Dr. Murilo Veiga
Quais as memórias de criança?
Dos banhos de Chafariz no pátio do Hospital de Rio Negrinho, de meu ídolo, meu Pai junto aos filhos, das brincadeiras de criança, sem internet, sem computador; dos jogos de futebol como os amigos do ginásio e do prédio que morava em Florianópolis;
Sonho de criança?
Ser MÉDICO, e poder ajudar as pessoas, com alegria e bom relacionamento;
Como foi sua juventude?
Os amigos do ginásio sempre eram importantes e verdadeiros, amigos da Universidade, em muitos me apoiavam; tive que trabalhar no início da universidade, pois necessitava pagar os estudos, e por necessidade me afastei de muitos amigos.
Histórico escolar?
Toda a formação escolar foi em Florianópolis, ensino primário no Curso Elementar Menino Jesus, das Irmãs Franciscanas de São José 1969 à 1972;Ensino Ginasial e Científico de 1973 à 1979 no Colégio Catarinense, da Companhia de Jesus, Jesuítas,Universidade Federal de Santa Catarina em 1980 até 1988; Pós Graduação em Medicina do Trabalho na mesma Universidade em 1992 e Pós Graduação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em 1988 em Geriatria.
Primeira professora?
A ex-Irmã Maria Helena
Grandes professores?
Dona Walda Baixo no 4 º ano primário; Werner Leonardo Dann de Matemática; Padre José Francisco da Silveira Montenegro de Religião, Padre Aluísio de Literatura; Edson Osni Ramos de Física; Padre Eulógio de Química no Colégio Catarinense; na Universidade os Drs. Ernesto Damerau Cirurgia Geral; Ney Mund Cirurgia Geral; Otmar Bauer de Pneumologia; Leo Mauro Xavier de Urologia e Sidnei Jorge Sandin, um grande amigo, cirurgião que me ensinou o relacionamento médico paciente e que faleceu precocemente em 1993 em um acidente, meu melhor amigo como Médico na época;
Que matérias gostava?
Literatura, ler é sempre uma alegria, um mundo novo a descobrir em cada livro, Química, pois nos mostrava os mundos novos dos produtos químicos, a Cirurgia um sonho que ficou distante, mas que mexia com o imaginável de qualquer estudante de Medicina; ética Médica que nos mostrava a responsabilidade social e profissional, no relacionamento entre médicos e na época iniciamos a discussão do Hoje chamado Ato Médico;
Que matérias detestava?
Patologia, Parasitologia; Bioquímica pura teoria
Como conheceu a Norma?
Estava trabalhando no Hospital Regional de São José, em São José, na emergência geral, quando fomos procurados por um funcionário do Posto de atendimento do Besc, nos solicitando que dessemos um atendimento a uma funcionária, pois o pai estava com problemas cardíacos e estava internando em estado grave. ( Nilo Debrassi). Atendemos a solicitação e após alguns dias, começamos a conversar no refeitório do Hospital. No hospital, por uma questão de espaço, nossa sala ficou ao lado do posto do BESC e nossos laços foram se estreitando e com o passar do tempos, nos conhecendo e hoje estamos juntos a mais de 19 anos.
Pessoas em que se espelhava?
Meu Pai, minha Mãe, alguns tios e meus irmãos maiores
Pessoas que influenciaram?
Minha irmã Jane, enfermeira aposentada que dedicou toda a sua vida a ajudar a cuidar e educar os seus Irmãos e me mostrou muitos caminhos na Medicina e me deu o Primeiro Livro na Universidade de Anatomia Humana; Meus amigos Sidnei Jorge Sandin, falecido; e minha esposa Norma;
Como surgiu Guabiruba em sua trajetória?
