terça-feira, 25 de agosto de 2015

COLUNA DEZ - Grandes nomes I - advocacia

 ADVOCACIA
Júri é um grupo de pessoas escolhidas para decidir
quem tem o melhor defensor: advogado ou promotor

HERMES MORSCH
Filho de Oscar Morsch e Edla Muller Morsch; natural de Brusque, nascido  aos 16.07.49. São em dois irmãos: Marlene e Hermes; dois filhos: Allan e Michele. Torce para o C. A. Carlos Renaux. Foi Assessor Jurídico – a Procuradoria-Geral foi criada em 1991, mediante a Lei 1675/91 - na Administração
César Moritz/Antônio Abelardo Bado, hoje é empresário.

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Como foi sua vida profissional até aqui?
Aos 17 anos ingressei no Banco Agrícola Mercantil, que depois passou ao
Unibanco, permanecendo por 5 anos; depois fui para a Desentex – fazia
desenhos têxteis para a Cia Schlosser – em 73, já formado passei a ser o
Assessor Jurídico da Administração César Moriz/Antônio Abelardo Bado,
popular Badinho e, atualmente, como empresário, tenho a Metalúrgica
Mohaza, desde abril de 1977.

Como era ser Assessor Jurídico do Município?
A Assessoria Jurídica era um órgão de assessoramento direto ao Prefeito,
juntamente com a Chefia de Gabinete. Em seguida, vinham os Diretores
de áreas – o que hoje denomina-se Secretarias Municipal. Nos primeiros
meses não recebíamos remuneração, vez que o Projeto de Lei da Reforma
Administrativa estava em tramitação. Muitas vezes saíamos da Prefeitura,
por volta das 22 horas ou até mesmo pela madrugada, devido os trabalhos
junto ao Chefe do Poder Executivo.

Os Projetos de Leis, Decretos e Portarias, eram da competência da Assessoria Jurídica ou da Chefia de Gabinete?
Na Assessoria Jurídica predominava matérias atinentes ao patrimônio, tais como: desapropriações, indenizações, e também a elaboração de Pareceres e a revisão dos Projetos de Leis a serem encaminhados ao Legislativo, bem como, revisar os Decretos e Portarias.

O Assessor Jurídico assinava os atos administrativos?
No início não, mas na sequência, sim. O Assessor Jurídico assinava, juntamente, com o Prefeito César Moritz – nas suas ausências com o Vice, Antônio Abelardo Bado – e com o Responsável pela área a que se referia o ato: matérias de cunho geral, como denominações de ruas, era com o Chefe de Gabinete, Roberto Hartke Filho; se financeiro, como dotações orçamentárias, era com o Abrão Colzani; se administrativo, com Carlos Henrique Jacobs.

Com qual dos Prefeitos daria para comparar o governo de César Moritz/Badinho?
O César Moritz era muito ativo, inovador e empreendedor, enfrentou o conservadorismo da cidade, programou o Município para 20 anos adiante: Sistema de esgoto, abertura e alargamento de ruas, calçamento e implantação de empresas. Contratou o IBAM, para elaborar a reforma administrativa
e o Estatuto do Servidor. Determinou a elaboração do levantamento aerofotogramétrico da cidade, no sentido de implantar o Cadastro Urbano. No início pode deslanchar, vez que o Pilolo deixou as finanças em
dia. Compararia com o Ciro Marcial Roza, pelo espírito ativo, inovador e fortemente empreendedor.

Algumas realizações da Administração César Moritz/Badinho?
Em Obras e Serviços Públicos: Abertura de ruas, Calçamentos de ruas à paralelepípedos, incentivos à instalação de várias empresas: Metalúrgica Bomasi, Tecelagem Santo Antônio; Malhas e Conf. Saragon, Serras Piranhas, Industrial Appel, Irmãos Zen; terrenos para a construção do trevo do Steffen, de um Posto de Ambulatório e Igreja Santa Luzia às Escolas; Foi criado o Cadastro Urbano e o serviço agropecuário e o terreno para a Agência do Besc. Na área jurídica: Regulamentação de concurso; de Incentivos Econômicos e estímulos fiscais, do código tributário, da promoção e acesso do servidor, a organização da defesa civil, o estatuto da Febe, o quadro de pessoal do Município e o Regime Jurídico dos Servidores Públicos.

