HILÁRIO REIS
O entrevistado desta semana é Hilário Reis nascido em Nova Itália,
Serra do Moura, Brusque aos 10.11.1953;
filho de Germano Reis e de Olga Bernardi Reis; cônjuge: Marcia
Pavesi; filhos: Germano Reis Neto,
Guilherme Reis e Lucas Reis
Como
conheceu a Márcia?
Conheci minha esposa num batizado na
casa da minha irmã Cecilia
Torce
para que equipes?
Torcedor do clube atlético Carlos
Renaux, hoje Brusque futebol clube, e também torço para o
Flamengo
Histórico
escolar?
Frequentei a escola mista municipal
padre Carlos Fusão em Nova Itália -
fiz o quarto ano do ensino fundamental da época
Primeiro/a
professor/a?
Minha primeira professora foi Paulina
Broring da Luz
Alguma
curiosidade?
Só tive esta professora
Quem
dirigia a Escola?
Nosso diretor municipal das escolas era Oscar
Gustavo Krieger
Quais
professores lecionavam na época?
Professores poderia aqui mencionar
vários que lecionavam na minha época:
Paulina Broring da Luz; Orides Dadam;
Lucia Tarter;Da.Lucia Macedo e Cristina KLann
Quais
matérias mais gostava?
As matérias preferidas 1° matemática, e
2º geografia
Qual
detestava?
Não gostava de Educação Física - era uma professora
só e as vezes mandava correr e quem chegava por último apanhava
ou ia de castigo de joelho em cima da arreia grossa.
Quais livros
têm lido?
Vários do Lair Ribeiro:: O Sucesso não ocorre por acaso e outros e de Zibia Gaspareto: Laços Eternos e O Segredo e de
Augusto Cury - o vendedor de sonhos
Em quantos irmãos são?
Somos de uma família de treze irmãos 5
homens e 8 mulheres, na ordem decrescente:
Luiz, Maria; Ana Braulina; Cecilia; Jose
Edesio; Marlene; Ivone; Hilaria; Hilario;Izaura; Gilmar;
Marlize; Germano Filho e eu .
Teve
influências?
Sempre fui influenciado pelo meu irmã
mais velho – o Luiz - que sempre
trabalhou com caminhão
Qual
o maior desafio que teve?
Meu maior desafio foi sair da firma Renaux - na Renaux trabalhei na fiação dos 14 aos 21 anos - sem autorização do meu pai e ir viajar de carona -sem dinheiro. Fiquei um ano
sem voltar para casa. Devo muito a meu sobrinho Osni Felix que me deu carona e
bancou a viagem de Brusque a Cascavel PR e de Cascavel até Paranaguá.
Sempre tive muita facilidade de fazer
amigos quando cheguei em Paranaguá fiz amizades com vários motoristas de
caminhão que estavam aguardando para descarregar, entre eles, estava um de Major
Gercino - o Zico Manduca - que me apresentou para um senhor de Massaranduba
e ele me admitiu como empregado. Assim, meu primeiro emprego foi de motorista de caminhão
e ele me admitiu como empregado. Assim, meu primeiro emprego foi de motorista de caminhão
Quais
suas aspirações?
Minhas aspirações são minha família meu
trabalho procurar sempre fazer amizade deixar
Um bom legado de boas plantações porque
a colheita e sempre obrigatória.
O que eu faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
faltou coragem para fazer o curso de
admissão no antigo Santo Antônio, quando cheguei a fazer a matricula, contudo
na primeira aula me amedrontei com a professora. Nossa escola era muito mais
fraca comparando com o Santo Antônio eu fiquei com medo de não passar, mas
minha escola foi o mundo;
Hilário e MárciaEsses são meus filhos Guilherme, Lucas e Germano Neto.- Meus filhos continuam solteiros
Fale
sobre sua trajetória
Minha vida profissional teve altos e
baixos, na época da ditadura não podia registrar nada não podia
andar com livros nem maquinas fotográficas que além de apreender o
material o cidadão também ia preso
era considerado material subversivo l tinha mais segurança mas era tudo muito
controlado a polícia da época andava de rural em uma viagem chegando
de madrugada na cidade de Toledo PR a polícia atravesso na frente do meu
caminhão mandará eu descer e fizeram uma revista na cabine jogarão tudo o que
eu tinha no chão; era estrada de chão
muita poeira sujou tudo não encontrarão nada mais passei o maior medo porque
tinha vários grupos de extermínio a polícia matava por qualquer motivo não
tinha tanta comunicação tenho várias histórias que vivi só digo uma coisa a
respeito disso o medo e solidão não mata ninguém por que eu não estaria
mais aqui para contar a minha história.
