Ronaldo
Uller
Professor
de Direito Administrativo no curso de Direito, advogado e assessor
jurídico na UNIFEBE
O
entrevistado desta semana é o Ronaldo Uller; filho de Vilmar
Uller e de Alaíde Witkowsky Uller; nascido em Brusque aos 01 de
agosto de 1972. divorciado.
Nosso
entrevistado o Professor de Direito Administrato e Assessor jurídico
na Unifebe, Ronaldo Uller
O que
sonhava quando criança?
R: Um dos
sonhos era ser jogador de futebol, como muitos dos meninos da época.
Lembro-me bem da Seleção Brasileira de Futebol da Copa da Espanha,
de 1982. Era uma equipe de ouro com grandes jogadores (Éder, Júnior,
Sócrates, Zico e tantos outros), um futebol arte. Isso inspirava a
garotada. Porém, faltou sorte aquela equipe e ela acabou sendo
eliminada pela Itália por 3 a 2. Foi muito triste, eu tinha apenas
10 anos. Mas isso passou como uma boa fase da vida. Fui mesmo é
fazer Estudos Sociais na FEBE e depois o Curso de Direito em convênio
com a Universidade Regional de Blumenau-FURB.
Quais
pessoas influenciaram você?
R: Em
primeiro lugar os meus pais. O meu pai faleceu muito cedo, quando eu
tinha apenas 16 anos. Porém, deixou três marcas para mim: a
seriedade, o trabalho e a disciplina. Mas a maior influência acabou
sendo por parte de minha mãe, de forte formação cristã-católica,
uma vez que é oriunda de família de descendentes de poloneses. E
para os poloneses essa questão é fundamental desde a infância. É
algo cultural e da formação desse povo. Você pode constatar isso
pelo testemunho de vida do Papa João Paulo II, que era polonês. Aí
você compreende melhor o que estou falando. Outra pessoa que me
marcou profissionalmente foi o meu tio, Adolfo Witkowsky, a quem devo
a primeira oportunidade de trabalho em seu escritório de
contabilidade. Foi lá que dei os primeiros passos como profissional.
Comecei como office boy.
Foi uma
experiência muito gratificante. E, não poderia deixar de mencionar
aqui os meus irmãos: Cíntia Uller e Murilo Uller. A Cíntia
constituiu família e mora hoje em Florianópolis. E o meu irmão
caçula, o Murilo, infelizmente, faleceu aos 14 anos em 1999. É uma
saudade eterna.
Onde
estudou? Qual formação possui?
R:
Desde o jardim de infância, graças ao esforço dos meus pais, tive
o privilégio de estudar em colégio particular. Estudei no jardim de
infância das Irmãs da Divina Providência e no Colégio São Luiz
até terminar o Ensino Médio. Depois fui fazer Estudos Sociais na
FEBE e após o Curso de Direito pelo convênio com a Universidade
Regional de Blumenau-FURB. Terminada a graduação fiz uma
Especialização em Direito Processual Civil pela FURB e, após, o
Mestrado em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do
Itajaí-UNIVALI.
Quais
atividades gostava de participar na Escola?
R: Eu
participava de tudo o que se podia. Mas a preferência, naturalmente,
eram os torneios de futebol. Na época não tínhamos telefone
celular, computador ou outras modernidades desse mundo atual. Penso
que, em até certo ponto, isso proporcionava a nós até uma vida
mais saudável. Convivíamos também com maior proximidade com a
natureza, mesmo em casa. Caçar e pescar eram atividades prazerosas.
Hoje se você perguntar para uma criança se ela já viu uma simples
galinha, talvez ela diga que não ou, tenha visto apenas na televisão
ou nos livros escolares. No Ensino Médio, no Colégio São Luiz,
também ajudei com outros amigos a fundar o Clube de Astronomia de
Brusque-CAB, que até hoje é a entidade responsável pela manutenção
do Observatório Astronômico de Brusque sob a liderança do
astrônomo e amigo Silvino de Souza.
Qual
seu(sua) primeiro(a) professor(a)?
R:
A minha primeira professora no Colégio foi a
Sra. Maria Celina Coelho Gonçalves, na 1ª Série. Lembro-me que foi
ela quem me alfabetizou. Era muito severa e exigente. Os alunos
tremiam diante dela. Além disso, outra presença marcante para mim
foi o Prof. Valentim Beber, em função das suas aulas de Geografia e
da Profª Rita Zucco Sassi, com suas aulas de História. Essas
matérias ou adorava e adoro até hoje. Além desses distintos
professores e de tantos outros que guardo no coração, tivemos a
presença sempre marcante do Prof. Pe. Orlando Maria Murphy, SCJ, que
era Diretor do Colégio. Ele era uma autoridade incontestável não
apenas no Colégio, mas em Brusque e na região. Os alunos tinham
muito medo dele. Era aquele respeito, aquele temor reverencial que
não se tem mais nos dias atuais. Outro colega professor com quem
tenho amizade até hoje é o Prof. Pe. Nestor Adolfo Eckert, SCJ. Uma
inteligência incrível. Foi meu professor desde os tempos de Colégio
até na universidade.
Quais
matérias mais gostava e quais mais detestava?
