Gisela Bononomi
GISELA BONONOMI: A entrevistada da semana é Gisela Bononomi, filha de Alaíde Bernardo Bononomi e do saudoso Caetano Bononomi; natural de Brusque, nascida aos 24.11.52.Diretora da Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Dutra de Souza.Memórias da infância?
Minha infância foi muito boa. Era numa época em que as crianças ainda construíam seus brinquedos.
Sonho de criança?
Quando criança, primeiro queria ser Enfermeira, depois Professora.
E a juventude?
Participei de grupo de jovens. E assim, fiz muitas amizades. Íamos ao cinema, discoteca, bailes de carnaval, namorávamos...Foi um tempo muito bom. Viajava, todo final de ano, através de excursões que me fizeram conhecer vários estados brasileiros.
Histórico escolar?
A primeira escola que frequentei foi em Bateas. Interessante é que antes dela ser escola, serviu de moradia para minha família. Nela fiz a primeira e segunda séries. Da terceira à oitava séries, frequentei onde funciona, atualmente, o atual E.E.B. Feliciano Pires. Terminando o que antes era denominado “ginasial”, continuei meus estudos: o primeiro ano básico no São Luiz e os segundos e terceiros anos com formação para o magistério na Escola de Educação Básica Nossa Senhora Aparecida, no município de Angelina. Retornando ao município de Brusque, iniciei o curso de Ciências na Febe. Porém, por incompatibilidade de horário – pois trabalhava em Gaspar e as aulas da Faculdade começavam às 18 horas – fez do atraso diário um motivo para troca do curso de Ciências pelo de Pedagogia, com ênfase em Supervisão Escolar, atual Coordenação Escolar, na Univali, que na época denominava-se Fepevi, poi este iniciava às 19 horas, tornando então, minha presença viável, sem atrasos. Após a colação, continuei minha especialização. Sou Pós-graduada em Coordenação Escolar pela Univali e, em Gestão Escolar, pela Udesc.
Pessoas que influenciaram?
Primeiramente meus pais, que me conduziram sempre para o caminho do bem. E, profissionalmente, a Irmã Terezinha, professora e diretora de escola que frequentei no município de Angelina e durante a época acadêmica, a Professora Lenir Novaes. As duas representaram um exemplo a ser seguido pelo modo como conduziram a carreira que escolheram.
Vida escolar?
Como foi a sua trajetória profissional?
Meu primeiro emprego foi na indústria de Fiação Schlosser, trabalhando por três anos. Depois fui convidada pela Sra. Marlene Petruschky, Secretária de Educação, no governo do Prefeito Alexandre Merico, a trabalhar no Centro de Informações Turísticas. Em seguida, assumi a função de Coordenação da FUCABEM – Fundação Catarinense do Bem Estar do Menor – na localidade de Águas Claras, onde trabalhei de 1978 a meados de 1980. Saindo da Fucabem, em 1981, assumi por vinte horas de sala de aula no período matutino, na Escola Lions Club Companheiro Oscar Maluche, na localidade do Steffen. Nesse mesmo ano, substitui por seis meses – julho a dezembro – a Professora Jandira Reis, na Escola Augusta Knorring, no período vespertino. Em 1984, como estava trabalhando, apenas 20 horas na Escola Oscar Maluche, no período matutino, apareceu a oportunidade e assumi mais vinte horas, no período vespertino, no Colégio Frei Godofredo, em Gapar. Colégio, este de administração estadual. E, em 1986, assumi vinte horas no Colégio Frei Godofredo, passando a quarenta horas semanais, deixando então de fazer parte do quadro do magistério do Município de Brusque. No Colégio Frei Godofredo trabalhei como Professora das séries iniciais por dez anos. Depois, assumi a Coordenação , por um ano e meio, como Diretora da Escola por oito anos e meio. Fui convidada, no ano de 1999 para ser Diretora da Escola de Ensino Fundamental Maria Vieira Leal, também no Município de Gaspar. Ficando nesse cargo até janeiro de 2003. Nesse mesmo ano pedi remoção para a Escola de Ensino Fundamental Santa Terezinha, onde trabalhei como Professora de terceira série até dezembro de 2006. Em 2007, requeri minha aposentadoria, que me foi concedida nesse mesmo ano. Porém, não parei: assumi 20 horas na Escola de Ensino Fundamental Padre Theodoro Becker, em Bateas, e 20 horas na Escola de Ensino Fundamental Rotary Club Ayres Gevaerd, onde trabalhei até julho de 2008, quando então fui convidada a trabalhar na Escola de Ensino Fundamental Nova Brasília. Atualmente, estou na Direção da Escola de Ensino Fundamental Augusta Dutra de Souza.Minha história com essa escola começou em 2009, após ter aceito o convite para assumir a Direção. Com ela, tenho um contrato de amor e dedicação, que foi ainda mais fortalecida após minha eleição em 27 de junho deste ano, fazendo com que meu compromisso se estenda até o ano de 2013.
A missão no magistério é espinhosa?
Para mim, ela muito mais prazerosa. Se assim não fosse, não estria completando 33 anos na profissão de educadora.
Se não fosse Professora?
Gostaria de ter sido psicóloga.
Como é dirigir uma Escola?
Para assumir este cargo é preciso ter responsabilidade, compromisso, dedicação e espírito de renúncia. Mas, acima de tudo muita coragem. Coragem para administrar uma diversificação de temperamentos, de educação com valores diferentes, enfim, uma multiplicidade de pensamentos, e conseguir, com respeito, dinamismo e firmeza, caminhar em busca da construção de um espaço educacional capaz de proporcionar condições para uma prática pedagógica eficiente.
Comente sobre o recente processo de eleição de Diretores de Escolas
A eleição para Diretores era um sonho antigo, de 26 anos atrás, pois estive engajada desde o começo; no ando de 1985, na luta pelo Estatuto do Magistério de Brusque, que além da melhoria salarial e condições de trabalho, contemplava a eleição direta para Diretor de Escola. Fiquei feliz por viver todo esse processo, após 26de longa espera, pelo cumprimento do Estatuto do Magistério, e estar fazendo parte, novamente do quadro de funcionários do Município de Brusque e poder participar desse processo de eleição, sendo eleita com expressiva votação.
O que você aplica das aprendizagens, e das experiências, no dia a dia?
Procuro sempre dividir o que sei e buscar, cada vez mais, novos conhecimentos, a fim de um maior crescimento,tanto pessoal, como profissional.
Um fato engraçado que você presenciou na sua trajetória profissional?
Um fato engraçado, que eu me lembro é que no trajeto de ônibus entre Brusque e Gaspar – onde eu trabalhava – por uma vez, fui parar em Blumenau, por causa do sono que me venceu, pois acordava muito cedo e dormia muito tarde.
Grandes alegrias, tristezas ou decepções?
São muitas alegrias, mas a maior alegria é ver u ma criança se alfabetiza. Quando ela começa a ler, isso me dá muito prazer. A decepção é presenciar a falta de compromisso pedagógico de alguns profissionais da educação.
O que a localidade de Limeira mais necessita em termos de obras e/ou serviços?
A localidade de Limeira já recebeu muitas melhorias. No momento, o que vejo de maior necessidade é uma escola maior para atender a demanda de novas matrículas que surgirão a partir da liberação das moradias próximas à escola.
Referências
- Matéria publicada no EM FOCO, em 22 de novembro de 2011.
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