Arthur
Otto Niebuhr, popular Quéco
Servidor
da Justiça Eleitoral e crônista
O
entrevistado desta semana é
Arthur Otto Niebuhr, nascido
em Brusque, aos 30/09/1972.
Filiação: Emilio
Luis Niebuhr e Elisa Regina Schloesser Niebuhr; cônjuge Miriam; filhos: Ian, Gabriela e Kamila.Torce
para o: Corinthians, Vasco e
Chapecoense. Servidor
da Justiça Eleitoral.
Nosso
entrevistado Arthur Otto Niebuhr com a esposa Miriam
Sonho
de criança?
Ser
arqueólogo.
O
que lembra com carinho da tempo de criança?
Da
casa da minha vó Regina, das brincadeiras com meus primos, de dormir
no quarto dos meus pais, do cheirinho de Brusque e de assistir ao
“Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
Como
surgiu o Apelido?
Ao que consta, o
apelido foi dado por meu pai, assim que eu nasci.
Histórico
escolar? No primeiro e segundo
graus, estudei no Colégio São Luiz (Brusque – SC). Depois, cursei
a Faculdade de Direito na UNIVALI (Itajaí – SC) e fiz dois cursos
de especialização na FURB (Blumenau – SC). Atualmente, estou
cursando a Faculdade de Teologia à distância, através do Seminário
Betel Brasileiro.
Primeiro/a
professor/a?
Dona
Celina.
Grandes
Professores?
Foram
muitos, tenho preocupação em cometer injustiças. Mas posso citar,
tranquilamente, a Sra. Deolinda (4º ano), o Sr. Evaldo Moresco, o
Sr. Ivo Matiolli, a Sra. Rita Sasse, o Sr. Marlus Niebuhr, entre
muitos outros, no São Luiz. Já na Faculdade, tive a oportunidade de
conhecer excelentes professores, entre eles os Juízes já falecidos
Irineu João da Silva e Marcos Mugnaini.
Pessoas
que influenciaram?
Em
primeiro lugar, meus pais, pessoas serenas e, ao mesmo tempo, sábias.
Também devo muito a minha irmã Geninha e minha avó Regina. Sem
essas pessoas, não teria chegado a lugar algum, elas me apoiaram até
mesmo quando discordavam de mim. Tenho que citar também minha esposa
Miriam, grande companheira e pessoa dotada de um coração enorme.
Tive grandes mestres, como Paulo Eccel e Valmir Ludvig; grandes
conselheiros, como Alexandre Gevaerd e Marlus Niebuhr; e um lindo
casal que me apresentou um Deus amoroso e transformador, os pastores
Gilberto e Thuka Weggermann. Também não posso esquecer meus grandes
amigos de infância, Marco Boos e Pablo Knihs.
Arthur e Miriam, com os pais Elisa, Dr Emílio e os filhos Ian, Gabriela e Kamila
Como
conheceu a Miriam?
Conheci
a Miriam no ônibus da Santa Luzia, indo para a UNIVALI. Nós nos
conhecemos em 1991, mas começamos a namorar apenas no dia 18 de
abril de 1992. Foi um ano e pouco de investimento e paciência, para
que ela aceitasse namorar comigo. Mas valeu a pena. Estamos
construindo uma linda história juntos, uma história de amor,
amizade e cumplicidade. Formamos uma família bem atípica e hoje
temos três filhos adotivos: Ian, Gabriela e Kamila.
Comente
sobre o curso na faculdade de Teologia
Desde
2001, venho dedicando boa parte do meu tempo na obra do Senhor Jesus,
especialmente na área de evangelização. Deus tem usado a minha
vida e a minha história para abençoar outras pessoas. Chegou um
momento, porém, em que se tornou necessária uma maior capacitação,
pois a responsabilidade de comunicar o Evangelho é muito grande. Por
indicação do Pastor Paulo Pereira (Igreja Batista Nacional de
Campos Novos), fui matriculado e comecei a cursar a Faculdade de
Teologia do Seminário Teológico Betel, na modalidade de ensino à
distância. O Seminário Betel segue a teologia protestante reformada
e é destinado exclusivamente para futuros obreiros e pessoas
envolvidas com Ministérios em Igrejas evangélicas. Serão quatro
anos de muito estudo, farei uma Tese de Conclusão de Curso - TCC, ao final, mas valerá a pena, pois
serei grandemente usado por Deus.
Jesus
está um pouco afastado de nós por estarmos cada vez mais despidos de
espiritualidade?
Na
verdade, nós estamos afastados de Jesus Cristo; Ele sempre nos amou
e está pronto a nos perdoar, desde que nos arrependamos. A história
humana é a história de filhos precisando restaurar o seu
relacionamento com o Pai, situação que a Palavra de Deus afirma que
só vai se concretizar através de Jesus Cristo. No entanto, o
materialismo, o egocentrismo e o relativismo nos afastam da Bíblia
e, por conseguinte, de Deus. Mas há um chamado profético para essa
geração, eu creio que teremos um número cada vez maior de pessoas
sofrendo de um terrível vazio interior e se entregando ao senhorio
de Jesus Cristo. Precisamos saber distinguir entre as denominações
(templos onde se realizam os cultos) e a construção de um
relacionamento com Deus, o qual, assim como qualquer relacionamento,
é pessoal e íntimo.
fale
um pouco sobre o movimento Underground
Na
segunda metade dos anos 80, o movimento underground
e a cultura punk rock
ganharam muita força, nas metrópoles brasileiras. Havia os
quadrinhos do Angeli, o programa de TV do Kid Vinil e o surgimento de
várias bandas históricas, como Cólera, Devotos e Kães Vadius.
