitos, assegurados pela legislação trabalhista, devem ser respeitados pelo empregador. É evidente que, por se tratar de uma relação jurídica bilateral, aos empregados incumbe cumprir, zelosamente, seus deveres, também previstos em lei e no contrato de trabalho. Em resumo, por meio da função pública que exerço, aliado às atividades de magistério, tentamos consagrar o melhor das energias em favor daquele idealismo ou utopia que sempre nos moveu, de contribuir, modestamente, para a edificação de uma sociedade mais justa e igualitária.

Algo que você apostou e não deu certo?
É claro que muitas coisas projetamos na vida e nem todas dão certo. Mas tenho que pensar para tentar lembrar algo relevante... Então acho que isso é um bom sinal! Além disto, sou otimista: prefiro sempre recordar apenas as coisas que deram certo.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Penso que não mudaria muita coisa não.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
São tantas que fica difícil destacar. Mas vamos arriscar algumas. Primeiramente, a humildade científica. A postura deve ser de aprendizagem constante, colhendo lições do ensinamento posto, que é vastíssimo, e filtrando criticamente o novo que surge. Saber ouvir: o que cala, em muitas ocasiões, aprende mais do aquele que fala. Depois, destacaria uma aprendizagem de cunho religioso: que devemos sempre ser um sinal de Deus em qualquer lugar por onde andarmos, por nossas ações e palavras. Podemos nem sempre conseguir, mas devemos sempre tentar.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Não tive grandes decepções. Como disse antes, prefiro buscar na memória as coisas que me alegram.Alegrias: o nascimento da minha filha. Foi uma emoção indescritível. Alegria hoje é estar junto com minha família.

Uma palhinha sobre o mestrado e doutorado em ciência jurídica?
Foi uma excelente aprendizagem, para vislumbrar aspectos fundantes do fenômeno jurídico e para afinal, perceber-se o quanto você ainda não conhece dele.

Na Unifebe, continua como docente? Qual a cadeira? O magistério é um desafio?
Na Unifebe sou professor desde 1992. Lecionei diversas disciplinas no curso de Direito, sendo predominantes as disciplinas de Introdução ao Direito e Direito do Trabalho. No último semestre ministrei Direitos Humanos, Ciência Política e Teoria Geral do Estado e Introdução ao Direito. Os alunos constituem, a toda evidência, o maior patrimônio da Unifebe, a razão de sua existência e elementos fundamentais de seu sucesso. Gosto muito deles e sempre tivemos um bom relacionamento. Sempre colaboraram bastante comigo e aprendi muito com eles nestes anos todos. Afinal, ser professor é um grande desafio: primeiro é preciso cativar o aluno, motivá-lo, fazê-lo gostar de aprender, de estar presente em sala de aula. Ter auto-estima. Depois é preciso saber levá-los a aprender a ser, conviver e tornar-se pessoas mais humanas no contexto social. A aquisição do conhecimento deve impulsioná-los a lutar criativamente por ideais.
Além disto, é preciso saber que ensino, pesquisa e extensão se quer oferecer e, mais que isso, comprometido com quê e com quem? Com qual proposta de sociedade? A ideia, bastante antiga, continua verdadeira: as práticas pedagógicas precisam sempre estar compromissadas com a realidade concreta (sociedade desigual) e com a formação integral do aluno. Isso não é tarefa fácil. Exige vocacionados e abnegados.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Cláudio Thome Júnior


Cláudio Thome Júnior,

Empresário SUPORTE TRANSFER SUBLIMATICO


O entrevistado desta semana é o empresario Cláudio Thome Júnior, nascido em São Paulo aos
10/12/1968; filho de Claudio Thome e de Laerce Maria Alves Thome; companheira Katia R. Lorena Thome; filhos Gabriela Thome, Bruna Thome, Lais Laerce Thome, Julia Thome e Claudio Thome Neto. Torce para o Corinthians.
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Nosso entrevistado, o empresário Cláudio Thome Júnior


Sonho de criança?
Com o vivia na eseio da mpresa familiar... sonhava um dia ser empresário.

Histórico escolar?
Primeiro e segundos Graus: EEPSG Wallace Simonse, em São Bernardo do Campo.

Como era a escola quando você era criança?
Uma escola muito simples de chão de terra.

Você tem amigos da infância ainda?
Tenho 5 inseparáveis.

