A ARTE DE ESCREVER
Ou escreves algo que valha a pena ler,
ou fazes algo acerca do qual valha a pena escrever.
(Benjamin Franklin)
ALBERTO ZORRER
Filho de Ernesto e Maria Rescarolli Zorrer – O Zorrer dos pais é com Z, natural de Sessenta, Botuverá, nascido aos 05.11.46. São em 4 irmãos: Arlindo, Alvin, Avelina e Alberto. Casado com Rosecler Shondachler Sorrer, casados aos 17.11.84. Tem uma filha: Lorena. Torce pelo Figueirense e Grêmio Portoalegrense.Como foi sua vida profissional?
Aos 7 aos 16, trabalhei na lavoura. Em 80, trabalhei por 5 meses no Escritório de Contabilidade de Sérgio J. Colombi. De 81 a 85, na Cooperativa de Eletrificação Rural, depois Celesc até 88. E, finalmente, como Assessor de Imprensa – concursado em Assistente Administrativo – nos governos de Moacir Merísio e Nilo Barni.
Quando e como ocorreu o acidente?
O acidente ocorreu em 20.01.63, um tombo de bicicleta, quanto tive fratura da coluna, com comprometimento da medula.
Desde quando escreve?
Escrevo há uns 15 anos. Inicialmente – por volta de 1988, em Jornal de Gaspar – Jornal do Gilberto Schmidt - depois no Correio Regional. Em seguida no Diário do Povo/Diário Brusquense, quando fiz o editorial e escrevia a primeira página e, atualmente, no Planeta Notícias.
Escreve só para o Planeta Notícias?
No momento, sim.
Quais os escritos que lembra com carinho?
Já, inclusive, diversas vezes.Olha já iniciei uns 10 livros, mas não tenho paciência para revisar.
Crônicas?
Não, romances.
Lembranças positivas?
O meu primeiro emprego no Escritório do Sérgio J. Colombi.
Fatos marcantes?
Devido meu engajamento político tive dificuldades sérias em conseguir
uma colocação profissional, entre 88 a 92.
Grandes atletas de seu tempo, no futebol amador de Botuverá?
Um atleta que deixou seu nome gravado em Botuverá foi o Mão de Onça.
Uma palhinha sobre Botuverá? Bonomini –escritor/artista, a política, o potencial turístico?
O escritor e artista:
O Pedro Luiz Bonomini foi – e é – um dos caras mais instruídos e mais inteligentes de Botuverá. É um artista daqui.
Política:
Gosto da política, não da maneira como é feita a política. O que manda na política do município, do interior é o poder econômico. Um partido de menor porte dificilmente sobrevirá.
Potencial turístico:
A natureza privilegiou Botuverá. É muito bom, mormente no turismo ecológico: cavernas e cachoeiras.
O que falta para Botuverá?
O desenvolvimento econômico, com a implantação de mais empresas, gerando empregos para a mão de obra do Município. A mudança de mentalidade de algumas pessoas que detém o poder.
Grandes nomes em Botuverá?
Entre outros citaria: Pedro Luiz Bonomini, José Bonus Leite Carroso, Zenor Francisco Sgrott, Nilo Barni, Eliana Bosco Vicentini (como administradora), e Silvino Schmidt (como diretor da Escola Básica).
Nunca pensou em candidatar-se?
Já fui candidato a vereador... uma decepção total.
Quantos votos?
48. Só que foram obtidos com trabalho sério e isentos de qualquer recurso financeiro.
O que faz Alberto Sorrer, hoje?
Sou servidor público aposentado e escrevo para o Planeta Notícias. 26
Referências: Jornal Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 13 de junho de 2003.
ALVARO CASTRO
Escritor, editor chefe da revista Sopa de Siri, advogado, membro da Academia Itajaiense de Letras e Corretor de Imóveis
O entrevistado desta semana é o escritor, editor chefe da revista Sopa de Siri, Álvaro Castro, nascido em Itajaí SC, 02.02.1950; filiação: José Castro e Jacy Mafra Castro; cônjuge: Sueli Teresinha Beling Castro (Casamento: 25.09.2010); filhos: Elisabete, Elisângela, Elissandra e Álisson; netos: André Leonardo, Júlia Francisquini, Victor Hugo, Pedro Moreno e Artur. Torce para o mengo.
Sonho de criança?
Ser advogado.
Como foi sua infância e juventude?
Razoável, estudando e trabalhando.
O que lembra com carinho da infância e da juventude?
De meus avós e minha mãe.
Pessoas que influenciaram?
As que foram bons exemplos.
Histórico escolar ?
Grupo Escolar Floriano Peixoto – até concluir o Curso Primário (hoje, fundamental); Curso Ginasial: Colégio Salesiano (Itajaí) Colégio Americano (Curitiba) Colégio Fayal (Itajaí); Segundo Grau: Técnico de Contabilidade, Colégio Fayal (Itajaí) e Terceiro Grau: Bel. em Direito, UNIVALI (Itajaí)
Grandes professores que teve?
Cacildo Romagnoni, Pedro Ghislandi, Paulo Maes, Pedro Baron, José Luiz Moreira Cacciari, Rosa de Lourdes Vieira e Silva e Aquiles Garcia.
Como foi o exercício da vereança?
Fui eleito Vereador, em 1988, com 561 votos, em Itaituba PA
Algum cargo na mesa diretiva da Casa Legislativa?
Presidimos a mesa que elaborou a Lei Orgânica dos Municípios, e a promulgamos em 1989. Fizemos o que gostaríamos que os políticos fizessem, ou seja, legislamos para o povo, com lei que acabaram com mordomias (como aposentadoria de vereadores com dois mandatos) etc. Imprimimos a obrigatoriedade da eleição para o cargo de diretor de escola, etc.
Retornou a Itajaí por ser o berço?
Sim. Saí por um propósito, com a intenção de retornar.
Atuou na área do Direito?
Sim. Advogamos em Itajaí (1977 a 1979), em Criciúma (1980) e em Itaituba
PA (1981 a 1990). A retornar a Santa Catarina em 1991 decidimos
não mais advogar.
Em que área atuou como advogado?
Em Itajaí (Civel, Crime e Trabalhista) Em Criciúma (Cível) no Pará (Criminal)
Trabalha sozinho ou em sociedade?
Atualmente trabalho com minha esposa e um funcionário
Como você consegue inspiração para seus escritos?
Não preciso de inspiração, mas de imaginação.
A imaginação, em parte, resulta da inspiração?
Não sinto assim. Inspiração eu sinto na construção de poemas. Costumo dizer que poema a gente ganha – nunca me sinto autor de poemas.
A boa escrita é o único atributo indispensável para ser um bom escritor?
É um atributo indispensável, mas não o único. Sempre um leitor precede a um escritor. Não há escritor que não tenha sido ou que seja leitor assíduo. Portanto, para ser um bom escritor é necessário, antes, ser um bom leitor; depois, ter muita imaginação e experiência de vida, muita sensibilidade para as nuances, percepção do comportamento das pessoas, tribos, raças, civilizações nas mais diversas atividades e faixas etárias.
Quais os assuntos que tem mais facilidade para escrever?
Existencialismo, filosofia.
Como surgiu o norte do país em sua trajetória?
Quando ainda estudante de Direito/UNIVALI (1974) fui para um estágio de 30 dias, com o Projeto Rondon, para Itaituba PA. Fiquei encantado com a pequena cidade. Após formado fui advogar em Itaituba (1981) e aproveitar para conviver com garimpeiros de ouro a fim de conseguir subsídios para escrever um livro.
Como surgiu “Blefo e Bamburro”?
Blefo e Bamburro surgiu da experiência e vivência com garimpeiros e garimpos de ouro do Brasil (Amazônia Legal), mais precisamente no Amazonas, Pará e Mato Grosso.
E o “Jogo da Verdade”?
O “O jogo da Verdade” surgiu de uma ideia que me veio, sobre como seria um casal jogando o jogo da verdade, suas implicações e suas eventuais complicações.
Alguma obra no prelo?
Não
E a Sopa de Siri?
A Sopa de Siri, revista no segmento de arte e cultura, com uma dose generosa de humor sadio, circula há 13 anos, divulgando obras e autores, e seus eventos, e registrando famílias itajaienses. O seu slogan é: Todo
mundo quer uma. Nós vemos arte e cultura com um bem para a vida. Pena, que são tão poucos que as veem assim.
Como surgiu a Sopa de Siri?
Surgiu de um evento artístico-cultural que criei: Itajaí Musical Bar, um festival de música que se realizava mensalmente em grandes bares da cidade. Havia a necessidade de atender pessoas que solicitavam as letras
de poemas declamados e das canções concorrentes. Assim, criamos uma “Folha de Mesa de Bar”, que se chamou “Sopa de Siri”. Com o tempo passou a ser Jornal de Bar Sopa de Siri, depois Revista de Bar Sopa de Siri, e finalmente apenas Sopa de Siri, que circula com periodicidade mensal na região há 13 anos.Iniciou com duas páginas (frente e verso da “Folha de Bar”) e atualmente está com 56 páginas.
Quais as melhores obras que leu?
A bíblia (embora não seja religioso, mas agnóstico), O perfume, romance
do escritor alemão Patrick Süskind; O maior vendedor do mundo, de Og
Mandino, Lisa Biblioteca de Comunicação, do Professor Admir Ramos e
outras centenas de bons livros.
O que está lendo atualmente?
Atualmente concluí a leitura dos livros da família Laus, de Tijucas: A Décima
Carta, Relações, Presença de Thalia e Viagem ao Desencontro, de Ruth
Laus, e Os papéis do Coronel, de Harri Laus.
Grandes nomes na Cultura ?
Silveira Júnior e Juventino Linhares (In memorian) em Itajaí, Dr. Lauro Junckes (In memorian) em Santa Catarina e Jorge Amado (In memorian), em termos nacionais.
Tem lido jornais?
Sim.
De que sente orgulho?
De ter, na medida certa, a compreensão de que nada sou, de que a vida é menos do que um sopro; e de saber que a inteligência é a ironia da vida.
Grandes alegrias e tristezas?
Minhas alegrias são minha mulher Sueli, meus filhos e meus netos; minha tristeza é a constatação do limite de meu cérebro animal, que não me permite pensar senão a partir da ideia de INÍCIO e FIM. O que havia antes do INÍCIO de tudo? Não poder desvendar o mistério da criação do cosmo...
O que você aplica no dia a dia dos grandes pensadores, das experiências que teve?
Aplico no convívio diário. Em resumo, aplico no meu comportamento, com maior abrangência de compreensão da vida e da personalidade racional.
O que faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Nada, que me lembre.
Soube que o você também torce para o Estiva e o Almirante Barrroso? Fale um pouco sobre os dois. ESTIVA - Sociedade dos Estivadores Esporte Clube. Data de Fundação, 30/06/1946. Tem sua sede em Navegantes. BARROSO - O Clube Náutico Almirante Barroso, fundado em 1919, tem sua sede na Rua
Almirante Barroso, em Itajaí. O Barroso foi vice-campeão catarinense de futebol em 1963, perdendo a final justamente para o arqui-rival Marcílio Dias. Desde sua fundação até 1940, a atividade principal da entidade era o remo, que teve uma trajetória brilhante, obtendo expressivas conquistas como os campeonatos estaduais de 1920,1921,1927e 1928.
Finalizando, se fosse traçar o próximo passo para a sua jornada, como seria?
Antes da minha cremação, gostaria de poder escrever mais alguns livros, ler e viajar muito. Por enquanto, meu projeto que acabo de iniciar está ligado ao ramo imobiliário; fiz curso de corretor de imóveis e acrescentei oito páginas na revista e criei o Caderno de Imóveis. Na área artística e cultural, por enquanto, fico na divulgação.
Referências: Publicado no Jornal EM FOCO aos 03 de outubro de 2014.
LUIZ SAULO ADAMI e MARIA CRISTINA ROSA
popular Tina Rosa
Luiz Saulo Adami, filho de Tereza Conte e Luís Avani Adami; natural de Brusque, nascido aos 21 de fevereiro de 1965. Maria Cristina Rosa, popular Tina Rosa, filha de Darci Ione Martins e Enemésio
Júlio Rosa; natural de Itajaí, nascida aos 08 de janeiro de 1965. Casados na CapelaSão Roque, Arraial dos Cunha, Itajaí, em 23 de novembro de 1985.
Trajetória cultural de ambos?
Temos obras publicadas nas áreas de literatura, comunicação, artes cênicas e história do Brasil, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Escócia. Participamos de festivais de teatro amador e ministramos oficinas de texto, direção e produção teatral em Santa Catarina e no Piauí, onde nossas peças foram indicadas para prêmios técnicos. Escrevemos, apresentamo-nos e produzimos vídeos, programas de rádio e varaisliterários, atuamos como repórteres, fotógrafos, colunistas e editores de jornais e revistas, tendo criado e mantido um escritóriode assessoriade imprensapara sindicatos e outras entidadesde Brusque, na década de 1990. Somos membros de academias literárias do Brasil e de Portugal. Somos voluntários da Associação Brusquense de Proteção de Animais –ACAPRA, desde 1999.
Quais os livros publicados?
