Saulo Adami
70 livros em 40 anos de carreira
Domingo, 16 de março de 1975, 15
horas. Em uma casa do Arraial dos Cunhas, foi encenada a peça teatral
"Show do riso" com elenco predominantemente jovem. Eram estudantes na
faixa dos 10 aos 16 anos, moradores da comunidade rural de Itajaí, que montaram
uma comédia inspirada nos programas humorísticos que estavam no ar na televisão
brasileira, a exemplo de "Chico City". Um destes estudantes era Saulo
Adami, de 10 anos de idade, que escreveu o texto da peça e já havia escrito as
primeiras crônicas e os primeiros contos de sua carreira.
Quarta-feira, 17 de dezembro de
2014, 19 horas. No auditório do Sintrivest (Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias do Vestuário de Brusque), do qual Adami foi o primeiro assessor de
imprensa contratado em 1992, foi lançado o livro "Personalidades em
Foco", que ele organizou reunindo trechos pinçados das entrevistas que
realizei para o jornal "Em Foco", a partir de 2010.
Nestes 40 anos que separam os dois
eventos, Saulo Adami escreveu, produziu e dirigiu 30 peças de teatro; escreveu
roteiros para documentários para vídeo e cinema; escreveu e publicou 70 livros
nas áreas de literatura, biografia e história; editou outras 90 obras de
autores locais e regionais. Em 1978, iniciou as pesquisas que o transformaram
em referência mundial quando o assunto é a história das produções e dos
bastidores das séries de cinema e televisão "O Planeta dos Macacos"
(1968-2014).
Nascido em Brusque em 21 de
fevereiro de 1965, filho dos comerciantes Teresa Conte e Luís Avaní Adami.
Casado com a psicóloga paranaense Jeanine Wandratsch Adami, divide seu tempo
entre o Paraná e Santa Catarina, atendendo a interessados em desenvolver
projetos editoriais. Em 2015, está trabalhando em um livro que conta a história
da família Bissoni, oriunda da Itália, que fez história em Botuverá e Brusque,
Santa Catarina, e em Rondonópolis, Mato Grosso.
De
quem partiu o convite para você preparar o livro “Personalidades em Foco”? Deu
muito trabalho para preparar os originais?
Gianesini, para mim foi uma dupla
satisfação ser convidado para organizar o livro. Primeiro, porque conheço seu
trabalho há muito tempo, desde as primeiras entrevistas publicadas em outros
jornais de circulação local e regional. Segundo, porque livro é o meu veículo
de comunicação preferido. Quando fui convidado pela editora do jornal "Em
Foco", Adriana Moraes Horst, aceitei na hora! E, para minha alegria, o
livro foi bem recebido pelos leitores, também. Dar trabalho é normal, mas a
experiência ajuda bastante. O volume de informações era grande, mas depois que
encontrei a fórmula tudo ficou mais fácil. Se fôssemos reproduzir cada uma das
entrevistas na íntegra, teríamos um livro com mais de 2 mil páginas, o que se
tornaria economicamente inviável. Assim, pincei algumas das frases mais
importantes no depoimento de cada entrevistado. Considero este um bom livro.
Há
mais alguns títulos a caminho, encomendados pela direção do jornal “Em Foco”?
Estamos avaliando sugestões e ao
mesmo tempo propondo outras. O tempo irá dizer, mas já avisei que estarei sempre
pronto e disposto a colaborar com o que for necessário. Escrever livros sob
encomenda é um dos meus desafios preferidos!
Quando
começou seu interesse pelo "Planeta dos Macacos"?
Desde os meus dez anos de idade,
acompanho os filmes e as demais produções relativas ao tema. De fã, passei a
pesquisador, e em 1978 fiz as primeiras anotações que resultaram no livro
"O único humano bom é aquele que está morto!" (Editora Aleph/S&T
Produções, 1996). Depois, vieram mais dois livros: "Diários de Hollywood:
Um brasileiro no Planeta dos Macacos" (S&T Editores, 2008) e
"Perdidos no Planeta dos Macacos" (Clube de Autores, 2013), este com
Angelo Junior.
Desde
quando você está trabalhando no novo livro “Homem não entende nada! Arquivos
secretos do Planeta dos Macacos”? E o que diferencia este dos demais livros que
você já lançou sobre o tema?
Considerando que este é o quarto
livro que escrevo sobre o assunto, e que ele reúne os conteúdos dos três livros
anteriores e mais de 200 páginas inéditas, posso afirmar que ele começou a ser
escrito em 1978. Portanto, é o resultado de 36 anos de pesquisas. Os principais
diferenciais são as entrevistas exclusivas com astros, estrelas e técnicos que
participaram desta produções e que tive o privilégio de entrevistar pessoalmente
ou através de amigos nos Estados Unidos e na Inglaterra. Ao submeter os
originais do livro ao meu amigo e autor do livro "Quando os macacos
dominavam a Terra" (Ópera Graphica, 2000), Eduardo Torelli, ele me disse
que com este quarto livro eu esgotei o tema. Então, acredito que fará sucesso.
