Eduardo Henrique
Gohr
Ciclismo
O
entrevistado desta semana é o Coordenador de Esportes da Fundação
Municipal de Esportes, Eduardo Henrique Gohr, natural de
Itajaí/SC, 43 anos; casado com Vania Fischer Gohr; filhos: André
Eduardo Gohr - 17 anos - ciclista e Amanda Luisa Gohr - 16 anos –
estudante; Filho de Haroldo e Lisette Keiser Gohr. torce para o C.A. Carlos Renaux e para o C.R. Flamengo
Nosso entrevistado
Eduardo Henrique Gohr com a esposa Vania
O que sonhava ser
quando ainda era criança ?
Como quase toda criança
do Brasil, jogador de futebol. Adorava jogar futebol.
O que marcou a sua
infância ?
O Título Mundial
conquistado pelo Flamengo. Foi uma alegria muito grande.
Ainda mantém
amizades com pessoas que conviveram com você em sua infância ?
A amizade nunca irá
terminar. A convivência sim. Com o passar dos anos as nossas vidas
acabam tomando rumos diferentes. Isto é normal. Porém, quando me
encontro com alguma pessoa daquela geração, lembranças renascem e
boas histórias vem a tona.
Como foi a educação
recebida de seus pais ?
Fundamentada na
correção. Tenho muito orgulho deles. Tento passar aos meus filhos
os bons exemplos que meus pais me deram ao longo da minha vida. O que
é certo é certo. Não existe outro caminho. Plante o bem que você
irá colher bons frutos. Procure ajudar o próximo que você estará
ajudando a você mesmo.
Pessoas que
influenciaram ?
Meus avós paternos,
meus pais, minha tia Helga e meu antigo treinador Pedro Medina.
Eduardo com os seus pais: Lisette e Haroldo Gohr.
Histórico escolar ?
Histórico escolar ?
A minha vida escolar
se deu toda dentro do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Formei-me no 2º
grau no Cônsul e iniciei o curso superior de Administração de
Empresas na Unifebe, mas não conclui.
Como surgiu Brusque
em sua trajetória?
Nasci em Itajaí, onde
na época o meu pai trabalhava no Banco Bradesco, transferindo-me
para Brusque logo no seu primeiro ano de vida, o que faz com que
considero-me um brusquense legítimo.
Ciclismo
E o ciclismo?
Apaixonado
por esporte, sempre tive envolvimento no mundo esportivo. Na época
da adolescência fui ciclista da extinta equipe da Associação
Atlética Schlosser, onde fiz parte da equipe campeã dos Jogos
Abertos de SC no ano de 1988 em Joaçaba. Conquistei vários títulos
como Campeão Catarinense e Vice Brasileiro.
Quais as modalidades
?
Temos várias
disciplinas dentro do mundo ciclístico. No ciclismo de Speed, temos
as provas de resistência, onde existem provas de 1 dia e as
competições de etapas, onde o campeão é aquele ciclista que somar
o menor tempo ao final de todas as etapas realizadas; e provas de
Contra-Relógio, que se trata de uma competição individual onde o
ciclista é declarado vencedor após percorrer um percurso pré
estabelecido no menor tempo. Existem também as provas de Pista, ou
Velódromo. As provas de Bicicross ou BMX; as de Mountain Bike, como
o Cross Country - XCO, o Marathon - XCM e o Down Hill - DH.
Atualmente a disciplina do ciclismo que mais vem crescendo no Mundo é
o Cicloturismo. Na Europa já é uma realidade faz tempo. Aqui na
América Latina vem crescendo muito nos último anos. Não por acaso,
o movimento das ciclovias ou ciclofaixas, vem tomando corpo em todo o
Brasil.
Quais os Eventos
que integram o calendário do Ciclismo ?
Existem as provas do
calendário da Federação Catarinense, da Confederação Brasileira,
da Odesur (que é a entidade que comanda o ciclismo na América
Latina) e as provas da UCI - União Ciclística Internacional.
Cite alguns
destaques do ciclismo em Brusque e na Região.
