terça-feira, 25 de agosto de 2015

COLUNA DEZ - Grandes nomes -IV - Educação - no prelo

EDUCAÇÃO
“Onde quer que haja mulheres e homens,
há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar,
há sempre o que aprender
Paulo Freire



ASCÂNIO SEDREZ

Filho de Miguel e Rosalinia Sant’ Ana Sedrez, natural de Tijucas, nascido aos 08.0622; cônjuge: Catarina Zucco Sedrez, casados em 11.02.50; nove filhos: Maria Angélica, Miguel Angelo (in memoriam), Marli Terezinha, Marco Aurélio, Maria Helena, Maria de Lourdes, Ascânio João, Eunice Catarina e José Augusto. Vinte e cinco netos.
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Uma palhinha da descendência
Maria Angélica casou com Sérgio Roberto Mulher, filhos: Sérgio Filho, Eduardo Alexandre, Paulo Ricardo e Maria Eduarda; Miguel Angelo era casado com Maria Aparecida Comandolli, filhos: Miguel Júnior e Bruna Carolina; Marli Terezinha casou com Gilson Roberto Deichmann, filhos: Alfredo, André Fernando e Karine Paula; Marco Aurélio com Solange Hadlic, filhos: Sabrina Beatriz, Fernanda Manoela, Tahisa Helena e Marco Aurélio Filho; Maria Helena com Antônio Carlos Fagundes, filhos Daniel Ricardo, Débora Cristina e Marco Paulo; Maria de Lourdes com Hilton Carlos Correa, filhos Sarah Luiza, Luiz Henrique e Suzana Elisa; Ascânio João com Adriana Farias, filhos: João Gabriel e Ana Carolina; Eunice Catarina com  José Luiz Paim Oliboni, filhos: Ricardo José, Maria Beatriz e José Augusto com Marinei Elisabet da Silva, filhos: Nathália e Júlia

Como foi sua infância e Juventude?
Minha mãe havia casado quando eu tinha quatro anos, com João Tavares de Oliveira Júnior. Vivi em Tijuca até aos nove anos, quando, no início de 1932, mudamos para Rio do Sul, onde permaneci até 1941. Nesse período estudei no Colégio das Imãs, até o quinto ano. Posteriormente, fiz os três nãos da Escola Normal Primária, quando em 1938, recebi o Diploma de Professor Primário. No período de 1938 a 1948, trabalhei na Fábrica de móveis, Fábrica de óleo de Sassafraz, em Itaquá, hoje, Presidente Nereu (3 anos). A partir de meados de 1945, passei a trabalhar com carroça puxada por quatro cavalos, às vezes, por cinco, dependendo da carga. Minha juventude a vivi como qualquer jovem daquela época.

Alguma curiosidade?
Um fato novo aconteceu quando os proprietários da Serraria, onde eu carregava madeira, me perguntaram se eu tinha Diploma de Professor. Respondi que sim. Ele me disse: vamos construir uma sala de aula onde
irás ser Professor das crianças de  nosso povoado. Não consegui pois, o político do Distrito de Itaquá, me ofereceu a oportunidade de vir trabalhar no Ribeirão do Ouro/Brusque, nas EERR Professora Maria Luiza da Silva Dias. Eu aceitei sua proposta e, em agosto de 1948, assumi meu primeiro magistério. Este fato me deu ocasião de conhecer a Catarina Zucco, também, Professora, nos finais de meses, nas reuniões feitas na cidade de Brusque, porém nunca conversei com ela. Em início de 1949, vim para Brusque, trabalhei na E.I Limeira I, só no dia 26.06.49, começamos o nosso namoro. Casamos no dia 11.02.50 e, no mesmo dia passamos a morar em Botuverá.