O que sente falta da infância?
Da pureza e da inocência das crianças.

Quais eram suas melhores e piores matérias?
Melhor, português e pior, matemática.

De que atividades escolares e esportes você participava?
Participava da prática de futebol.

Pessoas que influenciaram?
Fui influenciado pelo meu pai e pela minha mãe.

Como surgiu a empresa em sua trajetória profissional?
Ela surgiu no encerramento da empresa da família. Meus pais tinham uma confecção esportiva que fazia uniformes de clubes de futebol, depois de 30 anos veio uma lei chamada “Lei Zico”, que transformou os clubes de futebol em empresa de futebol, proibindo assim confecção das camisetas, então paramos de confeccionar e cada filho decidiu seguir um segmento, no meu caso entrei no seguimento sublimação, após 12 anos trabalhando neste seguimento somos líderes em qualidade. Tudo Graças a Deus

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A empresa Suporte Sublimático

Como você vê a empresa no futuro? competitividade, qualificação do pessoal
A sublimação faz parte do futuro, substratos naturais tem a tendência de serem utilizados cada vez menos e sendo assim as estampas direcionadas para tecidos sintéticos irão prevalecer, sendo assim nosso segmento tem a tendência de crescimento avançado nos próximos anos.
Quem procurar QUALIDADE vai permanecer !
E como surgiu o nome da empresa?
Suporte, é a palavra que todos precisam para seu sucesso.

Quais as matérias-primas utilizadas pela empresa?
Utilizamos papel e tinta.

Quais os produtos produzidos pela empresa?
Transfer Sublimático para estampar em roupas, blusas, calças, vestidos, toalhas...

Como se opera transfer sublimático ?
Produzimos nosso transfer Sublimático em máquinas gráficas off set

Qual a destinação do transfer sublimático em papéis?
O destino do TRANSFER Sublimático são bases (tecidos) sintéticos com base de poliéster

Quais as principais clientela?
Nosso principal Cliente - Guararapes

Qual o quadro de pessoal da empresa?
Em São Paulo temos 32 e aqui em Brusque, 10 (diretos e indiretos)

Onde fica localizada a empresa?
Em São Paulo, na Zona Leste, Vila Alpina, Av. Brumado de Minas, 682 e em Brusque, na Rodovia Ivo Silveira, 3055, Bateas

Quantos turnos trabalha a empresa?
Em apenas um turno.

Quais medos você tem ou teve?
Medo de velocidade.

Maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer. ?
Não tenho este medo não.

Qual foi o maior desafio até agora?
Viver sem a presença do meu pai

Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?
Sim, de algumas decisões na vida, mas resolvi todas


Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?
Vim de uma família simples que aprendi a trabalhar muito forte pra conquistar algo.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Sempre aprendi a enfrentar os desafios, o que tentei e não consegui, não foi por falta de trabalho e sim uma decisão de parar em função do comercial não dar o retorno esperado

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Toda experiência é válida pra mim, boa ou ruim, é ensinamento, guardo apenas as boas.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Tristeza: Perda do meu pai e da minha mãe
Alegria: Minha família, esposa e filhos
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A família unida



Publicado no Jornal EM FOCO aos 28 de novembro de 2014.

































sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Delmar Alberto Tôndolo

Delmar Alberto Tôndolo


Delmar Alberto Tôndolo.
Apresentação Delmar Alberto Tôndolo, casado com  Simone Sestari Tôndolo, filhos: Rafaela  e André Vinícius; nasscido em 27 de novembro de 1955, em Santa Maria RS, atualmente Diretor Técnico da Fundação Municipal de Esportes.

Como foi sua infância?
Típica de família humilde, simples, mas bem aproveitada, com muito espaço para brincadeiras, espaço para jogar bola, amizades sinceras, sem as armadilhas de hoje em dia.

Sonho de criança?
Ser uma pessoa respeitada, constituir família e não deixar passar pelas dificuldades que minha família passava.

Como foi sua juventude?
Também de forma bem simples, não haviam grandes alternativas de lazer (nesta época morava em Cachoeira do Sul, cidade mais de interior)

Pessoas que o influenciaram?
Em primeiro lugar e mais importante meus pais, que apesar de pouco estudo, demonstravam sempre o valor da honestidade, do trabalho e do respeito.

Em quais eventos esportivos você contribui com a organização?
Desde que estou na parte administrativa do esporte, com certeza em todos.

