Kétria Spiazzi
Angiolett;
A entrevistada desta
semana é a articulista do jornal EM FOCO e Chefe Operacional na Sala
do Cidadão - Prefeitura Municipal de Brusque - Kétria Spiazzi
Angiolett; nascida em Brusque; filiação: Angelo
Angiolett e Rosita Joana Spiazzi. Na Executiva Municipal é Secretária de Mulheres do PT de Brusque. é, também, membro da Marcha Mundial de Mulheres
(Estadual)
Nossa entrevistada
Kétria Spiazzi Angiolett
Sonho de criança?
Nunca tive sonhos muito
permanentes, mudo de ideias frequentemente, mas posso dizer que
sempre admirei a vida adulta, e até hoje sonho com a liberdade e
independência.
Do que não esquece do tempo de criança?
De um brinquedo no qual
guardo até hoje, "Nico", um fantoche de pelúcia que
ganhei em um Natal. Na época eu cursava teatro, e Nico foi um grande
parceiro em algumas peças de teatro que participei. Ele foi um amigo
fiel na minha infância, é um brinquedo que marcou esta experiência
maravilhosa de atuar.
Pessoas que
influenciaram?
Com certeza, muitas
pessoas foram influentes em minha vida, tenho apenas 18 anos, e os
conselhos sempre foram bem vindos. Mas minha família sempre soube me
conduzir a belos caminhos, viver em uma casa, em 3 mulheres, no caso
eu minha mãe e minha tia Ana, sempre foi uma forma de me encaminhar
a luta feminista, percebendo que nós mulheres podemos e somos
independentes. Minha querida professora de Teatro, Maria de Lurdes
Schmitz foi uma grande influencia em minha vida, auxiliando muito na
minha auto estima e trabalhando minha responsabilidade. Claro, que
nos dias de hoje, tenho muitas pessoas na qual me espelho e suas
atitudes influenciam minha forma de agir e de ser, como o Prefeito
Paulo Eccel, um grande agente político que sempre admirei desde
criança, e muitos companheiros do meu partido que me aconselham e me
ajudam a crescer cada dia mais.
Minha mãe Rosita Joana Spiazzi, Kétria, minha
tia Ana Maria Spiazzi, e meu avô Nadir Spiazzi
Histórico
escolar?
Estudei na creche Tia
Sandra, e depois estudei no SESI até os 6 anos de idade. Logo depois
iniciei no Ensino Fundamental no Colégio de Educação Básica
Francisco de Araújo Brusque, onde tive grandes experiências como
participar do Grêmio Estudantil. Finalizei todos os meus Estudos lá,
tanto o Ensino Fundamental, quanto o Ensino Médio. Atualmente estou
cursando a 3° fase de Direito na Unifebe.
Quais as matérias
que mais gostava? E as que detestava?
Sempre gostei muito de
Artes, Sociologia e Filosofia, mas até hoje sou apaixonada por
História. Odeio contas, cálculos e qualquer coisa que contenha
números, sempre fui péssima em Matemática, Física e Química.
Primeiro/a Professor/a?
Minha primeira
professora? Não me recordo, mas me lembro da professora Rejane, da
2° série do Ensino Fundamental.
Grandes Professores?
Tive muitos, mas em
especial Professora Beatriz de Matemática, pois apesar do desastre
nos cálculos ela sempre foi perseverante em me auxiliar. Também
aprendi muito com um querido professor de História, Celso Deucher,
que hoje tenho como um amigo. Na escola tive professores muitos
inteligentes e que marcaram minha trajetória com certeza. Mas já na
faculdade tive dois professores no qual admiro muito e pretendo
continuar a tê-los como meus mestres. Que é a Professora de
Sociologia Jurídica, Jocêli Rosa, e o Professor de Direito
Constitucional Elton Riffel.
É falta de
competência da mulher ter que usar o corpo para vencer na vida?
Tendo em vista que o
corpo é da mulher, ela deve utiliza-lo da forma que achar melhor.
Mas sabemos que hoje em dia as mulheres tem opções muito grandes
para vencer na vida sem necessitar do corpo. Também devemos ter em
mente que a situação da mulher perante a sociedade ainda não é
das melhores, pois alcançamos direitos civis, isto é plausível,
mas não alcançamos direitos morais. Como por exemplo, utilizar a
roupa que deseja. Nós mulheres temos este direito, e não merecemos
sermos reprimidas por usarmos o que gostamos.
Por que você fala
no último artigo – 11 de abril – de ditadura machista para
designar o homem que tenta defender a mulher da vulgaridade, da
promiscuidade?
Creio que
esta visão de que se esta fazendo uma "defesa a mulher da
vulgaridade, da promiscuidade" , é uma visão equivocada.
Partindo da ideia que a mulher tem capacidades intelectuais e físicas
para defender-se de seus possíveis atos errôneos. A ditadura
machista a qual me refiro, é uma filosofia própria, que eu mesma
adotei, após uma longa analise de conceitos machistas que afrontam
as mulheres. Creio que nós feministas sofremos mais com este
conceito, penso que ele é uma descrição básica para podermos
encontrar o caminho da libertação. A ditadura machista, nada mais é
que uma comparação a ditadura militar. Nós mulheres somos
controladas moralmente pela sociedade a todos os minutos, e um passo
em falso, somos tachadas de todas as maneiras. Ou até mesmo
agredidas.