Brusque é
reconhecidamente um celeiro de ciclistas, onde vários destaques
podem ser lembrados. Tivemos na década de 80 o Claudius Kruger, Na
década de 90 surgiram o Fábio da Luz, Glauco Vanoli, Soelito Gohr e
Márcio May. Na década de 2000 apareceu o Murilo Fischer e
atualmente temos o Áquila Roux e André Eduardo Gohr. Todos estes
nomes tiveram a responsabilidade de defenderem o Brasil em
competições internacionais. O Márcio May defendeu o País em 3
Olimpíadas, enquanto que Murilo Fischer já teve esta mesma honra
por 4 oportunidades, sendo que, ainda está na ativa, tendo como
objetivo pessoal, encerrar a sua carreira profissional nas Olimpíadas
do Rio 2016, totalizando 5 Olimpíadas no currículo. Já o Soelito
Gohr já tem 2 Paraolimpíadas na bagagem, e, igualmente ao Murilo,
continua competindo em alto nível, fazendo com que possa sonhar em
disputar mais algumas Paraolimpíadas até o final de sua carreira. O
futuro porém, aponta para o Áquila e o André, duas jovens
revelações do ciclismo brasileiro. Além destes nomes citados,
tanto no passado como na atualidade, existem vários outros nomes que
bem representaram ou representam o município brusquense.
Por quê parou
prematuramente ?
Eram outros tempos.
Faltou coragem, eu acho. Foi a opção que entendi ser a mais
apropriada para a época. Afinal de contas, se tornar um ciclista
profissional no País do Futebol não é uma decisão fácil. Admiro
muito estes brusquenses que tiveram a coragem de seguir na busca do
sonho de tornar o ciclismo como a sua opção de vida. O Soelito,
Márcio e Murilo são verdadeiros ídolos do esporte brusquense.
Quando parou de
competir as portas foram abertas?
Quando resolvi parar de
competir, de maneira prematura (19 anos), a CIA. Indl. Schlosser me
abriu as portas para trabalhar como auxiliar do Depto. Financeiro,
onde fiquei por apenas 10 meses, transferindo-me em seguida para o
Banco Bradesco, seguindo os passos de meu Pai, onde trabalhei durante
5 anos. Após este período, atuei em diversas áreas profissionais,
para chegar atualmente na área a qual sempre tive uma identidade
muito forte - o ESPORTE.
E a Fundação
Municipal de Esportes?
Aceitei um convite do
Superintendente da Fundação Municipal de Esportes, Sr. Deivis da
Silva, para atuar como Coordenador de Esportes de Participação da
F.M.E.
E a Brucicle?
Paralelamente,
exerci a função de Presidente e Técnico da Brucicle - Associação
Brusquense de Ciclismo, equipe que tem a preocupação com o
desenvolvimento desta modalidade em nossa cidade, para que a tradição
do ciclismo brusquense não se perca na história. A Brucicle -
Associação Brusquense de Ciclismo foi fundada no ano de 2000 pelo
Sr. Cláudio Stein Filho. Após passar por um período de
desativação, a atual diretoria tomou posse no final do ano de 2011
e reativou os trabalhos objetivando o desenvolvimento do ciclismo na
cidade de Brusque, através da manutenção das escolinhas e
realização de campeonatos escolares. O atual presidente é o Sr.
Eduardo Henrique Gohr e diversas conquistas já constam no curriculum
da equipe. Títulos em várias categorias no Ranking Catarinense e
Brasileiro comprovam que o trabalho vem sendo bem executado. " O
nosso grande desafio é dar continuidade nos trabalhos iniciados na
década de 1980, através da equipe da Schlosser, pois não podemos
deixar morrer a maravilhosa história construída durante todos estes
anos. Brusque é reconhecidamente uma cidade de grande potencial
dentro do cenário ciclístico brasileiro.", palavras de Eduardo
H. Gohr.
Como foi sua passagem no futebol?
No
Americano eu era presidente, coordenador e as vezes treinador.
