quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Conversando com meus tios: Benta, Anselmo e Hercílio

Benta Guilhermina Boni

Irmã Benta e Alexandre Luís.

BENTA GUILHERMINA BONI - Popular Irmã Benta: Filha dos saudosos José Boni Júnior e Guilhermina Setti Goni; natural de Brusque, nascida aos 08.05.42; São em treze irmãos: Arthur (in memoriam), Lúcio (in memoriam), Estandislau (in memoriam), Agostinho, Alzira (in memoriam), Ida Maria (in memoriam), Terezinha, Vanete , Luiz e Benta e, mais três que faleceram ainda pequenos.. Administradora do Mosteiro Park Hotel; profissão de fé em 21.01.65.

Como foi sua infância e Juventude?
Irmã Benta com o pai, o saudoso José Boni Júnior.
Brinquei muito: na beira do rio, com boneca, freqüentei a Escola Reunidas Norma Ribus Pessoa, em Águas Claras, até a quarta série, fui para Nova Trento, refiz a quarta série, no sentido de fortalecer a base, com vistas a admissão, em seguida fui para Ourinhos/SP, onde fiz a admissão, ali também iniciei o ginasial; fiz o curso de auxiliar de enfermagem. Em seguida, cursei o segundo grau em Fraiburgo/SC, o Postulantado em Avaré/SP, o noviciado em Indaiatuva/SP e também a irmandade - Irmã Como era a vida de seus pais? O pai foi uma pessoa muito séria e muito trabalhador e a mãe, muito legal; costurava e ajudava nos serviços de casa. Pai e mãe foram bons... muitos bons!

Como surgiu a religiosidade em sua vida?
Um certo dia, a tia Vicentina, irmã de minha mãe – convidou um sobrinha para tal missão – coloquei-me à disposição, só que era muito novinha, mesmo assim, acabei indo por um ano para Capão Bonito/SP, retornei para Santa Catarina, e após um ano fui para o Juvenato, em Nova Trento e na sequência, acabei sendo irmã.

Fez curso superior?
Fiz a faculdade de Administração de Empresas, tendo iniciado em 82, em Palmas/PR e terminado em Cuiabá/MT.

Grande nome na religiosidade?
Um grande exemplo de vida e doação foi a Santa Paulina.

Alguma decepção?
Não, em realizei na vida religiosa, como sempre quis.

Recomeçaria tudo?
Sim, tranquilamente, me sinto muito feliz no que segui.

A serviço da religião já foi a outros países?
Já fui a Nicarágua, Guatemala, França – Igreja Nossa Senhora de Lourdes, Itália, em Vígolo Vataro, onde nasceu Santa Paulina.

Irmã deveria casar?
Não deveria. Se é uma opção de vida, é uma opção de vida!

Tem como Deus perdoar tantos pecados do ser humano?
As injustiças e infidelidades eu acredito que Deus sendo Pai, ele perdoará, só que a humanidade tem que mudar. Não pode continuar assim.

Como definiria o Santuário Santa Paulina?
Um lugar de encontro e oração; lugar de prece, da súplica e da gratidão.

O que está sendo planejado par ao Santuário Santa Paulina?
Entre outras coisas, está sendo planejado a Casa das Graças, a réplica da casa de Santa Paulina, um Shopping, visando atender com mais qualidade os fiéis que se deslocam até aqui.

Lazer?
Gosto de assistir o noticiário, programas de humorismo e bons filmes, quando sobra um tempinho e gosto também de praia.

Referências

  • Matéria publicada em A VOZ DE BRUSQUE, em 23.03.2007. 

Anselmo Paza

ANSELMO PAZA: Filho de Augusto e Adelina de Modesti Paza; natural de Brusque, nascido aos 10.11.29. São em onze irmãos: Otávio, Anselmo, Lauro, Antônio, Olindina, Olga, Lídia, Clara, Paula, Alaíde e Odete. Cônjuge: Umbilina Gianesini Paza, casados aos 17.01.53; cinco filhos: Lígia, Rosana, Sílvio Antônio, José Luiz e Ana Maria; sete netos: Carina Catiana e Carla Graciela (Lígia), Clísia Helena (Rosana), Lariane e Jaqueline (Ana Maria e Carlos Roberto Pruner), Thiago Antônio (Sílvio Antônio) e Gabriele Taís ( José Luiz); um bisneto: Vinícius. Torce para o Paysandu e Vasco da Gama.
Como foi sua infância e Juventude?
Auxiliava meus pais na lavoura, ia muito o tio Júlio, jogava bola, ia à Escola e, na juventude, jogava futebol, dançava e namorava.
Como conheceu a Umbilina?
Conheci no trabalho na Renaux, trabalhávamos bem próximo, ela trabalhava na espularia e eu na tecelagem. Ela ia muito lá em casa, tinha amizade com Paula, minha irma e fomos nos conhecendo cada vez mais... ela ia também torcer nos jogos do Operário, lá no “Smul”.