Explique: nas
caminhadas o homem usa uma vestimenta soltinha para facilitar o
andar, a mulher tem que retratar o sexo?
Não necessariamente. A
mulher tem que vê-lo como um homem! Como mais uma pessoa que anda da
forma que deseja, e veste-se da forma que se sente bem. O que
faz-se incompreensível, é o por que de a mulher não poder ser
vista da mesma forma, com as roupas lhe caem bem e que a fazem
se sentir bem.
Esse negócio de que
“o que é bonito é para ser mostrado” não é uma desculpa
esfarrapada para cobrir a nudez feminina?
E qual o problema de
ser mostrado? Veja bem, todos estes conceitos caem por terra quando
imaginamos a igualdade entre gêneros que seja realmente verdadeira.
As vezes, pode ser radicalismo da minha parte pensar desta forma, mas
não é injusto com a mulher, ter de se privar de suas atitudes e
anseios por conta das "vontades" de terceiros ?
O
discurso de vocês não está equivocado ? Vocês pregam que não
querem ser estupradas, mas estão adotando a moda que lembra o
estupro: rasgos, barbantes pendurados etc.
Não me
recordo de ter utilizado alguma destas modas durante minhas lutas,
apenas o meu tambor! Pois creio que existem algumas feministas que
utilizam formas erradas de se expressar. Afinal, compreendo que a
evolução cultural perante o machismo, será um processo doloroso
para algumas pessoas e será lento. Desta forma, algumas medidas não
me agradam. Porém, creio que qualquer manifestação é livre de
qualquer retaliação. Penso que se utilizam estes objetos que podem
"induzir" o estupro, o fazem como forma de provocação
social.
Nas
capas de CDs, em shows, enquanto os homens colocam o melhor traje, a
mulher tem que mostrar o útero. Como se explica?
Isso
é uma cicatriz do sistema patriarcal, o homem é atraído pelo olhar,
ou seja pela visão. As mulheres são atraídas pela audição. De uma
certa forma, expor o corpo da mulher desta maneira, é favorecer,
aquilo que nós mulheres da Marcha Mundial de Mulheres, chamamos de
capitalismo patriarcal. Utiliza-se do corpo da mulher para ter
benefícios comerciais, afinal, isso atrai muitos compradores, ainda
hoje. O corpo da mulher deve ser usado em beneficio dela mesma, e não
em beneficio de outras pessoas. Ilustrar capas, e ter dançarinas
exibindo seus belos corpos é uma forma de beneficiar o capitalismo
patriarcal, afinal, induz as pessoas a padronização midiática. .
A mulher
esperneia que quer integrar os primeiros escalões das entidades e
órgãos públicos. Mas depois, quando lhe é permitida, decepciona o cidadão brasileiro, como acontece com a
Ministra Rose Weber do STF? Qual seria o orgulho desta senhora? O que
ela diria aos netos?
Então, confesso que não conheço os trabalho de Rosa Weber. Mas não vou
negar-lhe em falar que as mulheres são reprimidas nos partidos
políticos.Mas posso afirmar que o PT é um dos partidos mais abertos a
discussão de gêneros, dando os espaços devidos para a mulher, afinal, o
PT cumpre rigorosamente a paridade, sempre tendo 50% das mulheres
auxiliando nas suas lutas e ocupando cargos de liderança. Sabemos que se
a mulher filiou-se em um Partido Políticos é por que acredita em
ideologias, e juntamente com o mesmo tem determinações e planos de
governo para seguir, mas nada disso pode impedir sua liberdade de
decisões e suas atitudes enquanto mulher. Ela não pode ser reprimida e
deve ser respeitada quando der sua opinião. Creio, que chegar ao
ministério, ja chega a ser uma grande vitória para Rose Weber, e creio
que poder dizer aos netos que foi uma mulher entre poucas a estar no
poder, já é um grande orgulho. Futuramente nós poderemos debater isso,
por ações, mas nos dias de hoje as conquistas são as mais relevantes!
Por que a mulher ao dirigir não larga o maledito do celular?
Confesso que a pergunta
foi preconceituosamente engraçada! Rsrsrs.... Creio que esta
situação não ocorre apenas com mulheres, mas também com os
homens. É uma atitude desprezível, e seja o gênero que for, se
estiver infringindo esta regra, deve ser punido.
De que sente
orgulho?
Orgulho-me de mim! Não
quero ser prepotente, mas me orgulho de meus esforços de minha
vontade de crescer.
Qual é a sua
aspiração?
Creio que hoje em dia,
no momento em que vivo, o PT seja uma aspiração. É uma grande
força, onde fiz grandes companheiros, pessoas que vão morar na
minha mente e coração para sempre. Sinto que os movimentos sociais
me preenchem de uma certa forma. Sempre que estou inserida nos
processos de debates dos movimentos sociais, me sinto parte da
sociedade, quando me afasto, sinto-me inútil.