Cicatrizes – 1982, poesia, conto e crônica; 2) Tina: Antologia Poética – 1982, poesia; 3) Nosso Pequeno Grande Mundo – 1983, poesia; 40 Elza: amor e Renúncia – 1987, novela; 5) Ressurreição dos Enforcados: A poesia de Max Theodoro, por Luiz Adami – poesia completa – 1988, poesia; 6) Poetas do Berço: O Primeiro Grito!, 1988, poesia, com Juarez Visentainer, Marcelo Nivert Schlindwein e Ieda Hartke; 7) Chorinho – 1989, poesia; 8) Carimbos e Panfletos – 1989, poesia; 9) De que adiantam braços fortes? –
1984, conto, crônicas e poesia; 10) O único humano bom é aquele que está morto! – 1996, cinema e TV; 11) Reserva Particular do Patrimônio Natural –RPPN Chácara Edith – 2002, história; 12) Testemunho de Fé: Memorial do Pastor Wilhelm Gottfried Lange – 2003, biografia, português/Alemão; 13) História Secreta do Arraial dos Cunha – 2004, história; 14) Terra Generosa: A história de Massaranduba/SC -2204, história; 15) Agrolândia: De Trombudo Alto aos Nossos Tempos – 2004, história; 16) Alto Rio dos
Bugres: As origens do Município de Imbuia – 2004, história; 17) Paisagens da memória: A criação do Município de Vidal Ramos – 2004, história; 18) Rio do Oeste: A história oficial e as outras histórias – 2004, história.
Como se deu a mudança do ramo poético para o história?
Foi a poesia que nos uniu, no início da década de 1980. Nós éramos estudantes em Itajaí e, nos conhecemos em 1981. Nos apaixonamos e co85 meçamos a escrever poesias um para o outro, um exercício quase diário, e o fim da história muitos conhecem: livros publicados, peças teatrais
produzidas, casamento...Não se tratou de “mudança de ramo”, tudo foi conseqüência porque sempre produzimos muito em várias áreas distintas, desde a literaturaem geral (conto, crônica, novela, poesia...) até as artes cênicas (teatro, vídeo...), passando pelo jornalismo (rádio, jornal...). A história surgiu para nós como uma alternativa viável a partir de 2001, com a publicação do livro “Reserva Particular do Patrimônio Natural –RPPN Chácara Edith”, que conta a história da área conhecida como Fazenda Hoffmann,
no centro urbano de Brusque. Em 2002, por pressõespolíticas, fui demitido de um jornal em que trabalhava, e decidi que era hora de reavaliar a minha carreira: estava com mais de 20 anos de trabalho na área do
jornalismo – como um dos raros sobreviventes entre os práticos de nossa comunidade – e cansado das instabilidades e dos riscosda profissão. Desta vontade de mudar- sem abandonar o dom que Deus me deu – encontrei nos livros escritos sobcontrato a solução para as questões profissionais e financeiros. Um novo caminho que Tina e eu estamos percorrendo há mais de um ano, graças a Deus.
Dificuldades iniciais na publicação das obras?
Dificuldades existiram, desde o primeiro livro, em 1982, e existirão tanto para nós, quanto para qualquer outro escritor. Os livros, assim como todos os nossosdemais projetos, são frutos da inspiração e da transpiração – aliás, de muita inspiração. Por que as paradinhas de1989 a 1996 e de 1996 a 2002?
Cada período teve seus motivos, mas entre as razões estavam, a dedicação ao jornalismo – viagens, reportagens, turnos de mais de 12 horas- falta de recursos próprios –magistério e jornais pagam mal – e falta de visão de alguns políticos e empresários, que consideram a cultura dispensável e o livro um bem supérfluo. Mas, aos poucos, com perseverança e fé, fomos superando obstáculos.
O que levou a fixar-se mais na história?
Porque pesquisar é responder perguntas. A história é um campo aberto a muitas interferências e questionamentos. Nós queríamos dar a nossa contribuição para um setor que se restringe ainda – basicamente – a livros que buscam mais a reflexão, do que puramente a narração do fato histórico de
cidades, de pessoas e de empresas, como escreveríamos nossas grandes reportagens. .Nossos livros deixam a reflexão, o julgamento e as conclusões para o leitor. Nossa missão é escrever para provocar a reflexão de quem lê.
2004 foi um dos anos mais produtivos?
Foi. Publicamos seis livros, entre abril a dezembro 86
Comente sobre seu conto “A invasão dos macacos”, inclusive sobre a tradução para o inglês
O conto “ A invasão dos Macacos” foi escrito em 1997, uma variação sobre as idéias e os conceitos das séries de cinema e TV “O Planeta dos Macacos”, que eu pesquiso desde 1978: Na Inglaterra, em 1968, um casal – humano – volta para sua casa, depois de assistir a estréia do filmeem um cinema de Londres, e passa a – literalmente – viver a realidade proposta pelo filme, de que os macacos dominaram a terra. O conto foi premiado em concursos literários do Brasil, traduzido para o inglês por Rosana Paza, publicado no Brasil e nos Estados Unidos, em 1998 – quando fui uma das celebridades convidadas para a megaconvenção de cinema e TV “Starcon 98”em Pasadena, Califórnia, ao lado de astros e estrelas de vários seriados
de cinema e TV. O conto também foi registrado na Biblioteca Nacional – Rio de Janeiro – e no Writers Guild of América –Los Angeles. Muitas viagens? Por enquanto, as viagens só dizem respeito aos projetos da S&T Editores, o que nos dá uma oportunidade maior para conhecer os encantos de nossas
pequenas e médias cidades de Santa Catarina. Como Agrolândia, onde o patrimônio histórico é “tombado” e não “derrubado”, como acontece em algumas outras cidades que conhecemos. Quanto ao exterior, gostaria de voltar à Califórnia para continuar o trabalho de pesquisa sobre cinema e rever amigos, como nosso correspondente Jeff Krueger, o maquiador Bill Blake – que me transformou em macaco, em 1999, a atriz Natalie Trundy –viúva do produtor Arthur P. Jacobs, e os atores Booth Colmann - o doutor Zius da TV, Ron Harper – o astronauta do seriado, Buck Kartalina e Don Pedro Colley, que foram gentis comigo e com quem mantenho contato, até hoje.
Outras participações?
Temos participado de publicações, como o “Anuário de Itajaí, desde 2003, e temos tido a alegria de vê nossos livros servindo de referência para outros escritores que se dedicam à preservação da memória histórica e artístico-cultural de Santa Catarina. E no exterior também, porque quando a nova versão de “O Planeta dos Macacos” foi lançada em 2001, vários livros foram publicadosnos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Escócia. Em algumas dessas obras, nós fomos mencionados, assim como nosso livro “O
único humano bom é aquele que está morto” (1996), o primeiro a abordar o tema, na América do Sul. 28
Referências: Entrevista publicada em A Voz de Brusque aos 20 de maio de 2005.
LUIZ SAULO ADAMI – centenário do CACR Complementando a matéria quanto ao Centenário do Vovô do Futebol Catarinense entrevistamos o escritor e editor Saulo Adami. Nascido em Brusque em 21 de fevereiro de 1965, é filho de Tereza Conte e Luís Avani Adami, e é casado com a psicóloga Jeanine Wandratsch Adami. Saulo Adami cria e desenvolve projetos sob encomenda com o selo editorial
DOM. Há 30 anos no mercado, é autor de 56 livros nas áreas de literatura, biografia e história. O mais recente é o perfil biográfico do médico João Antônio Schaefer, Doutor Nica (DOM, 2012), que está movimentando as livrarias da cidade. Assim como o médico Nica, Adami é um apaixonado pela profissão que escolheu, quando era ainda menino, no Arraial dos Cunhas, interior de Itajaí, onde seus pais tinham uma casa de comércio. Neste momento, Adami é – como diriam os cronistas esportivos – “o dono da bola” quando o assunto é Clube Atlético Carlos Renaux, sobre o qual está preparando o livro comemorativo ao centenário de fundação do Sport Club Brusquense. Nesta entrevista, ele fala sobre o andamento da produção desta obra que vai abordar temas relacionados ao passado, ao presente e ao futuro da agremiação pioneira de nossa cidade.
Como surgiu a proposta para a produção do livro sobre o centenário do Clube Atlético Carlos Renaux?
Fui convidado pelo presidente do clube, Juca Loos. Fiquei honrado com o convite, e um dia fui chamado para participar de uma reunião da diretoria, onde ouvi o que precisava para esboçar um perfil para o livro. Para mim, como escritor, é muito importante saber exatamente o que o contratante pretende passar com a obra que vou eu produzir, um diálogo que precisa ser mantido o tempo todo. Desta reunião surgiu a formatação do livro Com a bola toda! 100 anos do Clube Atlético Carlos Renaux, com lançamento
em 2013.
De que forma está sendo produzido este livro?
Nosso ponto de partida, como em qualquer livro de história, é a busca por uma fonte fidedigna, produzida no passado. A fonte, neste caso específico, é o livro do padre Eloy Dorvalino Koch e do ex-prefeito Antônio Heil, Clube Atlético Carlos Renaux, lançado no início da década de 1960. A obra é um inventário precioso das atividades do clube, um privilégio que nem todos os pesquisadores têm à disposição, hoje em dia.
A releitura de uma obra como esta basta para contar uma história centenária?
É claro, meu trabalho não consiste em “transcrever o livro antigo” e dar continuidade a ele. Meu projeto vai muito além. As memórias de ex-jogadores e ex-dirigentes estão sendo as outras fontes mais consultadas. Fiz
uma listagem tanto de entrevistados quanto de locais de preservação damemória esportiva, social e cultural. Estou verificando livros, jornais, revistas,acervos particulares de colecionadores e outros autores. Tudo estásendo considerado, tudo é importante para a reconstituição de uma história escrita em várias épocas.
Tem sido fácil coletar as informações para a obra?
Apesar da distância entre a fundação do Sport Club Brusquense, em 1913, e os dias de hoje, e o fato de que ainda tenho muito tempo pela frente até o fechamento da redação, o livro está em produção desde o ano passado, quando meu projeto foi aprovado pela diretoria e dei início às pesquisas e às entrevistas. No que se refere a entrevistas, estou tendo a colaboração da jornalista Giselle Zambiazzi, cujo trabalho está presente em outros livros que produzi (Rio do Oeste: a história oficial e as outras histórias, 2004; Vielen Dank, Herr Doktor! Dos primeiros médicos aos 40 anos da Associação Brusquense de Medicina, 2010; Arthur Schlösser e a criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, 2010; e Doutor Nica, 2012).
Como você tem sido recebido pelos entrevistados?
Com o entusiasmo de quem tem muitas histórias para contar! Quem não gosta de ser ouvido, quando o assunto é o time do coração? Quem não gosta de ter a sua memória valorizada, quando o assunto é a história da sua terra natal? O entrevistado deste livro é alguém comprometido (no bom sentido!) com a história do clube, com as suas conquistas, com as suas decepções, também. Sempre tem alguém disposto a colaborar, seja testemunha ou personagem da história que estou contando, e isso é uma motivação a mais para continuar meu trabalho.
Durante sua atuação como jornalista profissional, cobriu os clássicos de Renaux e Paysandu?
Na década de 1980, quando comecei minha carreira como repórter, pouco antes da enchente de 1984, trabalhei na sucursal do jornal O Estado, depois na Tribuna de Brusque. Tive oportunidade de cobrir poucos jogos do Clube Atlético Carlos Renaux. Eu conversava muito com jogadores e dirigentes que migraram para outros clubes, onde os entrevistava; outros profissionais de Renaux e Paysandu re-encontrei nos tempos em que cobria os jogos do Brusque Futebol Clube. Uma das experiências inesquecíveis eu vivi fora do campo, quando fui escalado para escrever sobre as cheias e fui verificar os estragos no Estádio Augusto Bauer: o gramado coberto de lama, as marcas da água suja nas paredes, a destruição... Infelizmente, era obrigado a fazer a cobertura das catástrofes, também. Mas, não gosto de falar sobre isso.
Que outras experiências você está tendo com a produção deste livro?
Pesquisar a história do Sport Club Brusquense é fazer uma viagem de volta ao passado da cidade. É sentir de novo o que os torcedores dos primeiros tempos sentiam: tudo era novo, tudo era paixão. Eram jogadores abnegados, dirigentes determinados, comprometidos com a cidade e com a sua gente. Não se trata apenas mais um time de futebol, se trata de O TIME DE FUTEBOL da cidade! Ver e sentir a emoção dos entrevistados é muito interessante – eles vão ditar o ritmo da narrativa e revelar aos leitores a alma do livro.
Além de escrever, o que mais cabe ao Adami, neste projeto?
O livro está sendo produzido com patrocínio direto de empresas de Brusque. Minha segunda função é coordenar a arrecadação de recursos necessários para a viabilização do projeto, mantendo meus colaboradores aquecidos, como se diz na linguagem do futebol. A enchente que assolou a região, em setembro do ano passado, atingiu estas empresas, o que prejudicou meu trabalho, mas nem por isso ele foi interrompido. Agora, tudo voltou à normalidade, estamos novamente visitando estes colaboradores. Vamos cumprir todos os prazos previamente estabelecidos com a diretoria do clube. O Clube Esportivo Paysandu também está preparando um livrohistórico.
Isso o preocupa?