Que acontecimentos esportivos mais marcaram?
O que mais marcou com certeza foi a organização dos Jasc 2000, quando a maioria das pessoas em Brusque apostavam no fracasso ( e muitos trabalharam para isso por questões políticas ), nosso pequeno grupo de trabalho conseguiu dar a volta por cima e realizar os Jogos mais bem organizados até hoje, e a melhor classificação geral também com um honroso 4° lugar.

Que acontecimentos esportivos o marcaram de forma negativa?
Sempre procuro tirar uma lição de cada evento, e aperfeiçoar para o próximo. Então nada é negativo no evento e sim um aprendizado. Negativo é quando misturam política partidária no trato do esporte ou de sua administração.

Grandes nomes no esporte brusquense?
Arthur Schlosser, Rubens Facchini, Orlando Muller, Simone Stom, Carlão Schwanke, Heloisa Wichem, Helena Inocente, Maria Lucélia Joenck, Murilo Fischer, Gilmar Bork.

Os jogos comunitários pegaram para valer?
Sim, é um evento de muito valor para a comunidade em geral, falta algo mais para voltar ao brilho do seu início, mas é normal este processo.

Qual a expectativa para os 50° JASC?
Boas, acredito que podemos fazer um evento grandioso.

Rubens Fachini?
Pessoa fantástica, humano, dedicado, muito especial assim como seu Orlando Muller, são duas figuras exemplares que ainda convivem conosco e servem de exemplo de dedicação e amor ao esporte.

Torce para que equipes?
Sou Gremista, mas nada de fanatismo.

O que é uma sexta-feira perfeita?
Aquela que você olha para trás, sente-se realizado com todo o bem que se fez, que temos um fimal de semana para carregar as energias, e reiniciar o ciclo das coisas bem feitas.

Paulo Roberto Eccel e Farinha estão no caminho certo? Apoiam as iniciativas esportivas?
Estão no caminho certo, resgatando as origens do nosso esporte, valorizando as ações, criando oportunidades.

O que poderia ser melhorado em relação as iniciativas esportivas no Berço da Fiação Catarinense?
Planejamento para os próximos 10 anos. Como fizemos em 1994. Chamar a iniciativa privada para ser parceira, as entidades de classe, e junto com o poder público traçar metas e responsabilidades de cada setor. O potencial de Brusque é muito grande.

Por que o esporte amador, notadamente o futebol, perdeu a graça?
Acredito que a falta de respeito entre atletas e dirigentes, além dos muitos mercenários,hoj e num jogo de futebol o que mais você ouve são palavrões, ofensas além de não assistir futebol, e sim anti jogo, o que interessa é parar e intimidar o adversário, esqueceram da bola. Como vamos levar a família para assistir, ou incentivar um filho a jogar, se estão como na velha Roma, se degladiando dentro do campo.

Como foi sua vida profissional até aqui?
Alcancei todos os níveis da minha carreira, Professor de escola, Técnico de Handebol, Diretor de Esportes, Secretário de Educação, Conselheiro do Conselho Regional de Educação Física, Conselheiro do Conselho Estadual de Esportes, Árbitro de Handebol, escrevi um Livro sobre arbitragem ( primeiro no Mundo no formato, no Brasil ainda não tem nada semelhante ), e outros cargos não menos importantes, mas nada disso foi fácil, tive e tenho que provar cada dia que sou capaz e que dedico meu trabalho para o desenvolvimento do esporte.

Alguma mensagem à juventude?
Praticar o bem, serem justos, honestos consigo mesmo, valorizar o dom da vida, e lógico, praticar esportes. O ingresso da mulher no mercado de trabalho tem contribuído para o aumento da criminalidade?
Isso é puro preconceito, a mulher revolucionou o mundo, muito mais do que os homens. Temos que aprender a trabalhar juntos para a manutenção da vida. Ninguém é menos ou mais do que ninguém. Todos temos os nossos DEVERES e nossos DIREITOS.
Embora o afastamento do lar, possa possibilitar uma liberdade extrema aos filhos, pois teoricamente tendem a ficar sozinhos em casa, sem pessoa responsável, a orientação e o carinho dedicado mesmo no pouco tempo que estão juntos, favorece o direcionamento para o bem, além disso não faltam oportunidades e atividades para ocupação deste tempo, o esporte é um destes meios para uma boa orientação. O ingresso da mulher no mercado de trabalho tem contribuído para o aumento da criminalidade?