Em 2008, quando estava em Florianópolis, iniciei uma conversa com minha esposa, de procurar um local que tivesse mais qualidade de vida, aonde se respirasse um ar mais puro, uma vida mais sossegada, uma vida de interior. Como ambos nascemos no interior, Guabiruba e Brusque foi nosso caminho. Surgiu então a possibilidade de deixar minhas obrigações em Florianópolis, e em conversa com a Secretária de Saúde da Guabiruba, Valquiria Kohler, hoje minha amiga de coração, vir trabalhar e desenvolver um novo desafio em minha vida. Aceitei e hoje tenho a Guabiruba em alta estima, pois aqui moro e vivo, tendo sido muito bem recebido pela população que atendo, e pelos dirigentes deste município. A Guabiruba faz parte de minha história e com certeza novos desafios virão.
Como surgiu a medicina em sua vida?
Tragicamente em Pomerode em 1968, quando meu Pai começava a carreira de Juiz de Direito e teve um Infarto Agudo do Miocárdio, falecendo e não havia recursos ou médicos a disposição para ajudar, ele faleceu junto a sua esposa e seus filhos.
Quais os casos mais comuns que surgem diariamente em seu consultório?
Quando se faz a escolha por atender a todos, com presteza, carinho, respeito, nós atendemos quase todos os tipos de doença. Nesta época do ano, no verão, estão desidratação, gastroenterites por contaminação por alimentos e água contaminados. Temos muitos casos de doenças degenerativas do cérebro, dos ossos, articulações. Quadros de dislipidemias (excesso de colesterol), hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus entre outras. Também atendemos quadros de doenças cerebrais, com doença de parkinson, alsheimer, e demências em geral. Na clínica geral, a pessoa é mais importante que a sua doença, ou seja, as doenças existem, mas como tratar e atender as pessoas é a melhor forma de enfrentar uma doença que pode ser muito grave, ou ser crônica. Devemos sempre buscar atender com mais respeito, humanidade, encontrar as soluções o mais breve, se possível traçar uma linha tênue entre a vida e a doença.
Qual foi o maior obstáculo que o Doutor teve que superar em sua vida?
a ausência de meu Pai e a falta de recursos financeiros para me aprofundar nos estudos; a perda de um Irmão e de um sobrinho precocemente, que considerava meu irmão mais novo, hora como um filho que amo muito e que sempre me recordo com alegria e com boas recordações; Como foi sua trajetória profissional? Por mais de 20 anos trabalhei no Banco de Estado de Santa Catarina, iniciei como escriturário e após Médico do trabalho, em consultório particular na Clinica dos funcionários do Besc, trabalhei no Hospital Regional de São José em São José na emergência Geral, em clínicas, no Hospital e Maternidade Dom Joaquim, aonde fui Diretor Clínico e Técnico e na Prefeitura Municipal da Guabiruba, local aonde escolhi para morar e viver;
Qual foi sua maior alegria na vida?
Várias: ver o sorriso de minha mãe e meus irmãos quando me formei em Medicina, quando assisti o primeiro parto, que foi de minha sobrinha Mariana, hoje advogada, quando conheci minha esposa Norma, quando me apaixonei pelos meus cachorros e triste quando morreram, fazer novos amigos em Brusque e Guabiruba; amigos verdadeiros; hoje minha alegria é tentar ajudar as pessoas longe da Medicina, podendo interceder nas suas necessidades, e viajar para conhecer novos lugares e museus como tive oportunidade de conhecer na Europa, velho continente e com culturas de milênios, acompanhado de minha companheira, minha eterna parceira e esposa.
Um conselho preventivo para manter-se saudável.
Exercícios físicos, alimentação saudável, sorrir diariamente, pois quando se sorri é um momento de felicidade, ter amigos verdadeiros ao seu lado, sempre acreditar que há um ser maior e criador de tudo, e que há um sentido em cada vida
Cite uma grande decepção.
A comercialização vil da Medicina e a destruição do Sistema de saúde de nosso país, com pagamentos tão distantes da realidade irrisórios e desumanos.
Tem participado de cursos extracurriculares, congressos e outros?
Cursos de atualização em Epidemiológia e recentemente Curso técnico de Cervejeiro, aonde pude aprender alguns segredos de uma bebida maravilhosa, que se consumida com cuidado e responsabilidade pode fazer bem a vida.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 7 de fevereiro de 2012.
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