JOSÉ
FRANCISCO DOS SANTOS
Técnico Judiciário e Professor Universitário
Técnico Judiciário e Professor Universitário
O
entrevistado desta semana é o Técnico Judiciário Auxiliar no
Fórum da Comarca de Itajaí/SC - Professor Universitário na
Faculdade São Luiz, Unifebe e Faculdade Sinergia (Navegantes) José
Francisco dos Santos, com mestrado e doutorado em Filosofia na PUC/SP;
nascido em Arapongas/PR- aos 05/05/1969; filho de
Geraldo José dos Santos e Regina Ferreira dos santos;
cônjuge Raquel Rosalia Adami. É Palmeirense
Nosso entrevistado José Francisco dos Santos
Quais as melhores obras que já leu?
Entre as que mais me influenciaram, poderia citar "O homem à procura de si mesmo", de Rollo May e a Ética a Nicômaco, de Aristóteles, que considero o livro mais importante já escrito, sem contar os livros sagrados. Na literatura,destaco "Os irmãos Karamazov", de Dostoévsky e "O homem que ri", de Dostoiévski.Também fui muito influenciado pela obras, tanto literárias como musicais, do Padre Zezinho. Claro, li muitas obras técnicas da filosofia,especialmente de Karl Popper e Charles Sanders Peirce, os dois autores que nortearam minha tese de doutorado.
O que está lendo atualmente?
Recentemente descobri um autor que me agrada muito,por seu estilo direto de linguagem e pelo raciocínio primoroso. Chama-se Gilbert Keith Chesterton. Li recentemente a biografia escrita por ele de São Tomás de Aquino e São Francisco de Assis. e estou começando a ler a obra "Ortodoxia". Mas o tempo para leituras anda demasiado curto! Vale registrar que além de muitas provas e trabalhos dos meus alunos, tenho lido Chesterton e textos esparsos necessários ao meu trabalho.
Quais os livros que leu recentemente?
Cito dois mais recentes,além dos que falei anteriormente:"Como vencer a guerra cultural", de Peter Kreef e "Maquiavel Pedagogo", de Pascal Bernardin.
Pretende escrever outros livros?
Além dos que citei acima, projeto, junto com um colega,um outro sobre Educação, que já está alinhavado, mas o tempo para escrever é escasso no momento.
O que você aplica no dia a dia das experiências que teve?
Já sou naturalmente pouco falante ( a não ser quando ministro aulas!),mas aprimorei muito essa arte de ser ponderado, não ser explosivo, tomar decisões com a devida calma.Por outro lado, aprendi também a ser mais combativo quando é necessário, o que foi mais difícil, porque minha natureza tende à conciliação.O Padre Giorgio (entrevistado neste espaço em 10 de outubro de 2014) Pedemonte sempre dizia que"ninguém se improvisa", e que, por isso, era preciso preparar hoje o que seremos amanhã. Tenho tentado seguir esse preceito,embora nem sempre do modo como gostaria.
O que faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Não me lembro de ter deixado de fazer nada importante por falta de coragem. Deixei, sim,de fazer muitas coisas por falta de oportunidade. Especialmente, se pudesse voltar no tempo, estudaria grego, latim e piano.
Uma palhinha de sua trajetória
Desde criança,sempre me dediquei muito aos estudos.Pretendia ser padre e ingressei no seminário aos 14 anos, em Apucarana/PR.Dois anos mais tarde vim para Santa Catarina, para estudar no Pontifício Instituto das Missões Exteriores - PIME, o que acabou me trazendo a Brusque.Deixei o seminário no meio do curso de Filosofia e permaneci na cidade,exercitando a profissão que escolhi:professor. Além de lecionar, trabalhei também no Banco Meridional e, desde 1996, sou funcionário do poder judiciário. Nesse ano também realizei o sonho de ser professor no ensino superior, onde continuo e não pretendo parar tão cedo. Cursei mestrado e doutorado na PUC/SP e passo as semanas me dividindo entre as salas de aula, o Forum e muita estrada. Publiquei dois livros:minha rese de doutorado (Realismo e Falibilismo: um contraponto entre Peirce e Popper) e uma coletânea dos meus artigos do jornal Município Dia a Dia (Para Refletir: artigos para reflexão e discussão em filosofia, ética e temas transversais).
Grandes alegrias e quais tristezas viveu?
Minha ida ao seminário foi momento de grande alegria, pois era a realização de um desejo forte na época. Sair de lá e recomeçar a vida, 7 anos depois, também foi ocasião de alegria pelas novas experiências e polo aprendizado. Outra imensa alegria foi quando a Raquel e eu terminamos a construção da nossa casa e finalmente nos casamos, e também a conclusão do mestrado e do doutorado,feitos com indizível sacrifício. As tristezas mais marcantes foram as terríveis dificuldades econômicas da década de 1990, quando estava tentando me firmar profissionalmente.Sempre era necessário abandonar alguma aspiração para poder realizar o que era mais urgente e necessário.O
que sonhava ser quando você ainda era criança?
Sonhava em ser Padre
Nosso entrevistado José Francisco dos Santos
O que sonhava ser quando você ainda era criança?
Sonhava em ser Padre
O que marcou sua infância?
A pobreza. Fui o décimo sexto filho de uma família de lavradores pobres. Meus pais vieram de Minas Gerais para o norte do Paraná na década de 1950, e vagaram de fazenda em fazenda nas lavouras de café, sempre apenas com o suficiente para a sobrevivência. Quando nasci meus pais já eram avançados em idade (51-47) e quando ainda era criança fomos morar numa casa muito humilde de um bairro de periferia da cidade de Arapongas. As condições econômicas eram limitadíssimas, mas todos sobrevivemos.
Ainda mantém amizades com pessoas que conviveram com você em sua infância?
Não. De minha cidade natal, além dos familiares, visito ainda poucas pessoas que conheci, mas não se aplica a palavra amizade nesses casos. Saí de lá muito cedo.
Como foi a educação recebida de seus pais?
Meu pai estudou dois anos do ensino primário no interior de Minas Gerais, na década de 1920 e minha mãe nunca frequentou escola. No mais, o espírito daqueles tempos era de uma educação familiar e religiosa muito rígida.
Pessoas que influenciaram?
Lembro com muito carinho da minhas professoras da segunda e quarta série (Ana Brigida e Silvania Matsuo), mas fui muito bem educado por todas elas (Tive sorte de pegar uma educação tradicional e eficiente). Fui para o seminário com 14 anos e tive muito boas influências. Destaco o um diácono da minha cidade (Dorvalino Bertasso) em quem sempre me espelhei pelo seu modo de ser, sua cultura e sua polidez e do Padre Giorgio Pedemonte, do PIME, (entrevistado neste espaço aos 10 de outubro de 2014) que foi meu diretor espiritual na minha adolescência/juventude e que me deixou marcas muito positivas no meu caráter.
Histórico escolar?
Cursei o primeiro grau no Paraná (Arapongas e Apucarana). Concluí o segundo grau em Florianópolis, no colégio Coração de Jesus. Graduei-me em Filosofia pelo FEBE (Unifebe). Cursei pós graduação em Fundamentos da Educação em curso ofertado pela Furb e Mestrado e Doutorado em Filosofia pela PUC/SP.
Sonhava em ser Padre
O que marcou sua infância?
A pobreza. Fui o décimo sexto filho de uma família de lavradores pobres. Meus pais vieram de Minas Gerais para o norte do Paraná na década de 1950, e vagaram de fazenda em fazenda nas lavouras de café, sempre apenas com o suficiente para a sobrevivência. Quando nasci meus pais já eram avançados em idade (51-47) e quando ainda era criança fomos morar numa casa muito humilde de um bairro de periferia da cidade de Arapongas. As condições econômicas eram limitadíssimas, mas todos sobrevivemos.
Ainda mantém amizades com pessoas que conviveram com você em sua infância?
Não. De minha cidade natal, além dos familiares, visito ainda poucas pessoas que conheci, mas não se aplica a palavra amizade nesses casos. Saí de lá muito cedo.
Como foi a educação recebida de seus pais?
Meu pai estudou dois anos do ensino primário no interior de Minas Gerais, na década de 1920 e minha mãe nunca frequentou escola. No mais, o espírito daqueles tempos era de uma educação familiar e religiosa muito rígida.
Pessoas que influenciaram?
Lembro com muito carinho da minhas professoras da segunda e quarta série (Ana Brigida e Silvania Matsuo), mas fui muito bem educado por todas elas (Tive sorte de pegar uma educação tradicional e eficiente). Fui para o seminário com 14 anos e tive muito boas influências. Destaco o um diácono da minha cidade (Dorvalino Bertasso) em quem sempre me espelhei pelo seu modo de ser, sua cultura e sua polidez e do Padre Giorgio Pedemonte, do PIME, (entrevistado neste espaço aos 10 de outubro de 2014) que foi meu diretor espiritual na minha adolescência/juventude e que me deixou marcas muito positivas no meu caráter.
Histórico escolar?
Cursei o primeiro grau no Paraná (Arapongas e Apucarana). Concluí o segundo grau em Florianópolis, no colégio Coração de Jesus. Graduei-me em Filosofia pelo FEBE (Unifebe). Cursei pós graduação em Fundamentos da Educação em curso ofertado pela Furb e Mestrado e Doutorado em Filosofia pela PUC/SP.
Como surgiu a passagem pelo seminário em sua vida?
Desde criança queria ser padre e fui cedo para o seminário, com esse intento. O seminário foi fundamental na minha formação. Foram sete anos ao todo, e fizeram toda a diferença na minha vida, positivamente.
Quais as matérias que mais gostava? E as que detestava?
Gostava especialmente de língua portuguesa, literatura e história.Nunca detestei nenhuma matéria especificamente, apenas algumas experiências de aprendizagem que não me pareceram muito educativas. Não gostava muito de educação física e educação artística, porque minhas notas sempre ficavam abaixo do meu padrão das outras disciplinas.
Como conheceu a Raquel Rosália?
Deixei o seminário do Pime no final do ano de 1989. Já conhecia a Raquel, mas nunca tínhamos nos falado. No ano de 1990, fui convidado a tocar violão com um grupo de jovens da comunidade dela, no Arraial dos Cunhas - estrada para Itajaí.Ali começamos a namoricar..... e a brincadeira já dura 25 anos.
Como surgiu Brusque em sua trajetória?
Vim a Brusque em 1987, como parte da minha formação no seminário do PIME. Fiquei por três anos morando no seminário. Quando o deixei, permaneci na cidade para concluir o curso de filosofia e resolvi permanecer para deitar raízes por aqui. Hoje moro no município de Itajaí, no Bairro Arraial dos Cunhas, que fica no meio da cominho entre as duas cidades. Mas as ligações com Brusque são muito mais significativas que com Itajaí.
Desde criança queria ser padre e fui cedo para o seminário, com esse intento. O seminário foi fundamental na minha formação. Foram sete anos ao todo, e fizeram toda a diferença na minha vida, positivamente.
Quais as matérias que mais gostava? E as que detestava?
Gostava especialmente de língua portuguesa, literatura e história.Nunca detestei nenhuma matéria especificamente, apenas algumas experiências de aprendizagem que não me pareceram muito educativas. Não gostava muito de educação física e educação artística, porque minhas notas sempre ficavam abaixo do meu padrão das outras disciplinas.
Como conheceu a Raquel Rosália?
Deixei o seminário do Pime no final do ano de 1989. Já conhecia a Raquel, mas nunca tínhamos nos falado. No ano de 1990, fui convidado a tocar violão com um grupo de jovens da comunidade dela, no Arraial dos Cunhas - estrada para Itajaí.Ali começamos a namoricar..... e a brincadeira já dura 25 anos.
Como surgiu Brusque em sua trajetória?
Vim a Brusque em 1987, como parte da minha formação no seminário do PIME. Fiquei por três anos morando no seminário. Quando o deixei, permaneci na cidade para concluir o curso de filosofia e resolvi permanecer para deitar raízes por aqui. Hoje moro no município de Itajaí, no Bairro Arraial dos Cunhas, que fica no meio da cominho entre as duas cidades. Mas as ligações com Brusque são muito mais significativas que com Itajaí.
Quais matérias leciona?
Leciono atualmente História da Filosofia Antiga e Leitura e Análise de textos Filosóficos na Faculdade São Luiz, Filosofia Geral e Jurídica nos cursos de Direito da Unifebe e da Faculdade Sinergia e Sociologia da Educação, no curso de Pedagogia da Unifebe.
Quais obras utiliza no seu trabalho no corpo docente?
Cada disciplina tem autores específicos, mas trabalho com Aristóteles, Norberto Bobbio e outros, inclusive alguns que critico, como o comunista Antonio Gramsci e seus seguidores brasileiros. Como os temas são muitos, o trabalho acaba passando por várias referências, pois não costumo adotar um único autor como base.
José Francisco dos Santos
Qual o artigo que escreveu que teve mais repercussão?
Cito dois: "Para além das trincheira", que tratou do tema da intolerância e "O aborto volta à pauta", em que denuncio alguns argumentos favoráveis ao aborto.
Qual o artigo que não voltaria a escrever?
Eu sempre me incomodei em escrever artigos relacionados diretamente à política, especialmente os mais críticos.Nunca deixei de escrever, porque entendo que é minha tarefa esclarecer e denunciar, mas nunca senti prazer nessa tarefa.Mas continuarei a tratar desses temas, quando necessário. Alguns eu não voltaria a escrever porque ficaram pouco claros para os leitores, como "As abelhas e a essência do universo". Mas o pior mesmo é quando precisamos expor opiniões políticas,porque as pessoas sempre leem de modo enviesado, a favor ou contra.
Leciono atualmente História da Filosofia Antiga e Leitura e Análise de textos Filosóficos na Faculdade São Luiz, Filosofia Geral e Jurídica nos cursos de Direito da Unifebe e da Faculdade Sinergia e Sociologia da Educação, no curso de Pedagogia da Unifebe.
Quais obras utiliza no seu trabalho no corpo docente?
Cada disciplina tem autores específicos, mas trabalho com Aristóteles, Norberto Bobbio e outros, inclusive alguns que critico, como o comunista Antonio Gramsci e seus seguidores brasileiros. Como os temas são muitos, o trabalho acaba passando por várias referências, pois não costumo adotar um único autor como base.
José Francisco dos Santos
Qual o artigo que escreveu que teve mais repercussão?
Cito dois: "Para além das trincheira", que tratou do tema da intolerância e "O aborto volta à pauta", em que denuncio alguns argumentos favoráveis ao aborto.
Qual o artigo que não voltaria a escrever?
Eu sempre me incomodei em escrever artigos relacionados diretamente à política, especialmente os mais críticos.Nunca deixei de escrever, porque entendo que é minha tarefa esclarecer e denunciar, mas nunca senti prazer nessa tarefa.Mas continuarei a tratar desses temas, quando necessário. Alguns eu não voltaria a escrever porque ficaram pouco claros para os leitores, como "As abelhas e a essência do universo". Mas o pior mesmo é quando precisamos expor opiniões políticas,porque as pessoas sempre leem de modo enviesado, a favor ou contra.
Escreve por necessidade ou por hobby?
Escrevo tanto por necessidade quanto por hobby; Escrevo coisas que são necessárias para a minha vaidade de professor universitário, como artigos científicos para publicação em revistas especializadas e textos serem usados em aulas. Quanto aos artigos do jornal O Municipio Dia a Dia, é uma mistura das duas coisas. Adoro escrever e esse é realmente um hobby, mas eu dificilmente o desenvolveria semanalmente, se não houvesse o compromisso com o jornal. Assim, o convite para escrever a coluna semanal me foi muito útil, porque de certa forma me obrigou a escrever mais.
Como busca as inspirações para escolher os assuntos dos artigos que publica?
Procuro extrair os temas do artigo do dia a dia, das situações que envolvem a todos e que nem sempre são devidamente refletidas. Sempre senti, como professor, a falta de textos introdutórios que pudessem ensinar filosofia sem um linguajar técnico e temas extremamente abstratos. Ninguém vai começar a filosofar (refletir a partir de uma linha de argumentação) sem considerar um tema que seja capaz de compreender minimamente. Então, eu escolho temas que tocam a vida da maioria das pessoas, como acontecimentos políticos, ideias econômicas, questões jurídicas e especialmente temas relacionados à ética e ao comportamento, e procuro raciocinar a partir deles, extraindo deles o potencial filosófico que têm; Assim, o leitor comum pode refletir comigo sobre aquele tema, pode analisar meus argumentos e verificar o que onde são bons, onde falham, etc. Não escrevo para que as pessoas concordem comigo, mas que reflitam a partir do meu ponto de vista. Se discordarem com argumentos bem construídos, melhor ainda, porque eu posso assim rever meus pontos de vistas e aprender mais.
Escrevo tanto por necessidade quanto por hobby; Escrevo coisas que são necessárias para a minha vaidade de professor universitário, como artigos científicos para publicação em revistas especializadas e textos serem usados em aulas. Quanto aos artigos do jornal O Municipio Dia a Dia, é uma mistura das duas coisas. Adoro escrever e esse é realmente um hobby, mas eu dificilmente o desenvolveria semanalmente, se não houvesse o compromisso com o jornal. Assim, o convite para escrever a coluna semanal me foi muito útil, porque de certa forma me obrigou a escrever mais.
Como busca as inspirações para escolher os assuntos dos artigos que publica?
Procuro extrair os temas do artigo do dia a dia, das situações que envolvem a todos e que nem sempre são devidamente refletidas. Sempre senti, como professor, a falta de textos introdutórios que pudessem ensinar filosofia sem um linguajar técnico e temas extremamente abstratos. Ninguém vai começar a filosofar (refletir a partir de uma linha de argumentação) sem considerar um tema que seja capaz de compreender minimamente. Então, eu escolho temas que tocam a vida da maioria das pessoas, como acontecimentos políticos, ideias econômicas, questões jurídicas e especialmente temas relacionados à ética e ao comportamento, e procuro raciocinar a partir deles, extraindo deles o potencial filosófico que têm; Assim, o leitor comum pode refletir comigo sobre aquele tema, pode analisar meus argumentos e verificar o que onde são bons, onde falham, etc. Não escrevo para que as pessoas concordem comigo, mas que reflitam a partir do meu ponto de vista. Se discordarem com argumentos bem construídos, melhor ainda, porque eu posso assim rever meus pontos de vistas e aprender mais.
Quais as melhores obras que já leu?
Entre as que mais me influenciaram, poderia citar "O homem à procura de si mesmo", de Rollo May e a Ética a Nicômaco, de Aristóteles, que considero o livro mais importante já escrito, sem contar os livros sagrados. Na literatura,destaco "Os irmãos Karamazov", de Dostoévsky e "O homem que ri", de Dostoiévski.Também fui muito influenciado pela obras, tanto literárias como musicais, do Padre Zezinho. Claro, li muitas obras técnicas da filosofia,especialmente de Karl Popper e Charles Sanders Peirce, os dois autores que nortearam minha tese de doutorado.
