sábado, 25 de junho de 2016

Padre Eder Cláudio Celva

EDER CLAUDIO CELVA


Padre e escritor, nascido em Guabiruba  aos 25 de dezembro de 1987; filho de Amarildo e Ilma Celva. Teve sua Ordenação como diácono na Paróquia de São Sebastião em Tijucas. Ordenação como padre em 24 de outubro de 2015 na Igreja São Cristóvão de Aymoré - Guabiruba - SC.. Autor de 4 livros: Imigração Italiana em Guabiruba;  História da Igreja Católica em Guabiruba; Monsenhor Augusto Zucco - Centenário de Nascimento e Pensares Cotidianos e tem mais no prelo: Cultura e Religiosidade de um Povo.








Como foi o início, notadamente sua infância e juventude?
Vivi meus anos brincando, estudando e ajudando em casa e nos afazeres variados. Meus avós  - que vivem todos - me marcaram muito positivamente e foram presenças constantes e amorosas. Um grande presente que meus pais me deram - sem mesmo terem consciência disso -, foi a liberdade. Mesmo sendo de família estruturadamente tradicional, pude crescer e me desenvolver como um “passarinho”. Isto me forjou a responsabilidade e a me sentir livre e, de certo modo realizado. Como católico, participei das comunidades Imaculada Conceição e Matriz. Fui coroinha, sacristão, ministro da distribuição da comunhão e das exéquias.

Algumas iniciativas que teve em sua jornada?
Sempre fui interessado preservador das coisas que dizem respeito ao meu povo, seja escrevendo livros, arquivando materiais, salvando outros tantos da destruição, até que como seminarista fundei um museu na minha comunidade e doei  grande parte de todo meu acervo.

Como e quando surgiu a religiosidade em sua trajetória?
 Na minha vida não houve um momento, uma pessoa, um lugar; o que houve foi um lento caminhar inserido em minha comunidade de origem. Tudo, até mesmo minhas fraquezas e contradições, foram preparando-me, para o chamado de Jesus. Vivenciei a fé sob o impulso amoroso da Graça de Deus, mesmo sem ter muita consciência de tão magno carinho da parte de Deus para comigo. Eu estava orientado ao casamento, como todo bom rapaz, pensava em me casar, construir minha casa, cuidar da família e seguir ajudando minha comunidade, pois desde criança, participava de muitas formas e era coroinha. Só que Deus tem seus caminhos... Dentro de mim havia - e há - um clamor incessante, que me incomodava e pedia que me aproximasse do Crucificado para divulgar seu plano de Amor. Com alegria fui ouvindo, vendo, sentindo nos eventos que cercam nossa existência o que Deus queria de mim; encorajado ingressei no Seminário. O chamado ao serviço presbiteral é sempre um mistério que se revela parcialmente à medida que nos deixamos modelar pela sabedoria salvífica do Evangelho sempre a nos provocar.

Histórico escolar?
 Fiz minha formação inicial em minha cidade – Guabiruba – na escola professor Arthur Wippel e Colégio Estadual Prof. João Boos. Depois do ensino médio, comecei a faculdade de filosofia em Brusque. Lá convivi com muitos seminaristas, travei amizades, e continuei a filosofia morando no Seminário Arquidiocesano Nossa Senhora de Lourdes em Azambuja – Brusque. Residi um ano (2010) em estágio integral na paróquia Senhor Bom Jesus de Monte Alegre- Camboriú, e fui fazer minha teologia por quatro anos no Itesc, em Florianópolis. Durante todos os anos de formação, todos os finais de semana estava em alguma comunidade de paroquias para estagiar. Brusque, Camboriú, São José, Pastoral Vocacional Arquidiocesana, Florianópolis e, no início deste ano, antes de minha ordenação diaconal, na paróquia de Tijucas.

 Como surgiu a oportunidade de trabalhar na paróquia de Tijucas?
 Como é praxe em nossa arquidiocese, terminados os estudos teológicos, com o parecer positivos dos formadores, o arcebispo tendo em vista a necessidade das paroquias, nos designa para residir e colaborar em alguma delas; para mim, indicou a paróquia de Tijucas. No início deste ano cheguei como seminarista colaborador em Tijucas e me preparar para minhas ordenações, diaconal e presbiteral.


