Padre GIORGIO PEDEMONTE
Orientação espiritual
O
entrevistado desta semana é o Padre GIORGIO PEDEMONTE nascido
em Gênova (Itália) aos 21/08/1939. Conheceu e entrou no PIME
(Pontifício Instituto das Missões para o Exterior), onde frequentou
o ensino médio, filosofia e teologia, tendo sido ordenado Sacerdote
aos 26/06/1965: 49
anos de sacerdócio.
Nosso
entrevistado, Padre Giorgio Pedemonte
O que o
sr sonhava em ser quando era criança?
Eu
nasci quando estourou a segunda Guerra Mundial. Isto influenciou
muito nossa vida e nossos sonhos: meu irmão mais velho pensava ser
militar, o do meio queria ser médico e eu me tornar padre.
Como
foi a educação recebida de seus pais?
Meus
pais eram católicos fervorosos e praticantes: isto ajudou muito a
enfrentar aquelas situações de perigos e de medo. Nunca me pediram
se quisesse ser padre, mas o clima que se respirava em casa ajudou a
amadurecer o meu sonho.
Pessoas
que influenciaram?
Os
meus pais, o Pároco e um missionário do PIME que de vez em quando
nos visitava, contando de sua vida missionária na Birmânia. O meu pároco era pe. Gaetano Canepa e o missionário era pe.
Rizieri Badiali.
Como
amadureceu a vocação sacerdotal e missionária?
Dentro
deste clima favorável foi lendo revistas e livros de missionários
que com alegria doavam a vida pelos pobres e necessitados em outros
continentes. O convite de Jesus “Ide pelo mundo inteiro e pregai o
Evangelho a todas as criaturas” ressoava constantemente no meu
coração. Até que um dia, lendo um livro do missionário Raoul
Follereau encontrei duas frases que abriram o sentido e o futuro da
minha vida: “O maior desastre que pode acontecer na tua vida é não
ser útil a ninguém e que tua vida não sirva a nada”. E mais:
“Deixo uma herança para você jovem, o bem que deveria ter feito e
que não tive tempo de fazer”.
Como
foi sua vinda para o Brasil?
O
Instituto missionário PIME trabalha nos cinco continentes e seus
membros estão disponíveis para trabalhar onde for necessário,
logo fui destinado ao Brasil, tendo chegado de navio cargueiro em
Santana-Macapá aos 31/10/1965 e lá permaneci até o ano 1983.
Naquela época toda a Prelazia de Macapá era confiada ao PIME.
Que
lembranças têm do trabalho missionário em Amapá?
As
lembranças mais bonitas daqueles 18 anos de trabalho missionário no
Amapá (então Território Federal) se referem aos primeiros sete
anos na grande paróquia de Mazagão, que compreendia também muitas
ilhas da foz do rio Amazonas pertencentes ao estado do Pará. A
convivência fraterna com o pe. Ângelo Bubani fazia esquecer o
cansaço e os perigos daquelas longas e continuas “desobrigas”
(viagens missionárias) para visitar as populações ribeirinhas,
enfrentando, num pequeno barco, as maresias nas ilhas do Rio
Amazonas.
Em
que Paróquias já serviu?
Trabalhei
em várias paróquias: Mazagão, Santana, São Benedito... e na
administração da Prelazia.
Para entender “ Prelazia de Macapá” precisamos lembrar que naquela época (1965) Macapá era a capital do então Território Federal do Amapá que hoje é o estado do Amapá. Também para a Igreja o TFA ainda não era Diocese mas Prelazia (= diocese em formação)
Quando foi transferido para Santa Catarina?
Em
1983 fui transferido para Santa Catarina, como diretor espiritual no
seminário colegial do Pime em Palhoça e em 1989 passei, sempre como
diretor espiritual, no seminário filosófico de Brusque.
O sr esteve na terra do sol nascente. Como
foi a designação para pregar a assistência humana e espiritual
na terra aos japoneses?
Tendo
surgido o problema dos “Dekaseguis” (descendentes de japoneses,
nascidos no Brasil ou em outros países latino-americanos) que
migravam para o Japão a fim de fazer seu “pé de meia”, em 1993
fui ao Japão para dar assistência humano - espiritual a estes
migrantes temporários que, não conhecendo a língua japonesa, não
podiam ser atendidos pelos missionários do Pime ou de outras
congregações. Lá fiquei até o fim do ano 2000.
E
o retorno ao Brasil e ao berço da fiação catarinense?
Voltando
ao Brasil fui destinado a trabalhar na paróquia - basílica de Vila
Xavier em Assis – SP. Em seguida - em junho 2004 – segui o
caminho de Ibiporã – PR, na paróquia N.S.da Paz. Aos 04/09/2005,
o Bispo Dom Albano Cavallin dividiu a paróquia N.S. da Paz e criou a
nova paróquia São Rafael: pe. Giorgio foi o primeiro pároco. Em
seguida, de agosto de 2011 a agosto de 2013 fui reitor do conjunto
Pime em Ibiporã e em setembro 2013, fui escalado para trabalhar na
paróquia São Judas Tadeu em Águas Claras onde me encontra até
hoje.
Padre
Giorgio com
crianças japonesas em YOKOHAMA-shi (Kanagawa-ken
(uma
província
do Japão
localizada na região de Kanto,
ilha de Honshu. Tem
a cidade de Yokohama
como capital.
-Administrando batismo em FUJYOSHIDA-shi (Yamanashi-ken) (Fujiyoshida é uma cidade japonesa
localizada na província de Yamanashi )
O que
acha dos jovens de hoje?
Eu
nunca fui pessimista na vida. Aprecio e admiro tantos jovens que
conheço e entendo que para eles, nesta época, é mais difícil do
que nos meus tempos de juventude porque hoje em dia o mundo nos ilude
com muitas coisas que nos fazem esquecer os verdadeiros valores que
dão sentido à vida.
Quais
as parábolas que mais gosta?
São
muitas, mas aquela que mais gosto e me consola a encontramos no
evangelho de Marcos 4,26-28: “O Reino de Deus é como um homem que
espalha a semente na terra. Depois ele dorme e acorda, noite e dia, e
a semente vai brotando e crescendo, mas o homem não sabe como isto
acontece”.
Em todos
estes anos de sacerdócio - missionário, quando vou dormir digo a
Jesus: “também hoje fiz o que eu pude, agora enquanto durmo, faça
o resto que eu não consegui fazer”.
“amizade com as famílias, prioridade de sempre”.
Publicado no Jornal EM FOCO aos 1o de outubro de 2014
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