Lembra dos integrantes do primeiro e segundo escalão?
Entre outros: Roberto Hartke Filho –Chefia de Gabinete; Carlos Henrique Jacobs- administração; Abrão Colzani – Finanças; Moacir de Souza – Obras e Serviços Públicos; Walmir Wagner –Educação e Cultura; Agenor dos Santos –Contabilidade; José Laércio Gonzaga- Receita; Hilário Cervi – Tesouraria; Valmor Fidélis –Pessoal e, Sílvio Zucco – Expansão Econômica.

Pelos atos administrativos da época houve alternância de chefia? O Sílvio antes era finanças e o Colzani, Obras e Serviços Urbanos e também, Expansão Econômica?
O Prefeito César, conforme as necessidades de agilização, procedia permuta dos Diretores, de conformidade com o problema que surgia, aproveitando melhor a competência de cada Diretor. Como empreendedor, visualizava uma situação e adequava a equipe, segundo a competência dos integrantes.

Em 76, Roberto Hartke Filho, licenciou-se para concorrer nas eleições,
e você acumulou o cargo de Chefe de Gabinete?
Sim, naquele período.

Lembra que Conselhos e Comissões existiam ou foram criadas?
Lembro do Conselho Municipal de Engenharia Sanitária, Conselho Municipal de Desenvolvimento de Brusque, Conselho Municipal de Cultura, da Comissão Municipal de Turismo, Comissão Municipal de Defesa Civil –COMDEC e, a Comissão de Promoção e Acesso

A comissão de Promoção e Acesso, formada por você – Assessor Jurídico, Carlos Henrique Jacobs – Administração, Abrão Colzani – Finanças, apurava o merecimento e habilitação dos servidores, obteve resultados positivos?
Com certeza, foi levado muito a sério, inclusive acabamos com alguns privilégios e, efetivamente o servidor passou a ter a possibilidade de crescer no quadro do município.

No apagar das luzes do governo Pilolo, foram alterados os feriados municipais, passando a ser: Sexta feira santa, Ascensão do Senhor, 4 de agosto e 15 de agosto, posteriormente, com a extinção do feriado de 15 de agostos, contribuiu para o enfraquecimento da tradicional
festa de Azambuja?
Se o evento já contava com menor freqüência de romeiros, a extinção do feriado, certamente, enfraqueceu sensivelmente o evento.

Quando o saudoso Antônio Luiz da Silva presidia a OAB de Brusque, você era um assíduo participante das reuniões e eventos, continua firme na participação?
Nos últimos dois anos, em virtude dos compromissos com a atividade profissional, reduzi minha participação.

Politicamente, nunca pensou em envolver-se – em sair como candidato? 
Na última eleição, quase sai candidato a vereador pelo PMDB. Na última convenção, para facilitar o comando político desisti, vez que tínhamos dois candidatos a mais do que o permitido.

O que faz Hermes Morsch, hoje?
Sou empresário –Metalúrgica Mohaza – e como hobby, pratico o motociclismo.

 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 25  de julho de 2003.

SÍLVIA MARIA FERREIRA
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 Dra. Silvia com Roberta Roza.

Filha de Júlio Ferreira e Alayde Paoli Ferreira; natural de Brusque, nascida aos 26.10.62. São em cinco irmãos: Vera Lúcia, Silvana, Júlio Filho, o popular Juca, Rosana (advogada) e Sílvia Maria (advogada). Integra o quadro de procuradores do Município de Brusque, estando lotada na Assistência Social do Município. Torce pelo C.E. Paysandu e C R Flamengo.

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 Dra. Neusa Viera -da  Capital, juntamente com a Dra Silvia Maria  

Como foi sua infância e juventude?