Formação escolar?
Em 1930, tive o ensino escolar particular, em 31, cursei o primeiro ano em Canelinha; de 32/35, cursei do segundo ao quinto ano, no Colégio SCJ, em Rio do Sul; de 36 a 38, freqüentei a Escola Normal Primária, anexa ao G.E. Paulo Zimermann, também em Rio do Sul, quando recebi o Diploma  de Professor complementarista; em 49, concluí o Curso Normal Regional quarta série, em Brusque.

Primeira Professora?
Minha primeira professora foi Dona Terezinha

Vida profissional?
De 1939 a 1948, diversas ocupações: de 39 a 41, Fábrica de móveis em Rio do Sul; fábrica de óleo de sassafraz de 42/45, em Itaquá; Serraria Theodoro  Werner, em Itaquá, de 45/46 e de 46 a 48, carroceiro em Itaquá. Em 48,  Professor diarista, durante quatro meses, em Ribeirão do Ouro; em 49, Professor Municipal, Limeira (Brusque), ao mesmo tempo em que cursei  a Escola Normal no C.C. Carlos Renaux; de 50/54, Professor Regionalista em Botuverá, responsável pela E.E.R.R Professora Maria Luiza da Silva
Dias; de 56 a58, Sesi de Brusque, início de 59, Professor Normalista, no G.E. Padre J. Stolte, em Botuverá; de 60 a 63, Professor Normalista no G.E. Feliciano Pires; em 64, Diretor de Grupo Escolar – concursado – na Escola Padre J.Stolfe, Botuverá; em 65, Diretor do G.E. Dom João Becker,  Brusque; em julho de 68, Inspetor Escolar Estadual em Presidente Getúlio;  em julho de 69, Inspetor Escolar em Camboriú; em 70, Inspetor em Indaial; de novembro de 1970 até 1980, Inspetor em Brusque e Botuverá;
de 81/83, Chefe da Divisão de Apoio Administrativo –DIVAD – na décima sexta UCRE, sendo que em março de 83, obtive o benefício previdenciário, como chefe da DIVAD, encerrando minhas atividades como funcionário do Estado.

Atuou em outras áreas?
De 1964 a 85 lecionei no turno vespertino no Colégio Honório Miranda, em seguida de 85 a 92, prestei serviços administrativos no Colégio São  Luiz e por seis anos e meio fui colaborador voluntário, principalmente nos setor financeiro, na Paróquia São Luiz Gonzaga, na época do Padre Ely Lobato dos Santos.

Como foi o período no Honório Miranda?
De 1964 a maio de 1985, fui professor, no período noturno no Colégio Cenecista Honório Miranda, onde nos últimos anos lecionei matemática para as sétima e oitava séries, oportunidade em que construí muitas  amizades,  que até hoje, me reconhecem como amigo e Professor.

Quando deixou o Honório Miranda foi para o Colégio São Luiz?

Deixei o Honório a pedido do Provincial dos PSCJ, Padre Murilo, hoje Arcebispo Dom Murilo Krieger, tendo naquele estabelecimento de ensino, prestado serviços administrativos, tais como: Secretaria, tesouraria..., neste período colaborei com os Diretores do Colégio, Padre Edésio (três anos), Padre Nestor (dois anos) e Padre Sérgio Heckemeir (três anos).

O casamento ainda é válido?
O casamento ainda é válido, sim. Entre dois seres vivos que se amam, e vivenciam de acordo com o desejo de Deus, que os quer ver felizes, formando uma família verdadeira, dando-lhes as bênçãos, para que cada um aceite o outro como ele é, não há nada que separe o casal. Catarina e eu somos felizes por termos vivido nossa união matrimonial, segundo o querer nosso em consonância com o querer de Deus, que abençoou  nossa união, dando-nos nove filhos, vinte e cinco netos, cinco genros e quatro noras, todos maravilhosos e unidos. Obrigado Senhor!

Grandes nomes na educação?
Elpídio Barbosa, Francisco Brazinha Dias, José Vieira Corte e Laudelino José Novaes.

Se não fosse professor?
Nunca pensei em ser professor, mas, Deus me deu esta vocação e me realizei plenamente.