Ao ser ordenado Padre pode considerar-se pronto?
Não o suficiente. A missão é grande e exigente, portanto dificilmente se está além. A formação começa no berço, ou mesmo antes dele. O seminarista e o padre não caem do céu, não nascem na casa religiosa, são jovens e pessoas com as marcas e traço de seu tempo. Quem tem uma vocação verdadeira, caprichando no trato relacional, tendo diante dos olhos as páginas sagradas do Evangelho a nos relevar Jesus, e sentindo com o mundo e realidade atual, será consequentemente um padre magnânimo.

Para ser um padre?
O seminarista é um enamorado da vida sacerdotal, que possivelmente pode abraçar com decisão quando chegar a hora. Primeiramente não nos formamos padres, mas grandes homens. Na ordenação diaconal, já tomamos esta decisão, aceita oficialmente pela Igreja, - diferente dos diáconos permanentes, que são casados - é caminho direto para a ordenação de padre. O diaconato é o primeiro grau do sacramento da Ordem. Para ser padre é preciso vocação, trilhar os caminhos de formação propostos pela Igreja, ser aceito e ordenado pelo bispo. Mas gostaria de dizer umas coisas muito concordes com o tempo da Igreja atual, sob o pontificado do Papa Francisco. O padre deve ser um descentrado de si, pois sabe que o centro é sempre Cristo e o caminho para Ele é a Igreja. Devemos ter o pensamento incompleto, aberto, dialogal, e nunca perder de vista o humano, não tendo jamais medode lançar-nos nas realidades do mundo, por mais estranhas que pareçam.

Muitas congratulações?
É claro. As pessoas se congratulam e se sentem felizes, porque sabem que no mundo atual a figura de um homem-sacerdote é essencial. O padre é chamado a ouvir, curar, abençoar, absolver, consagrar, tocar, encorajar, direcionar, administrar, estimular no bem, na verdade, e no Amor que brota dos insondáveis mistérios Eternos. Quem não precisa de tamanhas benesses? Que encanto é poder achegar-se a uma pessoa, principalmente as feridas de nosso tempo e fazer o anúncio: Jesus pensou em ti antes de teres consciência, te ama infinitamente que não podes medir o quanto, salvou-te sem fazeres o mínimo de força e agora te quer no céu, para sempre, em plenitude. Penso que é confortante ver que aquele menino de outrora, o adolescente operário, o jovem seminarista - um entre outros - agora será ordenado presbítero.






A culpa foi de Deus?
A gratidão amorosa ao Pai Celestial por todas as maravilhas que fez em minha vida. Só posso agradecer, e por mais longa que seja minha vida nunca darei graças o suficiente. Costumo brincar que serei padre por culpa Dele (Deus), foi Ele que quis, que chamou..., eu apenas disse sim e deixei que por tantos caminhos tudo fosse levado a bom termo. Deus - por mediações -  que escolheu e sustentou com Mão Poderosa e Providente minha vocação.

Finalizando, um abraço fraternal?
A Dom Wilson, agradeço pela amizade e confiança. Aos padres presentes e ausentes, reitores e formadores, professores, supervisores de pastoral e suas comunidades, colaboradores, seminaristas, diáconos, religiosos e religiosas, lideranças, e todos os que me fortaleceram com suas orações. Sou grato também aos benfeitores-padrinhos, Ernesto e Valmor, sempre generosos e amistosos.E não posso deixar de agradecer ao povo da paróquia de Tijucas, que me acolheu com calor fraterno; o seu pároco, padre Elizandro, além de amigo, um pai, um irmão. Agora que agradeci, quero em verso pedir: “Ó Mãe do Perpétuo Socorro, meu amor, toda a minha esperança! A teus pés vim pedir-te uma graça, é a graça da perseverança!” A todos, minha gratidão imorredoura, minha bênção sacerdotal!



 Referências: Publicado no blog luizgianesinientrevista.blogsport.com.br aos 25 de junho de 2016 





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