Desembargador
Dr Carlos Alberto Civinski
TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA
Filiação
: Raul e Silvéria Civinski; nascido em Brusque, em 17 de
setembro de 1960. Casado com Vanessa; filhos:, Bruna e Carlos Filho
'''Torce
para que equipes?'''
Apesar
dos últimos tropeços, torço pelo Vasco da Gama. Em Brusque, pelo
Paysandu, ambos por influência de meu pai. Mas, como sou
bairrista, quando o Carlos Renaux e o Brusque atuam contra outros
times também torço para eles, assim como para os demais times
catarinenses quando atuam contra times de fora.
'''Data
da nomeação como juiz e como desembargador?'''
Posse
como juiz substituto em 12 de agosto de 1988, com desembargador
substituto em 17 de novembro de 2008 e como desembargador titular em
16 de março de 2012.
'''Que
Câmara integra? Quais são os demais Desembargadores que integram a
Câmara?'''
Integro
atualmente a 1ª Câmara Criminal que julga os processos de natureza
penal e aqueles em que adolescentes praticam crimes, que tecnicamente
são chamados de atos infracionais. Por atuar em câmara criminal,
faço parte da Seção Criminal, órgão que reúne todos os
desembargadores com atuação na área e do Pleno do Tribunal, que
aprecia as questões administrativas, como a promoção dos juízes,
criação de varas e comarcas, a escolha do juiz que responderá pela
Direção do Foro e também analisa os processos administrativos que
apuram desvios de condutas de magistrados. A 1ª Câmara Criminal é
presidida por uma mulher brusquense, a Desembargadora Marli
Mosimann Vargas, que durante muitos anos atuou como juíza criminal
na cidade de Itajaí. Compõem a Câmara, ainda, o
Desembargador Paulo Roberto Sartorato, que atuou comigo na Câmara
Civil Especial e tomou posse na mesma solenidade e o Juiz de Segundo
Grau Newton Varella Júnior.
'''Quais
são as causas mais frequentes que são julgadas?'''
As
Câmaras Criminais do Tribunal possuem volume expressivo de ações
penais relacionadas aos crimes contra o patrimônio, destacando-se
roubo, furto, estelionato e apropriação indébita. Julgamos,
também, muitos processos de latrocínio, tráfico de drogas,
homicídio, estupro, crimes de trânsito e envolvendo armas de fogo
(posse e porte ilegal e disparo). Há um volume menor de crimes
contra a mulher (ameaça e lesão corporal envolvendo violência
doméstica), crimes ambientais, contra a administração pública
(corrupção, concussão) e tributários. Felizmente nosso Estado não
apresenta número tão significativo de crimes como extorsão
mediante sequestro. Essas são as causas mais comuns.Na Seção
Criminal, discute-se mais questões técnicas relacionadas às
divergências existentes entre os membros da Câmara em determinado
processo ou a revisão do julgado quando a decisão de que não caiba
mais recurso for considera injusta, ilegal.
'''Em
novembro de 2013 , o Desembargador completa 4 anos como integrante do
Tribunal de Justiça. Como V.Exa. viu o seu desempenho no período?'''
Penso
que cabe aos jurisdicionados e aos advogados avaliarem o desempenho
que tive tanto na Comarca de Brusque como estou tendo no Tribunal de
Justiça atualmente. Não posso tecer elogios a minha pessoa, mas
tenho dever de prestar contas ao contribuinte. Continuo recebendo
todos os advogados e cidadãos em meu gabinete sem qualquer
burocracia e os pedidos de preferência são atendidos com a
celeridade possível, como é de conhecimento dos advogados que
militam na Comarca de Brusque. Quanto à rotina de trabalho no
Tribunal, observo que não exige menos energia e disposição do
magistrado como alguns podem pensar. É comum as pessoas pensarem
que, depois de ser promovido, o desembargador tem bem menos trabalho
em Florianópolis. A assessoria de fato é composta por um número
maior de servidores, mas o volume de trabalho é proporcionalmente
maior, enorme dependendo da Câmara e as decisões que adotamos
servem, muitas vezes, de paradigma, orientação de como os juízes
que atuam na Comarca podem solucionar problemas parecidos. Então um
erro do Tribunal pode induzir em erro muitos outros magistrados e
gerar um prejuízo maior para o jurisdicionado. Temos uma
fiscalização mais intensa do que ocorre nas comarcas, pois em todas
as sessões de julgamento contamos com a presença de estudantes que
se dirigem de todos os locais do Estado para acompanhar a rotina do
Tribunal, além dos advogados e procuradores de Justiça. Na comarca,
o juiz decide sozinho, eventual erro será examinado apenas depois.