O casamento ainda é válido?
Ainda é, veja nós gostamos um do outro da mesma forma que antigamente e, é o casamento que dá base a família.

Em que equipes atuou?
Iniciei aos 12 a 13 anos nas peladas, fui para os juvenis do Paysandu e depois para o Operário e, depois, para os aspirantes do Paysandu, tendo ficado suplente dos titulares.
Zagueiro?
Usava a número 5, naquela época, diziam centro-médio.

Qual o perfil de Anselmo?
Eu jogava futebol com alegria e era mais clássico.

Além do América, que outras equipes existiam?
Operário, América F.C.(Steffen), União (Santa Terezinha), Guarani, São Pedro (o time do Imhof), Aymoré, Catarinense (que depois passou a ser Guabirubense).

Entre que clubes ocorria a maior rivalidade?
A maior rivalidade era entre o Operário, Guarani e União.

Vitória inesquecível?
Foi na partida realizada em Pomerode, quando perdíamos por 1 x 0 e viramos por 2 x 1, foi emocionante.

Derrota atravessada?
Foi para o Guarani, no estádio Augusto Bauer, perdemos a decisão da segunda divisão.

Grandes atletas?
Antônio Paza, Vidinho, Lauro Paza, Hercílio Ristow, Constantino, Nelson Olinger, Mário Zimermann, Otávio Constantino, Nego Kuhn, Heinz Appel, Chico Appel, Irineu Gonzaga, Olegário Rosin, popular Cachaça, Orlando e Wilimar Ristow.

Grandes dirigentes?
João Miguel, Angelo de Modesti, Arthur Jacowicz, o popular Polaco, Arthur Appel (in memoriam), Armando E. Polli (in memóriam).

Grandes treinadores?
João Schmidt e Nilton Manguilhotti.

Cenário do futebol em Águas Claras : Por que e como acabou o Operário?
Parou por falta de interesse de dirigentes; na época dirigia os destinos do operário o Jordino Amorim, ele foi embora, e o saudoso Ivo Groh ficou dirigindo... no fim faltou liderança para manter o clube.

Uma palhinha da vida profissional?
Trabalhei na lavoura com os pais, aos 14 anos ingressei na Renaux, permanecendo por 30 anos. Ao mesmo tempo – nas folgas- trabalhei como garçom por mais de 15 anos e, após a aposentadoria, trabalhei na construção civil.

Qual o perfil do bom garçom ?
Ter educação, atender bem, não dar atenção aos comentários que ouve dos clientes.

Referências

  • Entrevista publicada em A VOZ DE BRUSQUE, em 15 de julho de 2006. 

Hercílio Gianesini

HERCÍLIO GIANESINI: Filho de Maximino e Maria Cestari Gianesini; natural de Botuverá, antes Brusque, nascido aos 5.12.30. Cônjugge: Anathalina Alves Zucco Gianesini; quatro filhos: Valmor, Valmir, Vilmar e Maria Madalena; sete netos: Andresa Cristina, Catulsia Siueme, Janefe Aline, Francione, Patrícia, Douglas Rafael e Daniel e cinco bisnetos: Júlia, Mateus, Lucas, Nathan e Emauele. Presidente da Comunidade religiosa de Poço Fundo.
Como foi sua infância e juventude?
Trabalhava, carregando bagaço de cana e, ia à Escola, que ficava há uns dois quilômetros de distância. Ressaltando-se, que sempre descalço. Cursei três anos de escola, que naquela época valiam por quatro anos. Chegávamos na Escola, com as mãos pretas, o Professor, Domingos Moresco, mandava lavar e tocava a reguada. Com, aproximadamente, seis anos fui para o Oliveira. Tínhamos um terreno em Botuverá, que ficou pequeno para três famílias: meu pai, e dois de seus irmãos: Tomaz e Alexandre. O pai foi para o Oliveira, com oito filhos, sendo quatro homens e quatro mulheres, trabalhar nas terras de Aníbal Soares: tivemos um Engenho de cana de açúcar, tafona (milho), Trabalhávamos com arroz, plantávamos cana e milho. Na juventude, eu ia em todas as festas de Igreja. Aos 14 anos, vim para Brusque, trabalhar na Renaux e meu pai ficou no Oliveira.
Como conheceu a Anathalina?
Uma pessoa boa a minha Anathalina. A resposto foi completada por Anathalina: Conheci o Hercílio por parte da saudosa Ida Maria Boni, sua mãe, que trabalhava na rocadeira –no Streibert, ela era encarregada. O Hercílio namorava a prima da Ida Maria, a Verônica Boni, filha de Carlo Boni. Numa, segunda feira, após a festa de Azambuja, a Ida Maria, chegou e sugeriu eu o namorasse o Hercílio; no domingo seguinte, o Hercílio foi a festa de Santo Antônio, aqui no Poço Fundo e aconteceu o flerte. Namoramos por uns três anos e casamos. Isto há 57 anos. O que manda é o respeito recíproco.