Minha infância e juventude foi como o da maioria das meninas de minha idade; naquela época, brincadeiras simples e sadias, também, cursei o Primário no Dom João Becker e o Ginasial e o Secundário nos Colégios São Luiz e no Honório Miranda, minha juventude, também foram ocupados, na maioria do tempo com a formação: cursei a Faculdade de Direito, tendo iniciado na Faculdade, no Rio de Janeiro e terminei na Univali. Posteriormente iniciei a Faculdade de Economia, e depois mudei para Estudos Sociais na Univali; posteriormente fiz Pós em Direito Comercial e em Direito Processual Civil e, ainda, cursei a Escola de Magistratura na Furb.

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Primeira professora?
Minha primeira professora foi Maria Angelina Martins Bohn.

Um resumo da vida profissional
Iniciei aos 14 anos no escritório da Administração dos Supermercados Archer, trabalhando com Érico Contesini, Ivo Moritz, o saudoso Gentil B. Archer e Juarez Pivaa; trabalhei na Loja Três Gerações – de propriedade de minha mãe; ingressei na Prefeitura na administração do saudoso José Celso Bonatelli, iniciando no setor de administração, num período e no outro lecionando na Escola Georgina Carvalho da Luz, depois fui responsável pelo Procon, em seguida, integrei o quadro de procuradores da Procuradoria-
Geral do Município, e a partir de 2001, assumi na Assistência Social, mais precisamente na área jurídica.

Se não fosse advogada?
Com certeza, seria arquiteta.

Muitas ações? Quais as mais acentuadas?
Sim, muitas ações, sendo que a maior procura é na área de família.

Grandes nomes Assistência Social, Religião, Educação Saúde?
Entre outros, citaria, na Assistência Social: Denise Machado Roza; na Religião: Padre Léo, Padre Silvino , Rabinos; na Educação: Padre Nestor, Padre Orlando M.Murphy (in memoriam), Celso Westrupp, Norma Archer, Marlene Petrusky, Ana Leal; na Saúde: Dr Mário, Dra. Marília, Dr Celso Carlos E. da Silva, Dr Nica, Dr Márcio C. Schaefer, Dr Antônio Pucci, Dr Jonas Oscar Paegle, Dr Bastos, Dra Brigitte e Dr Carlos Moritz

O pessoal pede muito?
Muitos pedem por costume, todavia, ressalte-se que muitos pedem por
necessidade.

A mulher hoje não está confundindo liberdade responsável com libertinagem?
Não diria como regra geral, o que acontece é que pelo conteúdo das programações das TVs, que deveria ser instrumento de socialização da juventude, pelo contrário vulgariza a mulher como objeto de consumo, invertendo os papéis da mulher que sempre lutou para deixar de ser apenas um objeto.

A exposição da mulher visa ser objeto de satisfação sexual do homem?
A exposição da mulher como um objeto de satisfação sexual masculina, será que parte apenas da mulher? Ambos estão envolvidos neste caminho tomado pela dificuldade em se adaptar a uma liberdade sem a responsabilidade e maturidade espiritual. Se, por um lado a mulher permitiu-se a exposição vulgarizada, tudo que ela fez ou faz deriva de um comportamento onde, por milênios aceitou-se a exploração feminina, só que antes era por força, e hoje é por uma pretensa liberdade de ação... pretensa...

A mulher não está se despindo e vendendo o corpo apenas por dinheiro?
Acho que o que é bonito é para ser mostrado. Todavia, vê-se que por qualquer motivo a mulher está se despindo, para receber uma grana, contribuindo para a vulgarização da mulher.

O Brasil tem acerto?
Depende da consciência do eleitor no pleito de outubro/2006; a mídia tem  revelado inúmeros casos em que o eleitor poderá pensar na hora de digitar o seu voto.

 Referências: Entrevista publicada no jornal A Voz de Brusque na semana de 14 a 21 de 2006.

 NILO SÉRGIO KRIEGER
Filho de Nilo e Margarida Flora Krieger; natural de Brusque, nascido aos 03 de junho de 1950. São em 3 irmãos: Silvana, Beti e Nilo. Companheira: Maria Cândida Rosa da Silva. Dois filhos: Jonatas Júlio Elbek ( in memoriam) e Nathan. Um neto: Jônatas Júlio Elbek Krieger Filho.

