sábado, 11 de março de 2017

Sueli Maria Pantaleão

SUELI MARIA PANTALEÃO

Nascida em Brusque e morou aqui até se aposentar; filha de Irineo de Souza e Silva e Antônia Corrêa de Souza e Silva; cônjuge: Heraldo Pantaleão Filho; três filhos: Luiz Fernando, Maurício e Rafael; quatro netos: Gabriel, Mariana, Bruna e Arthur e em breve, nascerá o quinto netinho: o Joaquim:  Mora em Itapema e administra - junto com o marido, que é o síndico - o Condomínio onde moramos. Eventualmente, dá aulas particulares.


 Histórico escolar?
 Cursei o ensino fundamental, de 1ª à 4ª série, numa escola estadual de Santa Terezinha  e, de 5ª à 8ª série, no Colégio São Luiz. O ensino médio, cursei no Colégio Cônsul Carlos Renaux. A faculdade de Letras na FURB e pós-graduação em Língua Portuguesa na UNIVALI.

Primeiro/a Professor/a?
Áurea Dalago (Santa Terezinha)

 Grandes Professores?
Dário Deschamps – meu professor de Linguística e Pe. Orlando Maria Murphi – meu professor de Sociologia.

Como conheceu o Heraldo?
: Eu o conheci no centro da cidade de Brusque, onde morávamos. Era domingo à tarde e eu ia ao cinema. Encontrei ele e meu primo, amigos de longa data, conversando na calçada. A empatia foi imediata. Os encontros tornaram-se frequentes e, de uma amizade inevitável e intensa, surgiu o namoro.
Após 4 anos, casamos e somos felizes há 52 anos.

 Como surgiu a educação em sua trajetória?
A diretora de uma escola, lá no interior de Itajaí, era amiga da minha mãe. Um dia ela precisou de uma professora substituta e me convidou para o cargo. Minha mãe autorizou e eu me empolguei pela profissão.

Grandes nomes na educação?
 Darcy Ribeiro. Dedicou 50 anos de sua vida à educação. Recebeu o título de Professor Honoris Causa de Sorbonne e de várias outras universidades ao redor do mundo.

Quais os melhores livros que leu e qual está lendo?
“Senhora” – José de Alencar. “As Três Marias” – Rachel de Queiroz. “Gabriela Cravo e Canela” – Jorge Amado. Estou lendo “A Privataria Tucana” de Amaury Ribeiro Jr. Meu foco, agora, é entender a política do meu país. Li vários livros de autores estrangeiros, mas aqui, me limitei a mencionar somente alguns brasileiros.

 Livro de cabeceira?
“Orando em Família” (meditações diárias). À noite, a gente alimenta o espírito.

 Autor de preferência?
 Jorge Amado. Depois de ler Jorge Amado, a gente sente vontade de conhecer a Bahia.

O que você faria se estivesse no início da carreira e que não teve coragem de fazer?
 Todos os desafios que surgiram em minha vida profissional, eu os enfrentei com determinação.

O que você aplica dos grandes pensadores, das aprendizagens no dia a dia?
 Eu citaria o maior escritor da literatura inglesa, William Shakespeare. Sua obra Hamlet serviu de estudo até para Freud, por exemplo.  Vivemos numa sociedade agitada, cheia de conflitos, traições e vinganças. Um dia, explode “algo de podre no reino da Dinamarca”. Hamlet, o príncipe, com muita habilidade, paciência e arte (teatro), descobriu que, quem matou o rei (seu pai) foi o seu tio que desejava assumir o trono.
Assim, devemos agir na nossa vida também. Com cautela e inteligência poderemos viver em paz e harmonia. Sem estresse... sem depressão...

Você se arrependeu de algo que fez ou disse?
Não me aventuraria em lecionar em Navegantes, tão longe de casa.

Qual o maior desafio que enfrentou?
 Enfrentei inúmeros desafios. Citarei, aqui, uma verdadeira aventura: atravessar o rio Itajaí Mirim de canoa para dar aula. Em época de muita chuva, o rio transbordava e a balsa ficava sem condições de operar a travessia. Eu era, apenas, uma adolescente de 17 anos.

Alegrias e decepções?
 Muitas alegrias. Minha carreira no magistério foi intensa e completa. Iniciei minhas atividades docentes em escolas rudimentares do interior e terminei como professora universitária da minha cidade.  E, como reconhecimento, condecorada na ALESC.

Maior medo é o de envelhecer ou de entristecer?
 É envelhecer e ficar dependente de outras pessoas.

Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida

Iniciei no MAGISTÉRIO ESTADUAL como professora substituta em escolas modestas e carentes no interior de Itajaí, na localidade de Limoeiro. Eram dois períodos de trabalho: de manhã, numa escola REUNIDA e à tarde, numa escola ISOLADA (denominações da época). A ISOLADA era a escola mais rudimentar que existia. Ali, numa pequena sala, funcionavam as quatro séries do ensino fundamental. Era preciso muita energia, determinação e, acima de tudo, muita vocação. À noite, a professora cursava, ainda, o ensino médio. Era uma rotina diária de 36 km percorridos de bicicleta em estradas de barro. Era uma adolescente de 17 anos desenvolvendo também uma atividade olímpica. Quando conclui o ensino médio, efetivou-se no MAGISTÉRIO ESTADUAL no município de Navegantes. Lá permaneceu por quase um ano. Transferida para Brusque, fui lecionar na Escola Básica “Santa Terezinha”.           Anos depois, transferi-me para o Colégio Estadual “Feliciano Pires”. Esse processo frequente de mudança, finalmente, trouxe-me para próximo de sua residência. Concretizava-se, assim, uma etapa importante de minha carreira. Mas os constantes desafios que a vida lhe reservava e a necessidade de aprimoramento, impulsionaram-na em busca de objetivos mais elevados.   Formei-me em LETRAS pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) e pós-graduei - me em LÍNGUA PORTUGUESA pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).Em 1977 prestei CONCURSO PÚBLICO ESTADUAL em busca de habilitação para lecionar LÍNGUA PORTUGUESA. Este concurso trouxe-me a confirmação de que o sacrifício e a luta não foram em vão. Classificou-se em 1º lugar em Brusque. Poderia então, escolher a escola que desejasse trabalhar. E foi a voz do coração que falou mais alto: escolhi a Escola Básica “Dom João Becker”. Ali, integrei-me a um corpo docente de excepcional competência e contribui na formação intelectual de muitos jovens que hoje nos orgulham pelo que fazem e pelo que representam para a sociedade brusquense. Da escola Básica “Dom João Becker”,  não me afastou mais. Havia um elo afetivo e um sentimento de gratidão muito fortes. Aposentei-me do Magistério Público em 1.988, após 27 anos de ininterruptos trabalhos exercidos sempre em sala de aula. Paralelamente às atividades desempenhadas no Magistério Estadual, lecionei, também, no Colégio “São Luiz” (particular) e no Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE).

Algum reconhecimento?
Em 17 de outubro de 2005, fui homenageada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina com a medalha de mérito Castorina Lobo São Thiago.

Valeu?
 Sim, foi uma carreira espinhosa, mas coroada de pleno êxito.



Referências: publicada no blog: luizgianesinientrevista.blogspot.com.br em março de 2017

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