Costuma ler jornais?
Costumo ler jornais
todos dias. É um meio de comunicação muito importante, mas
infelizmente, muitos jornalistas não tem mais ética, fazendo
marginalizações de pessoas, movimentos e ações belas.
Vendendo-se.
Quais as melhores
obras que já leu?
Não sou uma leitora
fiel aos livros, confesso. Tenho uma paixão maior por filmes. Mas
fiquei apaixonada pelo Manifesto Comunista de Karl Marx.
O que está lendo
atualmente?
Normalmente as leituras
populares entre as jovens da minha idade não me atraem, gosto muito
de política. Mas diante do sucesso da trilogia 50 tons de Cinza de E
L James, me despertou a curiosidade. Atualmente estou lendo esta
trilogia, e confesso que gostei da história, apesar de muitas
atitudes serem contra meus conceitos, mas creio que ler sobre a
diferença faz-me crescer argumentativamente falando.
Grandes alegrias e
quais tristezas viveu?
A maior alegria que
vivo até hoje é ser filiada ao Partido dos Trabalhadores. Nunca me
imaginei neste partido e nem no "mundo político" no qual
vivo hoje. O PT abriu portas em minha vida, me deu noções básicas
de política, e hoje me sinto inserida em um grupo social, se é que
posso chama-lo assim. Não sou uma pessoa que vive frequentemente
triste, pelo contrario, estou sempre sorrindo e pulando de alegrias,
tudo é festa para mim, tudo é conquista. Mas uma grande tristeza
posso dizer que é ter que me afastar dos palcos, por questão
de tempo. O teatro me faz falta, ele limpa a alma das pessoas. Como
sempre dizemos, "quem faz teatro, é mais feliz".
O que você aplica
no dia a dia das experiências que teve?
Sou muito impulsiva na
maioria das vezes, sempre estou prestes a explodir minha emoções no
momento inapropriado. Mas com o tempo venho aprendendo a controlar
minha ansiedade. Quando era criança tive síndrome do pânico, algo
que me fez chorar muito na infância, e desde então carrego um
sorriso no rosto onde quer que eu vá, para quem seja, um sorriso
pode mudar o dia ou até mesmo a vida de uma pessoa.
O que faria hoje,
que não teve coragem de fazer?
Como disse
anteriormente, sou impulsiva, faço o que da na "telha".
Mas diante de muitos momentos me senti presa por muitos motivos,
creio que nos dias de hoje, sou mais aberta a oportunidades, e
costumo falar as coisas que pensam, sem medir muitas palavras. Mas
com certeza, teria me jogado de cabeça em muitos projetos do Grêmio
Estudantil, digo isto, pois na época não tinha tantos conhecimentos
sobre o movimento estudantil, e se pudesse voltar no tempo, teria
feito mais revoluções naquela escola.
Fale da Ouvidoria?
Equipe? Ocorrências mais frequentes? Encaminhamentos?
Trabalho na Ouvidoria Municipal de Brusque, juntamente com a Ouvidora Municipal Jacqueline Pinto Morales, mais conhecida como Pastora Jacque. Também atua ao meu lado outra Chefe operacional, Geane Dias. E as queridas estagiarias Ana Paula Ferrari e Daiane Montibeller. A maioria das ouvidorias são solicitações ou reclamações, mas as denuncias também são frequentes.Sempre que recebemos um cidadão aflito, procuramos acalma-lo e registrar um protocolo, encaminhando-o para o setor responsável. Trabalho neste setor desde junho de 2012, e iniciei na época em que o atual vereador Felipe Belotto era ouvidor. Em 2013, o novo ouvidor era o Celso Schwartz, que assim como Felipe se tornou um grande amigo e companheiro! Aprendi muito na ouvidoria, é uma experiência incrível, que nunca vou me esquecer.
Trabalho na Ouvidoria Municipal de Brusque, juntamente com a Ouvidora Municipal Jacqueline Pinto Morales, mais conhecida como Pastora Jacque. Também atua ao meu lado outra Chefe operacional, Geane Dias. E as queridas estagiarias Ana Paula Ferrari e Daiane Montibeller. A maioria das ouvidorias são solicitações ou reclamações, mas as denuncias também são frequentes.Sempre que recebemos um cidadão aflito, procuramos acalma-lo e registrar um protocolo, encaminhando-o para o setor responsável. Trabalho neste setor desde junho de 2012, e iniciei na época em que o atual vereador Felipe Belotto era ouvidor. Em 2013, o novo ouvidor era o Celso Schwartz, que assim como Felipe se tornou um grande amigo e companheiro! Aprendi muito na ouvidoria, é uma experiência incrível, que nunca vou me esquecer.
Kétria e os
companheiros da Juventude do PT de Brusque:
Antônio
Azevedo, popular Tonho Macaco, Mayara Voltolini, Felipe Belotto,
Priscila Santos da Silva, Kétria, Ediney Ariel Putsch, Jhonny
Fernando Do Nascimento
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