No Tribunal, o processo é examinado por três desembargadores. Logo,
se houver erro na decisão que sugeri, no mesmo momento outro
desembargador irá divergir e talvez a opinião que manifestei
inicialmente não seja a decisão final. Os advogados aparecem para
manifestar oralmente os motivos que favorecem os seus clientes. Se o
meu voto não rebater adequadamente os argumentos, dificilmente
prevalecerá. Outrossim, há inegavelmente uma fiscalização muito
maior na hora do julgamento. Quando ingressei no Tribunal, em
novembro de 2008, recebi 1732 agravos de instrumentos conclusos em
gabinete na Câmara Civil Especial. Em dezembro de 2009, estava com
menos de 200 processos para apreciar. Foi um ano de trabalho muito
intenso, pois ainda acumulei a função de julgar processos na 1ª
Câmara Criminal, em substituição ao ex-presidente do Tribunal,
eminente Des. Amaral e Silva. Foram quase 4 meses de atuação em
duas câmaras, mas não tive dificuldades em me adaptar à nova
função. Primeiro, porque sempre estudei muito os processos antes de
julgá-los, então só mantive a rotina que adotava em Brusque, o que
dá segurança para julgar um número considerável de processos por
sessão. Segundo, porque montei a assessoria com perfil técnico e
dedicado, que conseguiu se alinhar rapidamente ao meu estilo de
trabalho. Após a experiência na Câmara Civil Especial, migrei para
a recém criada 4ª Câmara Criminal, na qual pude relatar alguns
processos de repercussão regional e contribuir com debates na Seção
Criminal, como o caso da morte de uma criança na pia batismal numa
Igreja em Joinville, sendo que o processo foi decidido por apenas um
voto de diferença. A passagem pela 3ª Câmara de Direito Comercial
foi rápida e não pude estabelecer uma rotina de trabalho, pois logo
abriu a vaga na 1ª Câmara Criminal que integro atualmente. Recebi
um acervo de mais de quase 700 processos em maio do ano passado e
hoje, após a sessão de julgamento da última sessão que
participei, estou com menos de quinhentos processos em gabinete.
Neste período tive dois meses afastado do julgamento e ainda tivemos
o período de férias dos advogados, que é conhecido como recesso
(meados de dezembro até início de janeiro). O planejamento que
montei é para terminar o ano examinando os processos que entraram no
máximo no mês anterior. Vamos trabalhar com afinco e, com a ajuda
divina, conseguiremos terminar o ano com nosso trabalho em dia.
'''Como
V. Exa. vê a imagem da instituição?'''
Como
toda instituição foi feita pelo homem, não por Deus, é passível
de correções e melhoramentos. Nas pesquisas de opinião as pessoas
dão maior credibilidade ao Corpo de Bombeiros e Ministério Público
do que aos juízes, só que na verdade quando aparece algum problema
acabam se socorrendo do Judiciário. Se a credibilidade fosse assim
baixa como dizem as pesquisas, não seríamos tão procurados pela
população. É importante aproveitar espaço para tentar compreender
porque se diz que a credibilidade da Justiça não é tão alta.
Primeiro, porque a imensa maioria das pessoas nunca entrou no Fórum
ou no Tribunal para assistir a uma sessão onde se coletam as provas
e são realizados os julgamentos. Criticam sem conhecer. Não há
reuniões ou conchavos que endossem o que se chama “caixa preta”.
No Tribunal, as decisões são públicas, fundamentadas sob pena de
não valerem. Muitos que reclamam da decisão de um juiz, não foram
assistir aos depoimentos das testemunhas para ver o que elas contaram
no Fórum. O juiz decide com base no que ouviu na sala de audiências.
Vocês acham que todas as testemunhas relatam ao juiz o que ocorreu
mesmo que isso prejudique seu colega de trabalho, conhecido da
família, vizinho? Quem do povo não tem resistência em denunciar
para a polícia ou para o promotor as coisas erradas que já viu?