Curiosamente, antes de ser chamado pelo Clube Atlético Carlos Renaux,meu nome foi cogitado para escrever um livro sobre os 90 anos do Clube Esportivo Paysandu. Há quatro ou cinco anos atrás, participei de uma reunião, fui levado pelo Valdir Appel, para quem editei Na boca do gol (2006) e O Goleiro Acorrentado (2010), obras de referência para a história do futebol brasileiro. Conversamos sobre esta possibilidade, mas o projeto do Paysandu foi engavetado. Meus amigos Valdir Appel e Ricardo Engel – para quem editei Pedalando pelo tempo: História da bicicleta em Brusque (2011) – estão trabalhando no livro do Paysandu. Tenho certeza de que farão um excelente trabalho, pois seus textos têm qualidade – caso
contrário, eu não teria editado suas obras. Não vejo a edição destes livros como sendo mais um clássico Renaux-Paysandu a ser disputado no Estádio Augusto Bauer. Meu objetivo é valorizar a memória do clube que me convidou; o objetivo deles é o mesmo, em relação ao Paysandu.
Qual a previsão para a entrega do seu livro? Atendendo ao pedido da diretoria, o livro será entregue em 2013, ano do centenário de fundação do Clube Atlético Carlos Renaux. As datas de lançamento e das sessões de autógrafos vão ser definidas de comum acordo com os diretores do clube, em breve. Por enquanto, estou concentrado no levantamento de dados e na produção do livro que, tenho certeza, será
motivo de comemoração – para todas as torcidas!
Referências: Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 11 de setembro de 2012.
LUIZ SAULO ADAMI – escritor
O entrevistado da semana é Luiz Saulo Adami. nascido escritor em Brusque na madrugada de 21 de fevereiro de 1965. filho de Tereza Conte e Luis Avani Adami. comer-ciantes estabelecidos no Atraia! dos Cunhas. Hajar Seu nome foi escolhido por sua avó Maria da Silva Adami. a dona Cota.frequentadora da Igreja Batista. A avó materna e benzedeira Ema Fomari Come cantou a pedra do seu destino: -Ele vai ser escritor”! Autodidata. jornalista prático por 22 anos. Saldo Adami é autor de 54 livros nas áreas de literatura (poesia. conto. crônica. novela e romance). biografia e história: editor de 80 livros nos mais variados gêneros. e desde 2004 tem sua própria editora. hoje conto selo DOM. Gosta de cinema (a preferência pela série -O Planeta dos Macacos” fez dele referência mundial). teatro (escreveu, produziu e dirigiu mais de 30 espetáculos). corridas de Fornada 1 e futebol. que assiste quando pode. Torcedor do Clube Atlético Carlos Renaux (SC. sobre o qual está preparando um livro para 2012). Grêmio (RS) e Flamengo (RJ). “não necessariamente nesta ordem”.
Quais lembranças guardou da sua infância?
Minha avó Ema era benzedeira. foi ela quem disse para minha má e. assim que nasci. que eu seria escritor. Aos três anos de idade eu escrevia com água. carvão e giz nas paredes da casa-venda de meus pais. Na escola primária do Arraial dos Cunhas. quando a professora Eleta Raimondi Pinto perguntava o que eu queria ser quando crescesse, eu respondia: “Quero ser escritor”. Aos nove anos. escrevi os primeiros contos, aos dez montei a primeira peça teatral com colegas da escola. Na verdade. eu não gostava
do ambiente escolar, só queria aprender a ler e a escrever bem. fugia dos cálculos e das ciências físicas e biológicas. Prioridades em minha vida sempre foram escrever e publicar livros. Algumas das lembranças mais divertidas incluem meu avó materno. Serafim Conte. e seu cachorro Pió. personagens dos livros “História secreta do Armyal dos Cunhas” (2004) e “O caso do esqueleto sem cabeça” (2008). Quando meu avô foi sepultado. em outubro de 1978. voltamos para casa e encontramos Pió morto: ele morreu de tristeza, pois ele e Serafim eram grandes amigos. .Aprendi muito com eles e com vários outros mestres que tive na infância e adolescência. dentro e fora da minha família, como João Sardo. o Janga. meu professor de sinuca.
Na juventude, o que mais gostava de fazer para se divertir?
Passei a maior parte da adolescência estudando e escrevendo. Fui um guri normal. pleno de dúvidas, mas ao mesmo tempo certo de que queria ser escritor. Eu mentalizava minhas experiências futuras: escrevendo livros. autografando livros, vendendo livros.. Meus pais sempre fizeram tudo para me ajudar na realização dos meus sonhos. mesmo aqueles que não condiziam com o futuro que eles estivessem almejando para mim. Eu procurava ajudá-los no comércio e nas plantações que meu pai fazia. em um terreno do qual ele gostava muito. Eu fazia o que gostava: assistia “Vila Sésamo ” e “Shazan. Xerife 8: Cia.” na TV: tive sarampo. Cachumba, catapora. meti espinho nos pés. tinha calos e hematomas porque jogava futebol (fui zagueiro central do Arraial dos Cunhas e do Brilhante. time do técnico Silvio Moser): participei de grupos de jovens da igreja católica. conheci centros espíritas. escrevi para o jornal mimeografado do colégio. montei peças de teatro na garagem de casa, nos colégios onde estudei em boi aí... Passei boa pane da minha adolescência convivendo com minha tia. a professora Florisa Batista Ada mi. que morava na Vila Operária. em Itajaí.
com suas filhas Eliane. Tânia e Euza. Eu estudava pela manha. almoçava na casa dela e. no período da tarde, fazia cursos, como (hoje praticamente extinto) datilografia, que cursei na Escola Brasil: fui contemplado por uma bolsa de estudos oferecida pelo dono da escola, Nereu Pinto, amigo de meu pai.
Costumava assistir teatro e cinema?
Sim, sempre que podia, assistia peças de teatro com a participação do jornalista Mauro Cadore, que era meu vizinho, foi com ele que assisti pela primeira vez “O Santo Inquérito”. de Dias Gomes, um de meus textos favoritos. Também assistia filmes em Itajaí e em Brusque. e nunca vou me esquecer do tamanho da fila para entrar na sessão do “King Kong” em 1977. produção do Dino de Lati-rentiis. Dos eventos que mais ficaram vivos em minha memória. destaco a vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970: as conquistas do bicampeonato de Emerson Fittipaldi e do tricampeonato de Ayrton Senna na Fórmula 1:0 assassinato de John Lennon. em 1930: eu havia comprado o último disco dele, naquela manhã, e ao chegar
em casa vi a noticia na TV Filho único até meus 23 anos. me divertia a valer com as visitas dos colegas de escola e dos primos de Brusque. Itajaí. Blumenau e Ponta Grossa (PR). Nossa casa-venda era um local de muitos encontros felizes, e essas lembranças alimentam com personagens e cenas as histórias que escrevo hoje.
Como surgem as ideias para escrever um livro?
São várias as formas. Quando se trata de literatura, o canal condutor é a inspiração. No caso de história e biografia. é unia questão de observação, de pesquisa para verificar o ineditismo e a necessidade de se produzir o livro. Gosto de escrever de tudo. sobre variados temas, mas prefiro escrever literatura, que me dá maior liberdade de expressão e estimula minha criatividade. Gosto da trilogia “Kuranda” (2010). “Kuranda do Norte” e“Kuranda do Espaço” (2011). que agora está sendo traduzi& para língua inglesa. Quero lançar a série em outros países. também. Gosto limito de teatro, tanto de escrever quanto dirigir e produzir. mas hoje em dia não tenho mais tempo para isso. O que pretendo fazer, em breve, é reunir em
um ou mais livros algumas peças de teatro — incluindo monólogos — que escrevi nas décadas de 1970 a 1990. Não quero deixar estas histórias envelhecendo nas gavetas porque trouxeram muitas alegrias para mim e para todas as pessoas que tiveram participação nas suas montagens.
Teve dificuldades para publicar livros?
Ainda tenho. Não é porque sou dono de editora que tenho facilidades: bons profissionais custam caro, tenho que pagar por eles. Não há uni sistema satisfatório de distribuição de livros em Santa Catarina. autores e
editores tem que fazer tudo. e ainda aparecer sorrindo nos jornais e na TV. Porém. já foi mais com-plicado produzir um livro. Até a década de 1980. precisávamos de meses para viabilizar a monta.:,em e a impressão de um livro, tudo era composto em chumbo, às vezes em tipos móveis, e impresso em gráficas locais, a custos altíssimos, ou muito distantes de casa (São Paulo, por exemplo). Hoje, temos gráficas especializadas em livros, como a Nova Letra Gráfica Si: Editora. de Blumenau. minha parceira há mais de dez anos, que im prime para as principais editoras do pais.
Quais das suas obras repercutiram mais positivamente?
Alguns livros marcaram época ou se projetaram mais do que outros, o que é normal considerando uma carteira de três décadas e 54 títulos. Na área de literatura: “Cicatrizes” (1982). o primeiro. aos 17 anos, de poesia. conto e crônica: “Nosso Pequeno Grande Mundo” (198$). poesia: “Palavra Tardia” e “Quarto Crescente” (2008). romances: “O caso do esqueleto sem cabeça” (2008), contos: “Duplo Girassol” (2008). poesia. conto. crônica e novela: e a trilogia -Kuranda” (2010-2011). Na área de história: “História secreta do Arrayal dos Cunhas”. “Paisagens da Memória: A criação do município de Vida! Ramos” e “Agrolandia de todos os tempos” (2004, que teve três edições): “Colégio Salesiano Itajaí: 50 Anos” (2006): “Lauterbach: Aurora de nossa história” (2007. duas edições): “Guabiruba de todos os tempos” (2010): e a série de cinco livros sobre minha cidade natal: “Brusque Cidade Schneeburg” (2005). “Brusque era maior: Viajantes do tempo” (2006). “Brusque vai à guerra: Novas visões da história” (2007). “Brusque operária: comércio e indústria” (2008) e “Histórias e lendas da Cidade Schneeburg” (2009). reconhecido pela Academia Catarinense de Letras como o melhor livro do ano: “Vielen Dank. Hen’ Doktor: Dos primeiros
médicos aos 40 anos da Associação Bmsquense de Medicina” e “Arthur Schlösser e a criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina” (2010).
Você também escreveu algumas biografias?
Sim. “Testemunho de Fé: Memorial do Pastor Wilhelm Gottfried Lange” (2003). português/alemão: “Carlos Boos nunca soube dizer não!” (2005). “Nas Mãos de Deus: A Verdadeira História de Lilli Zwetsch Steffens” (2006. oito edições): “Willy Hoffinann: Ambientalista por vocação” (2009) e “José Bemardino da Silva: Pioneiro da Assembleia de Deus em Santa C’atarina” (2011).
Seu interesse pelo universo “O Planeta dos Macacos” já rendeu quantos livros?
Foram dois publicados at é agora: “O único humano bom é aquele que está morto!” (1996). que me levou aos Estados tinidos ao encontro de atores e técnicos destas séries. e “Diários de Hollywood: um brasileiro no Planeta dos Macacos” (2008). que trata destas experiências e da viagem a Los Angeles em 1999. quando usei maquiagem e figurinos originais do ator Roddy McDowall. Mas. sobre este tema também produzi exposições.fãzines e artigos para jornais e revistas. Agora. estou me preparando para editar. provavelmente em 2012. o terceiro livro (e acredito que o último sobre este tema). “Homem não entende nadar.
Há algumas de suas obras que você vai escreveria hoje?
Cada obra que escrevi ou editei tem seu valor, sua importância e sua razão de existir. Alguns textos são melhores do que outros: são eles que diferenciam um livro do outro. Não me arrependo de nada do que escrevi ou publiquei. O que faço. sempre que reedito um livro, é fazer a sua revisão — tanto ortográfica quanto de conteúdos — porque é comum ocorrer equívocos. principalmente quando o assunto não é literatura.
Qual obra exigiu mais de você?
A série sobre os 150 anos de fundação de Brusque foi projeto nascido em 2003. concretizado a partir de 2005. com o lançamento do primeiro dos cinco livros. “Brusque Cidade Schneeburg”. Entrevistar, escrever. pedir patrocínio na iniciativa privada. ilustrar. revisar. editar, colocar nas livrarias, armazenar os exemplares restantes em casa... Foi unia maratona de sete anos entre a ideia e a conclusão da série que teve cinco livros. 6 mil exemplares e 2.300 páginas com vários colaboradores. Valeu a pena cada minuto, cada visita, cada resultado. Consegui realizar aquilo a que me propus. com alguns ajustes ao longo do percurso. mas o resultado está acessível à comunidade. meu principal objetivo. Uni esforço reconhecido e premiado pela Academia Catarinense de Letras, que nos premiou como o melhor livro de história de 2009. Divido este prêmio com todos que colaboraram com o projeto. resultado de esforços individuais e coletivos.
E como editor de livros?
Fico feliz ao acessar a Intentei e encontrai-sendo comentado algum livroque passou por minhas mãos repercutindo positivamente. Pelo menosuma vez por mês faço uma pesquisa para avaliar opiniões pessoais ou repercussãona imprensa.
Um escritor já nasce feito?
