quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Juliane Ferreira da Cruz


Juliane Ferreira da Cruz


Repórter na Rádio Diplomata FM, apresentadora do programa "Juliane Ferreira", transmitido em 3 canais - 2 transmitidos em canal fechado e 1 em antena parabólica.

A entrevistada desta semana é - Repórter na Rádio Diplomata FM, apresentadora do programa "Juliane Ferreira", transmitido em 3 canais - 2 transmitidos em canal fechado e 1 em antena parabólica - Juliane Ferreira da Cruz, nascida em Roncador -PR aos 18.05.90; filha de Maria de Jesus Ferreira da Cruz e seu pai não biológico se chama Joaquim Mariano Soares (que a criou como filha desde o meu primeiro ano, então é seu pai.). Companheiro: Joselito Tridapalli


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Nossa entrevistada, Juliane Ferreira da Cruz

O que sonhava ser quando criança?
Ser apresentadora de TV ou atriz. Usava espiga de milho como microfone para quando brincava de ser apresentadora e cantava no palco (risos). E também pensava em ser Médica Veterinária, por morar na fazenda e cuidar de várias espécies de animais,Mas se não conseguisse atuar no que pensava, teria que ser qualquer coisa na área de comunicação pois sempre fui conversadeira... hrhhe

Pessoas que influenciaram?
Pessoas que influenciaram meu sonho em ser apresentadora era a Xuxa e a Angélica. Eram espontâneas, dançavam e cantavam. Eu achava aquilo sensacional! Em ser veterinária foi o filho dos patrões do meu pai, porque ele era extremamente cuidadoso com os animais e salvava os bichinhos de patologias graves. Na minha vida tem minha mãe, que só por saber que existe alguém com coração tão puro no mundo, já basta toda minha luta até aqui.


Histórico escolar ?
Na época não fiz creche, pois estudava na área rural. Entrei com 6 anos na 1ª série e fiquei até à 4ª série na Escola Rural Municipal Presidente Médici. Da 5ª à 8ª na Escola Estadual Ulysses Guimarães, já na cidade. Ensino Médio no Colégio Estadual General Carneiro e Ensino Superior na UNIFEBE, Brusque.

De que atividades gostava de participar?
No primário gostava daquelas brincadeiras de correr. Tudo que envolvesse adrenalina eu estava dentro. Na infância fui apelidada de “polaca cabrita”, não só por passar bons anos cuidando de muitas cabras, mas também por ter como filosofia viver trepada em árvores e pulando. Acho que eu era pior do que as cabras (risos). Eu escolhi um pé de ariticum (uns chamam de fruta do conde, nona, etc) como meu refúgio por anos. Sonhava em ter uma casa da árvore ali. Mas também curtia as brincadeiras mais calmas. Sempre fui muito competitiva, portanto, brincadeiras que tivessem finalidade competitiva também me fascinavam.

Primeiro/a professor/a?
Mercedes da Silva França. Ela era fantástica. Foi por ela que aprendi a gostar de professores durões. Que impõe disciplina só no olhar.

Grandes professores?
Destaco aqui dona Mercedes da 1ª à 4ª série. Mas, classifico todos como essenciais para minha formação pessoal e profissional. Sinto saudade de cada um, pois além de ter professores tive amigos pra uma vida toda.

Que matérias mais gostava e as que mais detestava?
Gostava: Inglês, Português, Literatura, Geografia.
Detestava: Nenhuma. Todas foram úteis de alguma forma, mas se for classificar as que eu menos tinha habilidade eram às relacionadas à área de exatas.

Fale de sua trajetória
Nasci em Roncador/PR;  morei por 14 anos na fazenda com meus pais, com 15 fui morar na cidade para começar a trabalhar e ter meu próprio salário. Comecei muito nova a trabalhar, tanto no sentido de ajudar a família quanto para conquistar minha independência. Não era muito. Inicialmente, antes de ter meu primeiro emprego, eu bordava em panos de prato para minha irmã vender. Depois disso tive meu primeiro emprego e ganhava 100 reais para trabalhar de babá, quando alguns meses depois passei a trabalhar na Rádio Princesa AM, onde rendia não muito além disso, mas ali eu viciei nesse negócio de rádio, e depois só foi ficando pior (risos). Foi Roncador que me ensinou a ser o que sou hoje. Pouco mais de 10mil habitantes, cidade pacata, mas rica em humildade e força de vontade. Um povo amigo, que sinto muita falta.
Lembro-me que com 6 anos já tirava leita das vacas de madrugada, mas não me recordo de como e quando aprendi. Estudar sempre meu maior orgulho. Feliz eu ficava quando chegava o dia em que meus pais faziam a compra do mês, pois daí eu ganharia uma mochilinha nova: um pacote de arroz novo, ou de açúcar, onde dentro eu colocava meu caderno, lápis, borracha (não podíamos usar caneta até chegar na 3º série) e seguia feliz da vida com meu “pacote” novo de material escolar. A merenda era caso de polícia, digo, de formiga! Até chegar à escola dava uns 10 km a pé, por isso escondíamos o lanche na metade do caminho, num lugar bem fresquinho, para comer na volta. Só que quando íamos pegar o lanche, um sanduíche de mortadela que seria divido numa turma gigante, nos deparávamos com ele totalmente consumido por formigas. Dava uma raiva só.
Deixei Roncador em janeiro de 2007 para tentar uma vida melhor em Brusque. A filha do meu padrasto veio morar em Brusque e um ano depois vim também para morar com ela e trabalhar no emprego o qual ela estava saindo (de babá também). Ali permaneci por quatro anos com a mesma família. Meu namorado, Joselito Tridapalli, me apresentou ao mundo da Televisão de Brusque e eu comecei a trabalhar no Canal X em 2010. Permaneci ali por quase um ano quando saí e em seguida dei inicio ao meu próprio programa na TV Cidade Brusque. Um ano depois o programa passou a ser veiculado também na TV Brusque e Canal Via Max. Em meados de 2012 um novo desafio: compor a equipe de Jornalismo da Rádio Diplomata FM. Mais que um desafio, um sonho realizado – voltar para o rádio! Permaneço até hoje nestas funções: apresentadora do programa Juliane Ferreira e repórter na Rádio Diplomata FM.

