Juliane Ferreira da
Cruz
Repórter
na Rádio Diplomata FM, apresentadora do programa "Juliane
Ferreira", transmitido em 3 canais - 2 transmitidos em canal
fechado e 1 em antena parabólica.
A
entrevistada desta semana é - Repórter na Rádio Diplomata FM,
apresentadora do programa "Juliane Ferreira", transmitido
em 3 canais - 2 transmitidos em canal fechado e 1 em antena
parabólica - Juliane Ferreira da Cruz, nascida
em Roncador -PR aos 18.05.90; filha de Maria de Jesus Ferreira da
Cruz e seu pai não biológico se chama Joaquim Mariano Soares (que
a criou como filha desde o meu primeiro ano, então é seu pai.).
Companheiro: Joselito Tridapalli
Nossa
entrevistada, Juliane Ferreira da Cruz
O que sonhava ser
quando criança?
Ser
apresentadora de TV ou atriz. Usava espiga de milho como microfone
para quando brincava de ser apresentadora e cantava no palco (risos).
E também pensava em ser Médica Veterinária, por morar na fazenda e
cuidar de várias espécies de animais,Mas se não
conseguisse atuar no que pensava, teria que ser qualquer coisa na
área de comunicação pois sempre fui conversadeira... hrhhe
Pessoas que
influenciaram?
Pessoas
que influenciaram meu sonho em ser apresentadora era a Xuxa e a
Angélica. Eram espontâneas, dançavam e cantavam. Eu achava aquilo
sensacional! Em ser veterinária foi o filho dos patrões do meu pai,
porque ele era extremamente cuidadoso com os animais e salvava os
bichinhos de patologias graves. Na minha vida tem minha mãe, que só
por saber que existe alguém com coração tão puro no mundo, já
basta toda minha luta até aqui.
Histórico escolar ?
Na época
não fiz creche, pois estudava na área rural. Entrei com 6 anos na
1ª série e fiquei até à 4ª série na Escola Rural Municipal
Presidente Médici. Da 5ª à 8ª na Escola Estadual Ulysses
Guimarães, já na cidade. Ensino Médio no Colégio Estadual General
Carneiro e Ensino Superior na UNIFEBE, Brusque.
De que atividades
gostava de participar?
No primário gostava
daquelas brincadeiras de correr. Tudo que envolvesse adrenalina eu
estava dentro. Na infância fui apelidada de “polaca cabrita”,
não só por passar bons anos cuidando de muitas cabras, mas também
por ter como filosofia viver trepada em árvores e pulando. Acho que
eu era pior do que as cabras (risos). Eu escolhi um pé de ariticum
(uns chamam de fruta do conde, nona, etc) como meu refúgio por anos.
Sonhava em ter uma casa da árvore ali. Mas também curtia as
brincadeiras mais calmas. Sempre fui muito competitiva, portanto,
brincadeiras que tivessem finalidade competitiva também me
fascinavam.
Primeiro/a
professor/a?
Mercedes
da Silva França. Ela era fantástica. Foi por ela que aprendi a
gostar de professores durões. Que impõe disciplina só no olhar.
Grandes professores?
Destaco
aqui dona Mercedes da 1ª à 4ª série. Mas, classifico todos como
essenciais para minha formação pessoal e profissional. Sinto
saudade de cada um, pois além de ter professores tive amigos pra uma
vida toda.
Que matérias mais
gostava e as que mais detestava?
Gostava: Inglês,
Português, Literatura, Geografia.
Detestava:
Nenhuma. Todas foram úteis de alguma forma, mas se for classificar
as que eu menos tinha habilidade eram às relacionadas à área de
exatas.
Fale de sua
trajetória
Nasci em
Roncador/PR; morei por 14 anos
na fazenda com meus pais, com 15 fui morar na cidade para começar a
trabalhar e ter meu próprio salário. Comecei muito nova a
trabalhar, tanto no sentido de ajudar a família quanto para
conquistar minha independência. Não era muito. Inicialmente, antes
de ter meu primeiro emprego, eu bordava em panos de prato para minha
irmã vender. Depois disso tive meu primeiro emprego e ganhava 100
reais para trabalhar de babá, quando alguns meses depois passei a
trabalhar na Rádio Princesa AM, onde rendia não muito além disso,
mas ali eu viciei nesse negócio de rádio, e depois só foi ficando
pior (risos). Foi Roncador que me ensinou a ser o que sou hoje. Pouco
mais de 10mil habitantes, cidade pacata, mas rica em humildade e
força de vontade. Um povo amigo, que sinto muita falta.
Lembro-me
que com 6 anos já tirava leita das vacas de madrugada, mas não me
recordo de como e quando aprendi. Estudar sempre meu maior orgulho.
Feliz eu ficava quando chegava o dia em que meus pais faziam a compra
do mês, pois daí eu ganharia uma mochilinha nova: um pacote de
arroz novo, ou de açúcar, onde dentro eu colocava meu caderno,
lápis, borracha (não podíamos usar caneta até chegar na 3º
série) e seguia feliz da vida com meu “pacote” novo de material
escolar. A merenda era caso de polícia, digo, de formiga! Até
chegar à escola dava uns 10 km a pé, por isso escondíamos o lanche
na metade do caminho, num lugar bem fresquinho, para comer na volta.