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Sonho de criança?
Tive alguns sonhos. Um deles, por inspiração de um tio, que era aeronauta, era ser aviador. Posteriormente , a carreira militar, mas nunca tive apoio e estímulo da família para ambos os sonhos. Tive que realizar o sonho
do meu pai, ficar trabalhando na empresa onde ele era sócio – Krieger S/A Indústria do Vestuário. Não gostava do serviço e nem da empresa. Posteriormente, com o falecimento de um dos sócios, o ambiente começou a ficar bom, mas daí, tempos depois, parti para a advocacia, isso em janeiro de 1980.

Você tem amigos da infância ainda?
Poucos, mas tenho.

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?
Da infância, sinto saudade das férias na casa dos avós maternos em Vidal Ramos. Não havia luz elétrica e a noite ficava da janela do quarto olhando o céu, observando o céu estrelado; chegava a ser assustador. Da juventude, os bons tempos da “jovem guarda”, das festinhas, das primeiras saídas à noite e o serviço militar no 1º Batalhão de Polícia do Exército no Rio de  Janeiro, que me foi uma verdadeira escola de cidadania.

O que sente falta da infância?
As crianças eletrônicas de hoje jamais recitarão na escola aquele verso de Casimiro de Abreu: “Oh! Que saudades eu tenho/ Da aurora da minha vida/ Da minha infância querida/ Que os anos não trazem mais/ Que
amor, que sonhos, que flores/ Naquelas tardes fagueiras/ À sobra das bananeiras. Debaixo dos laranjais.” Pode parecer melosamente piegas, mas um quintal desperta saudades. Naquela época todas as casas tinham o seu, uma espécie de território livre onde as crianças descalças conviviam com os bichos domésticos – um cachorro, um gato, as galinhas e perto do fim do ano, um peru. Plúmeos e implumes convivendo na mais perfeita harmonia entre canteiros floridos e caminhos de areia grossa. Uma tarde no quintal era uma orgia de areia – ainda bem que a água lavava tudo, embora não lave um passado que insiste em se fazer presente. Dos quintais de antigamente resta apenas uma saudade. Saudades sentimos da nossa casa, dos nossos amigos, da nossa infância, dos dias idos.

Como foi sua juventude?
O que você mais gostava de fazer para se divertir? Foi uma juventude sadia. O meado dos anos 60 com a Beatlemania e a Jovem Guarda são ines17 quecíveis. O companheirismo ginasial e do segundo grau, que beleza. Nos anos 60 e 70 haviam vários locais onde a gente se reunia: o Bar do Valdemar, na rua Rui Barbosa, com o famoso bife acebolado; o Bar do Coelho ou “fecha nunca”, na av. Lauro Muller, cuja especialidade era pedaços de frango frito; o Zingara, uma espécie de bar dançante, na Cônsul Carlos Renaux;  mas tarde o Restaurante Casarão, na rua Felipe Schmidt e o Chalé, na av. C.C. Renaux.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?
Me recordo do momento em que, em 1963 John F. Kennedy foi assassinado. Estava tendo uma aula  particular com o Renato Dietrich. Me lembro do final da Copa do Mundo de 1958, do desfile de carros que teve no centro de Brusque. Um evento local também ficou gravado: a noite do dia 3 para o dia 4 de agosto de 1960, dia do Centenário. À meia noite houve queima de fogos, as igrejas bateram os sinos, as fábricas apitaram e a Banda da Polícia desfilou no centro tocando o Hino do Centenário, foi emocionante.

Pessoas que influenciaram?
Várias, a começar pelo meu pai.

 Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?
Estudei no antigo Grupo Escolar Alberto Torres, hoje é tudo Colégio C. C. Renaux. A escola era rígida e assustadora; os professores(as) idem. Havia, porém, uma pessoa que era bondosa e se destacava das demais, a secretária do estabelecimento, Maria Lúcia Mayworne. Para ser sincero, para mim não havia “melhor” matéria. Todas eram piores.... No esporte, era uma verdadeira negação. Fazia educação física por obrigação. Ainda bem que o professor - Vertolino Schütz – era uma pessoa boa e igualmente se destacava dos (as) demais professores(as).