Aposto que todo vizinho de traficante sabe que há prática do
tráfico, porém não denuncia. A Constituição diz que segurança
pública é dever da sociedade. Quem tem que garantir a ordem é a
polícia e os órgãos da justiça, mas com a ajuda da comunidade.
Resumindo, sem a sinceridade da testemunha e das partes corremos
maior risco de errar e de proferir decisões injustas. Isso afetará
em muito a credibilidade da justiça para as pessoas envolvidas no
processo. Talvez seja a única causa da vida daquela pessoa, que
acabará levando uma péssima imagem para o resto da vida. Porém,
ninguém critica com a mesma veemência uma testemunha que omite
dados que elucidarão os fatos. É preciso que se diga que essas
pessoas são responsáveis pela injustiça. As pessoas elogiam quando
a polícia prende, mas muitas vezes isso só foi feito porque o
ministério público pediu e o juiz assim o determinou. Então falta
um pouco de conhecimento e transparência na hora de transmitir essa
informação. Isso ajudaria a melhorar um pouco a credibilidade do
Judiciário. No meio empresarial, muitos estão utilizando a
arbitragem, porque vêem a máquina do Judiciário como lenta e
burocrática. Concordo que temos muito o que melhorar. Hoje, o juiz
precisa ser mais dinâmico, operoso e perspicaz para solucionar os
problemas sem grande dispêndio de dinheiro público. E não há como
deixar de destacar que a população vê com descrédito um juiz
porque acha que são ricos, ganham fortunas. Na verdade o juiz não
tem FGTS como o trabalhador comum. Os novos juízes não receberão
aposentadoria integral. Os juízes atuam em regime de plantão, se
alguém for preso sábado de madrugada, será necessário sair do
conforto do lar para examinar se o flagrante será homologado ou não.
Isso ocorre nas pequenas comarcas 24 horas por dia, todos os dias do
ano! E alguns afirmam que as férias de 60 dias constitui um grande
privilégio que nenhum trabalhador tem. Se a carreira da magistratura
não tiver nenhum atrativo, teremos pessoas ruins ocupando
importantes postos. Há tanto desvio de dinheiro. Quantos milhões
foram gastos para construir os estádios para a Copa do Mundo? Será
que o Brasil não se desenvolve porque os juízes recebem muito? Acho
que o Brasil não tem a mesma estrutura dos países desenvolvidos
porque vivemos na cultura da impunidade. As pessoas não denunciam,
porque acham que nada vai ocorrer. Na verdade, os grandes escândalos
ocorrem quando algum parente ou beneficiário dos atos irregulares
efetua a denúncia: caso do presidente Collor (Pedro Collor), Nicolau
dos Santos Neto, o “lalau” (genro), ex-prefeito de São Paulo
Celso Pitta (esposa Nilcéia Pitta) e agora o Mensalão (ex-deputado
Roberto Jeferson). Então essa questão da credibilidade da Justiça
é bem complexa. A causa é apresentada e o desembargador manifesta
seu entendimento na hora, com base nos indícios e demais elementos
de provas contidos no processo, lei, jurisprudência.
'''A
imagem que V.Exa. tinha do Tribunal de Justiça conferiu com a que
está vivenciando?'''
No
Tribunal, pude confirmar a imagem que tinha da magistratura
catarinense. A imensa maioria de juízes é muito boa, diria
excelente, são homens e mulheres dedicados, entregues à causa da
Justiça. Muitos desembargadores levam os processos para estudar no
fim de semana, enquanto outros vão trabalhar no próprio Tribunal.
Há aqueles que levam os problemas relacionados aos processos na
mente na busca de uma melhor solução, o que também é desgastante.
Temos juízes de primeiro grau que são verdadeiros exemplos, mercê
da alta produtividade e perspicácia das suas decisões. É possível
constatar isso, porque recebo em meu gabinete processos de todas as
comarcas do Estado, então podemos verificar os acertos das decisões
dos juízes. A imensa maioria das decisões proferidas pelos juízes
é confirmada pelo Tribunal, os eventuais reparos são, em regra,
mínimos.
'''A
conciliação é a “menina dos olhos” do Tribunal?'''