Torce por algum clube?
Gosto de esporte, sem opção por clube algum. Torço pelo Brasil.

O Brasil tem acerto?
Sim, mas é preciso mudarmos muitas coisas a iniciar pela Educação, visando a formação integral do educando e, não só cultura intelectual, mas também formação interior, moral, ética...,para torná-lo indivíduo útil à Pátria e a seu semelhante, vendo neles alguém que merece amor, vida decente e humana. Hoje, dos nossos governantes de todos os poderes e esferas poucos mereceriam continuar nos postos que ocupam. Devemos todos nós, que aspiramos um Brasil melhor, mais humano, mais justo, tomar atitudes corajosas na hora do voto.

O que faz Ascânio Sedrez, hoje?
Além de gostar de assistir alguns programas de TV, gosto de trabalhar no jardim, também sou síndico do Edifício Vicente Só I e, colaboro com a Paróquia São Luiz Gonzaga. 40

 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 11 de fevereiro de 2006.

 BERNADETE DE OLIVEIRA FISCHER

A entrevistada desta semana é a Mestre em Educação, Bernadete de Oliveira Fischer, nascida em Brusque aos 11 de junho de 1953; filha do saudoso Estevam Augustinho de Oliveira (falecido em 2006, tendo sido
vereador durante três legislaturas) e de Emília Floriani de Oliveira (está com 78 anos); cônjuge: Edemar Fischer; filhos: Francine de Oliveira Fischer Sgrott, Caroline de Oliveira Fischer Bacca e Luiz Gustavo de Oliveira Fischer

Sonho de criança?
Meu sonho profissional sempre foi o de ser professora.

O que sente falta de sua infância?
Minha infância foi muito boa. Vivi no bairro de Santa Terezinha e não sentíamos falta de nada.

Quais as lembranças que têm de sua infância?
Lembro-me das brincadeiras com minhas duas irmãs, primas e amiguinhas no bairro Santa Terezinha. Em cada idade uma brincadeira: bonecas, tic-tac de panos recheados de areia feitos por nossas mães,  brincadeira de rodas com cantos, voleibol em um campinho próximo à nossa casa, batida
(jogo com bola entre duas equipes), brincadeira de esconder, amarelinha e tantas outras que as crianças de hoje nem imaginam que existiram.

Pessoas que influenciaram?Como escolheu a sua profissão?
Meus pais sempre priorizaram os nossos estudos. Minha mãe gostaria de ter sido professora, porém, na sua infância e juventude estudar era um sonho para poucos realizarem. Assim, estudar sempre foi um prazer para mim. As professoras que tivemos nos anos iniciais, na então Escola Municipal Santa Terezinha, hoje Escola de Educação Básica Santa Terezinha, também muito me influenciaram na escolha profissional. No primeiro e segundo ano tivemos como alfabetizadora a carinhosa e competente Dona Matilde Orlanda Teixeira Pozzi com a qual tive e tenho muita empatia e admiração. A ela devo meu gosto pela leitura e estudo. No terceiro ano tivemos como professora uma também brilhante educadora, a Dona Nadir
Schlindwein Morelli, que já se encontra na Casa do Criador e foi ela quem nos mostrou pela primeira vez uma máquina de escrever. No quarto ano tivemos o prazer de ter como professora a Dona Rute de Oliveira Medeiros, paciente, brincalhona, que descortinou para nós as belezas do Rio de Janeiro, como o Pão de Açúcar. Hoje, com a globalização e os meios de comunicação, intensamente usados estas descobertas não fazem sentido a uma criança de sete, oito ou nove anos. A partir do quinto ano e o ensino médio fiz no Colégio São Luiz, cujo diretor era o Padre Orlando Maria Murphy, educador à frente do seu tempo e que orientou minha formaçãoprofissional. Destaco como influência na minha escolha duas professoras
da área de Ciências: Regina Moritz e Maria Celina Coelho Gonçalvez, esta também está do outro lado. No curso superior de Ciências Biológicas tive vários e bons professores que me fizeram ter certeza da escolha que fiz. Na genética a professora Norma Odebrecht, na zoologia o professor Leandro Longo, na botânica o professor doutor Roberto Klein, cujos fascículos de sua tese de doutorado guardo comigo como presente deste grande botânico, na ecologia o professor Alceu Longo. Tantos outros mestres tive em minha trajetória, todos fazem parte da história de formação desta professora apaixonada pelo ato de educar.

