José
Carlos Padoani
incursão na história da imprensa escrita
O
entrevistado da semana é José Carlos Padoani, nascido em
Brusque aos 25/09/1952; filho de Arnoldo Padoani e Maria Paza
Padoani; casado com Ivete Padoani, três filhos: Carine, Francine e
Carlos Eduardo. Torce para o Palmeiras e Flamengo.
Nosso
entrevistado Padoani com Marcos Dias – na mudança do
linotipo para a diagramação computadorizada
Quando
criança - o que sonhava ser ?
Queria
ser jogador de futebol profissional.
Como
conheceu a Ivete?
Éramos
vizinhos na infância, nos tornamos amigos e na juventude começamos
a namorar. Nos casamos com 4 anos de relacionamento. E estamos
convivendo há 37
anos.
Escolaridade?
Fiz até
o 2º Grau
Em que
período trabalhou no jornal?
Em
setembro de 1965. Sai em outubro de 2003, totalizando 38 anos de
trabalho dedicados ao Jornal.
Então
você iniciou com que idade?
Comecei a
trabalhar com 13 anos, fiquei trabalhando no Jornal por 38 anos
ininterruptos. Sou aposentado por tempo de serviço desde 1993, mas
nunca parei de trabalhar.
Quem
foi seu Chefe de oficina na época?
Na época
que iniciei, de 1965 até aproximadamente 1980, meu supervisor era
Aírton Ferreira.
Como
era composta a equipe de trabalho e o que cabia a cada um?
Jaime
Mendes era o diretor, Aírton Ferreira era o supervisor, Sr. Wilson
Santos como jornalista, e os funcionários, Renato, Tecla, Roseli
Belli, Alvir Renzi, Beto Bertholdi e outros.
Padoani
com Carlos Alberto Bertóldi colocando páginas do jornal na
impressora
Qual
foi o proprietário do jornal mais companheiro?
Para mim
todos foram excelentes, contribuíram para o meu crescimento
profissional.
Um
pouco da história, nestes 38 anos que trabalhaste no jornal
Quando
comecei a trabalhar em 1965, a composição do jornal era feita
manual, letra por letra. Por exemplo, tinha uma caixa mais ou menos
de 1 metro de comprimento por 0,60 centímetros de largura onde era
dividida em quadradinhos, nestes cada um tinha um tipo de letra de A
a Z, inclusive o (ï) com trema e o (ñ) com til.
Padoani
com Agenor Martins na Linotipo
E o
tamanho da fonte?
Essas
fontes tinham tamanho de 6, 8, 10 e 12, sendo a fonte 10, a mais
utilizada e as caixinhas que tinham mais letras era “e”, “a”,
“o”. Essas letras eram juntadas dentro de um 'componidor,' e
sendo colocadas na 'bulandeira' para montar a página juntamente com
os títulos maiores. Quando formavam 4 páginas seguiam para máquina
de impressão, onde eram passadas folha a folha manualmente e,
terminada a impressão, as letras eram distribuídas novamente nas
caixinhas para a composição de novas páginas. A máquina imprimia
1000 folhas por hora, se tudo corresse bem.
Onde
estava localizado o jornal?
Antigamente,
o jornal localizava-se nos fundos da Prefeitura e em cima da feira
livre. Depois passou para o lado, na Fábrica Buettner. Em 1971 o
Jornal mudou-se para o Bairro Santa Rita. Nesta época o diretor
comprou uma linotipo, onde começou a facilitar o nosso serviço,
eram montadas as letras “matrizes” em placas de chumbo em auto
relevo pela linotipo. Essa máquina tinha que ser ligada 3 horas
antes de começar a trabalhar para alcançar a temperatura de no
mínimo 600º C, derretendo o chumbo, e o operador dessa máquina era
Agenor Martins, depois Aloísio Wipel e mais tarde, Beto Bertholdi.
Usava-se o chumbo que posteriormente era novamente derretido numa
caldeira para retirar as impurezas e reutilizar.
Quem
comandava o jornal?
De 1965
até 1986, o Jornal ficou sob responsabilidade e direção do
Jornalista e
Exator Estadual, Sr. Jaime Mendes, sendo que em 86 veio a falecer. Após o inventário a família resolveu vender o Jornal para 10 sócios quotistas, sob a direção do Sr Cyro Gevaerd, ex-Prefeito.
