SUELI MARIA PANTALEÃO
Nascida em Brusque e
morou aqui até se aposentar; filha de Irineo
de Souza e Silva e Antônia Corrêa de Souza e Silva; cônjuge: Heraldo Pantaleão Filho; três filhos: Luiz Fernando, Maurício e Rafael; quatro
netos: Gabriel, Mariana, Bruna e Arthur e em breve, nascerá o quinto netinho: o
Joaquim: Mora em Itapema e administra - junto
com o marido, que é o síndico - o Condomínio onde moramos. Eventualmente, dá
aulas particulares.
Histórico escolar?
Cursei o ensino
fundamental, de 1ª à 4ª série, numa escola estadual de Santa Terezinha e, de 5ª à 8ª série, no Colégio São Luiz. O
ensino médio, cursei no Colégio Cônsul Carlos Renaux. A faculdade de Letras na
FURB e pós-graduação em Língua Portuguesa na UNIVALI.
Primeiro/a
Professor/a?
Áurea Dalago (Santa Terezinha)
Grandes Professores?
Dário Deschamps – meu professor de Linguística e Pe. Orlando Maria
Murphi – meu professor de Sociologia.
Como conheceu o Heraldo?
: Eu o conheci no centro da cidade de Brusque, onde morávamos. Era domingo à tarde e eu ia ao cinema. Encontrei ele e meu primo, amigos de longa data, conversando na calçada. A empatia foi imediata. Os encontros tornaram-se frequentes e, de uma amizade inevitável e intensa, surgiu o namoro.
Após 4 anos, casamos e somos felizes há 52 anos.
Como surgiu a educação em sua trajetória?
A diretora de uma escola, lá no interior de Itajaí, era amiga da minha
mãe. Um dia ela precisou de uma professora substituta e me convidou para o
cargo. Minha mãe autorizou e eu me empolguei pela profissão.
Grandes nomes na
educação?
Darcy Ribeiro. Dedicou 50 anos de
sua vida à educação. Recebeu o título de Professor Honoris Causa de Sorbonne e
de várias outras universidades ao redor do mundo.
Quais os melhores
livros que leu e qual está lendo?
“Senhora” – José de Alencar. “As Três Marias”
– Rachel de Queiroz. “Gabriela Cravo e Canela” – Jorge Amado. Estou lendo “A
Privataria Tucana” de Amaury Ribeiro Jr. Meu foco, agora, é entender a política
do meu país. Li vários livros de autores estrangeiros, mas aqui, me limitei a
mencionar somente alguns brasileiros.
Livro de cabeceira?
“Orando em Família” (meditações diárias). À
noite, a gente alimenta o espírito.
Autor de preferência?
Jorge Amado.
Depois de ler Jorge Amado, a gente sente vontade de conhecer a Bahia.
O que você faria se estivesse no início da carreira e que não teve
coragem de fazer?
Todos os
desafios que surgiram em minha vida profissional, eu os enfrentei com determinação.
O que você aplica dos grandes pensadores, das aprendizagens no dia a
dia?
Eu citaria o
maior escritor da literatura inglesa, William Shakespeare. Sua obra Hamlet
serviu de estudo até para Freud, por exemplo. Vivemos numa sociedade agitada, cheia de conflitos,
traições e vinganças. Um dia, explode “algo de podre no reino da Dinamarca”.
Hamlet, o príncipe, com muita habilidade, paciência e arte (teatro), descobriu
que, quem matou o rei (seu pai) foi o seu tio que desejava assumir o trono.
Assim, devemos agir na nossa vida também. Com
cautela e inteligência poderemos viver em paz e harmonia. Sem estresse... sem
depressão...
Você se arrependeu de algo que fez ou disse?
Não me aventuraria em lecionar em Navegantes,
tão longe de casa.
Qual o maior desafio que enfrentou?
Enfrentei inúmeros desafios. Citarei, aqui,
uma verdadeira aventura: atravessar o rio Itajaí Mirim de canoa para dar aula.
Em época de muita chuva, o rio transbordava e a balsa ficava sem condições de
operar a travessia. Eu era, apenas, uma adolescente de 17 anos.
Alegrias e decepções?
Muitas
alegrias. Minha carreira no magistério foi intensa e completa. Iniciei minhas
atividades docentes em escolas rudimentares do interior e terminei como
professora universitária da minha cidade.
E, como reconhecimento, condecorada na ALESC.
Maior medo é o de envelhecer ou de entristecer?
É envelhecer
e ficar dependente de outras pessoas.
Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida
Iniciei no MAGISTÉRIO ESTADUAL como professora
substituta em escolas modestas e carentes no interior de Itajaí, na localidade
de Limoeiro. Eram dois períodos de trabalho: de manhã, numa escola REUNIDA e à
tarde, numa escola ISOLADA (denominações da época). A ISOLADA era a escola mais
rudimentar que existia. Ali, numa pequena sala, funcionavam as quatro séries do
ensino fundamental. Era preciso muita energia, determinação e, acima de tudo,
muita vocação. À noite, a professora cursava, ainda, o ensino médio. Era uma
rotina diária de 36 km
percorridos de bicicleta em estradas de barro. Era uma adolescente de 17 anos
desenvolvendo também uma atividade olímpica. Quando conclui o ensino médio,
efetivou-se no MAGISTÉRIO ESTADUAL no município de Navegantes. Lá permaneceu
por quase um ano. Transferida para Brusque, fui lecionar na Escola Básica
“Santa Terezinha”. Anos depois,
transferi-me para o Colégio Estadual “Feliciano Pires”. Esse processo frequente
de mudança, finalmente, trouxe-me para próximo de sua residência.
Concretizava-se, assim, uma etapa importante de minha carreira. Mas os
constantes desafios que a vida lhe reservava e a necessidade de aprimoramento,
impulsionaram-na em busca de objetivos mais elevados. Formei-me em LETRAS pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) e
pós-graduei - me em
LÍNGUA PORTUGUESA pela Universidade do Vale do Itajaí
(UNIVALI).Em 1977 prestei CONCURSO PÚBLICO ESTADUAL em busca de habilitação
para lecionar LÍNGUA PORTUGUESA. Este concurso trouxe-me a confirmação de que o
sacrifício e a luta não foram em vão. Classificou-se em 1º lugar em Brusque. Poderia
então, escolher a escola que desejasse trabalhar. E foi a voz do coração que
falou mais alto: escolhi a Escola Básica “Dom João Becker”. Ali, integrei-me a
um corpo docente de excepcional competência e contribui na formação intelectual
de muitos jovens que hoje nos orgulham pelo que fazem e pelo que representam
para a sociedade brusquense. Da escola Básica “Dom João Becker”, não me afastou mais. Havia um elo afetivo e um
sentimento de gratidão muito fortes. Aposentei-me do Magistério Público em
1.988, após 27 anos de ininterruptos trabalhos exercidos sempre em sala de
aula. Paralelamente às atividades desempenhadas no Magistério Estadual, lecionei,
também, no Colégio “São Luiz” (particular) e no Centro Universitário de Brusque
(UNIFEBE).
Algum reconhecimento?
Em 17 de outubro de 2005, fui homenageada na
Assembleia Legislativa de Santa Catarina com a medalha de mérito Castorina Lobo
São Thiago.
Valeu?
Sim, foi uma carreira espinhosa, mas coroada de pleno êxito.
Referências: publicada no blog: luizgianesinientrevista.blogspot.com.br em março de 2017
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