sexta-feira, 11 de abril de 2014

Kétria Spiazzi Angiolett - no prelo


  Kétria Spiazzi Angiolett;

A entrevistada desta semana é a articulista do jornal EM FOCO e Chefe Operacional na Sala do Cidadão - Prefeitura Municipal de Brusque - Kétria Spiazzi Angiolett; nascida em Brusque; filiação: Angelo Angiolett e Rosita Joana Spiazzi. Na Executiva Municipal é Secretária de Mulheres do PT de Brusque. é, também,  membro da Marcha Mundial de Mulheres (Estadual)
 
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Nossa entrevistada Kétria Spiazzi Angiolett
Sonho de criança?
Nunca tive sonhos muito permanentes, mudo de ideias frequentemente, mas posso dizer que sempre admirei a vida adulta, e até hoje sonho com a liberdade e independência.

Do que não esquece do tempo de criança?
De um brinquedo no qual guardo até hoje, "Nico", um fantoche de pelúcia que ganhei em um Natal. Na época eu cursava teatro, e Nico foi um grande parceiro em algumas peças de teatro que participei. Ele foi um amigo fiel na minha infância, é um brinquedo que marcou esta experiência maravilhosa de atuar.

Pessoas que influenciaram?
Com certeza, muitas pessoas foram influentes em minha vida, tenho apenas 18 anos, e os conselhos sempre foram bem vindos. Mas minha família sempre soube me conduzir a belos caminhos, viver em uma casa, em 3 mulheres, no caso eu minha mãe e minha tia Ana, sempre foi uma forma de me encaminhar a luta feminista, percebendo que nós mulheres podemos e somos independentes. Minha querida professora de Teatro, Maria de Lurdes Schmitz foi uma grande influencia em minha vida, auxiliando muito na minha auto estima e trabalhando minha responsabilidade. Claro, que nos dias de hoje, tenho muitas pessoas na qual me espelho e suas atitudes influenciam minha forma de agir e de ser, como o Prefeito Paulo Eccel, um grande agente político que sempre admirei desde criança, e muitos companheiros do meu partido que me aconselham e me ajudam a crescer cada dia mais.

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Minha mãe Rosita Joana Spiazzi, Kétria, minha tia Ana Maria Spiazzi, e meu avô Nadir Spiazzi

Histórico escolar?
Estudei na creche Tia Sandra, e depois estudei no SESI até os 6 anos de idade. Logo depois iniciei no Ensino Fundamental no Colégio de Educação Básica Francisco de Araújo Brusque, onde tive grandes experiências como participar do Grêmio Estudantil. Finalizei todos os meus Estudos lá, tanto o Ensino Fundamental, quanto o Ensino Médio. Atualmente estou cursando a 3° fase de Direito na Unifebe.

Quais as matérias que mais gostava? E as que detestava?
Sempre gostei muito de Artes, Sociologia e Filosofia, mas até hoje sou apaixonada por História. Odeio contas, cálculos e qualquer coisa que contenha números, sempre fui péssima em Matemática, Física e Química.

Primeiro/a Professor/a?
Minha primeira professora? Não me recordo, mas me lembro da professora Rejane, da 2° série do Ensino Fundamental.

Grandes Professores?
Tive muitos, mas em especial Professora Beatriz de Matemática, pois apesar do desastre nos cálculos ela sempre foi perseverante em me auxiliar. Também aprendi muito com um querido professor de História, Celso Deucher, que hoje tenho como um amigo. Na escola  tive professores muitos inteligentes e que marcaram minha trajetória com certeza. Mas já na faculdade tive dois professores no qual admiro muito e pretendo continuar a tê-los como meus mestres. Que é a Professora de Sociologia Jurídica, Jocêli Rosa, e o Professor de Direito Constitucional Elton Riffel.

É falta de competência da mulher ter que usar o corpo para vencer na vida?
Tendo em vista que o corpo é da mulher, ela deve utiliza-lo da forma que achar melhor. Mas sabemos que hoje em dia as mulheres tem opções muito grandes para vencer na vida sem necessitar do corpo. Também devemos ter em mente que a situação da mulher perante a sociedade ainda não é das melhores, pois  alcançamos direitos civis, isto é plausível, mas não alcançamos direitos morais. Como por exemplo, utilizar a roupa que deseja. Nós mulheres temos este direito, e não merecemos sermos reprimidas por usarmos o que gostamos. 