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 6 de julho de 2010.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Odirlei Dell’ Agnolo, popular Bah

Odirlei Dell’ Agnolo

Contador e Assessor Administrativo


O entrevistado da semana é Odirlei Dell’Agnolo, nascido em  Brusque aos 09.09.1980 - ano da fundação do PT               - Partido dos Trabalhadores – em São Paulo – filho de Rosa Amélia Dell’Agnolo e Ivan  José Dell’Agnolo. Três irmãos: Débora,                 Leandro e Thamires (in memoriam), namora Priscila Heil; tem uma filha: Isabela Carvalho. É  Contador e presta Assessoria Administrativa e estuda Filosofia.
Qual a sua formação escolar?
Sou formado na Escola Básica Osvaldo Reis, Técnico em Contabilidade pelo Honório Miranda, Bacharel em Direito pela Unifebe e atualmente estudo Filosofia na Faculdade São Luiz.

Sonho de criança?
Viver livre. Minha infância foi muito livre: cresci na Santa Rita em meio há umas 30 crianças da mesma geração, tudo muito humilde. Meus irmãos e eu sempre tínhamos atividades com o restante da turma; minha mãe ficava meio doida com a gente pois sempre saíamos para brincar na redondeza. A gente se divertiu muito, e somos todos amigos até hoje. Alguns trabalham comigo, outros são nossos clientes, é uma irmandade até os dias atuais, muito bom.

Como foi a sua juventude?
Minha juventude foi de olhar para o futuro, divertida e prazerosa; nunca parei de estudar até hoje; fui esportista assíduo de várias modalidades: levantador do time de vôlei do Osvaldo Reis, goleiro do time juvenil do Brusque de futebol de salão, sou surfista. Sempre fui sonhador . Na adolescência tive os primeiros contatos com experiências laborais: fui Office boy, promother de eventos, fui envolvido com todas as coisas que um jovem pode se envolver,sempre com a clareza que se é necessária ou aprendendo com a própria vida, o que é bom ou o que é ruim, sou feliz por isso.

Pessoas que influenciaram?
Família, amigos, igreja católica, realidade social. Sempre fui muito questionador. Insensato nominar qualquer coisa ou pessoa, pois o conjunto da obra é que sempre me faz refletir.

Uma frase?
“Põe a semente na terra não será em vão, não se preocupe a colheita plantas para o irmão”
Diz tudo!

Primeira Professora?
Minha primeira professora foi a Dona Zeli no Osvaldo Reis em 1987, sob a diretoria da Professora Vera Bina; acho que o sobrenome da Dona Zeli era Benvenutti. Foi uma professora inesquecível e super competente como todo os demais. O colégio Osvaldo Reis é uma grande paixão minha.

Como responsável direto pela Ordem Judicial que obrigou os vereadores  a “vota” as atas do ex prefeito como viu a “manobra” para adiar a votação das contas do ex prefeito? Esperava mais dos vereadores da situação?
Como venho falando, penso que quem consente com a bandidagem fica submetido a ela, então esses vereadores não são nada diferentes das coisas que eles defendem e estão dispostos a passar por cima de qualquer coisa pelo objetivo de estar no poder, ou seja, se defendem pessoas desabonados,  são desabonados  também, se defendem pessoas boas,  são pessoas boas também. Sobre os vereadores da situação para mim é complicado cobrar qualquer postura, pois não fazem parte do nosso partido político – o PSOL, ou do nosso grupo político, digo-lhe que eles são o espelho de seus partidos.

Por quê a  população está desacreditada com a política de uma maneira geral ?
Penso que  a população não esta desacreditada na política, ela apenas não acredita nos políticos e confunde isso com a política, pois não vê horizontes. A população ainda não se deu conta de que a melhoria de vida de todos passa necessariamente pela política, e não é fácil  conscientizar e despertar a fé de uma massa de pessoas desacreditadas. As pessoas precisam acreditar na democracia e experimentá-la . Cotidianamente nosso país vê políticos transformando-se em pizza. Tínhamos um Presidente da República que ingeria nos outros poderes, como no caso Sarney, quando mandou absolvê-lo no Senado. Penso  que de maneira geral as pessoas precisam coexistir politicamente,  pois nós existimos enquanto seres humanos com nossas famílias, religiões, trabalho etc... e não participamos ativamente da vida política do país.

