José Germano Schaefer -Pilolo

 José Germano Schaefer - popular Pilolo

Futebol e Administração Municipal

O entrevistado desta semana é o ex cracaço de futebol e ex-Prefeito JOSÉ GERMANO SCHAEFER, popular Pilolo: Filiação Germano Schaefer e Mathilde Schaefer; nascido aos 06.06.25. Cônjuge: Norma Schaefer; três filhos: José Germano Filho, Maria Eugênia e Noberto.

Apresentação

Como surgiu o apelido Pilolo?

A história é um pouco longa, mas trocado em miúdos,  surgiu do nome de um cachorro que se chamava Pilolo.

Formação escolar?

Fiz o Primário – até aos 11 anos – no Colégio Santo Antônio das Irmãs (Brusque); o Ginasial – 1937/41 – no Colégio Santo Antônio dos Padres Franciscanos em Blumenau, registre-se a última turma de 5 anos; Contador de 1944/46, também no Colégio Santo Antônio em Blumenau.

Atividades profissionais?

Em 1943 fui nomeado escrevente juramentado do Cartório de Registro Civil de Brusque. De 44 a 46 integrei o quadro de funcionários do Banco Inco, em Blumenau. Em 46, fui nomeado Oficial do Registro Civil de Brusque, em cujas funções me aposentei. Saliente-se que no período de 52 a 64, fui colaborador na Escola Técnica de Comércio São Luiz – Brusque, nas Cadeiras de Contabilidade Bancária e Técnicas Comerciais. Também de 79 a 81 presidi a Cimenvale e de 81 a 83, Diretor Adjunto do Procape (Florianópolis).

I – Quanto a prática futebolística:

Onde e quando iniciou a prática esportiva, mais precisamente com o futebol?

Iniciei no Tamandaré em Blumenau, quando cursava o ginasial e depois passei a defensor do C.A. Carlos Renaux – antigo Sport Club Brusquense .

Fale da participação efetiva e filiação do tricolor brusquense no final da década de 30, na década de 40 e na de 50 ASVI – Associação Sportiva Vale do Itajaí, depois em 25.03.54 , que após passou a denominar-se LEVI –Liga Esportiva do Vale do Itajaí, sendo que o tricolor ficou filiado até 28.05.46. 

Em 03.07.46, como Blumenau atravessava auspicioso período no futebol, o Clube passou a integrar a Liga Blumenauense de Desportos, que passou a denominar-se Liga Blumenauense de Futebol, sendo que em 59, o Atlético Renaux solicitou sua desfiliação. Ressalte-se que o Clube levantou uma série de títulos nesse período.

A criação da LDB – Liga Desportiva Brusquense?

O desejo vinha sendo acalentado há anos. Mas a existência de apenas dois clubes na primeira divisão em Brusque constituía empecilho legal. Vários fatos levaram os diretores atleticanos , em reunião realizada em 05.01.59, a delegar poderes a Olegário Muller para entrar em entendimento com o C.E. Paysanu, a respeito da fundação de uma liga, em Brusque, todavia , sem resultado. Dois meses após, via-se nosso Clube desconsiderado em seu direitos por parte de co-irmão blumenauense. Foi quando o então presidente Adherbal V. Schaefer tomou a iniciativa de acertar outro plano com vários clubes da região. Reunidos em nossa sede 13 de março de 1959, fundaram a Liga Desportiva Brusquense. Presidiu a reunião o presidente da FCF, Osni Mello, participando representantes do Paysandu, Tiradentes (Tijucas) e Humaitá ( Nova Trento), o Presidente da Sociedade Amigos de Brusque e a Diretoria do Clube Atlético Carlos Renaux.

Por que e quando o Clube passou de Sport Club Brusquense para Clube Atlético Carlos Renaux?

Por força do Decreto-Lei do Governo Federal vedando oficializar qualquer clube esportivo com denominação relacionada com: Nação, Brasil, Território, Estado, Município e seus derivados. A 19.03.44, após várias sugestões, resolveu-se, por votação, alterar a tradicional designação de Sport Club Brusquense para Clube Atlético Carlos Renaux.

