OLI
RODRIGUES JUNIOR
Publicitário
e Professor Universitário
O entrevistado desta semana é com o publicitário-
É publicitário e tem minha própria agência - e professor
universitário Oli Rodrigues Jr,
filho de Oli Rodrigues e de Alaís Peixoto Rodrigues, nascido em
Brusque aos 25 de fevereiro de 1974; cônjuge Melissa Haag Rodrigues;
filhos: Clara e Alice.
O
que sonhava ser quando criança?
Nunca pensei muito no que queria ser quando
crescesse. Eu não era uma criança preocupada com o future, mas
adorava pintar e desenhar. Meus brinquedos favoritos sempre foram
brinquedos de montar.
Pessoas
que influenciaram?
Influências em minha vida foram muitas e mudaram
ao longo do tempo. A arte sempre ficou entranhada em meus
pensamentos. Durante a infância, no colégio, eu gostava muito de
Salvador Dali e Picasso. Sentia neles uma força imagetica. Durante
minha pré adolescência eu fui perdendo a inocência e descobrindo
as revistas em quadrinhos underground, então acabei sofrendo
influências dos cartunistas Laerte, angeli e Luiz Gê. Conforme ia
me aprofundando nos quadrinhos minhas referências foram mudando. Os
quadrinhos franceses, espanhóis e italianos entraram com força:
Moebius, Liberatore, Manara, Jaime Martin. Do cinema, eu via Fellini,
Jarmusch, Kurosawa e Kubrick. Mas tudo isso de informação visual e
visão crítica eu aprendi com 3 professores: Vania Gevaerd, o Paulo
Stocker e Ricardo José Engel.
Histórico
escolar ?
Estudei minha vida inteira no São Luiz. Dali fui
pra FURB fazer Direito e acabei desistindo. Então fiz faculdade de
Comunicação Social na mesma instituição e pós em Design na
Univali.
De
que atividades gostava de participar?
Eu
era muito introspectivo e nunca fui afeito a atividades em grupo. Era
cordial com meus colegas e amigos de turma, mas eu era descoordenado
e sempre acabava por ultimo na escolha das pessoas pro time de
futebol. Eu sempre gostei de pintar e desenhar. E lia. Lia muito.
Devorava livros do Julio Verne. Na adolescência eu fui capturado
pelo rock e os quadrinhos independentes. Lia muita contracultura:
Kerouak, Burroughs e Allen Ginsberg. Também fui arrebatado pelo
grande cinema. Filmes de arte e principalmente Kubrick, cujo trabalho
amo de paixão. Nesta época eu adorava desenhar a mão. No início
da minha faculdade descobri a computação gráfica e o design.
Descobri que estava perdido, era o que eu seria no future: designer
gráfico.
Primeiro/a
professor/a?
Minha
primeira professora foi a pessoa de quem eu mais pego no pé. A Tia
Vânia. Ela fica muito brava quando falo isso. No antigo pré-escolar
foi a dona Miriam Colzani e na escola foi a Dona Miriam Belli.
Grandes
professores?
Já
citei todos? Não… Meu pai, indiretamente, pois sei que ele
estudava muito e sabia de muita coisa. Um grande professor que perdi
muito cedo. Outros professores importantes na faculdade foram a Ana
Maria Kovaks e a Ana Simões. Tive aula com o Professor Vasco
Moretto, que é físico e é genial. O Cortella, o Clóvis de Barros,
o Evaldo Moresco, o Ivo Mattioli. Esse assunto está até ficando
repetitivo pois são muitos que sabem e me mostram até hoje que
tenho ainda muito o que melhorar nas minhas atividades em sala de
aula.
Que
matérias mais gostava e as que mais detestava?
Gostava de História, Educação artística e
Língua Portuguesa. Detestava Matemática e Física.
Fale
de sua trajetória:
Sou tão prolixo, mas vamos lá. Eu me formei
publicitário por influência da minha esposa, que conheci na
faculdade. Atuei em diversas empresas e agências de publicidade da
região. Passei um bom tempo trabalhando na GD Arte, saí e fui
trabalhar no studio fotográfico do Thiago Bellini antes de abrir
minha agência: Magna Comunicação. Entre a GD Arte e a Magna, eu
acabei descobrindo minha segunda atividade: docência. Entrei no
SENAC e comecei minhas aulas. Me tornei docente na faculdade e daí
viciei em aulas. Aprendo muito com meus alunos e eles comigo.
Acho que escrevi de forma confuse e falei pouco
sobre minha trajetória, mas as outras perguntas supreme essas
informações.
E
a Pós em design?
Minha pós
em design foi um momento muito importante, pois não havia curso de
graduação em Design Gráfico. Fiz muitos contatos e aprendi muita
coisa. Também confirmei na teoria muito do que na minha prática eu
já utilizava. Foi lá que reencontrei minha amiga de faculdade que
acabou se tornando minha sócia na Magna Comunicação, minha agência
de publicidade, a Meliza.