E os jovens por quê estão desacreditados?
Os jovens têm uma capacidade muito grande de indignação, o que em minha opinião. Muitas vezes é confundida pela população como revolta, onde pensam que o jovem é revoltado, é nada, é indignado! E quem houve essa indignação?                 Poucos, pois cada um pensa no seu umbigo. Nós, jovens, somos os reais agentes de mudança em uma sociedade, por isso temos que cuida e potencializar a juventude mirando uma nova sociedade, um novo pensamento social. A população ainda pensa como na época colonial, onde os senhores tinham o poder e o usavam contra quem os enfrentassem, mesmo o enfrentamento sendo justo o cidadão sentia a perseguição na pele. Hoje, na democracia, todos nós, individualmente temos poder: os vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores, presidente e o judiciário, são  nossos empregados número 1 e tem que servir o povo e não utilizar o poder para ameaçar as pessoas, perseguir grupos etc  ... O poder é da população e isso tem que ficar bem claro na mente das pessoas, aí elas vão exercitar a cidadania com veemência.

E o pleito de 2012 – como vê?
2012 está aí, vejo um campo aberto para as idéias.

O que motivou a ingressar com a ação popular contra a prorrogação do transporte coletivo?
Que transporte público? Em minha opinião o que existe hoje não é transporte público, o que chamam de transporte público da nossa cidade é uma vergonha, além de ser muito caro. Entramos com a ação pois vimos as ilegalidades e ir contra as leis é ir contra o povo, que faz as leis. Tenho certeza que o transporte público de Brusque será realmente um serviço público após a licitação, atendendo as necessidades da nossa população.

Como vê a Administração Paulo R. Eccel e Evandro- Farinha -Farias?
Vejo a atual administração municipal diferente do que imaginava que seria.

Por quê  diferente?
Porque a grande mudança que o povo precisa é a mudança de comportamento dos agentes políticos, isso que eu aposto e isso ta um pouco longe daqui! Como dizia Cazuza “Eu vejo o futuro repetir o passado” . Um dia veremos a frase do povo, pelo povo e para o povo em vez de o poder pelo poder para o poder ser o norte dos nossos representantes políticos.


Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida
Minha vida profissional começo cedo, com 15 anos entrei na Contasse Contabilidade para ser office boy, e ali fiquei por quase três anos, auxiliando no departamento contábil com um grande amigo, o Daniel Ristow, o Juliano – proprietário da Contasse – foi o cara para mim; aprendi a ter ética na vida profissional e tratar o trabalho como algo divertido e prazeroso. A gente se divertia muito. Aprendi que nada é impossível de se fazer, ali ganhei mais do que experiência profissional e conhecimento, ganhei a certeza de a gente quando quer pode muito. Após fui trabalhar no setor de compras na Bilu, outra grande experiência, muita gente boa de trabalhar, ali a minha veia empreendedora arrebentou de vez.  Nessa época, em março de 1999, com 18 anos montei o escritório de contabilidade, para atender uma micro empresa de uma grande amigo, logo outros amigos foram se apropriando  dos meus serviços, uns até não me pagavam, mas não tinha problema pois o lema era se ajudar do jeito que podíamos. Da Bilu fui para Contidata Contabilidade, cuidar do setor de contabilidade e administração de Condomínios: a Ingrith e a Fabi me deram toda a liberdade para fazer as coisa do meu jeito e isso eu gostava.  Fique ali por 11 meses, nesse meio tempo comecei a trabalha com o KIKI nas baldas, nessa época eu tinha 4 empregos: trabalhava na Contidata, desenvolvia “home pages promother” de festas com o Kiki e mantinha  meu escritório . Ainda bem que eu era perfeccionista, pois isso garantia a quali8dade dos serviços. Em 2000, com 19 anos, montei uma loja de jeans com um amigo, logo depois vendemos e fomos para o Rock i Rio em 2001, coisa de jovem. Com o Kiki fiquei até 2002, onde comecei a dar atenção exclusiva a contabilidade. Dessas experiências todas, posso dizer que só trabalhei com pessoas de um ótimo coração, seres humanos de verdade, amigos para sempre, eu sou  um pouco de cada um, com toda a certeza moram no meu coração, obrigado. Hoje temos uma ótima equipe em meu escritório de contabilidade, também presto assessoria administrativa em algumas empresas e assessoro e apoio  algumas ONG’s, que cumprem seu papel social pelo esta afora. A luta é grande.