Primeira professora?
Yete Zinck.

Como encontrou Maria Cândida?
Um colega de escritório me falava constantemente dela – da companheira – que advogava em Balneário de Camboriú . Sugeriu-me que a conhecesse pois notou que tínhamos coisas em comum e acreditava que iríamos nos relacionar bem. Como na época não estava interessado em companhia, tentei evitar qualquer aproximação física, mas não pude evitar que nos encontrássemos pela internet, no MSN. Daí para o encontro pessoal foi um já.

O que levou a optar pelo Direito?

 Pode parecer piada, mas foi a matemática. Nunca tive admiração pela matemática.Como à época havia somente quatro faculdades -Economia, CiênciasContábeis, Administração de Empresas e Direito, e dessas somentea de Direito não exigia nada com números, optei por esta e me dei bem.
 
Um pouco da sociedade com Dr Colombi e Dr Elói?
A Sociedade com o Dr João Alexandre Colombi e o Dr Elói Luiz Dadan foi inesquecível. Fomos a primeira banca de advocacia de Brusque, na expressão da palavra registrada na OAB. Eu e o Dr. Colombi  prestamos vestibular e cursamos a faculdade juntos. No terceiro ano de faculdade já tínhamos um escritório montado. Fazíamos toda atividade advocatícia.  Quem assinava e se responsabilizava era o Dr. Ivo Szpoganicz, para mim um grande advogado e mestre. Posteriormente, após se aposentar como juiz de direito desta cidade, entrou para a sociedade o Dr. Elói Luiz Dadan. Juntamente com o Dr Elói a sociedade durou uns 10 anos, quando se desfez natural e amigavelmente, vindo a cada um seguir carreira solo. O Dr Elói formou um escritório autônomo juntamente com seu filho Marcellus, que recém havia se formado. O Dr. Colombi com o seu filho João Alexandre Filho, que estava se formando e eu me mudei para o endereço onde atualmente me encontro. Um bom companheiro de escritório, inteligente, humilde e com ele, tanto eu como Dr. Colombi muito aprendemos e devemos à nossa formação profissional.
 
Como vê o Judiciário Brusquense? 
Sem qualquer demagogia ou bajulação, nos meus quase 31 ano de advocacia militei e muito em várias Comarcas do estado e sem qualquer sombra de dúvida, a Comarca de Brusque é a melhor que já encontrei. E não sou só eu que digo, falo diariamente com advogados das mais diversas cidades e que eventualmente atuam aqui, que também são da mesma opinião. Se fosse para sair desta Comarca e advogar fora,  certamente mudaria de profissão. A Comarca de Brusque sempre foi feliz com a atuação dos magistrados
que aqui judicaram, igualmente com a atuação dos membros do Ministério Público. Sempre houve respeito e entendimento entre os membros que compõem o tripé da Justiça: Juízes, Ministério Público e Advogados,
e isso facilita a vida de todos.

A OAB vem cumprindo seu papel?
Em nível local e estadual entendo que sim. Na esfera federal entendo que está deixando a desejar. O Conselho Federal da OAB está se preocupando demais com assunto extra Ordem quando deveria estar atento, principalmente ao trabalho do legislador na elaboração das leis. Tenho visto que depois de promulgada e sancionada uma lei vem a OAB argüir sua eventual inconstitucionalidade. Ora, deveria estar atenta e acompanhar a sua elaboração no legislativo, dando idéias e sugestões e não depois de pronta
apontar os erros e omissões.

Já ocupou algum cargo junto a Subseção de Brusque? E a nível estadual?
Já fui por duas vezes vice-presidente da Subseção de Brusque e por duas vezes Delegado local da Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina. Em nível estadual não ocupei nenhum cargo.

