sexta-feira, 17 de abril de 2020

Érico Zendron


ÉRICO ZENDRON
 
O entrevistado desta semana é Érico Zendron: filho de Antônio e Ida; natural de Brusque, nascido aos 30 de junho de 1928

Em que equipes atuou e em que épocas?
De 1945 a 1947, atuei pelo Independente, já que as duas equipes da cidade resultaram numa fusão. Em 1948, atuei pelo tricolor brusquense (CACR- o vovô do futebol Catarinense), em 1949, pelo verde e branco (Paysandu) e em 1950; atuei 7 (sete) meses no Floriano, de Novo Hamburgo, hoje o nome do Clube é o da cidade, ou seja, Novo Hamburgo.

Como foi essa fusão?
Em 1945, houve a fusão dos dois times da cidade, mas com pouca representatividade no futebol, aí nós mais jovens formamos o Independente. E, olha que jogamos contra diversos adversários e sempre conseguimos grandes resultados!

Quem presidiu o Independente?
Presidiram o Independente: Antônio – Néco – Heil, Cyro Gevaerd, Carlito Pruner, Heberat Roma, eu e o Antônio Kunitz.

Participações em campeonato?
Aqui convém registrar que as equipes do Vale, que vencessem o regional, praticamente, sagrava-se campeão catarinense. E, em 1949, perdemos a classificação para a grande final – quartas de final – para o Tupi de Gaspar, pelo placar de 2 x 1, enquanto o Carlos Renaux venceu o Olímpico.

Posição em que atuava?
 Atuava na ponta esquerda

.Vitória memorável?
Foi em 1947, na partida entre  independente versus Caxias em Brusque, no qual vencemos por 4 x 1,  fui considerado o melhor jogador em campo, tendo balançado as redes caxienses com 3 gols.

Gol inesquecível?
Foi contra o Paysandu, jogando pelo Carlos Renaux; o goleiro era o Ludin .

Derrota que ficou atravessada?

Foi quando o Paysandu perdeu para o Tupi de Gaspar por 2 x1, em 1949.

Grande Dirigente?
Atuei por pouco tempo, mas posso citar o Leopoldo Bauer, popular Lélo Bauer, como o melhor.

Como era o clássico Renaux e Paysandu, naquela época?
Ah, era uma grande rivalidade ... uma verdadeira paixão futebolística! Acima de tudo, amor à camisa! Veja, tínhamos comércio, se eu atuasse no Paysandu, os torcedores do Renaux não compravam de nós, e se eu atuasse no Renaux, os torcedores esmeraldinos não adquiriam em nossa loja.

Grande treinador?
Na minha época os diretores dos clubes é que mandavam, não tínhamos técnico.

Grande árbitro?

José Carlos Bezerra

Por que  decidiu pendurar  as chuteiras tão cedo?
Meu pai – em 1950, ano em que a Copa do Mundo foi realizada no Brasil – disse “Tu deixas o futebol ... que nossas vendas crescerão”, assim parei de atuar, já que ocorria o problema da ‘marcação’ pela torcida adversária.

O coração é tricolor ou esmeraldino?
Olha se jogar o clássico torço pelo empate, agora se for uma das duas equipes contra adversários de fora, torço pelo time da casa. Até mesmo porque atuei nas duas históricas e tradicionais equipes.

Qual a melhor partida que assistiu? (no campo)
Assisti grandes partidas, mas as que me marcaram  muito foi C.A. Carlos Renaux 5 x  Hercílio Luz 5, partida realizada em Tubarão, nos idos de 1958 e Seleção Gaúcha 3 Seleção Brasileira 3, lá no RS.

Paira dúvidas quanto ao escorre Paysandu e São Cristóvão, qual foi mesmo o resultado daquele jogo?
Foi 4 x 2 para o mais querido da Pedro Werner, ressaltando que foi a última foto que Ivo Renaux tirou com a equipe, porquanto, logo após houve a tragédia em que ceifou a vida de Ivo Renaux.

O Sr acompanhou a fusão de 87?  Quem poderia ser destacado como coerente?
Sim, participei de todas as reuniões, quem realmente não queria a fusão dos patrimônios foi o Ruy Carlos Queluz, portanto o Ruy é coerente.

E quanto ao retorno do Vovô e do Mais querido da Pedro Werner?
Hoje, a cidade comporta só uma equipe. A rivalidade acabou-se. Pretender ver o grande clássico voltando a brilhar é saudosismo.

Como eram tiradas as fotos na época?
As fotos de 1950 a 1966, a respeito dos clássicos e dos jogos das equipes de Brusque, com as de fora, foram todas tiradas por mim. Em todos os jogos eu tinha a liberdade de fotografar, registre-se, que não só de fora das quatro linhas. Nas cobranças de escanteios lá estava nas proximidades da grande área para registrar o momento e, outros lances ocorridos durante a realização da partida.

Dava para faturar algum “tutuzinho”, com a fotografia?
Dava sim, veja eu colocava um filme de 12 poses, fotografa as duas equipes e vendia onze fotos de cada equipe e, com as dez restantes poses, fotografava lances dos jogos e, também, vendia, ressaltando-se  que eu era o único que fazia tal trabalho.

As equipes que pousavam para as fotos eram as equipes que atuavam nos fins de semana?
No que diz respeito as fotografias, muitas vezes, você vê onze atletas – aliás, onze não, geralmente, 12, já que era comum dispor de 12 camisas e, ainda sem número – todavia, alguns que aparecem focados nem sempre jogaram. Geralmente, fotografava a equipe na quinta feira, que só iria atuar no domingo e na quinta alguns titulares não se encontravam... então hoje você olha uma foto e são identificados os atletas, mas só quem sabe porque alguns estão ali é o pessoal daquela época.

Algum fato marcante com relação a sua missão de fotografar?
Um fato marcante foi num jogo em Itajaí contra o Marcílio Dias, quando vencíamos por 2 x 0 e o pessoal do Marcílio invadiu o gramado - - inclusive o Presidente daquele Clube, agredindo o árbitro da partida. Tiraram a máquina fotográfica de mim e só não apanhei porque era conhecido. Resultado: O Marcílio virou o jogo para 3 x 2.

Fato lamentável?

Um fato muito lamentável que a maioria das fotos que guardava com carinho daquela época, com a enchente perdi quase tudo.







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