quinta-feira, 24 de abril de 2014

José Carlos Padoani

José Carlos Padoani

incursão na história da imprensa escrita



O entrevistado da semana é José Carlos Padoani, nascido em Brusque aos 25/09/1952; filho de Arnoldo Padoani e Maria Paza Padoani; casado com Ivete Padoani, três filhos: Carine, Francine e Carlos Eduardo. Torce para o Palmeiras e Flamengo.
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Nosso entrevistado Padoani com Marcos Dias – na mudança do linotipo para a diagramação computadorizada

Quando criança - o que sonhava ser ?
Queria ser jogador de futebol profissional.

Como conheceu a Ivete?
Éramos vizinhos na infância, nos tornamos amigos e na juventude começamos a namorar. Nos casamos com 4 anos de relacionamento. E estamos convivendo há 37 anos.

Escolaridade?
Fiz até o 2º Grau

Em que período trabalhou no jornal?
Em setembro de 1965. Sai em outubro de 2003, totalizando 38 anos de trabalho dedicados ao Jornal.

Então você iniciou com que idade?
Comecei a trabalhar com 13 anos, fiquei trabalhando no Jornal por 38 anos ininterruptos. Sou aposentado por tempo de serviço desde 1993, mas nunca parei de trabalhar.

Quem foi seu Chefe de oficina na época?
Na época que iniciei, de 1965 até aproximadamente 1980, meu supervisor era Aírton Ferreira.

Como era composta a equipe de trabalho e o que cabia a cada um?
Jaime Mendes era o diretor, Aírton Ferreira era o supervisor, Sr. Wilson Santos como jornalista, e os funcionários, Renato, Tecla, Roseli Belli, Alvir Renzi, Beto Bertholdi e outros.
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Padoani com Carlos Alberto Bertóldi colocando páginas do jornal na impressora

Qual foi o proprietário do jornal mais companheiro?
Para mim todos foram excelentes, contribuíram para o meu crescimento profissional.

Um pouco da história, nestes 38 anos que trabalhaste no jornal
Quando comecei a trabalhar em 1965, a composição do jornal era feita manual, letra por letra. Por exemplo, tinha uma caixa mais ou menos de 1 metro de comprimento por 0,60 centímetros de largura onde era dividida em quadradinhos, nestes cada um tinha um tipo de letra de A a Z, inclusive o (ï) com trema e o (ñ) com til.
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Padoani com Agenor Martins na Linotipo

E o tamanho da fonte?
Essas fontes tinham tamanho de 6, 8, 10 e 12, sendo a fonte 10, a mais utilizada e as caixinhas que tinham mais letras era “e”, “a”, “o”. Essas letras eram juntadas dentro de um 'componidor,' e sendo colocadas na 'bulandeira' para montar a página juntamente com os títulos maiores. Quando formavam 4 páginas seguiam para máquina de impressão, onde eram passadas folha a folha manualmente e, terminada a impressão, as letras eram distribuídas novamente nas caixinhas para a composição de novas páginas. A máquina imprimia 1000 folhas por hora, se tudo corresse bem.

Onde estava localizado o jornal?
Antigamente, o jornal localizava-se nos fundos da Prefeitura e em cima da feira livre. Depois passou para o lado, na Fábrica Buettner. Em 1971 o Jornal mudou-se para o Bairro Santa Rita. Nesta época o diretor comprou uma linotipo, onde começou a facilitar o nosso serviço, eram montadas as letras “matrizes” em placas de chumbo em auto relevo pela linotipo. Essa máquina tinha que ser ligada 3 horas antes de começar a trabalhar para alcançar a temperatura de no mínimo 600º C, derretendo o chumbo, e o operador dessa máquina era Agenor Martins, depois Aloísio Wipel e mais tarde, Beto Bertholdi. Usava-se o chumbo que posteriormente era novamente derretido numa caldeira para retirar as impurezas e reutilizar.

Quem comandava o jornal?
De 1965 até 1986, o Jornal ficou sob responsabilidade e direção do Jornalista e
Exator Estadual, Sr. Jaime Mendes, sendo que em 86 veio a falecer. Após o inventário a família resolveu vender o Jornal para 10 sócios quotistas, sob a direção do Sr Cyro Gevaerd, ex-Prefeito.

