quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Padre GIORGIO PEDEMONTE

Padre GIORGIO PEDEMONTE

Orientação espiritual


O entrevistado desta semana é o Padre GIORGIO PEDEMONTE nascido em Gênova (Itália) aos 21/08/1939. Conheceu e entrou no PIME (Pontifício Instituto das Missões para o Exterior), onde frequentou o ensino médio, filosofia e teologia, tendo sido ordenado Sacerdote aos 26/06/1965: 49 anos de sacerdócio.

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Nosso entrevistado, Padre Giorgio Pedemonte

O que o sr sonhava em ser quando era criança?
Eu nasci quando estourou a segunda Guerra Mundial. Isto influenciou muito nossa vida e nossos sonhos: meu irmão mais velho pensava ser militar, o do meio queria ser médico e eu me tornar padre.

Como foi a educação recebida de seus pais?
Meus pais eram católicos fervorosos e praticantes: isto ajudou muito a enfrentar aquelas situações de perigos e de medo. Nunca me pediram se quisesse ser padre, mas o clima que se respirava em casa ajudou a amadurecer o meu sonho.

Pessoas que influenciaram?
Os meus pais, o Pároco e um missionário do PIME que de vez em quando nos visitava, contando de sua vida missionária na Birmânia. O meu pároco era pe. Gaetano Canepa e o missionário era pe. Rizieri Badiali.

Como amadureceu a vocação sacerdotal e missionária?
Dentro deste clima favorável foi lendo revistas e livros de missionários que com alegria doavam a vida pelos pobres e necessitados em outros continentes. O convite de Jesus “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a todas as criaturas” ressoava constantemente no meu coração. Até que um dia, lendo um livro do missionário Raoul Follereau encontrei duas frases que abriram o sentido e o futuro da minha vida: “O maior desastre que pode acontecer na tua vida é não ser útil a ninguém e que tua vida não sirva a nada”. E mais: “Deixo uma herança para você jovem, o bem que deveria ter feito e que não tive tempo de fazer”.

Como foi sua vinda para o Brasil?
O Instituto missionário PIME trabalha nos cinco continentes e seus membros estão disponíveis para trabalhar onde for necessário, logo fui destinado ao Brasil, tendo chegado de navio cargueiro em Santana-Macapá aos 31/10/1965 e lá permaneci até o ano 1983. Naquela época toda a Prelazia de Macapá era confiada ao PIME.

Que lembranças têm do trabalho missionário em Amapá?
As lembranças mais bonitas daqueles 18 anos de trabalho missionário no Amapá (então Território Federal) se referem aos primeiros sete anos na grande paróquia de Mazagão, que compreendia também muitas ilhas da foz do rio Amazonas pertencentes ao estado do Pará. A convivência fraterna com o pe. Ângelo Bubani fazia esquecer o cansaço e os perigos daquelas longas e continuas “desobrigas” (viagens missionárias) para visitar as populações ribeirinhas, enfrentando, num pequeno barco, as maresias nas ilhas do Rio Amazonas.

Em que Paróquias já serviu?
Trabalhei em várias paróquias: Mazagão, Santana, São Benedito... e na administração da Prelazia.

Para entender “ Prelazia de Macapá” precisamos lembrar que naquela época (1965) Macapá era a capital do então Território Federal do Amapá que hoje é o estado do Amapá. Também para a Igreja o TFA ainda não era Diocese mas Prelazia (= diocese em formação)

Quando foi transferido para Santa Catarina?
Em 1983 fui transferido para Santa Catarina, como diretor espiritual no seminário colegial do Pime em Palhoça e em 1989 passei, sempre como diretor espiritual, no seminário filosófico de Brusque.

O sr esteve na terra do sol nascente. Como foi a designação para pregar a assistência humana e espiritual na terra aos japoneses?
Tendo surgido o problema dos “Dekaseguis” (descendentes de japoneses, nascidos no Brasil ou em outros países latino-americanos) que migravam para o Japão a fim de fazer seu “pé de meia”, em 1993 fui ao Japão para dar assistência humano - espiritual a estes migrantes temporários que, não conhecendo a língua japonesa, não podiam ser atendidos pelos missionários do Pime ou de outras congregações. Lá fiquei até o fim do ano 2000.

E o retorno ao Brasil e ao berço da fiação catarinense?
Voltando ao Brasil fui destinado a trabalhar na paróquia - basílica de Vila Xavier em Assis – SP. Em seguida - em junho 2004 – segui o caminho de Ibiporã – PR, na paróquia N.S.da Paz. Aos 04/09/2005, o Bispo Dom Albano Cavallin dividiu a paróquia N.S. da Paz e criou a nova paróquia São Rafael: pe. Giorgio foi o primeiro pároco. Em seguida, de agosto de 2011 a agosto de 2013 fui reitor do conjunto Pime em Ibiporã e em setembro 2013, fui escalado para trabalhar na paróquia São Judas Tadeu em Águas Claras onde me encontra até hoje.
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Padre Giorgio com crianças japonesas em YOKOHAMA-shi (Kanagawa-ken (uma província do Japão localizada na região de Kanto, ilha de Honshu. Tem a cidade de Yokohama como capital.


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-Administrando batismo em FUJYOSHIDA-shi (Yamanashi-ken) (Fujiyoshida é uma cidade japonesa localizada na província de Yamanashi )

O que acha dos jovens de hoje?
Eu nunca fui pessimista na vida. Aprecio e admiro tantos jovens que conheço e entendo que para eles, nesta época, é mais difícil do que nos meus tempos de juventude porque hoje em dia o mundo nos ilude com muitas coisas que nos fazem esquecer os verdadeiros valores que dão sentido à vida.

Quais as parábolas que mais gosta?
São muitas, mas aquela que mais gosto e me consola a encontramos no evangelho de Marcos 4,26-28: “O Reino de Deus é como um homem que espalha a semente na terra. Depois ele dorme e acorda, noite e dia, e a semente vai brotando e crescendo, mas o homem não sabe como isto acontece”.
Em todos estes anos de sacerdócio - missionário, quando vou dormir digo a Jesus: “também hoje fiz o que eu pude, agora enquanto durmo, faça o resto que eu não consegui fazer”.


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“amizade com as famílias, prioridade de sempre”. 
Publicado no Jornal EM FOCO aos 1o de outubro de 2014

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