Odirlei Dell’ Agnolo
Contador e Assessor Administrativo
O entrevistado da semana é Odirlei Dell’Agnolo, nascido
em Brusque aos 09.09.1980 - ano da
fundação do PT - Partido
dos Trabalhadores – em São Paulo – filho de Rosa Amélia Dell’Agnolo e Ivan José Dell’Agnolo. Três irmãos: Débora, Leandro e Thamires (in
memoriam), namora Priscila Heil; tem uma filha: Isabela Carvalho. É Contador e presta Assessoria Administrativa e
estuda Filosofia.
Qual a sua formação
escolar?
Sou formado na Escola Básica Osvaldo Reis, Técnico em
Contabilidade pelo Honório Miranda, Bacharel em Direito pela Unifebe e
atualmente estudo Filosofia na Faculdade São Luiz.
Sonho de criança?
Viver livre. Minha infância foi muito livre: cresci na
Santa Rita em meio há umas 30 crianças da mesma geração, tudo muito humilde.
Meus irmãos e eu sempre tínhamos atividades com o restante da turma; minha mãe
ficava meio doida com a gente pois sempre saíamos para brincar na redondeza. A
gente se divertiu muito, e somos todos amigos até hoje. Alguns trabalham
comigo, outros são nossos clientes, é uma irmandade até os dias atuais, muito
bom.
Como foi a sua
juventude?
Minha juventude foi de olhar para o futuro, divertida e
prazerosa; nunca parei de estudar até hoje; fui esportista assíduo de várias
modalidades: levantador do time de vôlei do Osvaldo Reis, goleiro do time
juvenil do Brusque de futebol de salão, sou surfista. Sempre fui sonhador . Na
adolescência tive os primeiros contatos com experiências laborais: fui Office
boy, promother de eventos, fui envolvido com todas as coisas que um jovem pode
se envolver,sempre com a clareza que se é necessária ou aprendendo com a
própria vida, o que é bom ou o que é ruim, sou feliz por isso.
Pessoas que
influenciaram?
Família,
amigos, igreja católica, realidade social. Sempre fui muito questionador.
Insensato nominar qualquer coisa ou pessoa, pois o conjunto da obra é que
sempre me faz refletir.
Uma frase?
“Põe a semente na terra não será em vão, não se preocupe
a colheita plantas para o irmão”
Diz tudo!
Primeira Professora?
Minha primeira professora foi a Dona Zeli no Osvaldo Reis
em 1987, sob a diretoria da Professora Vera Bina; acho que o sobrenome da Dona
Zeli era Benvenutti. Foi uma professora inesquecível e super competente como
todo os demais. O colégio Osvaldo Reis é uma grande paixão minha.
Como responsável
direto pela Ordem Judicial que obrigou os vereadores a “vota” as atas do ex prefeito como viu a
“manobra” para adiar a votação das contas do ex prefeito? Esperava mais dos
vereadores da situação?
Como venho falando, penso que quem consente com a
bandidagem fica submetido a ela, então esses vereadores não são nada diferentes
das coisas que eles defendem e estão dispostos a passar por cima de qualquer
coisa pelo objetivo de estar no poder, ou seja, se defendem pessoas desabonados,
são desabonados também, se defendem pessoas boas, são pessoas boas também. Sobre os vereadores
da situação para mim é complicado cobrar qualquer postura, pois não fazem parte
do nosso partido político – o PSOL, ou do nosso grupo político, digo-lhe que
eles são o espelho de seus partidos.
Por quê a população está desacreditada com a política
de uma maneira geral ?
Penso que a
população não esta desacreditada na política, ela apenas não acredita nos
políticos e confunde isso com a política, pois não vê horizontes. A população
ainda não se deu conta de que a melhoria de vida de todos passa necessariamente
pela política, e não é fácil
conscientizar e despertar a fé de uma massa de pessoas desacreditadas.
As pessoas precisam acreditar na democracia e experimentá-la . Cotidianamente
nosso país vê políticos transformando-se em pizza. Tínhamos um Presidente da
República que ingeria nos outros poderes, como no caso Sarney, quando mandou
absolvê-lo no Senado. Penso que de
maneira geral as pessoas precisam coexistir politicamente, pois nós existimos enquanto seres humanos com
nossas famílias, religiões, trabalho etc... e não participamos ativamente da
vida política do país.
E os jovens por quê
estão desacreditados?
Os jovens têm uma capacidade muito grande de indignação,
o que em minha opinião. Muitas vezes é confundida pela população como revolta,
onde pensam que o jovem é revoltado, é nada, é indignado! E quem houve essa
indignação? Poucos, pois
cada um pensa no seu umbigo. Nós, jovens, somos os reais agentes de mudança em
uma sociedade, por isso temos que cuida e potencializar a juventude mirando uma
nova sociedade, um novo pensamento social. A população ainda pensa como na
época colonial, onde os senhores tinham o poder e o usavam contra quem os
enfrentassem, mesmo o enfrentamento sendo justo o cidadão sentia a perseguição
na pele. Hoje, na democracia, todos nós, individualmente temos poder: os
vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores, presidente e o
judiciário, são nossos empregados número
1 e tem que servir o povo e não utilizar o poder para ameaçar as pessoas,
perseguir grupos etc ... O poder é da
população e isso tem que ficar bem claro na mente das pessoas, aí elas vão
exercitar a cidadania com veemência.
E o pleito de 2012 –
como vê?
2012 está aí, vejo um campo aberto para as idéias.