Algo que você apostou e não deu certo?
Sempre levei a vida na leveza, não podemos fazer mais do que podemos realmente fazer,; errar e acertar faz parte da vida, quando alguma coisa não dá certo existem milhões de outras acontecendo que estão dando certo, então eu aproveito essas. Eu não me decepciono com as coisas que faço, sou muito bem resolvido e sei de todas as possibilidades e aceito elas. Me decepciono com atitudes de pessoas, mas isso também é normal, pois temos perfis muito diferentes, uns são mais solidários, outros são mais egoístas e assim caminha a humanidade.

O que faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
Sou feliz por toda a coragem que tenho dentro de mim, e por toda a sensibilidade que tenho. Nossas vidas são abençoadas e iluminadas, e a gente tem que ter a certeza disso. Coragem não me faltou para nada o que faço, principalmente no campo social, quando entro em alguma coisa, dentro de cabeça, confiante. Talvez alguma vez faltou condições de agir, mas me recordo agora de um fato em si.

O que aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
A fé no futuro, são educadores, pois acreditam no futuro, eu agradeço a cada um e me orgulho deles. Em cada conversa a gente aprende algo, tira a dúvida sobre algo. Debates são o que movem o pensamento e evolução humana. A melhor coisa é você ter paz para acreditar que somos imperfeitos e aceitar essa imperfeição é si aceitar como ser humano, mas sempre buscando fazer o bem. Vou e quero ter muitos educadores ainda, pois  como diz o nosso grande Rui Barbosa “estudante sou, nada mais!”


Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Todos os males vem para o bem, a gente só aprende sentindo-os transformando-os em coisas boas. A tristeza, decepções e alegrias fazem parte da nossa vida; temos que olhar sempre para frente, ter fé, ter coisas boas para oferecer, coisas que saem de dentro da gente, coisas humanas. A vida passa muito rápida, aproveitar as adversidades para sempre aceitar as diversidades. Aceitar, essa é a palavra que me dá a Paz que eu preciso para viver. Um dia, quem sabe, a gente aprende a Ser Humano.

Maria Gertrudes Zirke - Dona Trude

Maria Gertrudes Zirke, popular Dona Trude

A MULHER DO CAFEZINHO

A entrevistada desta semana é  Maria Gertrudes Zirke, nascida aos 24 de janeiro de 1936 - 78 anos; filha de Leo Kormann e Clara Kormann (in memoriam), viúva de  Onildo Zirke, com o qual havia casado em 02.02.55 e ele veio a falecer aos 15 de fevereiro de 2006. Casamento 02 de fevereiro de 1955. Sete filhos: Marli Terezinha Imohf; Vera Lucia Habitzreuter, Clara Maria Heil, Denise Regina Posi, Rogério Luiz Zirke, Leomir Zirke e Valmir Zirke.  14 netos: Ricardo, Elizandra, Edegar, Viviane, Luize, Rafael, Gabriela, Isabela, Jaide, Gustavo, Carline, Valério Neto, João Victor e Luiz Henrique. Três bisnetos: Cleber, Pedro Henrique, Camile e está chegando o Vinícius.

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 Dona Trude servindo cafezinho ao filho

Com quais prefeitos trabalhou?
Trabalhei fazendo cafezinho e limpeza com os prefeitos Carlos Boos, Vadislau Schmitt, Ivo Fischer, João Baron, Guido Kormann, Valerio Maffezzolli e Orides Kormann, no primeiro mandato. Me aposentei depois de servir quase todos os prefeitos da cidade e não imaginava que um dia teria um filho vice-prefeito de Guabiruba. Quando o Valmir assumiu a prefeitura pela primeira vez, em junho de 2013, quando o Matias viajou para a Alemanha, fizemos uma homenagem. Depois que ele chegou para trabalhar no dia 11 de junho, eu entrei na sala para servir um cafezinho. Depois entraram os outros familiares. Foi um momento muito bonito e feliz. Ele gostou bastante.
Dos Prefeitos com que trabalhou, qual foi o mais simpático e qual o mais durão?
Não posso reclamar de nenhum, porque todos eles foram muito bons comigo. O Carlos Boos era como um pai pra mim. Todos os outros foram ótimos. Eu comecei a trabalhar na prefeitura em 1968 e fui registrada no mandato do prefeito João Baron, entre 1977 e 1983. Na época do Valério Maffezzolli fui atrás da minha aposentaria porque eu já tinha os anos que precisava para me aposentar. Depois eles perderam a eleição. Ganhou o Orides Kormann e o dr Luiz. Trabalhei uns dias e o Orides me chamou porque já era aposentada e me deu umas férias. Eu já sabia que ele ia colocar outra no meu lugar, mas não me importei porque eu era aposentada mesmo. Quando voltei de férias, me aposentei de vez.