Histórico escolar ?
1960 – 1963 Anos Iniciais na escola Municipal Santa Terezinha; 1964 – 1971 Anos finais e ensino médio Curso Normal (matutino) e Curso de Técnico em Contabilidade (noturno), no Colégio São Luiz; 1972 – 1975 Curso de Ciências Biológicas, na FURB, em Blumenau; 1976 – 1977 Curso de Pós-Graduação em Genética Humana, FURB/UFRGS e 1987 – 1990 Mestrado em Educação, UFSC, em Florianópolis.

Há quanto tempo está formada?
Ciências Biológicas em 1975, Pós-Graduação em 1977 e Mestrado em 1990.

Como conheceu o Edemar?
Conheci o Edemar Fischer nos primeiros dias de aula do curso Técnico em Contabilidade, no Colégio São Luiz, em 1969. Namoramos 5 anos e nos casamos em 19 de janeiro de 1974, portanto, há 40 anos.

Como surgiu Ciências Biológicas em sua trajetória?
A escolha por Biologia deveu-se à minha curiosidade em estudar: a origem dos seres vivos, a influência da genética, os cuidados com o ambiente, os animais, as plantas, ... Defendi em minha Dissertação de  Mestrado que as crianças nascem curiosas e investigativas. É preciso que os pais e professores cultivem estas características que irão contribuir para que as crianças gostem da escola e amem estudar.

Fale sobre seu tempo de professora na EEB Dom João Becker
A Escola de Educação Básica Dom João Becker foi a minha segunda casa. Como já disse, iniciei meus trabalhos lá em 1978 e de lá só saí aposentada, em 1997. Foram dezenove anos de muito trabalho e dedicação aos tantos alunos que por lá passaram. Sempre digo que se me fosse dado voltar aos
18 anos, certamente eu escolheria ser professora. Sei que a realização em minha carreira profissional deve-se ao fato de eu sempre ter sido tratada com respeito pelos meus alunos, seus pais e pelos amigos professores com os quais até hoje convivo. No percurso do Dom João Becker atuei comoprofessora de Ciências e Biologia e durante 4 anos fui diretora da escola.

E seu trabalho na Unifebe?
Trabalhei na Unifebe durante 31 anos. Como citei anteriormente, atuei como professora de biologia no Curso de Ciências, licenciatura de 1º. Grau, bem como fui coordenadora deste curso (1976 – 2000). A partir de 1987 atuei como professora de Biologia Humana, Higiene e Puericultura e Metodologia do Ensino de Ciências no Curso de Pedagogia. A partir de 1998 até aumentei minha carga horária na função  administrativa na FEBE, sendo responsável pelos projetos de cursos novos, de reconhecimento
dos cursos existentes e projeto de transformação da instituição em Centro Universitário de Brusque, Unifebe.