Só que quando íamos pegar o lanche, um sanduíche de mortadela que
seria divido numa turma gigante, nos deparávamos com ele totalmente
consumido por formigas. Dava uma raiva só.
Deixei Roncador em janeiro de 2007 para tentar uma vida melhor em
Brusque. A filha do meu padrasto veio morar em Brusque e um ano
depois vim também para morar com ela e trabalhar no emprego o qual
ela estava saindo (de babá também). Ali permaneci por quatro anos
com a mesma família. Meu namorado, Joselito Tridapalli, me
apresentou ao mundo da Televisão de Brusque e eu comecei a trabalhar
no Canal X em 2010. Permaneci ali por quase um ano quando saí e em
seguida dei inicio ao meu próprio programa na TV Cidade Brusque. Um
ano depois o programa passou a ser veiculado também na TV Brusque e
Canal Via Max. Em meados de 2012 um novo desafio: compor a equipe de
Jornalismo da Rádio Diplomata FM. Mais que um desafio, um sonho
realizado – voltar para o rádio! Permaneço até hoje nestas
funções: apresentadora do programa Juliane Ferreira e repórter na
Rádio Diplomata FM.
Melhores livros que
leu?
Eu sou apaixonada pelos
livros que contam história de alguém, que retrate a história do
lugar onde moro ou do meu estado, pois sou muito curiosa quanto a
isso, de saber o porquê que tal rua principal leva o nome de uma
pessoa, quem foi ela? Não vou especificar nenhum, todos são
tesouros para mim. Quando tem lançamento de livro em Brusque já
penso: “Oba!”, mais uma preciosidade.
O que está lendo
agora?
Terminando “Subjetiv
(idades)”, de Thayse Helena Machado para iniciar “Guarani, 80
anos de sonhos e conquistas”.
Costuma ler jornais?
Sim, todos os dias.
Quando morava na fazenda em Roncador, o patrão do meu pai
esporadicamente levava exemplares de jornais pra gente, eu ficava
fascinada.
Quais as suas
aspirações?
Não penso muito no que
será de mim no futuro, pois a primeira sensação é que não darei
conta de tudo pra chegar até lá (risos). Tenho tantos planos, mas o
principal deles é ter minha família por perto de novo. Sei que não
posso nunca mais dar continuidade a memórias que marcaram minha
vida, pois o que já vivi não volta mais. Por isso vivo intensamente
cada segundo, creio que esse é o segredo. Obrigada pela
oportunidade!
Algo
que você apostou e não deu certo?
Tentei ser vendedora,
mas não dava certo porque não tinha habilidade com contas. Cursei
Pedagogia. Precisava esclarecer essa dúvida com relação a
trabalhar com crianças quando ingressei no curso na UNIFEBE, mas não
durou muito.
O que aplica dos
grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Paciência. Agir com
Sabedoria. Pensar bem antes de falar qualquer coisa. Acreditar em mim
e no meu potencial. Não desistir, apesar dos ventos contrários. Um
professor me disse na faculdade: "Seja grandiosa naquilo que
fizer". É isso.
O que faria se
estivesse no início da carreira e não teve coragem de fazer?
Envolver-me
mais na operação de mesa de áudio na Rádio Princesa AM, no
Paraná. Aprender nunca é demais, e ali vacilei em não aprender,
sabendo que havia uma pessoa totalmente disposta a me ensinar. No
mais, sempre fui de me jogar de cabeça em novos desafios e
aventuras.
Quais
as maiores decepções e alegrias que teve?
Decepção:
Considero uma decepção não estar junto da família no dia em que
meu avô faleceu e foi enterrado. Estava enferma num hospital, mas
mesmo assim, para mim, imperdoável.
Alegria: Minha
formatura da 8ª série. Um turbilhão de sensações. Outra alegria
foi, também na 8º série, quando fui destaque do colégio, numa
ação da escola em homenagear e premiar todo trimestre, em cada
turma, o “aluno nota 7”, aqueles com média acima de 7.0 em todas
as disciplinas. Diariamente a Diretora reunia todas as turmas antes
de entrar para estudar, onde, enfileirados por ordem de turma,
cantávamos o Hino Nacional e em seguida vinham os recados do dia e
afins. Naquele 18 de maio de 2005 foi diferente. Diferente pra rotina
dos alunos, especial demais para mim. Era meu aniversário e veio o
anúncio que fui a melhor aluna da sala e melhor média do colégio,
ganhando uma viagem para Foz do Iguaçu. Antes disso eu já havia
recebido alguns prêmios por ser destaque na sala, mas nada se
comparava a tamanha emoção em um dia especial como o meu
aniversário. Quando subi ao palco para receber meu certificado, num
coro forte, todos os alunos, todo corpo docente, todos os
funcionários cantaram parabéns pelo meu aniversário enquanto eu
abraçava a diretora tão forte que eu não sabia o que estava
sentindo, até ela me dizer “Nossa, Jú, nunc te vi tão feliz”,
daí descobri que chorava de emoção pela primeira vez. Foi mágico.
Inesquecível, inenarrável.
Qual o maior desafio
que já enfrentou?
Largar tudo para vir
morar em Santa Catarina. Saber que estava tão longe da família,
minhas raízes e meus amigos me atormentou por muito tempo.
Publicada no Em foco aos 23 de janeiro de 2015
Publicada no Em foco aos 23 de janeiro de 2015
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