Todos nascem com um dom. Eu nasci com o dom de escrever. Procuro honrar meu dom todos os dias. pois escrevo diariamente. Vivo profissionalmente do oficio de escrever. desde as primeiras matérias que escrevi
para os jornais, no inicio da década de 1980- Mas não nasci pronto. fui me aperfeiçoando na prática diária da redação. Só se aprende a escrever. escrevendo. Só nos tomamos bons escritores, escrevendo cada vez mais, e lendo cada vez mais a produção de outros autores. também. Sempre aprendo alguma coisa lendo outros autores, quer sejam meus favoritos ou não. Muitas vezes, lendo textos de outros autores, encontro inspiração para escrever novas histórias. para criar o perfil dos personagens. para ambientar as tramas de meus livros... Para falar a verdade, até a leitura do horóscopo ou de unia bula de remédios pode inspirar a criação de uma história.
Quais os grandes escritores que você admira de nossa cidade e em Santa Catarina?
Em Brusque. minha referência sempre foi por um autor que não era escritor, era um homem determinado a transformar sua paixão em crônicas: o historiador Ayres Gevaerd que, assim como eu não fiz faculdade de História mas fez história com seu amor a Brusque. Em Santa Catarina. admiro o professor Celestino Sachet (“A Literatura Catarinense”), que realmente conhece e estuda literatura: os poetas Lindolf Bell (“O Código das Águas”) e Luigi Maurizi (“Amar é quase assim”). amigos e incentivadores. Nacionais e internacionais?
Em termos de Brasil, admiro o romancista Jorge Amado (“Tieta do Agreste”).meu patrono na cadeira 30 da Academia de Letras de Balneário Camboriú: o dramaturgo Dias Gomes (“O Santo Inquérito”, peça que sempre tive vontade de produzir ou dirigir) e o poeta Ferreira Gullar (“Em alguma parte alguma”). Gosto de alguns autores internacionais: Pierre Boulle (“O Planeta dos Macacos”). John Steinbeck (“A Leste do Eden”). Taylor Caldwell (“Eu. Judas”) e Ernest Hemingway (“O Velho e o Mar”).
Se não fosse escritor....?
Seria professor. Pensei em cursar magistério. na década de 1980. mas, como já disse antes. não gostava do meio escolar, desde criança, e as constantes inflamações das cordas vocais me impediriam de fazer cancha duradoura. Lembro que na década de 1990 eu vivi a pior destas crises. quando trabalhava como assessor de comunicação social para a (hoje) Unifebe e sindicatos de trabalhadores de Brusque e região. Fiquei sem voz por mais de 15 dias. eu me comunicava apenas por sinais ou por bilhetes, foi uma experiência assustadora. Era angustiando passar por alguém na rua. ser cumprimentado e não poder responder: ouvir o telefone tocar insistentemente e não poder atendei.... Mesmo sem voz, poderia escrever, por isso valorizo minha experiência no jornalismo. que me deu velocidade para produzir textos sobre os mais variados assuntos, inspirado ou transpirando. Por fim. a literatura me salvou. Tanto que hoje ofereço oficinas literárias
que. por seu formato ser compacto. permitem que eu realize o sonho de repassar meus conhecimentos e. de certa forma, ser o professor que sempre quis ser.
Pensou em escrever outros gêneros?
Prefiro literatura, o gênero não importa. Quem manda é a senhora inspiração. Quando ela vem me visitar. sempre me encontra Trabalhando. como sugeriu Mário Quintana. Possibilidades de produzir livros de historia sobre bairros. cidades, empresas e entidades. sempre me fascinaram. Biografias. mesmo as menos detalhadas, sempre dão uma contribuição importante porque nos mostram um lado das pessoas que nem sempre temos oportunidade de ver: o seu interior, o que torna estas pessoas tão humanas quanto nós.
Espera oportunidades para escrever Pala cinema ou televisão?
Um dia. se for do meu merecimento. gostaria da oportunidade de escrever roteiros. “Kuranda” daria uni bom filme. uma boa minissérie ou uma boa novela para televisão. reúne personagens ricos. histórias com conteúdo e muitas mensagens construtivas. ingredientes cada vez mais raros de encontrar nestes meios. Um dia. quem sabe...?
Qual a melhor parte em ser um escritor?
Poder sair do mundo real, de vez em quando... Poder viver quais histórias, quantas vidas e em quantos lugares quiser. através da literatura.Através da ficção que escrevo vivo. morro. reencarno e sigo meu caminho em paz porque estou cumprindo o acordo que fiz com Deus: vir para a Terra e ser feliz. Eu me realizo com a minha profissão e sou grato pelo meu dom. Esta é a melhor pane em ser um escritor. Como escrevo na abertura do livro “Kuranda do Espaço” (2011): “Sou um sonhador profissional que ousou ir além do sonho. e que de tão vislumbrado que ficou. perdeu-se várias vezes pelo caminho, e agora está rumando de volta à luz!”. Porque sou imperfeito e reconheço minhas limitações, embora insista em só escrever
sobre o que acredito. Quem quiser conhecer de fato o homem e o escritor Saldo Adami deve ler a série “Kuranda-. que considero. até o momento. minha obra mais importante, que mistura literatura e realidade e revela quem eu fui. quem eu sou e quem ainda poderei vir a ser. tanto nesta quanto em outras vidas.
E a academia de letras?
Serei eternamente grato pela alegria que a minha eleição para a Academia de Letras de Balneário Camboriú me proporcionou. em 2008. mas tenho decepcionado meus colegas. sem tempo para participar como gostaria. Minhas prioridades sempre foram escrever e editar, e sempre serão.
Algo que você apostou e não deu certo?
Tudo o que me propus a realizar, realizei. Então, não houve o que não deu certo, o que houve foi que algumas trajetórias foram interrompidas pelo surgimento de oportunidades melhores ou mais atraentes. Quando não estou satisfeito com uma situação ou com uni resultado. não perco tempo: saio. redireciono meu foco. Sempre fui assim, não tenho motivos para me arrepender de nada do que fiz porque tudo o que fiz foi com boa vontade, amor e fé. De tudo eu procuro tirar algum ensinamento, tudo é importante para a minha evolução, tanto como ser humano quanto como ser profissional.
O que gostaria de ter feito no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Não deixei nada para trás. nem ninguém. É que algumas pessoas que ficaram pelo caminho não compartilharam da mesma paixão e da mesma fé que eu sempre tive pelo livro e pela capacidade de produção. As pessoas que ficaram pelo caminho sabem que quando o afastamento aconteceu foi
porque não comungávamos mais dos mesmos objetivos. Não me considero concorrente de alguém e nem perco meu tempo discutindo assuntos como futebol. política, religião ou preferência sexual: entendo que cada um tem sua visão. ninguém é obrigado a compartilhar das minhas ideias ou preferências. por alguma razão ou por vários motivos. Se cada um cuidasse de si, o mundo seria ainda melhor do que é.
O que você aplica dos grandes educadores e das aprendizagens que teve. no seu dia a dia?
Meus maiores educadores foram familiares e amigos. Tenho poucos amigos, mas são leais a mim e eu leais a eles. que é a melhor forma a ser aplicada. Tenho na família os grandes exemplos: meus avós paternos e maternos.meus pais. e há 22 anos minha irmã Karina Matai, que admiro e incentivo por ter a paixão que eu não tive pelos estudos — vai se formar em Direito em 2012: tem meu amor e meu apoio para seguir seus propósitos.desde o dia em que fez a opção por esta área. No dia a dia. procuro ser eu mesmo. com minhas imperfeições e minha determinação em procurar melhorar a cada dia. como ser humano e escritor.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
As decepções eu apaguei da memória. deixei para trás, procuro não lembrarmais delas. As alegrias eu guardei. e unia das minhas maiores alegriasfoi descobrir que eu poderia dizer “não” quando realmente não queria dizer“sim”: ou que eu poderia dizer “eu não quero mais”. quando realmente não queria mais alguém. alguma coisa ou vivendo uma situação desagradável,indesejável ou desconfortável. Foi quando nasci de novo.
Que recado deixa aos seus leitores?
Quero agradecer ao leitor por se interessar por minha obra, este é o grande objetivo do escritor: comunicar-se com os leitores, tocá-los com suas palavras e suas imagens. Fico feliz ao receber e-mails e cartas com observações sobre minha obra. positivas ou negativas. pois tudo me ajuda a evoluir. Se
eu tivesse recuado diante do primeiro -não- ou desistido ao conhecer um ponto de vista diferente do meu, não teria escrito 54 livros. teria desistido da única pessoa na qual eu jamais poderia deixar de acreditar: eu mesmo! Leiam. amem. divirtam-se! Sejam felizes com suas escolhas. assim como eu sou com as minhas!
Espera oportunidades para escrever para cinema ou televisão?
Um dia. se for do meu merecimento. gostaria da oportunidade de escrever roteiros. “Kuranda” daria uni bom filme. uma boa minissérie ou uma boa novela para televisão. reúne personagens ricos. histórias com conteúdo e muitas mensagens construtivas. ingredientes cada vez mais raros de encontrar nestes meios. Um dia. quem sabe...?
Qual a melhor parte em ser um escritor?
Poder sair do mundo real, de vez em quando... Poder viver quais histórias, quantas vidas e em quantos lugares quiser. através da literatura. Através da ficção que escrevo vivo. morro. reencarno e sigo meu
caminho em paz porque estou cumprindo o acordo que fiz com Deus: vir para a Terra e ser feliz. Eu me realizo com a minha profissão e sou grato pelo meu dom. Esta é a melhor pane em ser um escritor. Como escrevo na abertura do livro “Kuranda do Espaço” (2011): “Sou um sonhador profissional que ousou ir além do sonho. e que de tão vislumbrado que ficou. perdeu-se várias vezes pelo caminho, e agora está rumando de volta à luz!”. Porque sou imperfeito e reconheço minhas limitações, embora insista em só escrever sobre o que acredito. Quem quiser conhecer de fato o homem e o escritor Saldo Adami deve ler a série “Kuranda-. que considero. até o momento. minha obra mais importante, que mistura literatura e realidade
e revela quem eu fui. quem eu sou e quem ainda poderei vir a ser.tanto nesta quanto em outras vidas.
E a academia de letras?
Serei eternamente grato pela alegria que a minha eleição para a Academia de Letras de Balneário Camboriú me proporcionou. em 2008. mas tenho decepcionado meus colegas. sem tempo para participar como gostaria. Minhas prioridades sempre foram escrever e editar, e sempre serão.
Que recado deixa aos seus leitores?
Quero agradecer ao leitor por se interessar por minha obra, este é o grande objetivo do escritor: comunicar-se com os leitores, tocá-los com suas palavras e suas imagens. Fico feliz ao receber e-maus e cartas com observações sobre minha obra. positivas ou negativas. pois tudo me ajuda a evoluir. Se eu tivesse recuado diante do primeiro -não- ou desistido ao conhecer uni ponto de vista diferente do meu, não teria escrito 54 livros. teria desistido da única pessoa na qual eu jamais poderia deixar de acreditar: eu mesmo! Leiam. amem. divirtam-se! Sejam felizes com suas escolhas. assim como eu sou com as minhas! 30
Referências: Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 29 de novembro de 2011.
LUIZ SAULO ADAMI
–Kuranda do Egito “A vida é um cordão que nos une a Deus” “Não há duas verdades na vida”, ensina Kuranda, personagem criado pelo escritor Saulo Adami em 2008. “A vida é um cordão que nos une a Deus, e nada nem ninguém pode cortá-lo, emendá-lo ou substituí-lo. Não tenha medo, não esmoreça, não fuja do destino que você mesmo traçou. Siga seu caminho com fé em Deus, e tudo será resolvido no tempo certo, segundo os desígnios d’Ele. Porque é assim que é e é assim que sempre será. Siga seu caminho em paz. Melhor ainda: seja o caminho, seja a paz!”, destaca North Kuranda ao consultar o escritor Louis Riverstone, no segundo livro da primeira trilogia. Kuranda do Egito, a segunda trilogia, ainda está longe de ter um final. A afirmação é do autor, que desde 2008 se dedica a desenvolver as tramas que têm por objetivo “ampliar a compreensão do mundo e das origens de todos nós” ao investigar o universo misterioso e fascinante deste personagem, que é um viajante do tempo: “um servidor de Deus que tem muitas formas, todas as cores e fala todas as línguas”. Nesta entrevista, Saulo Adami fala sobre a criação do seu personagem e de como desenvolveu as tramas de seus livros - sequência editados de 2008a 2012.
Quantos livros já foram publicados com a história dos seus personagens Kuranda?
Desde que a obra original foi escrita em 2008, foram publicados quatro livros em forma de sequência: a primeira trilogia, com os romances Kuranda (2010), Kuranda do Norte (2011) e Kuranda do Espaço (2011); e a segunda trilogia, com o romance Kuranda do Egito (2012), que autografei dia 12 de dezembro de 2012, na Fundação Cultural de Brusque.
Como é a história do primeiro livro?
Kuranda (2010) conta a história do manuscrito encontrado no centenário casarão da família Lützen, no interior de Santa Catarina e que, por sua vez, revela a trajetória do personagem que há 20 séculos transmite seus conhecimentos de geração para geração; ele extrai os elementos de cura do ar, das plantas, da terra, da água e do fogo, e com tais elementos é capaz de curar o corpo e salvar o espírito.
No segundo livro, Kuranda vai aos Estados Unidos?