A educação ontem e hoje?
Estudando a História da Educação Brasileira vemos que cada época ou período de nossa história foi e é caracterizada por diferentes modelos - político, econômico, social – e que em cada período, dá-se uma efervescência de ideias que exigem nova metodologia e organização escolar. O surgimento de novas metodologias na educação explica porque alguns pais reclamam que os filhos aprendem menos conteúdos que eles. Nas últimas décadas a organização escolar e a metodologia do ensino tiveram várias mudanças
para atender as exigências dos modelos social, econômico e político pelos quais o país passou. Antes os alunos decoravam para serem arguidos e, passavam de ano mediante a reprodução dos conteúdos assimilados.Hoje o ensino contempla a construção do conhecimento. O aluno aprende pensando e elaborando seu próprio conhecimento a respeito dos conteúdos apresentados pelos professores. Hoje todas as disciplinas devem ter ligação entre si. Eu, particularmente, fui alfabetizada pela metodologia da escola tradicional e tive o privilégio trabalhar no ensino fundamental, médio e universitário com uma metodologia construtivista. Hoje e ontem educar é uma arte e como tal deve ser feita por profissionais que amam
o que fazem e que usam o diálogo como ponto de partida. O educador dever ter competência técnica e política para poder fazer da escola um lugar aprazível e feliz para ele e para os alunos. Mas acho que ainda não respondi seu questionamento sobre a educação ontem e hoje. Vejo hoje um dos grandes problemas que interferem nas escolas: falta de políticas públicas para a educação que incentivem jovens escolherem a profissão de educador. Quando os adolescentes concluem o ensino médio muitos não sabem qual a profissão querem seguir, mas quase todos sabem o que não querem: não querem ser professores. Esta realidade difere muito dos anos sessenta, setenta e oitenta, quando abraçar a licenciatura e tornar-se
professor era uma das primeiras escolhas dos concluintes. O que mudoutanto em tão pouco tempo? Basicamente, a falta de valorização da nobre profissão de educar.

Uma palhinha de sua trajetória?
Exerci o cargo de professora de Ciências e Biologia no Colégio São Luiz (de 1973 a 1986 e de 1996 a 2000); professora de Ensino Fundamental, anos iniciais na Escola Alberto Pretti na Limeira (1976); professora de Ciências nas Escolas de Educação Básica Feliciano Pires (de 1975 a 1976); Santa Terezinha
(ano de 1995); Dom João Becker (de 1978 a 1997); sendo que nesta unidade escolar atuei como Diretora durante os anos de 1990 a 1994. Atuei no Ensino Superior como Coordenadora e professora de Biologia do curso de Ciências, licenciatura de 1º. Grau e professora de Biologia Humana, Higiene e Puericultura e Metodologia para o Ensino de Ciências no curso de Pedagogia durante os anos de 1976 a 2007.

O que você mudaria - se pudesse - na profissão que exerce?
Na minha profissão sempre lutei para fazer o melhor de mim. Se não acertei tudo, porque sou somente humana, paciência. Todavia, meu maior desejo sempre foi o de ver meus alunos terem interesse em descobrir e construir o conhecimento apresentado e, sobretudo, sentirem-se felizes por ocuparem a maior parte do seu precioso tempo de criança, adolescente, jovem ou adulto com a escola, colégio ou faculdade. Hoje fico muito feliz ao saber que muitos dos meus ex-alunos fazem parte do sistema produtivo de Brusque e região nos vários setores, público ou privado, empregados ou  empregadores, profissionais autônomos, enfim, homens e mulheres que, a seu modo, estão colaborando com a história da humanidade.

Quais os melhores livros que lá leu?
Em cada idade um livro marcou-me: Meu Pé de Laranja Lima, O Pequeno Príncipe, Capitães da Areia, Mulheres da China, O Caçador de Pipas, A Menina que Roubava Livros, A Última Música, várias  biografias.

O que está lendo atualmente?
Como eu era antes de você, de Jojo Moyses

O que você aplica dos grandes educadores, das experiências que teve, no dia a dia?
Em minha formação de Mestre em Educação conheci pessoalmente Paulo Freire. Minha prática docente foi pautada nas obras deste brilhante educador brasileiro, bem como nas que dele emanaram.

Repensando o fazer pedagógico no ensino de ciências?
Conforme já escrevi anteriormente, meu legado para o ensino, se assim posso falar, é que a aprendizagem se faz através do ato de pensar. Para mim, não há aprendizagem se o professor não conseguir levar o aluno a
pensar sobre o objeto do conhecim ento a ele apresentado. Isto serve para qualquer ensino e para o ensino de qualquer objeto, de qualquer conteúdo.