Melhores livros que leu?
Eu sou apaixonada pelos livros que contam história de alguém, que retrate a história do lugar onde moro ou do meu estado, pois sou muito curiosa quanto a isso, de saber o porquê que tal rua principal leva o nome de uma pessoa, quem foi ela? Não vou especificar nenhum, todos são tesouros para mim. Quando tem lançamento de livro em Brusque já penso: “Oba!”, mais uma preciosidade.

O que está lendo agora?
Terminando “Subjetiv (idades)”, de Thayse Helena Machado para iniciar “Guarani, 80 anos de sonhos e conquistas”.

Costuma ler jornais?
Sim, todos os dias. Quando morava na fazenda em Roncador, o patrão do meu pai esporadicamente levava exemplares de jornais pra gente, eu ficava fascinada.

Quais as suas aspirações?
Não penso muito no que será de mim no futuro, pois a primeira sensação é que não darei conta de tudo pra chegar até lá (risos). Tenho tantos planos, mas o principal deles é ter minha família por perto de novo. Sei que não posso nunca mais dar continuidade a memórias que marcaram minha vida, pois o que já vivi não volta mais. Por isso vivo intensamente cada segundo, creio que esse é o segredo. Obrigada pela oportunidade!

Algo que você apostou e não deu certo?
Tentei ser vendedora, mas não dava certo porque não tinha habilidade com contas. Cursei Pedagogia. Precisava esclarecer essa dúvida com relação a trabalhar com crianças quando ingressei no curso na UNIFEBE, mas não durou muito.

O que aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Paciência. Agir com Sabedoria. Pensar bem antes de falar qualquer coisa. Acreditar em mim e no meu potencial. Não desistir, apesar dos ventos contrários. Um professor me disse na faculdade: "Seja grandiosa naquilo que fizer". É isso.

O que faria se estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
Envolver-me mais na operação de mesa de áudio na Rádio Princesa AM, no Paraná. Aprender nunca é demais, e ali vacilei em não aprender, sabendo que havia uma pessoa totalmente disposta a me ensinar. No mais, sempre fui de me jogar de cabeça em novos desafios e aventuras.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Decepção: Considero uma decepção não estar junto da família no dia em que meu avô faleceu e foi enterrado. Estava enferma num hospital, mas mesmo assim, para mim, imperdoável.
Alegria: Minha formatura da 8ª série. Um turbilhão de sensações. Outra alegria foi, também na 8º série, quando fui destaque do colégio, numa ação da escola em homenagear e premiar todo trimestre, em cada turma, o “aluno nota 7”, aqueles com média acima de 7.0 em todas as disciplinas. Diariamente a Diretora reunia todas as turmas antes de entrar para estudar, onde, enfileirados por ordem de turma, cantávamos o Hino Nacional e em seguida vinham os recados do dia e afins. Naquele 18 de maio de 2005 foi diferente. Diferente pra rotina dos alunos, especial demais para mim. Era meu aniversário e veio o anúncio que fui a melhor aluna da sala e melhor média do colégio, ganhando uma viagem para Foz do Iguaçu. Antes disso eu já havia recebido alguns prêmios por ser destaque na sala, mas nada se comparava a tamanha emoção em um dia especial como o meu aniversário. Quando subi ao palco para receber meu certificado, num coro forte, todos os alunos, todo corpo docente, todos os funcionários cantaram parabéns pelo meu aniversário enquanto eu abraçava a diretora tão forte que eu não sabia o que estava sentindo, até ela me dizer “Nossa, Jú, nunc te vi tão feliz”, daí descobri que chorava de emoção pela primeira vez. Foi mágico. Inesquecível, inenarrável.

Qual o maior desafio que já enfrentou?
Largar tudo para vir morar em Santa Catarina. Saber que estava tão longe da família, minhas raízes e meus amigos me atormentou por muito tempo.









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Publicada no Em foco aos 23 de janeiro de 2015Exibindo IMG_0722.JPG

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