Em 44, atuava no Tamandaré –Blumenau e ao mesmo tempo no tricolor brusquense?

Sim, atuava no equipe do Colégio Santo Antônio dos Padres Franciscanos em Blumenau e no Atlético Brusquense.

Que posição atuava?

Inicialmente atuava como centroavante, mas como o Clube tinha o centroavante número 1 do Estado, o Hélio Olinger , passei a atuar de centromédio.

Um grande treinador?

Destaco o Carlos de Campos Ramos, popular Leléco.

Grandes Dirigentes?

Citaria dois: Érico Bianchini e João Bauer.

Grandes arqueiros?

destacaria o Arno Mosimann e o Adolfinho (Avaí).

Grandes nomes na posição em que atuava?

Foi o Isnel, que inclusive me substitui no Clube e acabou indo para o São Paulo e Jalmo (Blumenau).

Três grandes atletas do Atlético e do Paysandu, naquela época?

:Pelo Paysandu citaria  Heinz Appel, Aristides Salces e Osvaldo Appel, pelo Atlético: Dirceu Mendes, Hélio Olinger e Teixeirinha.

A base da equipe campeã estadual de 50 foi a mesma que levantou o caneco estadual de 53?

Sim, a mesma base.

Quando pendurou as chuteiras?

Em 54, pendurei as chuteiras, foi quando então veio o Isnel para ocupar o meu lugar de centromédio.

Fatos marcantes , além dos dois títulos estaduais?

O nascimento de meus filhos e netos; ter sido vereador e Prefeito; O autógrafo concedido pelo Ademir Menezes (O Queixada).

II - Quanto a vereança e a administração municipal:

Qual o grau de parentesco com Adriano Schaefer e Germano Schaefer e que foram Prefeitos, em 1895 e 1940, respectivamente?

Adriano Schaefer meu avô e Germano Schaefer, meu pai, sim, ambos foram prefeitos.

O pai foi Prefeito em que período?

Meu pai, Germano Schaefer, foi chefe do Poder Executivo nomeado pelo Resolução 7945, do Governo Estadual, assumindo em março de 1940 e, saindo em fevereiro de 1943.

E com Vicente, que ocupou a chefia do Executivo em 1903, 1904 e 1915 e João Schaefer ocupante da cadeira principal do executivo em 1915 e 1923? E com o Otto Schaefer de grandes jornadas?

Eles foram meus tios. Inclusive o Otto fundou e foi o primeiro presidente da Acibr.

E o Ewaldo Schaefer que foi vereador na legislatura de 47/50?

Ele é filho do Otto, então é meu primo irmão

O senhor integrou a Câmara de Vereadores? Em que Legislatura foi ? Lembra dos demais integrantes? Da ocupação da Presidente?

Fui vereador eleito em 1962, com vistas a ocupar a quinta legislatura, a saber de 31.01.63 a 31.01.67. A Câmara era composta por cinco vereadores do ex PSD: Antônio Heil, de saudosa memória, José Germano Schaefer, Ingo Arlindo Renaux, Arno Ristow e Arthr Jacowiczs, quatro da ex UDN: Kurt Schlosser, Alexandre Merico, Carlos Moritz e Orlando Munch e dois do PTB: Dr Antônio Luiz da Silva e Dr Germano Hoffmann.

Quem ocupou a Presidência do Legislativo naquele triênio?

Em 63/64, Germano Hoffmann; 64/65, 0 saudoso Arthur Jacowicz; 65/66, Kurt Schlosser e 66/67, o também saudoso Carlos Moritz.

Como foi a escolha para Prefeito? Além do Sr tinha mais algum candidato?

Fui indicado pelo diretório da ex Arena e, concorri com o Érico Contensini.

Além da aquisição do terreno para a construção do João XXIII e instituir a FEBE, que obras o Sr ressaltaria de sua administração? Estava prevista a construção da JCJ na rua Germano Schaefer?