O que a incomoda?
Incomoda-me a passividade das autoridades frente à educação e à saúde públicas. Falo em autoridades porque é delas que emanam as decisões.

Quais são as suas aspirações?
Peço a Deus saúde e vida longa para acompanhar os professores fazendo concurso para disputar vagas nas escolas públicas. Deste modo as famílias não precisariam fazer tanto esforço para pagar escolas particulares e todas as crianças, “inclusive as do norte e nordeste brasileiros”, teriam acesso à escolarização de qualidade, uma vez que o que vemos hoje, nestas regiões, é deprimente. Desejo o dia em que os cidadãos de todas as regiões deste país sejam atendidos pelo Sistema Único de Saúde, sem demora e com qualidade de atendimento. Desejo que nossos jovens fiquem no Brasil e não necessitem procurar trabalho em outro país. Desejo uma juventude livre das drogas e da insegurança.

Uma alegria?
Duas etapas de minha vida foram marcadas com uma alegria incontida: o nascimento de nossos três filhos (Francine, Caroline e Luiz Gustavo) e o nascimento de nossos três netos – Helena (5anos), Pedro (4 anos) e
Henrique (3 anos).

Qual o maior desafio que enfrentou até agora?
O maior desafio que enfrentamos foi há quase 6 anos quando nosso filho Luiz Gustavo recebeu o diagnóstico de LMA (leucemia mieloide aguda). Doença que afeta os glóbulos do sangue e que o levou a morte em 21 de junho de 2010. O maior desafio é continuar vivendo sem um de nossos filhos. Asseguro que somente pela Fé em Deus e a solidariedade dos familiares e amigos é que estamos continuando nossa caminhada.

Finalizado, alguma mensagem?
Depois de falar deste desafio de superar a perda de um filho de 26 anos,  deixo aqui uma mensagem aos jovens. “Aproveitem suas vidas estudando, trabalhando, divertindo-se, vivendo com seus familiares e amigos, sem desrespeitar sua própria vida. Seu corpo necessita de alimento, água e exercício e não de álcool e drogas lícitas ou ilícitas. Viva intensamente cada momento e não deixe que a imprudência, nas mais variadas formas, ceifem sua vida precocemente”.

Referências: Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 14 de fevereiro de 2014.


CACILDA BARTELLI IMHOF
Filha de Santo Bartelli e de Adélia Gervásio Bartelli; natural de Brusque, nascida aos 26.12.32; viúva de Arlindo Imhof; quatro filhos: Ciro Francisco, Jonas (in memoriam), Joel e Jussana. Três netos: Ciro Francisco Júnior e Eduardo Jonas (Ciro Francisco), Bárbara (Joel).

O que lembra da infância?
Bem me lembro da infância a grande alegria quando íamos passar na casa do avô Francisco Gervásio, lá em Camboriú. Andávamos de carro de boi, carroça, íamos nas cachoeiras e caíamos n’água, ah, e os laranjais e os cafezais!

E da juventude?
Da juventude, lembro que passava muito em Florianópolis, onde passei diversos carnavais.

Educandários que frequentou?
Fiz o antigo Primário no Feliciano Pires; o Complementar no Luiz Augusto Crespo – que funcionava junto ao Feliciano Pires; o Normal no Colégio C.Carlos Renaux e a Graduação no Normal eu fiz já lecionando.

Como surgiu o interesse pelo magistério?

O meu interesse pelo magistério surgiu com as brincadeiras que fazia quando menina, sempre brincando de escolinhas e eu dando aulas.

Espelhou-se em alguém?
Gostei muito de minhas professoras e acabei me espelhando nelas.

Quando conheceu o Arlindo?
Conheci quando tinha dezesseis anos, o Arlindo e aos vinte, subimos ao altar.

Primeira professora?
Minha primeira professora foi a Sílvia de Oliveira.

Melhores professores?
Entre outros, destacaria: o saudoso Alexandre Merico, Olga Ramos Krieger de Carvalho, Maria Appel e Izaura Gevaerd.

Em que escolas atuou no magistério?
Trabalhei, inicialmente, na Escola Isolada de Limeira II, lecionando para as quatro séries , na mesma sala; depois, no Feliciano Pires e, em seguida, no Araújo Brusque, em ambas escolas trabalhei com o segundo ano e posteriormente, já formada no Normal, lecionei no Brilhante I, novamente, com as quatro séries na mesma classe; Prosseguindo, fui trabalhar no Limoeiro, com o segundo ano e, finalmente, no João Becker, como Auxiliar de Direção, quando, então, obtive o benefício previdenciário.

Um comparativo: o aluno de ontem e o de hoje?
A diferença entre o aluno de ontem e o de hoje é enorme; antigamente havia mais respeito, disciplina e os pais olhavam mais para os filhos e davam mais apoio aos professores, hoje, não tem mais isso.

Grandes nomes na educação?
Entre tantos, citaria: os saudosos Laudelino José Novaes, Vertolino Schutz, Francisco Brazinha Dias e o José Vieira Corte, que ainda vive e a Zilma Maria Lenkul Teixeira.

Alunos e alunas que deixaram lembranças?
Lembro bem de Silésio Silveira, Padre Jacó Archer, Darci Pereira, popular Pereirinha, Pedrinho Rosa, Nilo Eccel, o saudoso Tito Bianchini, os Schaadts, também eram bons alunos e a Hercília Bastiani.

Se não tivesse sido professora?
Tinha a ideia de ir para o convento.

Com a saída da mulher para o mercado de trabalho, os filhos trilharam caminhos adversos?
Acredito que sim, pois com o exercício de atividade profissional, muitas mães não podem manter empregadas, que dêem atenção que as crianças precisam.

Exerceu algum outro cargo ao Município de Brusque?
Sim, integrei, por oito anos, o Conselho Municipal de Saúde.

Costuma ler jornais?
Leio jornais de vez em quando.

O que é uma sexta feira perfeita?
É aquela que finda a semana e que dei conta dos compromissos da semana.

Lazer?
Ah... ir à praia, jogar baralho, visitar amigas e exercer atividades, que me envolvem e encantam, tais como: colaboro com o café vocacional – juntamente com Luci Ramos – na Paróquia São Luiz Gonzaga; Presido a Associação dos Professores Inativos de Brusque; Coordeno o Núcleo Regional da Associação Catarinense de Professores e sou Coordenadora Comarcal da Paróquia da Pastoril da Saúde e dos Enfermos e, também participo de velórios, dando apoio e assistência espiritual aos familiares.

 Referências: Entrevista publicada em A Voz de Brusque aos 19 de setembro de 2008.

CELERINO RAUBER

 Filho de Fermino Adolpho Rauber (in memoriam) e de Maria Selvina Rauber; natural de Iporã do Oeste/SC, nascido aos 03.02.64. São em onze irmãos: Belmiro, Aládia, Lino, Ana, Maria, João, Gelásio, Wilma, Jacinta, Dalvino e Celerino. Torce para o Internacional.

Como foi a sua infância e juventude?
Muito boa. A infância e até aos 15 anos, foi junto com a família, em Iporã do Oeste/SC, na agricultura. Havia muito espaço para brincar, nos campinhos de futebol, no meio dos pastos. A escola ficava a quatro quilômetros de casa e diariamente era uma festa fazer esse trajeto. Com vários colegas vizinhos. Dos 15 aos 22 anos, estudei no Seminário. Iniciei em Curitiba, passando por Jaraguá do Sul e Brusque. Um privilégio. Sem dúvida a melhor escola possível. Formação integral. Após sair do Seminário - quatro anos como Repórter do Jornal Santa Catarina e Professor. Mais adiante, só Professor e Diretor da Escola Georgina e ainda Professor no Ensino Superior.