Influenciados por esse movimento e impulsionados pelo Jornal
Contracorrente (da Cláudia e do Luis), vários jovens passaram a
montar bandas de garagem. Já existia Bandeira Federal e surgiram
várias outras. O ginásio da FIDEB e o bar Amarelo Vinte eram os
locais dos principais shows.
Na época, a cultura brusquense efervesceu; foi um momento de
contestação de valores burgueses e de abertura de consciências. As
letras mostravam Brusque como uma cidade de operários e pessoas
comuns. Cheguei a fazer algumas letras e muitas crônicas minhas
tiveram influência underground.
Penso que deixamos, no mínimo, um contraponto, uma visão urbana,
humanista e socialista do mundo. Fico triste, por outro lado, pois a
produção cultural, a partir de então, ficou muito pobre; passou a
ser uma cultura de reprodução, não de criação artística. Penso
que o resgate da cultura underground
faria muito bem aos artistas brusquenses.
Sobre
que assunto que tem mais facilidade para escrever?
Sobre
assuntos da vida cotidiana e também sobre política.
Como
surgem as inspirações?
Surgem
no relacionamento com as pessoas, na leitura, nas músicas, na
observação da vida como um todo.
Qual
o artigo que você escreveu e teve mais repercussão?
Sem
dúvida, foi um artigo sobre o comportamento da mídia brusquense, lá
por 2003; rendeu a minha expulsão do semanário para o qual eu
escrevia, cujo nome vou omitir, mas é sabido de todos os
brusquenses.
Qual
o artigo você não voltaria a escrevê-lo?
Talvez,
uma crônica bem antiga em que eu depositava grandes esperanças no
então Presidente Lula.
Grandes
cronistas em Brusque?
Cyro
Gevaerd, Fernando
Lauritzen e João Leal.
Quais
as melhores obras que já leu?
“Uma
Vida com Propósitos” (Rick Warren), “Olga” (Fernando Morais) e
“Feliz Ano Velho” (Marcelo Rubens Paiva).
O
que está lendo atualmente? Muitas
coisas; entre elas, um livro sobre a Índia, chamado “O Sári
Vermelho”.
Você
tem lido jornais? Apenas através da
internet.
Um
resumo sobre sua trajetória pessoal e profissional?
Sou
uma pessoa irrequieta, mas feliz; ousada, mas tranquila. Na vida
pessoal, procurei fazer amigos, acolher aqueles que sofrem, fazer o
bem e ter uma família saudável. Na vida profissional, procurei ser
ético e fazer a diferença. Com fé em Deus e muito bom humor, tudo
fica possível.
De
que sente orgulho?
Procuro
tomar cuidado com o orgulho pessoal. Por outro lado, sinto que a
trajetória do meu pai, por exemplo, é uma amostra de que você pode
prosperar simplesmente sendo honesto e trabalhando; orgulho-me
bastante de fazer parte dessa história.
Qual
é a sua aspiração?
Minhas
aspirações consistem em ser feliz com minha família; continuar
trabalhando a consciência das pessoas, através de meus artigos; e
servir ao Senhor Jesus Cristo com todo o coração.
Grandes
alegrias e quais tristezas viveu?
Uma
grande alegria foi ter recebido de Deus uma esposa e uma família.
Certamente,
tive algumas tristezas, mas procurei superá-las e trazer à memória
o que me traz esperanças.
O
que você aplica das grandes experiências que teve?
A
minha mensagem é: nunca desista dos seus sonhos, a última palavra é
sempre de Deus.
O
que faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Segundo
minha mãe, tive coragem de fazer de tudo e mais um pouco. Mas, na
minha opinião, faltou coragem para estudar jornalismo e não temer
tanto as experiências novas.
Grandes
nomes em Brusque: cultura, religião, educação, saúde e política?
a) Cultura: Movimento Underground
dos anos 80 (do qual orgulhosamente fiz parte). Destaque para Betinho
Deschamps, Cristiano Zen e Cláudia Bia; b)
Religião: admiro muito o trabalho
da COPAB (Conselho de Pastores de Brusque), do Pastor Marcos Foppa e
da ADHONEP - Associação de Homens De Negócio Do Evangelho Pleno; c)
Educação: tenho que destacar o
centenário Colégio São Luiz, de grandes histórias pessoais
minhas; no mais, agradeço a todos os professores que passaram pela
minha vida; d)
Saúde: Brusque se tornou um dos
principais centros médicos do Estado, graças a desbravadores como
Dr. Germano Hoffmann, Dr. Carlos Moritz, Dr. Emilio Niebuhr etc; e)
Política: embora eu não acredite
mais na política partidária, penso que é inegável o salto de
qualidade que Brusque teve, com o Governo Paulo Eccel, principalmente
na questão da transparência com os recursos públicos.
Há
quanto tempo está escrevendo no MS(Márcio Schaefer)? Eu
e o Marcio fomos expulsos da “grande imprensa brusquense”, quase
ao mesmo tempo. Já se vão quase dez anos, penso eu.
Finalizando,
como servidor da Justiça
Eleitoral o que pensa quanto aos fichas limpas? Não
deveriam já não serem lançados pelos partidos?
Penso
que a criação da Lei da Ficha Limpa foi um grande avanço para a
nossa democracia. Como servidor da Justiça Eleitoral, constatei de
perto o quanto essa lei mudou o processamento dos registros de
candidaturas, dinamizou o trabalho do Ministério Público Eleitoral
e moralizou as eleições. Mas a nossa democracia precisa avançar
muito ainda, principalmente na direção de uma reforma partidária e
do efetivo combate à compra de votos. É preciso devolver o poder,
efetivamente, ao povo brasileiro.
Publicado no Jornal EM FOCO aos 15 de agosto de 2014
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