Sim. O segundo livro, Kuranda do Norte (2011) segue a trajetória do personagem, revelando os destinos do primeiro Kuranda de pele branca de que se tem notícia, o catarinense Modesto Couto, e de seu sucessor, que é conhecido como North Kuranda por ter se estabelecido nos Estados Unidos.
No terceiro livro, Kuranda tem contato com alienígenas?
Kuranda do Espaço (2011) leva seus leitores a uma viagem às origens do personagem, apresentando o africano Aruk como o primeiro Kuranda, e mostrando como ele recebeu os conhecimentos trazidos por tripulantes de uma cuia incandescente, como o próprio personagem descreveu o veículo que desceu a Terra no ano 2 a.C. Como é do conhecimento das pessoas que se interessam pelo assunto, há registro de contatos com extraterrestres há milênios.
É verdade que a cada edição de um livro Kuranda você revisa o texto integral da obra anterior e escreve sua continuidade com os textos originais criados para o novo lançamento?
Sim, por isso os chamo de livros-sequência. Kuranda do Egito, a segunda trilogia, inclui tramas inéditas – dentre as quais destacam-se Kuranda da Laguna, Kuranda do Egito, Kuranda da Índia e Memórias Ancestrais – escritas entre março e setembro de 2012 – e que, unidas às tramas anteriores, fazem deste livro “um dos melhores textos da atual ficção brasileira”, como destacou o professor Celestino Sachet, da Academia Catarinense de Letras, no posfácio do livro.
O que o levou a transformar Kuranda em personagem de uma trama de livros-sequência?
Em 2008, escrevi o romance original sem pensar em uma continuação. Mas, aconteceu, e as novas tramas foram se sucedendo. Sabendo que seria complicado para os leitores acompanharem a série em livros separados, decidi publicar Kuranda do Norte (2011) com os conteúdos originais de Kuranda (2010) e sua continuação, e assim sucessivamente: Kuranda do Espaço (2011) com os conteúdos originais de Kuranda e Kuranda do Norte, fechando a primeira trilogia. Ao publicar a quarta edição, Kuranda do Egito, equivalente à segunda trilogia, juntei a ela a trilogia anterior; assim, os leitores não perdem nada do conteúdo e eu tenho a oportunidade de revisar o texto, ampliar as tramas ou mesmo reorganizar a distribuição dos capítulos. Foi o caso da Parte II – Kuranda da Laguna, que não existia nas edições anteriores. Os leitores têm oportunidade de reler os conteúdos da edição anterior e conhecer os episódios inéditos – porque ao comprar Kuranda do Egito estão comprando as duas trilogias por um valor menor do que o custo total das três obras anteriores. Kuranda do Egito.
Como começa Kuranda do Egito?
Kuranda do Egito abre com a era contemporânea (século XXI) e fecha com as memórias ancestrais do século I depois de Cristo, e o texto entra no espaço e no tempo dos manuscritos do Mar Morto e da história do monge Yuz Asaf, uma biografia que as sagradas escrituras não abordam, como a crucificação sem morte. Algumas tramas do seu romance são polêmicas, especialmente as que envolvem personagens como Jesus e Maria Madalena.
O que o inspirou a escrever as memórias ancestrais de Yuz Asaf?
Histórias polêmicas existem em livros milenares, em filmes centenários e agora chegam às bancas em revistas que tratam de temas como o suposto casamento de Jesus e Maria Madalena e de muitas outras histórias que
não constam das Sagradas Escrituras, mas que estão sendo desenterradas por arqueólogos. Alguns personagens do Kuranda do Egito são arqueólogos, e é claro que escavando na antiga Tebas encontram muito mais do que vestígios da passagem de Kuranda Aruk por lá. Kuranda do Egito é uma obra de ficção, e como romancista eu tenho liberdade para escrever sobre qualquer assunto. Mas, na hora de fundamentar minha trama, costumo pesquisar temas históricos, o que me levou a ler mais de uma dúzia de obras de historiadores e romancistas que falam dos essênios, dos manuscritos do Mar Morto, do faraó Ptolomeu XV, último filho de Cleópatra, e da família de Jesus ou Yuz Asaf, que sobreviveu à crucificação e morreu
com mais de 80 anos, em um mosteiro essênio.
Você acredita que a história de Yuz Asaf seja verdadeira?
Como escritor, eu acredito na minha obra e no universo ficcional que criei para Kuranda do Egito. Meu objetivo não é outro senão explorar todas as possibilidades que a liberdade de criação me oferece. Quanto à história ser real ou não, eu vou aguardar para ver o resultado do trabalho dos arqueólogos que continuam trabalhando no Egito.
Kuranda do Egito encerra a trajetória destes personagens?
Não. Nem este era meu propósito quando comecei a escrever a segunda trilogia. A terceira trilogia se chamará Kuranda: Origens ou simplesmente Kuranda, ainda é cedo para decidir. O que já sei é que, a exemplo da proposta dos livros-sequência, a quinta edição vai reunir as três trilogias em um só livro com 600 páginas ou mais. Pretendo escrever sem pressa porque neste caso inspiração e transpiração andam juntas e exigem pesquisa!
Você conta com auxílio de colaboradores?
Escrevo Kuranda sozinho. Quando preciso de colaboração, apelo a especialistas. Tem sido assim desde 2008, e todas as edições trazem a lista dos colaboradores. No Kuranda do Egito há uma parte na qual dou dicas de leitura e de outras fontes de consulta para quem tiver interesse em se aprofundar nos assuntos desta série: livros sobre as trajetórias de vida terrena e as experiências no mundo espiritual de Jesus e Maria Madalena, Cavaleiros Templários – que terão destaque na próxima trilogia –,evangelhos Essênios e Apócrifos; enfim, obras escritas com base em fatos históricos e assinadas por pesquisadores e estudiosos idôneos.
E quanto às respostas que você procura para as perguntas que faz a si mesmo sobre espiritualidade, vidas passadas e outros assuntos que são do seu interesse?
Ainda não encontrei respostas para todas as perguntas que me faço sobre existências anteriores. Por isso, a jornada dos Kuranda vai prosseguir por muito tempo ainda: porque é através das pesquisas complementares que faço para dar embasamento histórico à ficção, é que vou descobrindo um pouco mais sobre mim mesmo. Uma cronologia Kuranda yy 2 a.C – Kuranda Aruk inicia seus trabalhos de cura na África, a partir
do contato com a cuia incandescente. Mais tarde, torna-se conhecido como Kuranda do Egito. yy 17 d.C – Kuranda Aruk conhece a órfã Neriah, elegendo-a a primeira Kuranda mulher de que se tem notícia: Kuranda Neriah ou Kuranda da Índia. yy 1829 – Kuranda da Laguna, um dos escravos alforriados pelo médico Xavier Carreirão, torna-se mais tarde conhecido como Kuranda do Desterro. yy 1839 – Modesto Couto, ainda bebê, é eleito pelo Kuranda do Desterro como seu sucessor, passando a ser conhecido como Kuranda Couto. yy 1940 – Kuranda do Norte ou North Kuranda, eleito sucessor de Kuranda Couto, passa a atuar na América do Norte. yy 2008 – Yang Chang é eleito sucessor de North Kuranda, passando a atuar na América do Norte e posteriormente na China como Kuranda Chang. yy 2012 – No Egito, arqueólogos descobrem manuscrito com menções a Kuranda Aruk.
Livros de Saulo Adami
yy 1982 – Cicatrizes (poesia, conto e crônica); yy 1983 – Nosso pequeno grande mundo (poesia); yy 1987 – Elza: amor e renúncia! (novela); yy 1988 – Ressurreição dos enforcados e Poetas do berço: o primeiro grito! (poesia); yy 1989 – Chorinho e Carimbos e panfletos (poesia); yy 1994 – De que adiantam braços fortes? (poesia, conto e crônica); yy 1996 – O único humano bom é aquele que está morto! (história do cinema);yy 2002 – Reserva particular do patrimônio natural – RPPN Chácara Edi104 th (história); yy 2003 – Testemunho de fé: Memorial do pastor Wilhelm Gottfried Lange (biografia); yy 2004 – História secreta do Arrayal dos Cunhas, Terra generosa: história de Massaranduba – SC, Agrolândia: De Trombudo Alto aos nossos tempos, Alto Rio dos Bugres: as origens do município de Imbuia, Paisagens da memória: a criação do município de Vidal Ramos e Rio do Oeste: a história oficial e as outras histórias (história); yy 2005 – Nas mãos de Deus: a verdadeira história de Lilli Zwetsch Steffens e Carlos Boos nunca soube dizer não! (biografia), Gracher: uma empresa faz 100 anos e Brusque: Cidade Schneeburg (história); yy 2006 – Brusque era maior: viajantes do tempo e Colégio Salesiano Itajaí: 50 anos (história); yy 2007 – Lauterbach: Aurora de nossa história, Brusque vai à guerra: novas visões da história e Para sempre na memória: A história da Festa dos Motoristas e a construção da Capela São Cristóvão (história); De amor e de saudade: o diário do vovô na guerra (biografia); yy 2008 – Walter Orthmann: 70 anos de trabalho na RenauxView e Diários de Hollywood: um brasileiro no Planeta dos Macacos (biografia); O caso do esqueleto sem cabeça (conto); Quarto crescente e Palavra tardia (romance); Duplo girassol (poesia, conto, crônica e novela); Por
que escrevemos? (crônica); Tradição de amizade, Brusque operária: comércio e indústria e Itajahy na visão dos viajantes (história); Uma face (romance mediúnico); yy 2009 – Willy Hoffmann: Ambientalista por vocação (biografia); Histórias e lendas da Cidade Schneeburg e Vocação para o trabalho: Kohler & Cia. 60 anos de uma história construída em família (história);yy 2010 – Jornaes de Hontem: Manoel Ferreira de Miranda e o primeiro Diário de Itajahy e Eu sou Anselmo Boos (biografia); Guabiruba de todos os tempos, Arthur Schlösser e a criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, A revolução do voto – 20 anos do voto eletrônico no Brasil e Vielenl Dank, Herr Doktor! Dos primeiros médicos aos 40 anos da Associação Brusquense de Medicina (história); Kuranda (romance); yy 2011 – André Bernardino da Silva: pioneiro da Assembléia de Deus em Santa Catarina e Memorial do esquecimento: a verdadeira história de Vidal Ramos (história); Kuranda do Norte e Kuranda do Espaço (romance); Enluarados (poesia); yy 2012 – Doutor Nica (biografia); Propósito (crônica); Kuranda do Egito (romance). Algumas obras têm como co-autores Tina Rosa, Marcelo Nivert Schlin105 dwein, Ieda Hartke, Juarez Visentainer, Nayr Gracher, Lilli Zwetsch Steffens, Henning Jönk, Gênice Suavi, Celso Deucher, Marly Scottini Geiser, Anselmo Boos, Osmar José da Silva, Jeanine Wandratsch Adami e Ligia Maria de Oliveira. 31 31 Referências: Entrevista publicada no Jornal Em Foco,aos 29 de janeiro 2013.
SAULO ADAMI
“O tempo é meu aliado!”O entrevistado desta semana é o escritor SAULO ADAMI. Nascido Luiz Saulo Adami em Brusque, em 21 de fevereiro de 1965, ele é filho dos comerciantes Teresa Conte e Luís Avaní Adami, moradores do Arraial dos Cunhas, município de Itajaí, e irmão de Karina Adami, formada em Direito. Casado com a psicóloga Jeanine Wandratsch Adami, ele é um dos nomes mais conhecidos da literatura de Santa Catarina. Saulo Adami é autor de 65 livros de poesia, conto, crônica, novela, romance, história, cinema... Em sua obra mais recente, o livro de poemas “Relicário” (DOM, 2012), ele divide espaços com o também poeta e amigo de longa data, o brusquense Edson Luiz Maurici ou Luigi Maurizi. Atualmente, Adami divide seu tempo
entre Paraná e Santa Catarina. Continua escrevendo e editando livros sob encomenda, prestando consultoria a outros autores interessados em publicar suas obras. Nesta entrevista exclusiva, Adami fala de suas atividades desde o lançamento do romance “Kuranda do Egito” (DOM, 2012), e de alguns de seus projetos que estão em andamento, como a biografia do médico e político José Celso Bonatelli, e um novo documentário para a produtora brusquense Prime Filmes, resgatando a memória histórico- -cultural do Vale do Itajaí. Em abril de 2012,
Você lançou o livro “Doutor Nica” em parceria com sua mulher, Jeanine Wandratsch Adami. Há outros livros em parceria programados para breve?
“Doutor Nica” foi um dos momentos mais gratificantes da minha carreira. Jeanine e eu nos sentimos honrados pelo privilégio de contar a trajetória de vida de João Antônio Schaefer. Eu gosto de trabalhar em parceria, e tive vários co-autores ao longo destes 39 anos dedicados à produção de livros. Hoje, estou desenvolvendo outras obras em parceria, mas a maior parte delas está em sua fase inicial de pesquisas. Ao mesmo tempo, tenho algumas obras aguardando apenas a liberação para seu envio à produção gráfica: “Com a Bola Toda: 100 Anos do Clube Atlético Carlos Renaux”, escrito com Giselle Zambiazzi, é uma delas. Assim como “Kuranda”, “Kuranda do Norte” e “Kuranda do Espaço”,
o romance “Kuranda do Egito” não é conclusivo quanto aos destinos do personagem. Há planos para escrever uma continuação para esta história?