Apresente a Magna
A Magna é
uma agência de publicidade enxuta e com muita experiência. Todos
que trabalham lá tem mais de 15 anos de experiência em suas áreas
de atuação. Temos um olhar crítico e apurado para a comunicação.
Nosso atendimento é bastante diferenciado e temos uma excelente
estrutura física, somos dinâmicos e cheios de fôlego, sem perder o
foco no mercado. Nosso portfolio você pode encontrar no site
www.magna.art.br
e em nossa fanpage https://www.facebook.com/magnacom
Algo
que você apostou e não deu certo?
Muitas
coisas. Apostei que seria médico e nem tentei vestibular. Apostei
que seria advogado e não terminei a faculdade. Apostei em pessoas
que nunca me deram sequer uma decepção, pois os negócios morreram
bem antes de chegar a tal ponto. Apostamos todo dia em coisas que
acabam dando em nada.
O
que aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu
dia a dia?
Eu
nunca consigo aplicar plenamente tudo que aprendi. Isto é fato. Mas
isso não quer dizer que eu não possa ao menos tentar. Grandes
mestres sempre tem algo do dia-a-dia para nos ensinar. Acho que são
as posturas diante da vida e da sociedade que tento aplicar:
estoicismo diante das agruras, as visões aristotélica e de Cristo
do amor, etc... Acho que isso que os professores nos legam.
Infelizmente hoje os professores tem sido frustrados nesse intento.
Seja por nossas atitudes ou pelo momento histórico que vivemos.
O
que faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de
fazer?
Com
certeza teria aberto mais cedo o meu próprio negócio. Não tinha
tino e muito menos coragem para isso. Foi total falta de iniciativa
mesmo, confesso. Era jovem e medroso.
Quais
as maiores decepções e alegrias que teve?
Alegrias
tive muitas. A maior foi a família que constituí. Minhas filhas são
meu maior legado. Não penso muito nas decepções, afinal se
pensarmos nelas o tempo todo acabamos escravos de arrependimentos,
presos a um passado morto e enterrado. Devemos observar nossas
decepções sem sentimento, de forma analítica, para que possamos
aprender com estes erros e não repeti-los no futuro.
Qual
o maior desafio que já enfrentou?
Meu maior desafio foi ter aberto minha empresa.
Sempre brinco que abri minha empresa para poder trabalhar de Bermuda,
pois nunca podia trabalhar de bermuda onde fui funcionário. Abrir o
próprio negócio é o grande desafio de qualquer pessoa, pois
precisa aprender com suas limitações e dar asas as suas qualidades.
Muitas vezes fazemos o contrário.
Quais
as suas aspirações?
Sem dúvida é ter mais tempo para minha segunda
atividade: a arte da caligrafia. Adoro pintar e desenhar. Gostaria de
ter mais dias livres com minhas filhas, que crescem rápido e me
cobram a presença em casa. Mas elas irão compreender no futuro que
fiz tudo para que elas fossem bem criadas e preparadas para a vida.
Quais
os melhores livros que leu?
Nossa que pergunta longa de se responder. Posso
pular essa? Não né? Eu tenho autores favoritos, dos quais li muita
coisa. Vamos lá: Ítalo Calvino, Jorge Luiz Borges, H.P. Lovecraft,
Fustel de Coulanges, Donis A. Dondis, Julio Verne, Ernest Hemingway,
Clive Barker, Orwell, Neil Gaiman, Tolkien, Enciclopédias e
compêndios sobre a Segunda Guerra. História da arte, qualquer coisa
sobre Roma, Homero, Dante Alighieri, Teogonia, Gilgamesh. Marco
Luchesi, Melville, Bernard Cornwell. Livros de tipografia e
caligrafia. Nossa, citei demais.
O que está lendo agora?
Estou lendo 2 livros e relendo 1. Estou lendo “Os
Sonâmbulos” e “Primeira Guerra Mundial” de Lawrence Sondhaus.
Releio um pequeno livro que guardo no coracão chamado Gilgamesh, Rei
de Uruk. Este livro é importante por ser o texto mais antigo
encontrado até agora. Ele trata da história do Rei Gilgamesh da
cidade de Uruk, na suméria. Suas aventuras em busca de glória,
depois em busca da imortalidade. Leio este livro às vezes ao mesmo
tempo que escuto através de um site a declamação dos escritos na
língua original: http://www.soas.ac.uk/baplar/recordings/
Quando
descobri este site fiquei muito emocionado, pois escutar as palavras
na língua original, há muito tempo morta, faz minha imaginação
voar e acabo voltando ao periodo.
Costuma
ler jornais
Ah
sim, costumo ler jornais. Gosto de lê-los de trás para a frente e
pulo a página de esportes.
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