Com quem aprendeu mais?
Com os jornalistas Jaime Mendes, Cyro Gevaerd e Wilson Santos aprendi muito, posso dizer que foi um dos aprendizados mais importantes que tive, tanto no quesito profissional como ser humano.
Meus maiores aprendizados versavam na área da escrita e diagramação, onde aprendi muito sobre a língua portuguesa, sendo que até ajudava fazer a revisão. Passado algum tempo, o Grupo Buettner, como quotista, adquiriu as demais participações e assumiu a direção sob o comando do Sr Herbert Pastor, ficando até 1994, quando o então empresário Jorge Colzani, adquiriu o Jornal, mudou a tecnologia para que todo processo fosse computadorizado, sendo que a impressão passou a ser terceirizada no Jornal A Notícia de Joinville. e após 3 meses, passou a ser impresso no Jornal de Santa Catarina onde permanece até hoje. Em 1998, a direção passou a ser exercida por Cláudio Schlindwein permanecendo até os dias atuais.

Houve algum fato marcante com grande repercussão jornalística?
A queda da ponte Irineu Bornhausen, e a enchente de 1984, ambos fatos tiveram uma grande repercussão e cobertura jornalística de âmbito nacional.

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A queda da ponte Irineu Bornhausen

Quem mais escrevia artigos e sobre que assuntos ?
Quem mais escrevia os artigos era o Srs. Jaime Mende e Vilson Santos. O que mais escreviam era sobre os fatos do dia a dia.

E dos que não eram da casa?
Os que não pertenciam ao jornal eram: Silveira Junior, Alvir Renzi (colunista social e esportista), José Carlos Natividade (reporter).

Como compara o trabalho na imprensa na época em que você trabalhou com a imprensa de hoje?

Antigamente as notícias chagavam ao jornal pelos colunistas fixos e alguns assuntos que aconteciam na cidade durante a semana, além disso o sr. Jaime Mendes recebia material de agências de publicidade do estado. Na época o jornal era feito artesanalmente, juntando as letra por letra, e as fotos eram chamadas de clichê, que eram gravadas em uma chapa de zinco. Hoje o jornal tem outra estrutura com noticias mais fáceis de buscar, mais jornalistas de plantão, mais tecnologias e mais facilidade de locomoção e ainda possui a facilidade da internet para se fazer noticias.






O trabalho com o jornal trouxe muitos conhecidos e muitas amizades?
Ao longo de todos os anos trabalhados no Jornal fiz muitos amigos e fiquei muito conhecido nos meios sociais e rodas esportivas brusquenses e catarinenses.

Se fosse para recomeçar – faria todo o percurso novamente?
Somente se tivesse a cabeça que tenho hoje, somente neste caso retroagiria no tempo. Talvez mudasse alguma coisa, mas não sei como seria.

O que fazes hoje no SAMAE?
Quando sai do Jornal trabalhei no Parque Zoobotânico de 2004 até janeiro de 2009. Nessa época fiz um processo seletivo pela SAMAE ingressando como jardineiro. Em novembro de 2009, quando saiu o concurso para provimento de cargos no SAMAE, eu participei e fui aprovado, assumindo efetivamente o cargo de servidor público.

Finalizando, Uma palhinha sobre a Associação Samae?
Para mim, a diretoria da Associação do Samae busca fazer sempre o melhor para seus associados, integrando sempre em ações recreativas todos os participantes. Participo sempre da Copa Samae que é um tipo de integração de todos os membros catarinenses, como forma recreativa e social em diversas modalidades. Neste ano, este evento vai ser realizado em Gaspar.A Associação também organiza viagens e festas, por exemplo, Festa dos Trabalhadores, Festa Junina, Jantar Dançante no final do ano, Torneios de Canastra, Dominó e Sinuca e todas as sextas realizam um encontro entre os amigos associados.

Publicado no Jornal EM FOCO aos 26 de julho de 2013.

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