R: Eu
gostava de escrever e redação era uma das coisas que eu me dava
muito bem. Até cheguei a ganhar um prêmio das Lojas HM por uma
redação pelo Dia das Mães em 1982, aos 10 anos. Fomos eu e a aluna
Samantha Diegoli os melhores classificados do Colégio. Mas, em
termos de disciplinas específicas, eu gostava mesmo era de Geografia
e História. Esses estudos me ajudaram a conhecer o mundo de uma
forma mais crítica. Foi aí também que eu comecei a gostar de
participar de atividades políticas. Assim, eu me filiei ao PSDB em
1989, quando da campanha do candidato Mário Covas à Presidência da
República. Contudo, eu detestava Matemática e Química. Para mim
estudá-las era um sacrifício hercúleo. Todavia, hoje eu sei da
importância delas no mundo atual.
Fato
marcante?
O parto
foi realizado pelo médico Dr. Germano Hoffmann, que faz aniversário
também em 01 de agosto de 1972. Este ano nós dois nos encontramos
em nosso aniversário. Eu estive na casa do Dr. Germano e comemoramos
juntos os aniversários. Foi muito emocionante e marcante.
O que
você apostou e não deu certo? R: Na
Mega-Sena com certeza! E, além disso, pensei que o Aécio Neves
seria o Presidente da República em 2015. Pensando bem, acredito que
ele até teve sorte em não ser eleito. O governo atual está sem
rumo.
O que
aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu
dia a dia? R: A pergunta é um tanto
complexa. Porém, penso que uma virtude que tento levar comigo é a
da humildade. Sempre estamos “aprendendo” algo novo, seja com um
colega, um amigo, com um aluno ou mesmo com um desconhecido que nos
interpela. E esse exercício de abertura pessoal é fundamental para
o crescimento profissional e mesmo para o crescimento como ser
humano. Eu sempre desconfio da pessoa que “sabe tudo” ou que tem
“certezas absolutas”.
O que
faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de
fazer? R: Essa é uma pergunta difícil. O
melhor é pular para outra questão (risos). Contudo, penso que
independentemente da decisão que tomasse, com coragem ou não, eu
adotaria os mesmos princípios e valores que hoje carrego comigo.
Mudaria talvez de direção, mas não de princípios. A esse
respeito, quando posso eu também digo sempre para os alunos que
felicidade não é fazer apenas aquilo que se gosta, mas, sobretudo,
saber lidar com aquilo que você não gosta. E, além disso, digo a
eles que se eles têm um sonho honesto e verdadeiro, que corram atrás
dele e que teimem, teimem que dá certo!
Quais
as maiores decepções e alegrias que teve?
R: A maior
alegria com certeza é a de viver e de poder compartilhar a vida com
as pessoas vivendo com simplicidade. Viajar é também uma das
alegrias que tive e tenho, de conhecer lugares e culturas diferentes.
Isso nos abre o horizonte e a perspectiva de que somos todos irmãos.
Apenas moramos em lugares diferentes, com culturas diferentes e com
visões de mundo diferentes. E, por isso, somos todos humanos. As
decepções não são tantas. Penso que as decepções que temos na
vida nos ajudam a crescer como pessoa e a perceber que há sempre
problemas a serem superados. Hoje uma das maiores decepções que
tenho é com os gestores públicos. É muita corrupção.
Praticamente você não confia em quase mais ninguém. É lamentável
para um país belo como o nosso. Faltam honestidade e seriedade no
trato com a coisa pública. Contudo, tenho referenciais de honradez
de vida pública que marcaram minha vida: o ex-Prefeito José Celso
Bonatelli, em Brusque e a nível nacional, o ex-governador Mário
Covas, de São Paulo. Incluo aqui também o ex-Presidente Fernando
Henrique Cardoso, que considero o último grande estadista do Brasil.
Hoje eu diria ainda que o Senador Pedro Simon, do Rio Grande do Sul,
tem um perfil muito próximo do que eu acredito. É um homem íntegro
e tem um perfil de estadista.
Qual o
maior desafio que já enfrentou?
R: A
superação do falecimento do meu irmão Murilo. Foram momentos muito
difíceis para mim e para toda a família. Sofremos muito. Mas diante
disso, sempre me lembro de uma frase do Pe. Zezinho, SCJ, que me
serve de inspiração, que diz assim: “A
vida é uma questão. O amor é a resposta”.
Então, a vida não acaba quando você morre. Ela acaba quando você
deixa de amar.
Quais
os melhores livros que leu? Qual está lendo agora?
Costuma ler jornais?
R: Como
professor você tem que ler de tudo um pouco e não apenas matéria
da área jurídica. Quer enriquecer seu vocabulário? Leia, leia e
leia. Eu gosto muito de livros de história, de biografias, dentre
outros. Não saberia escolher um livro específico. E, assim, leio o
livro que penso que possa me trazer algo de novo, de enriquecedor. Eu
não gosto de ficção. Agora estou terminando de ler um livro do
teólogo alemão Anselm Grün, com o título “Vida Pessoal e
Profissional – Um Desafio Espiritual”. Sobre jornais, leio a
Folha de São Paulo e o Estadão e gosto da leitura da Revista Veja.
Além disso, eu também gosto muito de ir ao cinema.
Quais
suas aspirações?
R: Tenho
ainda muitas aspirações pessoais e profissionais. Porém, eu as
guardo no coração. Obrigado pela entrevista amigo.
Publicada no Em Foco aos 16.01.2015
Publicada no Em Foco aos 16.01.2015
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