Uma obra que reputo importante para o contexto brusquense foi a construção do Centro de Treinamento Têxtil – LAFITE, construída em um convênio com a Prefeitura, graças ao apoio decisivo do inigualável empresário Carlos Cid Renaux, na época presidente da FIESC. Outrossim gostaria de ressaltar, as obras de construção e reformas de diversas Escolas. As Praças Arthur Schlosser (pela Lei 1080/83, passou a denominar-se Praça Operário Padrão Herbert Knop) , Guarani e no Barriga Verde.(as Praças Guarani e Henrique Fischer foram denominadas pela Lei 508/72). Gostaria de lembrar, também, a inauguração de três cemitérios: Parque da Saudade, com a colaboração decisiva do Cônego Guilherme Kleine, o Cemitério de Santa Terezinha, com a colaboração do Padre João da Cruz Steep ( ambos agraciados com o título de Cidadão Honorário de Brusque, Cônego Guilherme Kleine pela Lei 98/62 e o Padre João da Cruz Steep, mediante a Lei 16/66) e o Cemitério do Rio Branco. Também registraria a instalação de 13 038 metros de rede de água, 1422 ligações de água efetuadas e, aproximadamente 68,5 mil metros de paralelepípedos e 8,8 mil metros de lajotas. Ainda, construímos pontes de concreto na Rua Florianópolis, na Travessa Dom Joaquim, e Santos Dumont, além de diversas pontes de madeiras. Em estradas acrescentamos entre construção, alargamento e retificação 30 930 metros no sistema viário brusquense.

Quanto ao Acervo jurídico?

Na administração 70/73, o acervo jurídico foi aumentado em 73 Leis ( de números 450 a 523), 196 Decretos e 229 Portarias.

Naquela época a Procuradoria-Geral não havia sido criada era Assessoria Jurídica.Quem respondia pela Assessoria Jurídica do Município na sua administração?

o Assessor Jurídico foi o saudoso Dr Ivo Szpocanicz.

Lembra da primeira obra de seu governo?

Lembro bem: foi o alargamento da Rua São Pedro.

 Na sua administração, além da preocupação com a educação, saúde, mobilidade(sistema viário) e com os servidores, o que mais preocupava o Prefeito Pilolo?

O perfeito equilíbrio entre as Receitas e Despesa do Município, tanto que no Relatório da Gestão poderá ser verificado que houve esse importante equilíbrio.

A Câmara votava a favor dos projetos de interesse da Comunidade?

Com raras exceções, sempre tive apoio da Câmara Municipal.

Quem dirigia o Legislativo no triênio em que o Sr governou Brusque?

De 70/71, foi Arno Ristow; e de 71/73, o saudoso Euclides Cardeal.

O Sr confia no voto eletrônico?

O voto eletrônico lançado pelo Dr Carlos Prudêncio, é de inteira confiança.

A figura do Calin Renaux é muito lembrada. Sei que fui estudar motivado por ele. Bem me lembro a frase com que ele convenceu meu pai: " Este menino deve continuar os estudos". A figura do Sr Carlos Cid Renaux foi importante no contexto brusquense e para sua administração?

Carlos Cid Renaux desempenhou um papel de extrema importância no berço da fiação catarinense, não só na administração das empresas Renaux, como também teve atuação destacada a nível estadual e federal. Contribuiu decisivamente para que fosse instalada no Município a Junta de Conciliação e Julgamento. Na minha administração foi um verdadeiro conselheiro.

Quem era o Governador do Estado na época? Teve o apoio necessário?

Quando assumimos o mandato de Prefeito, o Governador era Ivo Silveira, em seguida foi nomeado o Dr Colombo Machado Sales, trazendo diversas obras importantes para o Município, tais como: Ponte Arthur Schlosser, início do asfaltamento na Rodovia Brusqu-Itajaí, hoje denominada Antônio Heil, construção da Agência do BESC, Agência do Banco do Brasil, sede da Celesc.

Finalizando, o que faz Pilolo, hoje?

Aposentado, fazendo aquilo que todo aposentado gosta: encontrar os amigos, conversar, jogar dominó, cumprimentar a todos os brusquenses e ser cumprimentado.

P.S. Pilolo veio a  falecer aos 22 de novembro de 2014 - 89 anos - dia 06.06.2015 completaria 90 anos.


Publicada no Jornal em Foco aos 07 de novembro de 2014