Quando se trata de ficção, é a inspiração quem diz se haverá ou não continuidade. Há histórias que rendem vários livros... Há histórias que não evoluem mais do que uma dúzia de páginas, por mais apaixonante que nos pareça, quando chega a inspiração... Kuranda é um personagem presente na minha história desde 2008, quando se manifestou pela primeira vez.Naquele ano, escrevi seu original sem pensar em qualquer possibilidade de dar continuação à sua história. Os quatro livros com o personagem Kuranda foram lançados entre 2010 e 2012. Aprendi a nunca dizer não a este personagem: quando a inspiração se manifesta, estou sempre pronto para atender ao seu chamado. Tanto é verdade, que estou trabalhando em
algumas anotações que tenho feito, desde 2012. A continuidade ainda não tem um título, mas já deu seus primeiros sinais de vida. Vou aguardar e confiar na inspiração.
Quais os outros livros que você produziu e lançou desde o final de 2012?
Do final de 2012 até final de 2013, lancei: “Nas Mãos de Deus: A Verdadeira História de Lilli Zwetsch Steffens” (DOM, 2012), 9ª. edição; contos e histórias em quadrinhos “Perdidos no Planeta dos Macacos” (Clube de Autores, 2013), com Angelo Júnior; “Sintricomb – História em construção” (DOM, 2013); “Relicário” (Nova Letra, 2013), com Luigi Maurizi. Como editor, lancei: “Casa Brasileira” (DOM, 2013), de Jorge de Souza, e “Os Pés da Libertação” (DOM, 2013), de Lilli Steffens e Luigi Maurizi. Outros
aguardam oportunidade, c omo “O pensamento vivo de Frei Odorico”, com Gervásio Tessaleno Luz.
O que representou para você lançar um livro em parceria com o poeta brusquense Edson Luiz Mauric
o Luigi Maurizi?
Nós nos conhecemos há mais de 30 anos. Somos autores de – somando obras de cada um – mais de 80 livros lançados entre 1981 e 2013. Pela primeira vez juntos em “Relicário”, cada autor tem seu próprio livro dentro da obra: “Incontinente”, de Luigi Maurizi, é uma coletânea dos poemas escritos depois de “Comod’Antes” (DOM, 2012); e “Correnteza” é uma coletânea de poemas que escrevi entre 1980 e 2013, publicados em outros livros, com estrutura revista e ortografia atualizada. Posso dizer que o livro “Relicário” é resultado da nossa inspiração e das nossas vivências, “a poesia da vida inteira que o cotidiano e as paixões inspiraram”, como se lê na quarta capa da obra.
Você ainda tem tantos originais nas gavetas quanto tinha no início da sua carreira?
O fato de escrever todos os dias – o tempo e a prática diária da escrita dão as ferramentas das quais preciso para fazer o que preciso fazer da melhor forma possível – facilita meu trabalho. Sim, ainda há muitos originais a publicar, estou organizando coletâneas de poesia, conto, crônica, romance e peças teatrais que, acredito, mereçam uma primeira ou uma nova edição, com todas as revisões, atualizações e releituras que se façam necessárias.Embora eu não possa reclamar da demanda, pois sempre tenho convites para escrever livros por encomenda, não disponho de recursos para publicar todas as obras que gostaria. Porque a empresa editora Luiz Saulo Adami que criei em 2003, não tinha como principal objetivo arrecadar recursos
com a venda de livros. Sua principal meta era a criação e viabilização de projetos editoriais. Tais projetos incluíam atividades como: pesquisa, entrevistas, redação e preparação dos originais de um livro para produção gráfica. Meus primeiros clientes foram prefeituras de municípios que não tinham uma obra sobre a história de sua comunidade; ou, quando a tinham, tal obra estava desatualizada, requerendo uma nova contribuição à memória da comunidade. Tanto que em 2003 e 2004 foram escritos e lançados seis livros, os primeiros com meu selo editorial: obras sobre municípios de Itajaí, Massaranduba, Agrolândia, Imbuia, Rio do Oeste e Vidal Ramos.
Não faz muito tempo, seu nome estava ligado à produção teatral. Você ainda escreve textos para teatro?
De 1975 até 1996, atuei com mais intensidade no setor de teatro. Foram mais de 30 peças montadas como autor, diretor, ator e produtor... Mas, de todas as áreas nas quais trabalhei, a teatral é uma das mais exigentes. Embora não tenha mais participado diretamente na produção – a última experiência foi como ator no monólogo “Paredes de Lona Sem Brilho: A Empreitada” (1996), apresentada no Concurso Nacional de Monólogos Atriz Ana Maria Rego, em Teresina, Piauí –, escrevi outros textos, todos inéditos. De vez em quando, ensaio algumas anotações para novas peças... Em 2013, cuidei da dramaturgia no texto original da atriz Sandra Baron, “Feminin[a]”, que teve estreia em Chapecó, Santa Catarina. Como escritor, eu sirvo à inspiração, e estarei pronto para atendê-la, quando a luz inspiradora do teatro voltar a se acender dentro de mim.
Como foi a experiência de escrever o roteiro para o documentário “Expedições à Cidade Schneeburg”, da Prime Filmes?
O convite do diretor Darlan Serafini trouxe a oportunidade que eu esperava:
transpor dos livros para as telas do cinema a história da minha terra
natal. O roteiro foi escrito em setembro de 2012, as gravações tiveram
início em meados do ano seguinte, com 12 entrevistados e uma equipe de
produção engajada e determinada a fazer o seu melhor. Esta foi uma das
maiores emoções da minha carreira, até aqui.
Há alguns outros projetos previstos para sua participação em filmes desta produtora?
Sim, escrevi o pré-roteiro do documentário “Vozes do Meu Vale”, que
aborda os dialetos trazidos pelos colonizadores europeus e que ainda
hoje, passados mais de 150 anos da colonização do Vale do Itajaí, ainda
são falados em alguns dos 51 municípios da região. “Expedições à Cidade
Schneeburg” me inspirou a propor outros projetos para a Prime Filmes,
que ainda estão em fase de conversações, curtas-metragens sobre a história
regional, abordando temas como preservação histórica, artes cênicas,
comunicação social, colonização... Em breve, a produtora terá novidades
para anunciar a todos que se interessam pelo resgate histórico e pela preservação
da memória da nossa região.
De quem partiu o convite para você escrever a biografia do médico e político José Celso Bonatelli?
A professora Elisabeth Bonatelli e suas filhas me convidaram para uma reunião, no ano passado. Pediram para que eu esboçasse um pré-projeto com esta finalidade, e ele foi aprovado. Comecei a trabalhar no livro em janeiro deste ano, animado com a oportunidade de escrever sobre um administrador que valorizou e estimulou a cultura em nossa cidade. As primeiras entrevistas foram realizadas com Cesar Gevaerd, Ivo Barni e Zeno Heinig, em janeiro. Ao todo, serão mais de 40 entrevistas para traçar um perfil biográfico à altura da personalidade que foi Celso Bonatelli. Este é o tipo de obra que mais me atrai: um personagem bom, uma história de vida que merece ser contada para esta e as futuras gerações.
Além da obra sobre José Celso Bonatelli há outros livros com previsão de ser lançados por sua editora?
Quem nasce escritor, não tem prazo para parar de escrever. Quanto mais o tempo passa e mais ocupado eu estou com projetos editoriais, mais tempo eu tenho para escrever! O tempo é meu aliado, ele ajuda a aprimorar técnicas e a lapidar a composição. Desde que foi criada, a empresa editora Luiz Saulo Adami teve dois selos editoriais: S&T Editores – de 2004 a 2011 – e DOM – de 2011 a 2013. A princípio, a editora foi criada para publicar meus livros. Outros autores pediram para que eu editasse suas obras com meus selos editoriais, o que resultou em mais de 90 livros lançados entre 2004 e 2013. Decidi que era hora de encerrar as atividades da empresa e continuar apenas com meu trabalho como autor de livros e de roteiros para filmes. Porém, continuo atendendo convites para supervisionar ou coordenar projetos editoriais de outros autores interessados em meus serviços profissionais. Afinal, foi para isso que eu vim.
Por muitos anos, não tive notícias de lançamento de livro de poesia de sua autoria, até que agora tive acesso ao “Relicário”. É sua nova vida que tem inspirado sua criação?
Sem dúvida! A vida que estou vivendo ao lado de Jeanine, e estimulado por tantos bons resultados nas áreas de literatura e cinema, têm inspira do muitas composições, não apenas em poesia, mas em todos os demais gêneros aos quais dedico minha atenção. Outro dia, conversamos sobre isso. Fiz um levantamento e constatei que tenho mais poemas escritos de 2011 até agora do que tive nos demais períodos de minha carreira. Ótimo sinal, não achas?
Referências: Publicado no jornal Em Foco aos 07 de fevereiro de 2014
MARGA HELGA ERBE KAMP
A entrevistada da semana é escritora e tradutoraMarga Helga Erbe Kamp,natural deJohannastiftde Blumenau, pela falta de uma clínica em Brusque, no dia 13 de março de 1932. Filiação: Heinrich Richard Bruno Erbe – conhecido por Heinz Erbe (Diretor Técnico da Buettner S.A.) e Irmgard von Buettner Erbe, conhecida por Da. Wally. Cônjuge: Ernst Otto Kamp (nascido em Concepción no Chile); filhos: Anja (pronuncía-se Anya), Haro, Roy e Ronald.. Durante 30 anos, professora de inglês e franqueada Yázigi da primeira escola de línguas de Brusque. Após aposentadoria, tradutora. Hoje, escritora. Além de um pouco cantora.Quais são as lembranças que a Sra. tem da sua infância?
Eu tive uma infância privilegiada, descrita extensivamente em MICKI, meu livro de crônicas autobiográficas.
Ainda tem amigas da infância?
Algumas bem fieis, por sinal. Uma vez por mês nos encontramos, quando surgem lembranças memoráveis.
O que sente falta da infância?
Falta? O Presente exige toda minha atenção e dedicação.
Quando A Sra. era criança queria ser adulta?
Acho que não.
Em que a Sra. sonhava ser quando era pequena?
Eu tinha meus ídolos, sim. Eu queria ser uma grande patinadora como Sonja Henie. Depois foi a atriz nadadora Esther Williams.
Como foi sua juventude? O que a Sra. mais gostava de fazer para se divertir?
Patinar, jogar vôlei, nadar e depois, cantar. Eventos mundiais que tiveram o maior impacto em sua vida durante
a sua infância e juventude?
A Segunda Guerra Mundial, conforme relatei em MICKI, deixou marcas profundas na vida de toda a família.
Pessoas que a influenciaram?
Como, devido a Guerra eu tive poucos anos de convivência com meu pai, foi a forte personalidade de minha mãe que me ajudou a criar a necessária autoconfiança.
Como foi a educação recebida de seus pais?
A de honrar os preceitos morais, éticos e sociais da família. De dar o melhor de si em todas as circunstâncias.
Como era a escola quando a Sra. era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes participava? A palavra ‘Respeito’ diz tudo, não?
As matérias?Na infância não me lembro de preferências. Mais tarde, no Ginásio e Colegial, minhas preferências sempre foram a Matemática e as Línguas, enquanto que a dificuldade era com a Química e a Física. Hoje me pergunto, qual o grau de influência pode ter exercido a capacidade do
próprio professor destas matérias.Esportes?Natação e vôlei.
Formação acadêmica?
Em exames feitos no Brasil, mereci os diplomas de Proficiência na Língua Inglesa pela Universidade de Cambridge (Inglaterra) e pela Southern Illinois University (Estados Unidos da América).
Primeiro/a professor/a?
No primeiro ano na escola tive duas professoras. No primeiro semestre, ainda como “Deutsche Evangelische Schule” nossa professora foi a simpáticaFräuleinGrummt.Com a nacionalização e a transformação em “Escola Alberto Torres”, conhecemos Dona Gerda Boettcher como nossa gentil
professora.
Grandes professores?
No Primário, o rigoroso professor de aritmética, Leopoldo Germer e a charmosa Dona Hilda Niebuhr em trabalhos manuais. No Ginásio Sagrada Família de Blumenau, a inesquecível professora de inglês, Maude
Clemens, que me desvendou os segredos básicos importantes dessa língua. No Colégio Estadual do Paraná, lembro do professor de Matemática, Samuel Yalon, um engenheiro judeu que transmitia os conceitos, os mais complexos, de uma forma quase mágica.
Relembra encontros com personagens marcantes?
A cantora e atriz de cinema Erna Sack que nos visitou em Brusque. O professor de francês haitiano na Cornell University em Ithaca-NY, cujo nome, no momento, não me ocorre. O príncipe escritor, sobrinho do rei da Abissínia, quando fui sua intérprete na Polícia de Estrangeiros em Munique. O assassino rumeno na prisão de segurança máxima de Munique. Sílvia de Toledo Sommerlath, depois Rainha da Suécia. O famoso organista e dirigente Karl Richter. O guru Pak Subuh, além de outros que mencionei em MICKI.
Que estudos, conhecimentos influenciaram decididamente a sua maneira de ver o mundo?