Exator Estadual, Sr. Jaime Mendes, sendo que em 86 veio a falecer. Após o inventário a família resolveu vender o Jornal para 10 sócios quotistas, sob a direção do Sr Cyro Gevaerd, ex-Prefeito.
Com
quem aprendeu mais?
Com os
jornalistas Jaime Mendes, Cyro Gevaerd e Wilson Santos aprendi muito,
posso dizer que foi um dos aprendizados mais importantes que tive,
tanto no quesito profissional como ser humano.
Meus
maiores aprendizados versavam na área da escrita e diagramação,
onde aprendi muito sobre a língua portuguesa, sendo que até ajudava
fazer a revisão. Passado algum tempo, o Grupo Buettner, como
quotista, adquiriu as demais participações e assumiu a direção
sob o comando do Sr Herbert Pastor, ficando até 1994, quando o então
empresário Jorge Colzani, adquiriu o Jornal, mudou a tecnologia para
que todo processo fosse computadorizado, sendo que a impressão
passou a ser terceirizada no Jornal A Notícia de Joinville. e após
3 meses, passou a ser impresso no Jornal de Santa Catarina onde
permanece até hoje. Em 1998, a direção passou a ser exercida por
Cláudio Schlindwein permanecendo até os dias atuais.
Houve
algum fato marcante com grande repercussão jornalística?
A queda
da ponte Irineu Bornhausen, e a enchente de 1984, ambos fatos tiveram
uma grande repercussão e cobertura jornalística de âmbito
nacional.
A queda da ponte Irineu Bornhausen
Quem
mais escrevia artigos e sobre que assuntos ?
Quem
mais escrevia os artigos era o Srs. Jaime Mende e Vilson Santos. O
que mais escreviam era sobre os fatos do dia a dia.
E
dos que não eram da casa?
Os que não pertenciam
ao jornal eram: Silveira Junior, Alvir Renzi (colunista social e
esportista), José Carlos Natividade (reporter).
Como
compara o trabalho na imprensa na época em que você trabalhou com
a imprensa de hoje?
Antigamente
as notícias chagavam ao jornal pelos colunistas fixos e alguns
assuntos que aconteciam na cidade durante a semana, além disso o sr.
Jaime Mendes recebia material de agências de publicidade do estado.
Na época o jornal era feito artesanalmente, juntando as letra por
letra, e as fotos eram chamadas de clichê, que eram gravadas em uma
chapa de zinco. Hoje o jornal tem outra estrutura com noticias mais
fáceis de buscar, mais jornalistas de plantão, mais tecnologias e
mais facilidade de locomoção e ainda possui a facilidade da
internet para se fazer noticias.
O
trabalho com o jornal trouxe muitos conhecidos e muitas amizades?
Ao longo
de todos os anos trabalhados no Jornal fiz muitos amigos e fiquei
muito conhecido nos meios sociais e rodas esportivas brusquenses e
catarinenses.
Se
fosse para recomeçar – faria todo o percurso novamente?
Somente
se tivesse a cabeça que tenho hoje, somente neste caso retroagiria
no tempo. Talvez mudasse alguma coisa, mas não sei como seria.
O que
fazes hoje no SAMAE?
Quando
sai do Jornal trabalhei no Parque Zoobotânico de 2004 até janeiro
de 2009. Nessa época fiz um processo seletivo pela SAMAE ingressando
como jardineiro. Em novembro de 2009, quando saiu o concurso para
provimento de cargos no SAMAE, eu participei e fui aprovado,
assumindo efetivamente o cargo de servidor público.
Finalizando,
Uma palhinha sobre a Associação Samae?
Para mim,
a diretoria da Associação do Samae busca fazer sempre o melhor para
seus associados, integrando sempre em ações recreativas todos os
participantes. Participo sempre da Copa Samae que é um tipo de
integração de todos os membros catarinenses, como forma recreativa
e social em diversas modalidades. Neste ano, este evento vai ser
realizado em Gaspar.A Associação também organiza viagens e festas,
por exemplo, Festa dos Trabalhadores, Festa Junina, Jantar Dançante
no final do ano, Torneios de Canastra, Dominó e Sinuca e todas as
sextas realizam um encontro entre os amigos associados.
Publicado no Jornal EM FOCO aos 26 de julho de 2013.
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