Por que você fala no último artigo – 11 de abril – de ditadura machista para designar o homem que tenta defender a mulher da vulgaridade, da promiscuidade?
Creio que esta visão de que se esta fazendo uma "defesa a mulher da vulgaridade, da promiscuidade" , é uma visão equivocada. Partindo da ideia que a mulher tem capacidades intelectuais e físicas para defender-se de seus possíveis atos errôneos. A ditadura machista a qual me refiro, é uma filosofia própria, que eu mesma adotei, após uma longa analise de conceitos machistas que afrontam as mulheres.  Creio que nós feministas sofremos mais com este conceito, penso que ele é uma descrição básica para podermos encontrar o caminho da libertação. A ditadura machista, nada mais é que uma comparação a ditadura militar. Nós mulheres somos controladas moralmente pela sociedade a todos os minutos, e um passo em falso, somos tachadas de todas as maneiras. Ou até mesmo agredidas.

Explique: nas caminhadas o homem usa uma vestimenta soltinha para facilitar o andar, a mulher tem que retratar o sexo?
Não necessariamente. A mulher tem que vê-lo como um homem! Como mais uma pessoa que anda da forma que deseja, e veste-se da forma que se sente bem. O que  faz-se incompreensível, é o por que de a mulher não poder ser vista da mesma forma, com  as roupas lhe caem bem e que a fazem se sentir bem.  

Esse negócio de que “o que é bonito é para ser mostrado” não é uma desculpa esfarrapada para cobrir a nudez feminina?
E qual o problema de ser mostrado? Veja bem, todos estes conceitos caem por terra quando imaginamos a igualdade entre gêneros que seja realmente verdadeira. As vezes, pode ser radicalismo da minha parte pensar desta forma, mas não é injusto com a mulher, ter de se privar de suas atitudes e anseios por conta das "vontades" de terceiros ?

O discurso de vocês não está equivocado ? Vocês pregam que não querem ser estupradas, mas estão adotando a moda que lembra o estupro: rasgos, barbantes pendurados etc.
Não me recordo de ter utilizado alguma destas modas durante minhas lutas, apenas o meu tambor! Pois creio que existem algumas feministas que utilizam formas erradas de se expressar. Afinal, compreendo que a evolução cultural perante o machismo, será um processo doloroso para algumas pessoas e será lento. Desta forma, algumas medidas não me agradam. Porém, creio que qualquer manifestação é livre de qualquer retaliação. Penso que se utilizam estes objetos que podem "induzir" o estupro, o fazem como forma de provocação social.

Nas capas de CDs, em shows, enquanto os homens colocam o melhor traje, a mulher tem que mostrar o útero. Como se explica?
Isso é uma cicatriz do sistema patriarcal, o homem é atraído pelo olhar, ou seja pela visão. As mulheres são atraídas pela audição. De uma certa forma, expor o corpo da mulher desta maneira, é favorecer, aquilo que nós mulheres da Marcha Mundial de Mulheres, chamamos de capitalismo patriarcal. Utiliza-se do corpo da mulher para ter benefícios comerciais, afinal, isso atrai muitos compradores, ainda hoje. O corpo da mulher deve ser usado em beneficio dela mesma, e não em beneficio de outras pessoas. Ilustrar capas, e ter dançarinas exibindo seus belos corpos é uma forma de beneficiar o capitalismo patriarcal, afinal, induz as pessoas a padronização midiática. .

A mulher esperneia que quer integrar os primeiros escalões das entidades e órgãos públicos. Mas depois, quando lhe é permitida, decepciona o cidadão brasileiro, como acontece com a Ministra Rose Weber do STF? Qual seria o orgulho desta senhora? O que ela diria aos netos?
Então, confesso que não conheço os trabalho de Rosa Weber. Mas não vou negar-lhe em falar que as mulheres são reprimidas nos partidos políticos.Mas posso afirmar que o PT é um dos partidos mais abertos a discussão de gêneros, dando os espaços devidos para a mulher, afinal, o PT cumpre rigorosamente a paridade, sempre tendo 50% das mulheres auxiliando nas suas lutas e ocupando cargos de liderança. Sabemos que se a mulher filiou-se em um Partido Políticos é por que acredita em ideologias, e juntamente com o mesmo tem determinações e planos de governo para seguir, mas nada disso pode impedir sua liberdade de decisões e suas atitudes enquanto mulher. Ela não pode ser reprimida e deve ser respeitada quando der sua opinião. Creio, que chegar ao ministério, ja chega a ser uma grande vitória para Rose Weber, e creio que poder dizer aos netos que foi uma mulher entre poucas a estar no poder, já é um grande orgulho. Futuramente nós poderemos debater isso,  por ações, mas nos dias de hoje as conquistas são as mais relevantes!

Por que a mulher ao dirigir não larga o maledito do celular?
Confesso que a pergunta foi preconceituosamente engraçada! Rsrsrs.... Creio que esta situação não ocorre apenas com mulheres, mas também com os homens. É uma atitude desprezível, e seja o gênero que for, se estiver infringindo esta regra, deve ser punido.