Espero em breve ter oportunidade para lançar uma versão em língua inglesa, para
poder atender aos reclames dos correspondentes e colaboradores que tenho em
outros países.
Como
surgiu o convite para editar o livro no Paraná?
O que está sendo preparado para o lançamento do livro? Brusque também
está no seu roteiro de autógrafos?
Participando como convidado da
"Gibicon Curitiba", em setembro do ano passado, reencontrei o professor
Carlos Alberto Machado que, sabendo que eu tinha um novo livro sobre "O
Planeta dos Macacos", sugeriu que fizesse contato com a Editora Estronho,
de São José dos Pinhais. Os editores Marcelo Amado e Celly Borges ficaram
interessados pela obra, e agora teremos o seu lançamento em junho de 2015. O
livro será lançado durante o evento "Mondo Estronho", promovido
anualmente pela editora, em Curitiba. Teremos alguns itens da minha coleção
expostos naquele dia, certamente. E a partir de julho estaremos participando de
sessões de autógrafos em outras cidades e estados (Santa Catarina, São Paulo,
Rio Grande do Sul...). Brusque está no roteiro, fiz contato com a Fundação
Cultural, gostaria de integrar o calendário de aniversário da cidade, em
agosto. Estamos aguardando a resposta.
Dos
seus 70 livros publicados, qual foi o primeiro? E qual será o próximo?
O primeiro foi
"Cicatrizes" (1982), reunindo obras em poesia, conto e crônica. De
vez em quando, bate a saudade e releio algumas páginas. Para alguns autores, o
primeiro livro nem sempre traz boas memórias. Eu sempre gostei do meu. O
próximo livro está sempre a caminho. No meu caso, para 2015 há mais de um a ser
publicado. Uma biografia do médico e político José Celso Bonatelli está em fase
de conclusão, e já iniciei as entrevistas para um livro conta a história da
família Bissoni, oriunda da Itália, que chegou a Botuverá na década de 1870.
Mas, há outros livros, em áreas diferentes, como "O voo da ema", que
assim como "Cicatrizes" reúne mais de um gênero literário: poesia,
conto, crônica e novela. Alguns deles nascem de encomendas ou sugestões, outros
da observação e da inspiração. Para mim, tudo dá um livro; e todo livro tem sua
importância e sua razão de existir. Que nunca me faltem livros e nem espiração!
Em
2015, você completa 50 anos de vida em fevereiro e 40 de carreira literária em
março. Está sendo preparada alguma comemoração?
Primeiro quero atravessar 2015, se
possível com alguns pares de obras nas livrarias brasileiras. "Homem não
entende nada!" é um livro com potencial, principalmente agora que os novos
filmes "Planeta dos Macacos" estão sendo produzidos e têm agitado fãs
no mundo inteiro. Espero ter oportunidade de lançar edições revistas e
ampliadas, por muito tempo ainda! Com Jeanine, estou desenvolvendo projetos de
livros e promovendo oficinas literárias. Espero continuar sendo convidado para
eventos nacionais e internacionais ligados a cinema e literatura. Estou vivendo
o melhor momento da minha carreira como escritor, e isso me estimula a projetar
não apenas novos livros, mas também filmes. Pretendo fazer de cada lançamento
de livro ou de filme um momento de comemoração! Além disso, tenho procurado
incluir exemplares dos meus livros em projetos comunitários, como "Pegaí
Leitura Grátis", de Ponta Grossa, Paraná, coordenado pelo professor
universitário Idomar Augusto Cerutti; e em bibliotecas comunitárias de outros
estados. Pretendo continuar contribuindo com bibliotecas públicas das cidades
que são temas ou persoangens dos livros que escrevo ou edito, o que faço desde
1982.
Você
está trabalhando em um novo filme sobre Brusque e região?
Escrevi no ano passado o roteiro do
documentário "Vozes do Meu Vale", produção da Prime Filmes com
direção de Darlan Serafini. O filme mostra a preservação dos dialetos falados
pelos imigrantes que vieram da Europa no século 19 e ajudaram a construir a
história do Vale do Itajaí Mirim. Acredito que fará tanto sucesso quanto
"Expedições à Cidade Schneeburg" (2013), que foi exibido no Cine
Gracher e distribuído às escolas de Brusque e região. A produção teve início em
fevereiro, em uma aldeia indígena. E outras histórias estão a caminho, esperando
apenas o sinal verde para a sua produção. Este 2015 prometeEntrevista publicada no Jornal Em Foco aos 20 de fevereiro de 2015
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