O Conselho de ética da OAB vem cumprindo seu papel ao fazer as indicações na lista sêxtupla, para o quinto constitucional no TJSC?
Entendo que sim. É fundamental o papel do Conselho de Ética na indicação da lista sêxtupla para o quinto constitucional do TJ.

Aproximadamente quantos processos ingressou no judiciário e quais os 5 tipos de ações em que seus serviços profissionais foram procurados?
Representando clientes ingressei com algumas centenas de ações. Nos últimos tempos era mais procurado por questões familiares.

Entre tantas causas que acompanhou, poderia citar a causa mais simples e a mais complexa?
As mais simples eram as chamadas “conversões da separação judicial em divórcio”. A mais complicada foi uma envolvendo um imóvel aqui em Brusque e as partes (autores e ré) residindo na Europa. A Ré foi citada na Suíça e teve testemunhas ouvidas por carta rogatória na Suíça e Alemanha. Deu tudo certo e tive sucesso da procedência da ação;

Como foi a experiência nos Executivos Fiscais, na Procuradoria- -Geral do Município, na Administração Danilo/Venzon?
Foi uma experiência totalmente inédita. Uma advocacia diferente do dia a dia. Na cobrança dos executivos fiscais, isto é, principalmente do IPTU e outros tributos municipais, vi a responsabilidade que um administrador deve ter com o dinheiro público e essa responsabilidade e coragem não faltou ao então Prefeito Danilo Moritiz. Também, à época, muitas obras irregularidades foram embargadas e regularizadas em Juízo. A Administração de então era atenta e levava à sério o Plano Diretor. Fui feliz no trabalho público graças ao apoio irrestrito do Procurador-Geral, Dr. Luiz Gianesini e também do Prefeito Danilo Moritz.

Teve problema com algum cliente face o resulta de uma ação?
Infelizmente, após quase 30 anos de advocacia, me incomodei com um. O cidadão, por sinal pessoa correta, foi influenciado por um mau colega advogado e me representou na Ordem. Felizmente consegui provar que eu estava certo e o referido cidadão recebeu corretamente o que de direito. Mas, isso me deu muita dor de cabeça.

Dos advogados mais antigos para quem você tiraria o chapéu?
Dr. Euclides Cardeal e Dr Ivo Szpoganicz,.

Uma curiosidade que aconteceu durante sua carreira?
Foi ter sido advogado de uma jovem, numa separação judicial, quando já havia sido advogado da mãe dela na sua separação.

Como vê a questão do Exame da Ordem?
Entendo que é necessário ante a má formação universitária dos nossos bacharéis.

Os ministros do STF e STJ nomeados politicamente - é por aí o caminho?
Não. Entendo que não. A ascensão aos tribunais superiores devem ser por
outra forma e jamais por nomeação política.

Se não fosse advogado?
O meu sonho era a carreira militar, mas nunca tive apoio e estímulo da
família para isso.

Qual a melhor obra que já leu?
Bem, leio muito, mas um dos melhores livros que li e que mais me impressionou
foi um romance de Erich Maria Remarque, intitulado “Amar e
Morrer”. Esse livro descreve a vida de um soldado alemão, Ernst Graeber,
no front da Rússia durante a Segunda Guerra Mundial. Também de Erich
Maria Remarque, “Nada de novo no Front”, que retrata fielmente a vida
dos soldados alemães durante o segundo conflito mundial.

Viagem inesquecível?
A inesquecível foi a que fiz ao Egito. Também, fui várias vezes ao vizinho Uruguai. Belo país. A viagem que mais me atraiu é aquela aonde tenho a oportunidade de conhecer lugares históricos.

Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o
de entristecer?
Realmente, o maior medo é o de envelhecer e discordo totalmente de que a velhice “é a melhor idade”.

O que você acha da programação da televisão de hoje?
Ainda bem que tenho TV por assinatura. Raramente assisto a TV aberta e a Rede Globo deve fazer alguns anos que não assisto.

Qual foi o maior desafio até agora?
A de me aposentar (no sentido mais amplo da palavra) e não fazer mais absolutamente nada. Me aposentei em 1995 e me programei para parar definitivamente em 2010.

Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de
vida?
Dos 14 aos 29 anos trabalhei na Krieger S/A Indústria do Vestuário. De 1980 à 2010 como advogado privado e durante um certo período como advogado público, contratado da Prefeitura no tempo da gestão do prefeito Danilo Moritz. Devo uma parcela de gratidão a esse prefeito bem como ao
seu Procurador Geral, Dr. Luiz Gianesini, o que ora me entrevista.

Torce para que equipes?
Na verdade não sou muito ligado a esportes. Mas, tinha, por influência de amigos, uma simpatia pelo Paysandu (Brusque) e pelo Vasco da Gama (RJ).

Quer acrescentar algo a nossa conversação?
Faço votos que o colunista continue com esse tipo de matéria. É muito bom e interessante conhecer os aspectos da vida de pessoas que fazem ou fizeram parte da nossa sociedade. Sempre aprendemos algo. 3

 Referências: Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 05 de fevereiro de 2013.


 JOÃO CELSO SCHONING
Primeiro Procurador-Geral do Município de Brusque. O entrevistado desta semana é o primeiro Procurador-Geral do Município de Brusque, o advogado Dr João Celso Schöning, nascido em Brusque
aos 23.06.1937; filho dos saudosos Vicente e Ignez; companheira Arlete Lauth (in memoriam). Três filhos: Ricardo José nascido aos 03.10.83 e falecido aos 27.08.2002 (acidente); Raquel Schoning Dada e João Vicente Schoning. Três netos: Gabriel Vicente Schoning, Pedro Henrique Schoning Dada e Sofia Schoning Dada. torce pelo Paysandu e Vasco da Gama, e hoje, também pelo Brusque F.C.


ASSESSORIA JURÍDICA
Após o Centenário de Brusque, ocorrido em 1960, o Município de Brusque teve Assessoria Jurídica de 1961 a 1991, tendo sido assessores: Na gestão do Prefeito Cyro Gevaerd (61/66), Dr Eunildo Rebelo. Nas administrações dos Prefeitos Antônio- Néco -Heil (66/70), José Germano Schaefer/ Alexandre Merico (70/73) e, Alexandre Merico/Antôno Waldemar Moser (77/83), Dr Ivo Szpoganicz (in memoriam). No governo de César Moritz/Antônio Abelardo Bado (73/77), Dr Hermes Hermes Morsch. Na gestão de José Celso Bonatelli/Zeno Heinig (83/88), o Dr Antônio Luiz da Silva (in memoriam) e, finalmente, na gestão de Ciro Marcial Roza/Heraldo J. Santos, a assessoria foi ocupada pelo Dr João Celso Schöning, nomeado pela Portaria 2007/89 ocupando o cargo como Diretor Jurídico, até 1991, quando foi criada a Procuradoria-Geral.

PROCURADORIA-GERAL

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A Procuradoria-Geral do Município de Brusque, foi criada mediante a edição da Lei 1675/91, datada de 25.09.91, quando o Diretor Jurídico era João Celso Schöning, que com a edição da Portaria 821/91, passou a Procurador-Geral do Município. Assim, a Procuradoria-Geral do Município e Brusque foi criada para exercer a representação judicial e a consultoria jurídica do Município.

Que escolas você frequentou?
Estudos preliminares, Colégio Santo Antônio, até o curso normal regional; Escola Técnica de Comércio São Luiz formado em 14.12.67; Faculdade de Ciências Jurídicas do Vale do Itajaí formado em 06.12.65

Quais as pessoas que o influenciaram? 
Em especial, meus pais e minha esposa Arlete Lauth Schoning.

Como surgiu a ideia de criar a Procuradoria-Geral?
Ante o surgimento de novas leis administrativas emanadas dos poderes federais e estaduais

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 Nosso entrevistado, Dr João Celso Schöning com a esposa, a saudosa Arlete Lauth


Sente-se orgulhoso em ter sido o primeiro Procurador-Geral do Município ?
Sim, com muito orgulho!