Fale de sua jornada como caminhoneiro
minha vida de caminhoneiro foi
realmente uma batalha comecei como empregado trabalhei em várias firmas
primeira foi em Massaranduba, como falei anteriormente, depois vim morar
novamente em Brusque que e comecei a trabalhar na Agromel dos irmãos coelhos,
depois trabalhei na extinta Cerealista Nívea - localizada ali onde fica o HSBC
depois fui para os irmãos Aguiar onde trabalhei com profissionais muitos
competentes e sempre me deram todo apoio para que eu comprasse meu primeiro
caminhão meados de 1978 - comprei meu primeiro caminhão era de fabricarão 1975m
- não tinha nenhuma facilidade para financiar tive que arrumar três avalistas
lembro que meu irmão avalizo o outro em memória inocente dono do posto e o
terceiro foi meu tio de Itajaí, Eliatar
Reis, foram muitas noites sem dormir muito trabalho porque não tinha muito
frete nos ia para safra da soja no Paraná era o maior produtor de soja do
Brasil na época quando acabava a safra não tinha lugar certo ia pra São Paulo, carregava para qualquer lugar Nordeste ou Mato
Grosso e Goias não tinha lugar certo como também não tinha dia para voltar para
casa; numa viagem saindo de casa
carregado de piso de Tijucas para Brasília,
eu meu irmão Gilmar e mais dois
amigos aqui de Brusque, mais um
truck é uma carreta chegamos em Brasília, descarregamos e já carregamos cimento para Cuiabá, era tudo muito demorado ficamos três dias em
Cuiabá para descarregar e veio um cidadão oferecer carga para Paranaguá mais
antes tinha que ir buscar uma viagem em Sorriso; era tudo estrada de chão na
esperança de carregar na volta a gente resolveu ir fazer a viagem - pensa numas estrada ruim cheia de buracos - as
ponte eram feita de torra só cabia um pneu em cima; um ficava na frete
manobrando o outro para passar, porque se um pneu saísse já era na volta à
estrada cheia de tope muita poeira não dava para ver nada. Falei para meu irmão
Gilmar não anda colado porque se a fila parar e perigoso bater atrás ele não
bateu mas parou num tope muito pesado quando foi arrancar quebrou a ponta de
eixo aí foi um transtorno precisei vim até Cuiabá de carona encima de um
caminhão era só pó comprei e voltei de carona novamente perdemos muito tempo
quando chegamos em Cuiabá o homem que falou que ia carregar nos para Paranaguá
falou que não tinha mais as cargas nos enganou só para ir buscar o arroz quem
conhecia aquela estrada já mais ia fui até um telefone para ligar para a minha
irmã que trabalhava na Buettner; minha esposa estava quase ganhando meu
primeiro filho, ela falou acho que ela já teve mas como ela morava lá na nova
Itália não tinha muito contato. Eu fiquei muito
apreensivo mas não tinha o que fazer. Fomos num posto para dormir e no outro
dia ver o que fazer nisso chega um rapaz oferecendo carga para Ponta Grossa PR,
carregava em cima da serra de São Vicente saímos bem sedo era cem km dali
chegamos lá na fazenda encostamos perto da entrada, não tinha nenhum caminhão
parado já fiquei desconfiado mas aguardamos o fazendeiro chegar ele parou perto
do meu caminhão e falou o que vocês querem aqui mostrei a ordem de carregamento
ele falou não tenho nem um tipo de carga aqui pode pegar os caminhão e sai
daqui não quero ninguém aqui na portaria da minha fazenda, nisso, parou uma carreta na pista era um amigo aqui
de Brusque que vinha de Porto Velho carregado de madeira passou do meu lado e
não falou nada foi até o outro amigo que estava ali e contou que meu pai tinha
falecido aí o outro já deu um grito ou Hilário teu pai morreu- fiquei em pânico não sabia o que fazer estava
a cem km de Cuiabá e a cento e vinte de Rondonópolis resolvemos vim para
Rondonópolis porque era vindo para sentido casa eles estavam procurando eu a
tarde anterior mas não encontrará chegando em Rondonópolis já era fim de tarde
fomos em aero Porto que tinha na época bem pequeno falei com o piloto de um
avião mono motor ele disse eu posso até levar mas tenho que sair sem me identificar
porque a essa hora não tem mais autorização é muito ariscado, aí meu amigo
falou olha teu pai já está morto não adianta querer ariscar a vida - também meu filho nasceu dia 21 de agosto, meu
pai morreu dia 26 de agosto – As pessoas me davam os pêsames e outras me davam
os parabéns foi muito triste e feliz ao mesmo tempo pelo nascimento do meu
filho por isso o nome germano para homenagear o meu pai.Como empregado dos irmãos Aguiar num acidente em Itaobim (MG): o caminhão avanço a pista eu tirei o que deu mas mesmo assim ele bateu e atrás tinha um ônibus ele deu de frente no ônibus
Toda a família, Hilário é o último
Como surgiu a Prefeitura em sua trajetória?
Fiz processo
seletivo para motorista de caminhão e passei; em seguida o Rubens Merísio - do
RH - pediu para mim dirigir ônibus, porque eu tinha todos os cursos; aí trabalhei por três anos como motorista, e depois quando
terminou meu contrato Paulo Eccel saiu, e entrou como Prefeito, o Prudêncio que me chamou para ser chefe
operacional dos ônibus; aí eu voltei
como cargo de confiança, em seguida entrou Boca – como chefe do executivo – e continuei, contudo, lá no deposito de alimentação, fazendo entregas
nas escolas. Agora em setembro fiz uma angioplastia, então o Secretário de
Educação, Jose Zancanaro, me colocou no CMID devido não poder pegar peso. Sou
muito grato a toda equipe da secretaria por me dar essa oportunidade de
continuar a fazer parte do grupo de funcionários da prefeitura até porque na
minha idade o mercado de trabalho na iniciativa privada e muito disputado.
Referências: Publicado no blog: luizgianesinientrevista.blogspot.com.br, aos 17 de dezembro de 2017
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