Penso
que a menina dos olhos do Tribunal é resolver os problemas do
cidadão com justiça. Muitas vezes propor para o jurisdicionado um
acordo é desrespeitá-lo duplamente, porque está litigando em juízo
apenas porque o devedor deixou de cumprir inúmeros acordos. Esse
cidadão que foi lesado tem direito a uma resposta estatal efetiva
para satisfazer o seu crédito. Outras vezes, para o cidadão, o mais
adequado é efetuar a conciliação, porque, quando temos um
problema, geralmente achamos que estamos certos. Nosso orgulho e
egoismo nos impedem de ver que para tudo há um outro lado, um outro
olhar, uma perspectiva diferente da nossa. Com isso, chamar essa
pessoa para conciliação, não é fazer com que abra mão dos seus
legítimos direitos, mas é desarmar o espírito e permitir que essa
pessoa possa viver em paz. Volte a se preocupar com a sua vida,
produzir, crescer, ao invés de ficar remoendo uma situação
desastrosa em sua vida pelo tempo em que o processo durar. Há um
esforço do Tribunal para que a Justiça seja feita e esta é
invariavelmente alcançada quando as pessoas desarmam o espírito e
podem ouvir o que o próximo tem a dizer. Restabelecido o diálogo, a
própria pessoa volta a ter rumo da sua vida e impede que um terceiro
distante (o juiz) diga o que deve ser feito. Para isso, é preciso
que as pessoas deixem de lado o simples orgulho, vaidade e o egoísmo.
É árduo o processo de construção da verdadeira Justiça.
'''O
Mutirão é uma solução para o acúmulo dos processos? O que o
Tribunal tem feito para amenizar o problema?'''
O
Tribunal, tempos atrás, constituiu duas Câmaras temporárias para
julgar processos antigos de natureza Civil e Comercial. O objetivo
era atingir a Meta 2, estabelecida pelo CNJ. Eram compostas por
alguns desembargadores e juízes de direito de segundo grau. Tive a
honra de atuar numa delas como suplente quando ainda era juiz de
direito de segundo grau. Nos dias que correm, apenas a Câmara Civil
Especial vem tendo problemas em relação ao excesso de processos, em
razão do aumento de mais de 50% do ingresso de agravos de
instrumento no Tribunal. Não foi necessário um Mutirão, pois os
próprios membros da Câmara ajustaram um equacionamento dos
processos e em alguns meses a situação estará normalizada.
'''Que
mensagem o Supremo passou aos Tribunais em relação à forma como
ver processos por corrupção ao julgar o caso do Mensalão?'''
Há
questões técnicas importantes e aspectos políticos. O STF mostrou
aos juízes que na aplicação da pena-base não é necessário
partir sempre do mínimo, como geralmente é feito. A pena para os
réus que tinham uma participação mais intensa na quadrilha começou
em patamar mais elevado.O julgamento demonstrou a transparência com
que as decisões são tomadas pelo Poder Judiciário e espero ter
resgatado a esperança das pessoas em ver diminuída a impunidade.
Quem diria que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu seria
condenado por Ministros do STF que, em sua maioria, foram indicados
pelos Presidentes da República que pertencia ao mesmo partido
político? Isso demonstra o grau de maturidade da democracia
brasileira e a independência de parte significativa dos membros do
STF. O mau exemplo dado pelo Legislativo ao reintegrar os deputados
federais e inseri-los na Comissão de Constituição e Justiça, mais
importante da Câmara dos Deputados, demonstra que nem todos os
poderes alcançou a moralidade que a população tanto almeja.
Acredito que a sociedade civil deveria aproveitar o impacto gerado
com o julgamento do “Mensalão” e buscar ampliar os efeitos da
chamada lei da Ficha Limpa para alcançar os partidos políticos.
Isso forçaria os partidos a possuir um controle interno efetivo de
combate à corrupção. Os conselhos de ética dos partidos
políticos, pelo que se vê pela imprensa, só servem para perseguir
filiados ao partido que discordam de alguma orientação do órgão
de cúpula. Qual é o comprometimento que os partidos têm com a
moralidade, a ética e a construção de uma sociedade justa,
fraterna e solidária?