O que motivou a
ingressar com a ação popular contra a prorrogação do transporte coletivo?
Que transporte público? Em minha opinião o que existe
hoje não é transporte público, o que chamam de transporte público da nossa
cidade é uma vergonha, além de ser muito caro. Entramos com a ação pois vimos
as ilegalidades e ir contra as leis é ir contra o povo, que faz as leis. Tenho
certeza que o transporte público de Brusque será realmente um serviço público
após a licitação, atendendo as necessidades da nossa população.
Como vê a
Administração Paulo R. Eccel e Evandro- Farinha -Farias?
Vejo a atual administração municipal diferente do que
imaginava que seria.
Por quê diferente?
Porque a grande mudança que o povo precisa é a mudança de
comportamento dos agentes políticos, isso que eu aposto e isso ta um pouco
longe daqui! Como dizia Cazuza “Eu vejo o futuro repetir o passado” . Um dia
veremos a frase do povo, pelo povo e para o povo em vez de o poder pelo poder
para o poder ser o norte dos nossos representantes políticos.
Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua
história de vida
Minha vida profissional começo cedo, com 15 anos entrei
na Contasse Contabilidade para ser office boy, e ali fiquei por quase três
anos, auxiliando no departamento contábil com um grande amigo, o Daniel Ristow,
o Juliano – proprietário da Contasse – foi o cara para mim; aprendi a ter ética
na vida profissional e tratar o trabalho como algo divertido e prazeroso. A
gente se divertia muito. Aprendi que nada é impossível de se fazer, ali ganhei
mais do que experiência profissional e conhecimento, ganhei a certeza de a
gente quando quer pode muito. Após fui trabalhar no setor de compras na Bilu,
outra grande experiência, muita gente boa de trabalhar, ali a minha veia
empreendedora arrebentou de vez. Nessa
época, em março de 1999, com 18 anos montei o escritório de contabilidade, para
atender uma micro empresa de uma grande amigo, logo outros amigos foram se
apropriando dos meus serviços, uns até
não me pagavam, mas não tinha problema pois o lema era se ajudar do jeito que
podíamos. Da Bilu fui para Contidata Contabilidade, cuidar do setor de
contabilidade e administração de Condomínios: a Ingrith e a Fabi me deram toda
a liberdade para fazer as coisa do meu jeito e isso eu gostava. Fique ali por 11 meses, nesse meio tempo
comecei a trabalha com o KIKI nas baldas, nessa época eu tinha 4 empregos:
trabalhava na Contidata, desenvolvia “home pages promother” de festas com o
Kiki e mantinha meu escritório . Ainda
bem que eu era perfeccionista, pois isso garantia a quali8dade dos serviços. Em
2000, com 19 anos, montei uma loja de jeans com um amigo, logo depois vendemos
e fomos para o Rock i Rio em 2001, coisa de jovem. Com o Kiki fiquei até 2002,
onde comecei a dar atenção exclusiva a contabilidade. Dessas experiências
todas, posso dizer que só trabalhei com pessoas de um ótimo coração, seres
humanos de verdade, amigos para sempre, eu sou
um pouco de cada um, com toda a certeza moram no meu coração, obrigado.
Hoje temos uma ótima equipe em meu escritório de contabilidade, também presto
assessoria administrativa em algumas empresas e assessoro e apoio algumas ONG’s, que cumprem seu papel social
pelo esta afora. A luta é grande.
Algo que você apostou
e não deu certo?
Sempre levei a vida na leveza, não podemos fazer mais do
que podemos realmente fazer,; errar e acertar faz parte da vida, quando alguma
coisa não dá certo existem milhões de outras acontecendo que estão dando certo,
então eu aproveito essas. Eu não me decepciono com as coisas que faço, sou
muito bem resolvido e sei de todas as possibilidades e aceito elas. Me
decepciono com atitudes de pessoas, mas isso também é normal, pois temos perfis
muito diferentes, uns são mais solidários, outros são mais egoístas e assim
caminha a humanidade.
O que faria se
estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
Sou feliz por toda a coragem que tenho dentro de mim, e
por toda a sensibilidade que tenho. Nossas vidas são abençoadas e iluminadas, e
a gente tem que ter a certeza disso. Coragem não me faltou para nada o que
faço, principalmente no campo social, quando entro em alguma coisa, dentro de
cabeça, confiante. Talvez alguma vez faltou condições de agir, mas me recordo
agora de um fato em si.
O que aplica dos
grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
A fé no futuro, são educadores, pois acreditam no futuro,
eu agradeço a cada um e me orgulho deles. Em cada conversa a gente aprende algo,
tira a dúvida sobre algo. Debates são o que movem o pensamento e evolução
humana. A melhor coisa é você ter paz para acreditar que somos imperfeitos e
aceitar essa imperfeição é si aceitar como ser humano, mas sempre buscando
fazer o bem. Vou e quero ter muitos educadores ainda, pois como diz o nosso grande Rui Barbosa
“estudante sou, nada mais!”
Quais as maiores
decepções e alegrias que teve?
Todos os males vem para o bem, a gente só aprende
sentindo-os transformando-os em coisas boas. A tristeza, decepções e alegrias
fazem parte da nossa vida; temos que olhar sempre para frente, ter fé, ter
coisas boas para oferecer, coisas que saem de dentro da gente, coisas humanas.
A vida passa muito rápida, aproveitar as adversidades para sempre aceitar as
diversidades. Aceitar, essa é a palavra que me dá a Paz que eu preciso para
viver. Um dia, quem sabe, a gente aprende a Ser Humano.
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