O privilégio de crescer já cedo, comunicando-me em duas línguas. Conhecer algo mais do mundo, conhecer pessoas de outras culturas, abre a cabeça de qualquer pessoa, independente da idade. Por isso gosto de enfatizar: aprenda línguas! Quantas possibilidades de conhecer personagens de outras culturas, quantas visões de mundo diferentes da sua! Ernesto e eu sempre procuramos aprender, estudar, nos inteirar de algo novo: técnicas,filosofias, religiões, terapias, exercícios físicos. E não pretendemos parar. Contudo, sabemos que agora é hora de repassar conhecimentos e o que destilamos deles.
Qual foi o maior desafio até agora?
Sempre gostei de desafios. Eis alguns: Como colegial, participar, como nadadora, das Olimpíadas Colegiais do Paraná. (três medalhas de ouro). Aos 27 anos, como mencionei em MICKI, enfrentar pela primeira vez, ao volante, como motorista novata, o trânsito na Alemanha. Graças ao incentivo de minha mãe que acreditava em minha capacidade. Minha inscrição como intérprete na Polícia de Estrangeiros em Munique. No ano seguinte, decidir pela vida a dois com Ernst Otto Kamp. Gerar quatro filhos e ajudar a dirigi-los para uma vida que valesse a pena. Dirigir duas escolas Yázigi, um ENORME desafio. Mas que, para milhares de jovens significou um abrir-se a um mundo novo. Dar um recital de canto lírico, frente a uma
plateia, numa noite especialmente fria de inverno.
O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
A maior educadora foi a própria vida. Os relacionamentos na vida a dois e a seis. Em seguida estão livros, livros, livros, mais seminários e cursos. Os ensinamentos de Masaharu Taniguchi foram uma bússola na educação de nossos filhos. Esther Hicks com os Ensinamentos de Abraham nos fez melhor entender como funciona a Lei Universal da Atração.
Finalizando, quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Ter sido instrumento para trazer ao mundo quatro seres saudáveis de corpo, alma e espírito. Que, por sua vez, tornaram Ernesto e eu, avós de 8 almas preciosas.Decepções?Dessas acho que esqueci.
Referências: Entrevista publicada no Jornal Em Foco em 22 de março de 2013.
MARGA HELGA ERBE KAMP
Em seu livro, MICKI, li que a Sra. conheceu, a cinquenta e três anos atrás, o seu marido num restaurante vegetariano, conte -nos os detalhes. Não só vegetariano, mas os alimentos do cardápio eram todos de produção orgânica, orgânica biodinâmica até, segundo as diretrizes da Antroposofia de Rudolf Steiner. Inclusive, em sua maior parte, crus. Quando jovem adulta eu havia procurado me alimentar de forma saudável, sempre que possível sem carne. Portanto, a mesma preferência alimentar do moço que conheci naquele pequeno restaurante. Alguns anos mais tarde, por influência de um amigo, adepto da Macrobiótica, até experimentamos durante alguns anos esta forma rígida de se alimentar. Era MUITO arroz integral! Contudo, tivemos que admitir que não nos sentimos tão bem quanto esperávamos. Decidimos, então, ser mais flexíveis. Incluímos peixe, ovos, laticínios. E, uma vez ou outra, até comemos um prato contendo
carne, sobretudo se somos os convidados em casa de parentes ou amigos. Longe de nós, estarmos ofendendo o anfitrião que se esforçou para nos agradar com um prato especial! Não queríamos mais ser radicais em área alguma
Os não vegetarianos creem erroneamente que faltariam, sobretudo, proteínas. Com todas as leguminosas, nozes e sementes à disposição? As últimas duas, inclusive, como fontes ricas em ácidos graxos?
A Sra. falou em integral. É como dizem mesmo? Atuam no funcionamento dos intestinos?
Quanto a cereais, nossa preferência sempre foi pelos integrais. Não apenas pelo conteúdo de fibras, tão necessárias para um bom funcionamento dos intestinos, mas pelas vitaminas e minerais contidos nas cascas e germens, eliminados nos processos industriais tradicionais.
Vocês sempre se alimentaram assim?
Como, desde criança, os legumes e as verduras em nossa mesa advinham da própria horta, cresci com alimentos livres de insumos ou defensivos químicos. O esterco de nossas duas vacas no pasto fornecia o adubo ideal e suficiente para os canteiros da horta e das flores do jardim, então sob o comando de minha mãe.
Quanto tempo dedica ao seu viçoso jardim por dia?
Nosso filho mais velho é paisagista. Projetou e o implantou e nos aconselha em sua manutenção. Hoje dedico, com a ajuda de um auxiliar, quatro manhãs ao jardim de flores, à horta e ao pomar. Minha exigência ao paisagista era de que eu sempre tivesse muitas flores para decorar a casa. Quanto à horta, ela teria seus canteiros elevados, para não ter que me abaixar muito. Até recentemente cultivávamos praticamente todas as hortaliças que acabavam em nossa cozinha e em nossos pratos. Inclusive, tomates,de produção relativamente difícil em nosso clima úmido, cultivados sob armação coberta de plástico. Contudo, há alguns meses descobrimos a feira orgânica que, às terças-feiras, está montada no pátio atrás da Igreja Matriz, oferecendo excelentes e os mais variados produtos devidamente certificados pela EcoVida. Desde então somos seus fiéis fregueses. Reduzimos, então, a produção de hortaliças, ampliando o espaço para a produção de aspargos e alho-porro, pratos muito apreciados por nós, além de alguns temperos verdes e algumas poucas hortaliças como reserva em casos de necessidade inesperada.
Afirma-se que os produtos orgânicos são mais caros. O que a Sra diz à respeito?
Eu gostaria de ressaltar, sem mencionar o seu melhor sabor - apenas prove a diferença no sabor de maçãs e tomates orgânicos, para saber do que estou falando! - que em frutas e hortaliças orgânicas a energia vital existente, hoje perfeitamente mensurável, é MUITAS vezes maior do que em plantas cultivadas à base de insumos químicos. Além de estes sobrecarregarem o trabalho desintoxicante de nosso fígado e dos rins. Sendo orgânicos, necessitamos de uma quantidade bem menor de alimentos - com o que o nosso bolso também agradece - para que nosso corpo, o veículo da nossa alma, se sinta bem alimentado, saciado e energizado. Sem depositar ‘massa’ onde não é bem vinda. Além disso, esquece-se frequentemente que, para estar bem alimentado, não é necessário comer muito.
Apenas comer o correto e – mastigar bem. Posso imaginar que a montagem de cardápios vegetarianos seja mais difícil?
A montagem de cardápios vegetarianos nutritivos, atraentes, apetitosos, sem dúvida, exige mais criatividade do que o cardápio padrão de feijão, arroz e bife. Mas a diferença na conta bancária e em nossa energia física e mental, certamente a torna uma excelente opção de vida. Sem esquecer que são bem mais coloridos.
O que significa a sigla CAM?
Significa “Coma a metade”.
Referências:entrevista publicada no jornal Em Foco aos 26 de fevereiro de 2013.
MARIA LYDIA DOS SANTOS CARTURANI
Natural de Itajaí, 77 anos, viúva do saudoso Guilherme Carturani. Tem 4 filhos e sete netos.
A vida nos ensina muito, não dona Lydia?
Sim, toda a beleza da vida está bem a nossa frente! Se você quer viver bem sua velhice, comece cedo, construa agora, escolhendo e praticando hábitos saudáveis. Procure encontrar uma maneira de enxergar a vida diferente.A vida não é mais divertida, porque não deixamos. O ontem não volta mais. O minuto que passou, passou. O tempo de ser feliz é agora, não é a lamentação pelo que passamos e nem a preocupação pelo que virá, que vai mudar nossa vida, é o estar presente, estar no tempo certo, na serenidadedo ser.
Quantas verdades! Tudo é movimento e vida? É pelo sonho que vamos, como escreveu Sebastião Gama?
Dr Luiz a vida não pode ser vivida, precisa ser sonhada. É preciso sonhar e ter muita coragem para viver. É preciso ter forças para sobreviver. Estamos vivendo um tempo onde muitos “segredos” estão revelando-se , bem a nossa frente. O segredo estampando que precisamos tão pouco para sermos felizes. Viva no espírito,no coração, na emoção e no amor, pois só assim você vai experimentar o verdadeiro sentido de viver.
Seus momentos de lazer com certeza são merecidos? A experiência conta nestes momentos?
São merecidos, atuam como relaxante, nesses meus quase oitenta anos. O nosso sorriso leva a felicidade a todos e em toda a parte. É símbolo da amizade, da boa vontade, é alento. Nossa sabedoria e experiência traz os sonhos e os torna realidade. Tens um amigo ao teu lado, tens vida, existe a esperança. Tudo isso faz a vida parecer melhor.
Como está vivendo esta fase da vida, Dona Lydia? O passado conta?
Estou vivendo uma fase sem lei, não preciso votar, mas cumprirei esse dever de cidadã. Ninguém me obriga nada, sou livre. Gosto de viajar, sou orgulhosa do passado, quando contemplo os álbuns de registro das fotos tiradas. É difícil descrever a energia, essa mistura do passado e presente. A emoção compensa tudo. Um tempo prazeroso, vida estruturada, tranquilidade e saúde. Nesta etapa da vida fiz muitos cursos de atualização, curso do ensino superior. Agora em 2007, me dediquei à música. No momento estou apreendendo a tocar violino. O meu violino recolhe e guarda os meus segredos. Quando os meus segredos não cabem mais dentro de mim ele recebe com carinho e dignidade que eu espero. E, por isso, eu canto
um hino à vida, tentando musicalizar, no meu violino, todo o meu existir, coma as notas da alegria, do otimismo e da gratidão. Assim sou.
Está enganado, quem pensa que a mulher madura que terminou sua tarefa de maternidade, está tudo acabado?
Completamente enganado. A juventude dos velhos está nos velhos, é só querer descobrir. Eu digo assim: ‘ A mulher madura que não se sente acabada, sabe, que a aprendizagem é continua e só termina com a morte. Tem que colher os frutos que plantou. Desfrute de suas realizações, bem como de seu planos, seja sempre você mesmo. Faça tudo para ser feliz. Não importa a idade, vale a pena! Mantenha boas relações com todas as pessoas. Só o amor aproxima as pessoas e faz com elas falem a mesma linguagem. Viver é uma art.
Tem lido a Coluna Dez?
Sou uma fiel leitora de suas crônicas, no jornal “A Voz de Brusque”.
Referências:Entrevista publciada no Jornal Em Foco aos em 08 de dezembro de 2007.
MARIA LYDIA DOS SANTOS CARTURANI
Natural de Itajaí, nascida aos 08 de maio de 1930; viúva do saudoso Guilherme Carturani; quatros filhos: Maria Terezinha (in memoriam), Marilene, Márcio e Marcos.Aos 70 anos de idade, a senhora pisou no chão da Universidade, como foi retornar aos bancos escolares?
Um grande sonho que guardava dentro de mim. Quando nova não tive essa oportunidade, mas descobri que a Universidade do Vale do Itajai – Univali, criou o programa institucional da “Melhor Idade”, possibilitando
opções para que as pessoas adquirissem novos conhecimentos e habilidades. Encontrando outras pessoas e possibilitando atingir melhor qualidade de vida, conquistando um espaço na Universidade e na comunidade,
não pensei duas vezes: é agora que vou realizar meu sonho! Tinha o desejo de cursar uma faculdade, vi abrir-se um novo caminho que permitiu realizar aquele sonho de menina-moça. Isso prova que cada coisa tem seu tempo e o saber não tem idade...
matriculou-se e virou acadêmica?
Sim, com um novo olhar, ou seja, com o olhar da experiência, do bom viver, refletido no espelho do tempo.
Agora aposentada, mais tranquila, tendo cumprido minha tarefa de maternidade, os filhos todos encaminhados, por que não fazer esses cursos voltados para a educação continuada, obtendo novos conhecimentos acadêmicos? No alto das 70 primaveras, o passado contribui em proporcionar
uma imagem mais lúcida das potencialidades?
Não existem idade para aprender, realizar, sonhar. O binômio: amor e sabedoria são substâncias divinas que nos mantém a vitalidade e revitaliza quando o desânimo aponta para nós. Cruzar os braços é viver menos. É
proibido acomodar-se diante da idade. Temos que aproveitar o agora, porque curtir saudades é olhar para trás. O passado ensina, tem seus recados valiosos, mas não podemos acampar no ontem. Eu sempre costumo dizer: o estudo leva a ter perseverança, ânimo, motivação, entusiasmo e coragem. O estudo – ressalte-se, independentemente de idade – revela o valor de cada um. E, mais, leva a redescobrir as potencialidades com as quais fomos dotados. Por que não aproveitar? De Lambuja, acresce amizades,
atualiza e oportuniza novos conhecimentos.
Então, dona Maria Lydia, o segredo é amar a vida, trabalhar e aprender continuadamente?
A vida. Dr Luiz, é uma maravilha, há um tempo certo para cada coisa. A maior riqueza é a família. Viver bem, sem pressa, sem medo e sem culpa, leva a encontrar a chave dos caminhos encantados... o encantamento davida.
E sendo mulher?