'''O
que V.Exa., recomenda para quem pretende seguir a carreira, tanto na
primeira instância, como para atingir o Tribunal Catarinense? '''
No
último concurso para a magistratura realizado pelo nosso Tribunal,
um assessor da minha equipe logrou êxito no certame e assumirá o
cargo de juiz substituto em maio. Outros da minha equipe já estão
prontos para a magistratura, assim como muitos outros assessores de
outros gabinetes do Tribunal de Justiça. Mas, uma vez investido no
cargo, o magistrado tem que continuar a estudar para manter-se
atualizado em relação à lei, doutrina e jurisprudência, ainda
mais no Brasil onde a modificação da legislação é muito
dinâmica. Diria que ele precisa ter sensibilidade para saber ouvir
as partes a fim de diagnosticar bem o problema, porque isso é
fundamental para o veredito. Ser imparcial, equilibrado, ético,
dedicado, desprendido, humilde e solidário. E ainda uma coisa, que
reputo a mais importante: não deixar que o poder do seu cargo
influencie nas suas decisões e sua conduta.
'''Como
está o processo para Brusque deixar de ser uma passagem para os
Juízes?'''
O
que posso dizer no momento é que o processo está tramitando e no
mês de maio será apreciado pelo Pleno do nosso Tribunal.
Naturalmente, assim como todos os demais Desembargadores ligados à
nossa cidade e região, torço para que a Comarca seja elevada para a
condição de entrância especial.
'''O
que é uma sexta-feira perfeita?'''
Ocorre
quando você consegue brindar a vida por ter realizado as tarefas da
semana que está por terminar sem deixar de lado os princípios da
moral religiosa e social e éticos.
'''Continua
batendo uma bolinha nas folgas?'''
A
felicidade é feita de momentos felizes e de prazer. E sempre me deu
muito prazer jogar futebol. Esse prazer ficou recolhido por mais de
uma em razão de um grave entorce de joelho justamente em campo. A
recuperação está sendo lenta, mas já estou voltando a jogar.
'''Quais
as melhores obras que já leu?'''
Sempre
li muito. Em razão da minha atividade na área jurídica, li muitos
livros técnicos. Mas sempre deixei um tempinho para a literatura. No
plano nacional, destaco O Guarani e Ubirajara de José de
Alencar. No global, destaco as obras de Victor Hugo, que as produziu
há mais de cento e cinquenta anos, como o Corcunda de Notre Dame, e
a que acabei de ler recentemente: Os Miseráveis. Esse em especial me
facina porque o autor retrata de maneira magistral a condição
humana da sociedade do seu tempo, dos mais abastados aos excluídos.
As personagens são fortes e têm vida própria, já que retratam a
miséria humana, a falta de justiça e a necessidade de se construir
um mundo mais justo e fraternal. Nada muito diferente da nossa atual
realidade.
'''O
que está lendo no momento?'''
Também
acabei de ler o Operador (sobre as ações de Marcos Valério que
levaram aos mensalões do PSDB e PT em evidência na mídia nacional)
de Lucas Figueiredo, e acabei de reler Tragédia e Mistério na Vila
Renaux, este do nosso conterrâneo João Carlos Mosimann. No momento,
estou lendo desse mesmo autor, Os Aviadores Franceses, a América do
Sul e o Campeche. E também Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia
Marques. Leio aos poucos e mais de um livro ao mesmo tempo. Pode
parecer estranho, mais assim é.
'''Costuma
ler jornais?'''
Leio
revistas e jornais diariamente. Esse foi um hábito que veio
naturalmente na minha adolescência. E é uma leitura sempre
instrutiva porque, além de ficar atualizado em relação aos fatos
do dia a dia, as boas matérias sempre trazem informações
complementares importantes sobre história, geografia, economia e
demais aspectos sociais a eles relacionados. Isso aumenta a cultura
do leitor.
'''Finalizando,
ser chamado para integrar o STJ, tribunal da cidadania seria um
grande sonho a ser concretizado?'''
Quando
ingressei na magistratura, jamais imaginei que chegaria ao cargo
máximo da carreira. Penso que a sociedade catarinense tem um Poder
Judiciário ágil e operoso, respeitado nacionalmente, sendo um dos
melhores Tribunais do país. Como acho que ainda posso dar minha
contribuição para tentar melhorar e aperfeiçoar o nosso sistema de
justiça estadual, não penso em largar o judiciário catarinense
sem auxiliar na concretização de algumas melhorias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário