Maria
Gertrudes Zirke, popular Dona Trude
A MULHER DO CAFEZINHO
A entrevistada desta semana é Maria Gertrudes Zirke, nascida aos 24 de
janeiro de 1936 - 78 anos; filha de Leo Kormann e Clara Kormann (in memoriam),
viúva de Onildo Zirke, com o qual havia
casado em 02.02.55 e ele veio a falecer aos 15 de fevereiro de 2006. Casamento 02
de fevereiro de 1955. Sete filhos:
Marli Terezinha Imohf; Vera Lucia Habitzreuter, Clara Maria Heil, Denise Regina
Posi, Rogério Luiz Zirke, Leomir Zirke e Valmir Zirke. 14
netos: Ricardo, Elizandra, Edegar, Viviane, Luize, Rafael, Gabriela,
Isabela, Jaide, Gustavo, Carline, Valério Neto, João Victor e Luiz Henrique.
Três bisnetos:
Cleber, Pedro Henrique, Camile e está chegando o Vinícius.
Dona Trude servindo cafezinho ao filho
Com quais prefeitos trabalhou?
Trabalhei
fazendo cafezinho e limpeza com os prefeitos Carlos Boos, Vadislau Schmitt, Ivo
Fischer, João Baron, Guido Kormann, Valerio Maffezzolli e Orides Kormann, no
primeiro mandato. Me aposentei depois de servir quase todos os prefeitos da
cidade e não imaginava que um dia teria um filho vice-prefeito de Guabiruba.
Quando o Valmir assumiu a prefeitura pela primeira vez, em junho de 2013,
quando o Matias viajou para a Alemanha, fizemos uma homenagem. Depois que ele
chegou para trabalhar no dia 11 de junho, eu entrei na sala para servir um
cafezinho. Depois entraram os outros familiares. Foi um momento muito bonito e
feliz. Ele gostou bastante.
Dos Prefeitos com que trabalhou,
qual foi o mais simpático e qual o mais durão?
Não posso reclamar de nenhum,
porque todos eles foram muito bons comigo. O Carlos Boos era como um pai pra
mim. Todos os outros foram ótimos. Eu comecei a trabalhar na prefeitura em 1968
e fui registrada no mandato do prefeito João Baron, entre 1977 e 1983. Na época
do Valério Maffezzolli fui atrás da minha aposentaria porque eu já tinha os
anos que precisava para me aposentar. Depois eles perderam a eleição. Ganhou o
Orides Kormann e o dr Luiz. Trabalhei uns dias e o Orides me chamou porque já
era aposentada e me deu umas férias. Eu já sabia que ele ia colocar outra no
meu lugar, mas não me importei porque eu era aposentada mesmo. Quando voltei de
férias, me aposentei de vez.
Algum fato divertido durante
alguma administração?
Um fato divertido que lembro é da
época do prefeito Valério Maffezzolli. Sempre tinha uma comemoração no Dia do
Funcionário Público. A gente ficava o dia todo numa festa na Chácara do Egon
Schweigert, no Aymoré. Era um dia bem divertido, de conversa, descontração e de
tomar um limãozinho.
Como se sente sendo a mãe do Vice
Prefeito de Guabiruba?
Feliz da vida. Eu não queria que
alguém se envolvesse em política da minha família. Na época de eleição, era uma
confusão na prefeitura e eu nunca gostei. Pensava que graças a Deus ninguém da
minha família estava envolvido em política. Mas o Valmir foi candidato a
prefeito em 2004. Em 2008 candidato a vereador e em 2013 assumiu como
vice-prefeito. Hoje estou bem feliz. Sou feliz também por ver ele feliz. Esses
tempos disse que não ia mais votar e ele me respondeu que o meu pai votou até
os 94 anos e como que eu com 78 não queria mais. É mais um voto pra ele e eu
decidi continuar votando.
O que faz hoje?
Pela manhã faço os serviços em
casa. Cuido e limpo a casa, a chácara e faço almoço para mim e para um filho,
que vem com a família almoçar comigo. À tarde passeio (risos). Vou aos Cafés
dos Idosos, Cafés da Associação Hospitalar, visito meu irmão, faço minhas coisas.
Vou por tudo de bicicleta. A gente até tem medo desse movimento todo, mas ainda
uso a bicicleta. Às vezes penso em ir a pé, mas quando vou sair e vejo a
bicicleta, acabo indo com ela. É mais rápido que ir a pé. Ando de bicicleta
todos os dias.
Como conheceu o seu marido?
Conheci aqui em Guabiruba mesmo.
Naquele tempo os homens negociavam cavalos, vacas e ele veio da Águas Claras
pra cá. A gente foi se conhecendo e casamos. Fui morar na Águas Claras. Fiquei
10 anos lá. Depois voltei a morar em Guabiruba.
A senhora é conhecida como Dona
Trude?
Sim. Maria Gertrudes só me chama
quem é de fora. Gente de Guabiruba me chama de Dona Trude.
Dona Trude e os seus 7 filhos
Como são os encontros com a
família?
Todo domingo aqui em casa tem
café. Desde que meu marido faleceu, eu fazia um cafezinho ali em casa. Um dia
meus filhos fizeram uma reunião comigo e disseram que não era mais pra eu fazer
o café. Que eles traziam as coisas todas. Cada domingo um filho tem que trazer.
É cachorro-quente, coruja, bolo, de tudo um pouco. Eu só faço o café e limpo
depois. Não deixo ninguém lavar a louça. A gente fica conversando até umas 9
horas da noite. Todo domingo a família se reúne. Quem passa aqui, depois me
pergunta o que aconteceu que tinha bastante gente reunida.
Gosta de Guabiruba?
Eu nasci em Guabiruba. Adoro esse
lugar. É o meu lugar preferido. Morei na Águas Claras mas lá sofri muito. Não
sou rica, mas era muito pobre e passei por muita dificuldade com meus filhos
pequenos. Meu marido não tinha emprego fixo. Meu pai falou com o Carlos Boos na
época para eu trabalhar na prefeitura, pois uma funcionária ia sair. E ele
disse que eu podia começar a trabalhar. Dali em diante minha vida mudou, foi
totalmente diferente.
Dona Trude assinando como testemunha quando filho Zirke assumiu o cargo
Aniversário do Prefeito e sobrinho Valério Luiz Maffezzolli
Publicada no Jornal EM FOCO aos 05 de dezembro de 2014.
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