O casamento ainda é válido?
Hoje trocam de companheiro/a como trocam de camisa e blusa. Outro dia, passou na TV, uma mulher conversando com outra no seguinte sentido; “ não consigo ficar olhando a mesma cara, aturando a mesma conversa e deitando com o mesmo homem”, essa conversa foi para milhares de lares brasileiros. A durabilidade de uma relação está diretamente vinculada em não guardar rancor, com relação ao homem conversar com outras mulheres; meu pai sempre repetia; “ conversar pode, mas com a mão no bolso”, o que ele queria transmitir? Que com as mãos no bolso, o homem não fica tocando na mulher.

Daria para traçar um perfil de seus pais?
Um retrato que tenho de meu pai é que ele ia do Oliveira para Tijucas à pé negociar açúcar – e sempre descalço. Usava camisa comprida e sem gola. Foi Capelão no Oliveira, bem me lembro quando dizia:”vamos trabalhar filhos”; ele era uma pessoa de conselho não de brutalidade.

E a mãe?
Não bobeava que tocava a mão no pescoço – por atrás, e com ela ... hora de oração... era hora de oração.

Seu pai, o Maximino, era muito apegado à Igreja?
Tudo que sou... minha geração deve-se a educação recebida de nossos pais. Aos domingos constituía missão sagrada ir à Igreja de Botuverá ... e orar. Meu pai, ajudou a construir as escadas da Igreja de Botuverá; eles fizeram a escada trabalhando em equipe, um passando o material para o outro, até chegar no local. No Oliveira, local para onde meus pais foram morar posteriormente faziam tijolos para ampliar a Igreja velha. A massa do tijolo era puxada por um boi e o ‘assador’ para fazer o tijolo era de barro.

Como surgiu a participação na comunidade religiosa de Poço Fundo
Poço Fundo e a Igreja que tem como Padroeira a Nossa Senhora da Saúde, vivi grandes momentos de minha existência, acredito que foi uma herança de meu pai. Ia aos terços, quando a comunidade era presidida pelo Elviro Freiner. Em certa oportunidade, convidou-me para participar. Pensei... meu pai sempre participou, por que não participo também? E, após decidir pela participação, peguei valendo, juntamente com umas catorze a quinze pessoas. Inicialmente, transportamos o rancho velho da frente para os fundos do terreno.

Ocupou a Presidência da comunidade Nossa Senhora da Saúde?
Sim, presidi, tendo Pedro Zen, como tesoureiro. Ocupei a Presidência por um período de oito anos. A pedra fundamental foi lançada pelo Padre Zucco.

O pessoal pegou junto?
Tive colaborações como falei acim, todavia, ressalto que em três não medimos esforços: Marco Teixeira, eu e o João Modesti, pegamos para valer.

Houve colaborações?
Tivemos colaborações sim; 25 mil tijolos da família Zen; a areia e máquina para fazer o chão veio do Alexandre Merico. O Anselmo Paza, fez, praticamente, toda a construção; Fernando Bastos, Angela Amim e Silvio Leoni com, cinquentinha cada um; Francisco Rosin, cinquentinha e mais um banco. Cada família colaborou com um banco - a colaboração de bancos terminou na diretoria que me sucedeu.

Por que saiu da Presidência?
Em certa época, já pensando em deixar outras pessoas também batalharem pela comunidade, entreguei a chave ao Padre Valdemar.

A administração Ciro Marcial Roza?
Olha não podemos reclamar do Prefeito Ciro, aqui no Poço Fundo; só temos esperança que canalize um pequeno trecho para levar a água pluvial do barranco ali na frente até o ribeirão; até já prometeram

O Brasil tem acerto?
Tem. Se tem! É só votarmos certo. E esses políticos terem um pouco de vergonha na cara.

Referências

  • Entrevista publicada na semana de 02 a 09 de maio de 2008, em A VOZ DE BRUSQUE.

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