O que está lendo atualmente?
Recentemente descobri um autor que me agrada muito,por seu estilo direto de linguagem e pelo raciocínio primoroso. Chama-se Gilbert Keith Chesterton. Li recentemente a biografia escrita por ele de São Tomás de Aquino e São Francisco de Assis. e estou começando a ler a obra "Ortodoxia". Mas o tempo para leituras anda demasiado curto! Vale registrar que além de muitas provas e trabalhos dos meus alunos, tenho lido Chesterton e textos esparsos necessários ao meu trabalho.
Quais os livros que leu recentemente?
Cito dois mais recentes,além dos que falei anteriormente:"Como vencer a guerra cultural", de Peter Kreef e "Maquiavel Pedagogo", de Pascal Bernardin.
Pretende escrever outros livros?
Além dos que citei acima, projeto, junto com um colega,um outro sobre Educação, que já está alinhavado, mas o tempo para escrever é escasso no momento.
Grandes nomes na filosofia?
Há muitos grandes filósofos,mas eu admiro alguns em especial; Aristóteles, São Tomás de Aquino (talvez seja a mente mais brilhante que tenha habitado entre nós) e o norte-americano Charles Sandres Peirce, que foi objeto das minhas pesquisas no mestrado e doutorado em filosofia. Há outros muito bons, mas esses me parecem ser os "top".
Grandes educadores?
Sou grande admirador da educação que se fazia na Idade Média, que era imensamente superior à nossa em termos metodológicos, Lá o "ensino básico" se chamava "Trivium", e por ele os estudantes aprendiam lógica, gramática e retórica, ou seja, aprendiam a pensar, escrever e falar com propriedade. Na Idade Média encontramos o verdadeiro método "dialético" de discutir e aprender. Basta abrir qualquer página da Suma Teológica, de São Tomás de Aquino para perceber como os temas eram tratados e investigados. Desse período, admiro especialmente um grande dois grandes professores medievais, Pedro Abelardo e Santo Alberto Magno, que foi professor de Tomás de Aquino e um dos precursores do pensamento científico moderno. Destacaria também Comenius, no início da Idade Moderna. Dos educadores contemporâneos, não vejo nenhum com essa envergadura. Basta ver a situação caótica do ensino hoje para ver que as novas ideias sobre educação, especialmente aquelas baseadas no marxismo e chamadas de "críticas", são um desastre. Mas dominam amplamente os círculos educacionais e as instâncias decisórias^.
Há muitos grandes filósofos,mas eu admiro alguns em especial; Aristóteles, São Tomás de Aquino (talvez seja a mente mais brilhante que tenha habitado entre nós) e o norte-americano Charles Sandres Peirce, que foi objeto das minhas pesquisas no mestrado e doutorado em filosofia. Há outros muito bons, mas esses me parecem ser os "top".
Grandes educadores?
Sou grande admirador da educação que se fazia na Idade Média, que era imensamente superior à nossa em termos metodológicos, Lá o "ensino básico" se chamava "Trivium", e por ele os estudantes aprendiam lógica, gramática e retórica, ou seja, aprendiam a pensar, escrever e falar com propriedade. Na Idade Média encontramos o verdadeiro método "dialético" de discutir e aprender. Basta abrir qualquer página da Suma Teológica, de São Tomás de Aquino para perceber como os temas eram tratados e investigados. Desse período, admiro especialmente um grande dois grandes professores medievais, Pedro Abelardo e Santo Alberto Magno, que foi professor de Tomás de Aquino e um dos precursores do pensamento científico moderno. Destacaria também Comenius, no início da Idade Moderna. Dos educadores contemporâneos, não vejo nenhum com essa envergadura. Basta ver a situação caótica do ensino hoje para ver que as novas ideias sobre educação, especialmente aquelas baseadas no marxismo e chamadas de "críticas", são um desastre. Mas dominam amplamente os círculos educacionais e as instâncias decisórias^.