De que sente orgulho?
Orgulho-me de mim! Não quero ser prepotente, mas me orgulho de meus esforços de minha vontade de crescer.

Qual é a sua aspiração?
Creio que hoje em dia, no momento em que vivo, o PT seja uma aspiração. É uma grande força, onde fiz grandes companheiros, pessoas que vão morar na minha mente e coração para sempre. Sinto que os movimentos sociais me preenchem de uma certa forma. Sempre que estou inserida nos processos de debates dos movimentos sociais, me sinto parte da sociedade, quando me afasto, sinto-me inútil.

Costuma ler jornais?
Costumo ler jornais todos dias. É um meio de comunicação muito importante, mas infelizmente, muitos jornalistas não tem mais ética, fazendo marginalizações de pessoas, movimentos e ações belas. Vendendo-se.

Quais as melhores obras que já leu?
Não sou uma leitora fiel aos livros, confesso. Tenho uma paixão maior por filmes. Mas fiquei apaixonada pelo Manifesto Comunista de Karl Marx.

O que está lendo atualmente?
Normalmente as leituras populares entre as jovens da minha idade não me atraem, gosto muito de política. Mas diante do sucesso da trilogia 50 tons de Cinza de E L James, me despertou a curiosidade. Atualmente estou lendo esta trilogia, e confesso que gostei da história, apesar de muitas atitudes serem contra meus conceitos, mas creio que ler sobre a diferença faz-me crescer argumentativamente falando.

Grandes alegrias e quais tristezas viveu?
A maior alegria que vivo até hoje é ser filiada ao Partido dos Trabalhadores. Nunca me imaginei neste partido e nem no "mundo político" no qual vivo hoje. O PT abriu portas em minha vida, me deu noções básicas de política, e hoje me sinto inserida em um grupo social, se é que posso chama-lo assim. Não sou uma pessoa que vive frequentemente triste, pelo contrario, estou sempre sorrindo e pulando de alegrias, tudo é festa para mim, tudo é conquista. Mas uma grande tristeza posso  dizer que é ter que me afastar dos palcos, por questão de tempo. O teatro me faz falta, ele limpa a alma das pessoas. Como sempre dizemos, "quem faz teatro, é mais feliz".

O que você aplica no dia a dia das experiências que teve?
Sou muito impulsiva na maioria das vezes, sempre estou prestes a explodir minha emoções no momento inapropriado. Mas com o tempo venho aprendendo a controlar minha ansiedade. Quando era criança tive síndrome do pânico, algo que me fez chorar muito na infância, e desde então carrego um sorriso no rosto onde quer que eu vá, para quem seja, um sorriso pode mudar o dia ou até mesmo a vida de uma pessoa.

O que faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Como disse anteriormente, sou impulsiva, faço o que da na "telha". Mas diante de muitos momentos me senti presa por muitos motivos, creio que nos dias de hoje, sou mais aberta a oportunidades, e costumo falar as coisas que pensam, sem medir muitas palavras. Mas com certeza, teria me jogado de cabeça em muitos projetos do Grêmio Estudantil, digo isto, pois na época não tinha tantos conhecimentos sobre o movimento estudantil, e se pudesse voltar no tempo, teria feito mais revoluções naquela escola.

Fale da Ouvidoria? Equipe? Ocorrências mais frequentes? Encaminhamentos?
Trabalho na Ouvidoria Municipal de Brusque, juntamente com a Ouvidora Municipal Jacqueline Pinto Morales, mais conhecida como Pastora Jacque. Também atua ao meu lado outra Chefe operacional, Geane Dias. E as queridas estagiarias Ana Paula Ferrari e Daiane Montibeller. A maioria das ouvidorias são solicitações ou reclamações, mas as denuncias também são frequentes.Sempre que recebemos um cidadão aflito, procuramos acalma-lo e registrar um protocolo, encaminhando-o para o setor responsável.  Trabalho neste setor desde junho de 2012, e iniciei na época em que o atual vereador Felipe Belotto era ouvidor. Em 2013, o novo ouvidor era o Celso Schwartz, que assim como Felipe se tornou um grande amigo e companheiro! Aprendi muito na ouvidoria, é uma experiência incrível, que nunca vou me esquecer.


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Kétria e os companheiros da Juventude do PT de Brusque:
Antônio Azevedo, popular Tonho Macaco, Mayara Voltolini, Felipe Belotto, Priscila Santos da Silva, Kétria, Ediney Ariel Putsch, Jhonny Fernando Do Nascimento


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