Quem integrava a Procuradoria -Geral?
Inicialmente somente o Procurador-Geral.

Quais ações eram mais comuns contra o Município?
As ações mais comuns eram as de origem fiscais e trabalhistas.

Como era o relacionamento do Procurador-Geral com o Prefeito Cyro?
Mantivemos um relacionamento ótimo.

Havia algum segredo para manter um relacionamento salutar com o Prefeito Cyro?
Honestidade na prestação dos serviços jurídicos

O pessoal que trabalhou próximo a você não cansa em repetir que você era craque em contratos. Confere?
Agradeço os que assim me julgam, mas meus conhecimentos eram todos
dirigidos ao direito público.

Das obras realizadas na gestão Ciro/Heraldo, quais você acredita que foram mais úteis para Brusque?
Dentre as obras realizadas, destaco a Avenida Beira-Rio, que livrou Brusque das tenebrosas enchentes do rio Itajaí-Mirim, a Prefeitura e o Fórum da Comarca e o Pavilhão de Eventos Maria Celina Vidotto Imhof, o popular prédio da Fenarreco e a Ponte Estaiada.

Em 1988, quando presidi a Câmara Júnior de Brusque, ficamos sabendo que na década de 60 houve também uma iniciativa do Juniorismo. Você integrou a Câmara Junior naquela época? 
Não só integrei como também presidi o movimento de desenvolvimento de lideranças.

Juntamente com Érico Antônio Contesini e João Santos, você  recebeu o título de Administrador de Empresas, conferido pela Lei 4769, que outorgou esta distinção aos que efetivamente até
13.09.65, possuíam 5 anos de atividade como Administrador de Empresas. Você chegou a participar da Acibr?
Sim, inclusive, fui Vice-Secretário da entidade quando Carlos Cid Renaux
presidiu a Acibr.

Você integrou a Diretoria da Confederação Nacional de Profissionais Liberais?
Sim, fui do Conselho Fiscal, no início da década de 80, tendo inclusive participado do Encontro Nacional de Entidades Representantes de Contabilistas e da Convenção Nacional de Contabilistas, ambas realizadas em
Belém, Pará.

No final da década de 60 e, início da década de 70, você teve participação política?
Sim, inclusive fui candidato a Vereador pela Arena com o número 2205.

Conseguiu eleger-se Vereador? Quantos Vereadores integravam a Casa Legislativa? Lembra dos outros integrantes?
Sim, a Câmara era formada por 11 edis: Aurinho Silveira de Souza, Kurt Schlosser, Nelson J. Pehnk, Heinz Appel, Arno Ristow, Alberto E. Zimmermann, Gentil Albani, Arnoldo Ristow, Bruno Maluche, Euclides Cardeal e eu.

Como Vereador integrava alguma Comissão?
Fui líder do Prefeito Pilolo

Quem presidiu a Câmara naquela legislatura?
Arno Ristow de 30.01.70 a 30.01.71 e Euclides Cardeal de 30.01.71 a  30.01.73.

Dos livros que você leu, quais que mais gostou ?
Olhai os lírios dos campos - Érico Veríssimo.

O que está lendo atualmente?
A Cabana de autoria de William P. Young (Canadense).

Algo cômico que aconteceu em sua vida?
Ocasião em que um colega do curso técnico em Administração, ao receber o Diploma, caiu do palco.

O que você aplica dos grandes educadores, das experiências que teve, no dia a dia?
A perseverança e a dignidade.

O que a incomoda?
A desonestidade.

Grandes alegrias? Tristezas?
Alegrias: meu casamento, o nascimento de meus filhos e agora, de meus netos. Tristezas: o falecimento de meus pais, de meu filho, aos 18 anos de idade em acidente automobilístico e por último, de minha esposa.

Qual o maior desafio que já enfrentou?
A defesa oral dos munícipes ante o Tribunal Pleno de Justiça de Santa Catarina.

Quais são as suas aspirações?
Viver e trabalhar, a fim de construir um mundo melhor.2


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 Dr Schöning com Pilolo e Teixeirinha


2 Referências: Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 14 de março de 2014

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