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O que levou a largar o Seminário
Como disse, entrei no seminário aos quinze anos. Depois de sete anos, comecei a colocar em dúvida se era isso mesmo o que queria. Ademais, a década de 1980 foi uma década muito difícil nos meios eclesiásticos, com disputas ideológicas e políticas bastante acentuadas, e eu fiquei um pouco perdido nessa confusão. Como pessoa, precisava também ter mais segurança para fazer uma escolha tão radical quanto o sacerdócio. Eu tinha então vinte para vinte e um anos, queria viver uma vida mais "normal", trabalhar, me virar por conta própria, namorar, para poder ter um contraponto melhor e fazer a escolha certa. Estou certo de que a fiz!
O que você aplica no dia a dia das experiências que teve?
Já sou naturalmente pouco falante ( a não ser quando ministro aulas!),mas aprimorei muito essa arte de ser ponderado, não ser explosivo, tomar decisões com a devida calma.Por outro lado, aprendi também a ser mais combativo quando é necessário, o que foi mais difícil, porque minha natureza tende à conciliação.O Padre Giorgio (entrevistado neste espaço em 10 de outubro de 2014) Pedemonte sempre dizia que"ninguém se improvisa", e que, por isso, era preciso preparar hoje o que seremos amanhã. Tenho tentado seguir esse preceito,embora nem sempre do modo como gostaria.
O que faria hoje, que não teve coragem de fazer?
Não me lembro de ter deixado de fazer nada importante por falta de coragem. Deixei, sim,de fazer muitas coisas por falta de oportunidade. Especialmente, se pudesse voltar no tempo, estudaria grego, latim e piano.
Uma palhinha de sua trajetória
Desde criança,sempre me dediquei muito aos estudos.Pretendia ser padre e ingressei no seminário aos 14 anos, em Apucarana/PR.Dois anos mais tarde vim para Santa Catarina, para estudar no Pontifício Instituto das Missões Exteriores - PIME, o que acabou me trazendo a Brusque.Deixei o seminário no meio do curso de Filosofia e permaneci na cidade,exercitando a profissão que escolhi:professor. Além de lecionar, trabalhei também no Banco Meridional e, desde 1996, sou funcionário do poder judiciário. Nesse ano também realizei o sonho de ser professor no ensino superior, onde continuo e não pretendo parar tão cedo. Cursei mestrado e doutorado na PUC/SP e passo as semanas me dividindo entre as salas de aula, o Forum e muita estrada. Publiquei dois livros:minha rese de doutorado (Realismo e Falibilismo: um contraponto entre Peirce e Popper) e uma coletânea dos meus artigos do jornal Município Dia a Dia (Para Refletir: artigos para reflexão e discussão em filosofia, ética e temas transversais).
Grandes alegrias e quais tristezas viveu?
Sonhava em ser Padre
Qual
é a sua aspiração?
Desejo contribuir para uma elevação do nível educacional brasileiro, naquilo que me for possível, especialmente denunciando os inúmeros equívocos que dominaram o pensamento e a prática educacional das últimas décadas. Como uma aspiração mais pessoal, desejo ainda poder fazer um bom curso de teologia.
Desejo contribuir para uma elevação do nível educacional brasileiro, naquilo que me for possível, especialmente denunciando os inúmeros equívocos que dominaram o pensamento e a prática educacional das últimas décadas. Como uma aspiração mais pessoal, desejo ainda poder fazer um bom curso de teologia.
Costuma
ler jornais?
Com alguma frequência, mas especialmente pela internet.
Com alguma frequência, mas especialmente pela internet.
Referências: Publicado no Jornal Em Foco aos 15 de maio de 2015
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