Resumindo: tinha que bater o escanteio e correr para cabecear. Já no
Angelina a minha passagem foi como coordenador da equipe de Futebol
Amador. Tenho ótimas lembranças da minha passagem por aquela
Sociedade. Lembro com carinho e respeito os nomes do Clóvis Boos e
do Márcio Angioletti. Eu jogava futebol também, mas no Futebol
Suíço.
Títulos?
Fui
Campeão como jogador nos campeonatos de Futebol Suíço da Sociedade
Esportiva Bandeirante, do Clube Esportivo Guarani, do SESC e do
Sindicato dos Bancários de Brusque.
Grandes dirigentes?
Como
dirigente de Futebol Amador, lembro de um presidente: Márcio
Angioletti.
Grande técnico?
Técnico: José Aurino Gervasi.
Melhor equipe do
Americano?
Melhor equipe do
Americano - Nilson, Biano, Charles, Vágner, Cláudio, Clóvis, Du,
Celinho, Galo, Gerson e Rui.
Melhor equipe do
Angelina?
Melhor equipe do
Angelina - Binho, Nido, Solis, Renê Maranhão, Balila; Clóvis,
Cléber, Mano, Reinaldo, Alceu e Marcos Severo.
De que sente
orgulho ?
Primeiramente de toda a
minha família. Para mim é o meu porto seguro. Meus pais, minha
esposa e meus filhos são tudo para mim. Com relação a minha vida,
de poder ter influenciado positivamente na formação do caráter de
alguns jovens através das escolinhas do ciclismo.
Qual é a sua
aspiração ?
Comandar
um trabalho com organização e planejamento dentro da Confederação
Brasileira de Ciclismo, para fomentar os trabalhos nas categorias de
base, auxiliando no desenvolvimento do ciclismo nacional.
Costuma ler jornais
?
Todos os dias.
Grandes alegrias e
quais tristezas que viveu ?
Me
considero um homem privilegiado. Tive muitas alegrias ao longo da
minha vida. A primeira delas foi a benção de ter o Sr. Haroldo e a
Sra. Lisette como meus pais. A segunda foi ter me casado com a dona
Vania. Sou muito grato por tudo que esta mulher faz por mim. A
terceira foi o nascimento dos meus filhos André e Amanda. Na vida
esportiva tive muitos momentos especiais. Posso destacar alguns: o
Título de campeão geral dos Jogos Abertos de 1988 no ciclismo; o
Título da 2ª divisão do Campeonato da Liga Desportiva Brusquense –
futebol amador - pelo Americano no ano de 1996; o Tetracampeonato da
1ª divisão pelo Angelina válido pelo Campeonato da L.D.B.
(2000/2001/2002 e 2003), o Título de Campeão geral dos Jogos
Abertos de 2010 no ciclismo e algumas conquistas do meu filho André
no ciclismo, como as 3 conquistas no Campeonato Brasileiro de
Contra-Relógio, o Título de Campeão Brasileiro de Pista e a
conquista da Volta do Codecan no Uruguay. A minha maior tristeza foi
a perda da minha avó (oma) Otília. Foi a primeira perda da minha
vida e era uma pessoa muito especial para mim.
O que você aplica
no dia a dia das experiências que teve ?
Ganhei
muitos calos ao longo dos anos. E não foram nas mãos. Isto fez com
que eu me tornasse uma pessoa muito mais preparada para absorver e
resolver com tranquilidade as dificuldades do dia a dia. Dificilmente
me assusto com alguma coisa. Procuro encarar tudo com naturalidade.
O que faria hoje,
que não teve coragem de fazer ?
Procuro
não me arrepender das decisões que tomo. Mas se for para dizer uma,
foi a de ter desistido em seguir na carreira de ciclista. Como falei
anteriormente, parei prematuramente a minha vida como ciclista aos 19
anos de idade. Tive oportunidade de ir correr em São Paulo na época
e não tive coragem.
Eduardo com o filho André durante competição no Perú representando a seleção brasileira de ciclismo
Eduardo com o filho André logo após o término da Volta da Juventude no Uurguay onde o seu filho André sagrou-se Campeão
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