Algum fato divertido durante alguma administração?
Um fato divertido que lembro é da época do prefeito Valério Maffezzolli. Sempre tinha uma comemoração no Dia do Funcionário Público. A gente ficava o dia todo numa festa na Chácara do Egon Schweigert, no Aymoré. Era um dia bem divertido, de conversa, descontração e de tomar um limãozinho. 

Como se sente sendo a mãe do Vice Prefeito de Guabiruba?
Feliz da vida. Eu não queria que alguém se envolvesse em política da minha família. Na época de eleição, era uma confusão na prefeitura e eu nunca gostei. Pensava que graças a Deus ninguém da minha família estava envolvido em política. Mas o Valmir foi candidato a prefeito em 2004. Em 2008 candidato a vereador e em 2013 assumiu como vice-prefeito. Hoje estou bem feliz. Sou feliz também por ver ele feliz. Esses tempos disse que não ia mais votar e ele me respondeu que o meu pai votou até os 94 anos e como que eu com 78 não queria mais. É mais um voto pra ele e eu decidi continuar votando.

O que faz hoje?
Pela manhã faço os serviços em casa. Cuido e limpo a casa, a chácara e faço almoço para mim e para um filho, que vem com a família almoçar comigo. À tarde passeio (risos). Vou aos Cafés dos Idosos, Cafés da Associação Hospitalar, visito meu irmão, faço minhas coisas. Vou por tudo de bicicleta. A gente até tem medo desse movimento todo, mas ainda uso a bicicleta. Às vezes penso em ir a pé, mas quando vou sair e vejo a bicicleta, acabo indo com ela. É mais rápido que ir a pé. Ando de bicicleta todos os dias.

Como conheceu o seu marido?
Conheci aqui em Guabiruba mesmo. Naquele tempo os homens negociavam cavalos, vacas e ele veio da Águas Claras pra cá. A gente foi se conhecendo e casamos. Fui morar na Águas Claras. Fiquei 10 anos lá. Depois voltei a morar em Guabiruba.           

A senhora é conhecida como Dona Trude?
Sim. Maria Gertrudes só me chama quem é de fora. Gente de Guabiruba me chama de Dona Trude.
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Dona Trude e os seus 7 filhos

Como são os encontros com a família?
Todo domingo aqui em casa tem café. Desde que meu marido faleceu, eu fazia um cafezinho ali em casa. Um dia meus filhos fizeram uma reunião comigo e disseram que não era mais pra eu fazer o café. Que eles traziam as coisas todas. Cada domingo um filho tem que trazer. É cachorro-quente, coruja, bolo, de tudo um pouco. Eu só faço o café e limpo depois. Não deixo ninguém lavar a louça. A gente fica conversando até umas 9 horas da noite. Todo domingo a família se reúne. Quem passa aqui, depois me pergunta o que aconteceu que tinha bastante gente reunida.

Gosta de Guabiruba?
Eu nasci em Guabiruba. Adoro esse lugar. É o meu lugar preferido. Morei na Águas Claras mas lá sofri muito. Não sou rica, mas era muito pobre e passei por muita dificuldade com meus filhos pequenos. Meu marido não tinha emprego fixo. Meu pai falou com o Carlos Boos na época para eu trabalhar na prefeitura, pois uma funcionária ia sair. E ele disse que eu podia começar a trabalhar. Dali em diante minha vida mudou, foi totalmente diferente. 


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 Dona Trude assinando como testemunha quando filho Zirke assumiu o cargo

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 Aniversário do Prefeito e sobrinho Valério Luiz Maffezzolli

Publicada no Jornal EM FOCO aos 05 de dezembro de 2014.