Nós mulheres... o mundo está em nossas mãos. Ser mulher é como ser a lua, brilha mesmo na escuridão. Mulheres façam o seu tempo... continuando a ser carinhosa e desprendida. Temos colo de ninar, de acariciar e de amar. É simplesmente vida que gera vida. Somos isso! Viver compensa a passagem do tempo; é a mais fascinante das experiências. Viver independente da idade cronológica. Ser disposta, vigorosa, viva. Cantar, dançar, entusiasmo. É isso que quero frisar bem nesta entrevista. Idoso feliz é amar alguém, idoso feliz é quando: sonha, tem planos, ainda aprende, se renova a cada dia. Velho é outra coisa. Velho é aquele que não tem esperança, não se cuida, só tem ontem. Temos que percorrer os próprios caminhos, ocupar os espaços que a vida nos oferece. Isso sim.
O Estatuto do Idoso contribui e fortalece os integrantes da ‘melhor idade’?
Em primeiro de outubro de 2003, foi criado o Estatuto do Idoso, é uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, em Brasília, e sancionada pelo Presidente da República, com o aplauso da nação brasileira. Agora, a pessoa que completar 60 anos, pode se beneficiar dos seus direitos, segundo o Estatuto. Então é importante que todo o idoso conheça seus direitos, para tornarem-se mais fortalecidos. Evidentemente, que o fortalecimento, dependerá de organização e participação, propondo compromissos e ações, para que a lei aconteça. O Estatuto traz muitas informações, obrigações e, claro, direitos. Tudo isso contribui sensivelmente para a valorização, reconhecimento e elevação da auto-estima.
Finalizando, Idos de 2001, a Fundação Educacional de Brusque –Febe, agora Centro Universitário de Brusque, abriu suas portas com cursos de extensão do ensino superior, para esse público da ‘ melhor idade’. Estamos lá até agora. A formação do cidadão, nessa fase bonita da vida, quem vive, gera energia
e é bom mostrar interesse em aprender mais. O saber não ocupa lugar, não é hora de desistir ou duvidar. Nunca é tarde demais para ser feliz! Nunca é tarde demais para recomeçar!
Referências: Entrevista publicada em A Voz de Brusque aos 06 de dezembro de 2008.
NILO IMHOF
Filho de Arnaldo e Valtrudes, natural de Brusque, nascido aos 10.05.41. Casado com Marlize Rudolf; dois filhos: Nilo Júnior e Nilo Gustavo.Como surgiu a idéia de publicar Página da vida?
Foi uma coletânea de artigos, já publicados em diversos jornais, inclusive alguns artigos inéditos.
Alem da contribuição com a obra do ex vereador e autor de “Família Imhof , caminhando para a oitava geração” , destacariam mais alguma?
Contribui no livro história do Senai estadual.
E o segundinho?
A cultura é algo muitas vezes ingrata. Os poderes: econômico, financeiro e político em certos aspectos são mais considerados.
E o componente político em sua vida?
Participei de diversos movimentos. Honrou-me sobremaneira ter presido a UEB – União Estudandil Brusquense. Fui orador oficial, na memorável campanha de Antonio Carlos Konder Reis ao governo do Estado.
Poderia comentar sobre a experiência no SENAI? Destacaria alguém?
Foi o primeiro emprego, não sendo despiciendo lembrar, por concurso, após ter concluído o científico em Lages. Ocupei todo os cargos na hierarquia. Destacaria Zeca Zen, por ter projetado o LAFITE, a nível estadual e nacional. A nível estadual cito Cláudio Jair Moritz, Paulo dos Reis e Célio Goulard, foram profissionais competentes.
Não passou pelo crivo liderar um movimento no sentido de fundar a Academia Brusquense de Letras?
Fundamos a Academia Literária Brusquense. Entre os grandes abnegados e incentivadores citaríamos: Cyro Gevaerd, Antônio – Néco – Heil e Guilherme Renaux.
Por derradeiro, o Professor Nilo concorda: “ A vida é combate que os fracos abate, que os fortes, os bravos só podem exaltar”?
Só o tempo, os séculos tiveram que ser muitos para que no pedestal da glória fosse colocado o homem de ações. Dignificando-o, elevando-o, no caminho dos que sabem, querem e venceram.
Quem por exemplo?
Tenho muita simpatia por Carlos Cid Renaux e, o emérito Pilolo. Há alguns anos numa palestra do Rotary
você afirmou que “duas coisas tornam o homem verdadeiramente autentico, a capacidade de construir e a vontade de ser bom”?
Continuo afirmando ... quanto falta a tantos. Por que nós não esforçamos em levar cada dia uma mensagem aos amigos? Ao lar? À sala de aula? Que encoraje! Que dignifique! Que eleve! Que sobressai!
Como definiria sua experiência na UEB?
Sempre militei nos movimentos estudantis. Fui um dos fundadores da ODEC –Organização Democrática Estudantil Cristã. Vivíamos numa época de repressão , quando muitos líderes foram reprimidos. Ressalte-se,
que quando eleitos, não tivemos a acolhida democrática, de um certo Diretor de um Colégio.
Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 10 de novembro de 2001.
PEDRO LUIZ BONOMINI
Onde e quando nasceu e o que destacaria em sua vida profissional?Nasci em Botuverá em 17.02.50, fui Diretor do Colégio Cenecista Francisco de Assis, no período de 84/99, hoje dirijo a J & P Confecção. Escrevi o livro:” Pequena história de Botuverá, onde enfoco o processo migratório dos italianos que chegaram à terra que eles denominaram de Porto Franco.
Fale um pouco sobre Pedro Luiz Bonomini
Escritor Pedro Luiz Bonomini escritor não existe. O que existiu foi a vontade de conhecer mais sobre a história daqueles que da Itália para o Brasil vieram, mais precisamente, para Porto Franco. Esse livro estaria bem mais completo se, na época de sua edição, não tivesse sido amputado ‘ por falta de apoio financeiro para imprimi-lo’. Contudo, foi feito um trabalho de pesquisa, um compilado de dados e apresentado ao nosso povo de Botuverá, um pouco mais sobre sua história e a de seus antepassados.
A época em que foi escrito o livro e a composição do Hino de Botuverá?
Esse livro foi feito na época em que nossa história completou seu centenário – 1976 – ano em que para homenagear a data também compomos o Hino de Botuverá, executado em solenidades e festas até hoje, embora não oficializado.
O que mais define Pedro Luiz Bonomini?
Pedro mais foi dramaturgo e poeta; escreveu várias peças teatrais premiadas em encontros culturais e poesias épicas e líricas.
E o segundo livro?
Pedro pensa escrever a nova história de Botuverá, mais completa e ilustrada com fotos e fatos, contudo, muito dependerá de custos e subsídios públicos e/ou particulares, afinal a história não e ‘ minha’ e, sim, de um povo.
Como você compararia a Administração Nilo/Moacir, iniciada há 6 meses com a de 89/92?
A administração pública atual, mesma que a anterior, vem demonstrando um bom desempenho, é aprovada pela opinião popular. Pelo que sabemos, as finanças públicas do município estão saudáveis com equipamento e maquinário em perfeita ordem, realizando obras como: asfaltamento, e apoio
a vários programas de desenvolvimento social e industrial no município. Em suma, podemos dizer que a administração Nilo anterior e Nilo/Moacir atual, fazem uma administração competente e voltada para as prioridades do povo.
Referências: Entrevita publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 13 de agosto de 2001.
RUY CARLOS QUELUZ
A VOZ DE BRUSQUE
O entrevistado desta semana é o jornalista e representante comercial Ruy Carlos Queluz, nascido em Joinville aos 15/05/1944 (tendo vindo para Brusque com 8 meses de idade); filho de Ivo e Amélia Knihs Queluz; casado com Waltrudes Rau Queluz; filhos: Carlos, Cidia e Ruy Filho; netos: Carlos Arnoldo Queluz Filho (Calinho Luminoso) e Samuel Queluz Oriques. Torce pelo Paysandu e Botafogo (RJ)
O que o Sr. sonhava ser quando era criança?
Sonhava sonhos de criança.
Pessoas que influenciaram?
Para seguir a carreira: Silveira Jr., Abdoh Foés e Ivo Probst
Espelha-se em alguém?
Silveira Jr.
Por quanto tempo e que assuntos o Sr. escrevia ao Município?
Seis anos. Escrevia, com destaque político.
Como surgiu A Voz de Brusque?
Foi por iniciativa própria, com nome inicial de “O Popular”.
Quem foram os primeiros colaboradores de A Voz de Brusque?
Laércio Knihs, Cidia Nara, Jaime Leite, Fernando Lauritzen.
Nestes 16 anos de existência quais foram os colaboradores do jornal que mais tempo escreveram?
Mario Eugênio Saturno, Cesar Diegoli, Eder Varella, Quirino Ribeiro.
Como Diretor o Sr. acompanha os reflexos que as matérias provocam nos leitores. A Coluna 10 (inicialmente denominada Coluna dois), escrita semanalmente de 2000 a 2009, teve boa recepção entre
eles?
Acompanhar os reflexos das matérias faz parte. A Coluna 10, que nasceu no jornal, era bem recepcionada.
Como sentiu-se ao presidir o mais querido da Pedro Werner?
Foram 5 anos de intensa batalha para que o patrimônio construído pelos nossos antecessores não desaparecesse em definitivo. No final, conseguimos.
Grandes dirigentes da equipe esmeraldina?
Arthur Jachowicz, Ingo Renaux, Armando Poli, Gerhard Nelson Appel, Arthur Kistenmacher, Bilo, Machadinho, Bruno e Oscar Maluche, Arthur Appel, Wilson Santos, Ayres Gevaerd, Darci Pruner, Ciro Roza, Ivo Moritz, João C. Schöning, Ademar Knihs, Carlos Cid Renaux e tantos outros.
Não pensa em retornar a dirigir o verde e branco?
Quem sabe.
Grandes atletas do mais querido da Pedro Werner?
Julio, Vilaci, Bolomini, Nego Kühn, Heinz, Godeberto, Di Bork, Mima, Nilo, Walace, Wilimar Ristow, Valdir Montibeller, Zezé, Pécinha, Pereirinha, Mica, Dino, Cartola e tantos outros.
E do tricolor brusquense?
Mosimann, Ivo, Teixerinha, Petrusky, Bolomini, Esnel, Agenor.
Como você escalaria a seleção brusquense de todos os tempos?
Mosimannn, Bianchini, Di, Bolomini e Ivo. Teixerinha, Heinz, Nilo e Petrusky, Julio e Godeberto.
Grandes árbitros?
Otávio Bolognini.
Grandes dirigentes do CACR?
Érico Bianchini, Lelo Bauer, Arthur Jacintho, Cidinho Bauer.
O que falta para a equipe da estrela solitária – Botafogo - deslanchar?
Diretoria.
Referência: Jornal Em Foco datado de 13 de fevereiro de 2015.
VALÉRIO IMHOF
natural de Brusque, nascido aos 26.10.44. Cônjuge: Verônica Imhof, casados aos 28.10.67; dois filhos Patrícia e Daniel Xavier. Torce para o CACR e é BotafoguenseComo surgiu a idéia do livro “Família Imhof, caminhando para a oitava geração”?
A idéia do livro ocorreu na curiosidade em saber quantos somos, quem era quem e, foi ali que surgiu a idéia de fazer a árvore genealógica.
Tempo que levou para lançá-lo?
A pesquisa levou em torno de 12 anos de visitas a parentes, museus e cartórios e muitas ligações telefônicas, onde me trouxe o conhecimento de todos os meus ascendentes e descendentes, bem como, de onde vieram
e onde estão hoje, além de me sentir realizado com a execução desse trabalho.
Sentiu alguma expectativa durante o período em que compilava os dados?
Durante o período de compilação houve muita desconfiança, deboche, descaso, além dos problemas financeiros. Contribuições positivas no andamento da obra? Escolha do Professor
Nilo Imhof para o Prefácio?
Na véspera do livro ser lançado, Nilo se prontificou em ajudar e, como não desfruto de escolaridade, em nível superior, fiquei grato.
Dificuldades enfrentadas? Você faria tudo novamente?
Apesar das dificuldades passadas, faria tudo novamente, aliás, estou no momento fazendo a atualização do livro: quem casou, quem nasceu, quem morreu, assim por diante, além do álbum de fotos dos familiares.
Como foi sua vida política? Como foi a experiência como vereador?
Minha vida política começou no ano de 1960, sempre trabalhando no serviço do bem estar social – embora ciente do não reconhecimento – minha experiência como vereador, sinceramente, foi uma escola. Aprendi como cidadão e conheci de perto a politicagem e foi aí que me decepcionei. Desejava ajudar o povo, mas para isto precisava ir contra todo um sistema.
Nós que somos testemunhas de sua luta diária nos gabinetes, teve o respaldo da Administração Hylário/Bonatelli e do secretariado a contento?
Nesse mesmo período de vereança, não tive apoio do governo 1997/2000, ao contrário, só tive indiferença, o Prefeito e algumas Secretarias não proporcionaram respaldo às inúmeras reivindicações, inclusive, fazendo pouco caso, vez que as solicitações eram para o povo brusquense e não para o vereador Valério Imhof.
Mas, nenhuma Secretaria se propôs a colaborar?
O mesmo não se pode falar das Secretarias de Educação e da Saúde, uma vez que as solicitações era em nome dos cidadãos, que aqui residem e que eram prontamente atendidos, devido a competência dos Secretários.
Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 20 de setembro de 2001.
Nenhum comentário:
Postar um comentário