Como foi a educação recebida de seus pais?
Foi muito interessante. Como sou o décimo de uma família de 11 irmãos, o mais velho é 21 anos mais velho e é Padre, tendo exercido uma grande e positiva influência sobre os demais, principalmente os mais novos. Faz parte dessa educação, alguns princípios indiscutíveis, como honestidade, senso de justiça, solidariedade, amor ao trabalho, como único caminho para obtenção das coisas, em meio a muitas dificuldades de uma vida muito dura na lavoura.

Primeira Professora?
Dona Bertila. Uma senhora muito dedicada. Quando fui para a Escola, mal falava a língua portuguesa, pois em casa só se falava em alemão. A Professora não só tinha o trabalho de ensinar a ler e escrever, mas também de falar o português. Era uma tarefa árdua para ela, mas desempenhou com muita competência.

Formação escolar?
O ensino fundamental foi em Iporã do Oeste. O ensino médio em Curitiba, no Seminário, a Graduação em Estudos Sociais, na Febe, a Especialização em Geografia, na Univali, a Especialização em Fundamentos da
Educação – Convênio Febe /Furb e Mestrado em Educação na Furb. Um caminho percorrido sempre com o objetivo de buscar o desenvolvimento pessoal e prestação de um serviço qualificado na educação, seja qual for a atividade exercida, seja Professor, Diretor etc.

Quais as metas traçadas por sua Diretoria quando assumiu a Pasta? Quais as metas já alcançadas?

 Quando assumi a Diretoria de ensino, vim de sete anos como Professor da Rede Municipal seguidos de outros sete anos como Diretor de Escola. Portanto, com conhecimento prático do que se passa com o Professore com o Diretor no seu dia a dia. Agora estão se completando os sete anos como Diretor de Ensino. O que posso afirmar, com toda segurança, é que os nossos Professores, de maneira geral, são muito comprometidos com a Educação. Levam o trabalho muito a sério e a minha função, em conjunto com a equipe da Secretaria, permitiu que articulasse melhor o trabalho entre todos, ou seja, que se sistematizasse uma proposta de trabalho,construída coletivamente, com o envolvimento e participação de/ todos. A partir dessa proposta, que inclusive já está na segunda edição, cada escola construiu o seu Projeto Político Pedagógico e cada Professor,o seu planejamento anual, bimestral e diário. Portanto, uma interferênciadireta na ação pedagógica de cada profissional. O fato de ter um trabalho  planejado, facilita, inclusive, na percepção das deficiências e necessidades e a formação continuada, palestras, cursos etc, tem sido sempre promovidos, com base nessas observações e ouvindo os profissionais. Assim, o trabalho é muito dinâmico e a Rede cresceu não só em números, mas em qualificação de todo o processo, criando novos projetos, conforme as necessidades apresentadas. No momento atual, estamos debruçados sobre a ampliação do ensino fundamental de 8 para 9 anos. Essa ampliação tem fortes implicações pedagógicas e nós precisamos dar conta das mesmas. Portanto, a meta principal é organizar e planejar o trabalho, mas trata-se de um processo dinâmico, com novidades e conflitos diários a serem administrados e superados. Este será, inclusive, o legado que ficará. Quem vier depois, terá o enorme desafio de dinamizar o processo educativo. Brusque é um município em “eferverscência”. A educação acontece neste contexto.

O que poderia ser aperfeiçoado em sua área de atuação? (que depende de outros)
Na verdade dependemos de uma série de elementos. Poderíamos dizer que os Professores poderiam vir melhor formados das universidades. As universidades vão dizer que os alunos ingressam com base muito fraca e somos nós, do ensino fundamental e médio, que encaminhamos os alunos para a faculdade e aí se vai estabelecendo um jogo de empurra-empurra que não leva a solução nenhuma. Eu acredito que o melhor caminho é uma aproximação entre todos os envolvidos com o processo educativo. Mas sem dúvida é a formação ou qualificação dos profissionais que faz toda a diferença, aliado, é claro, a sua devida valorização e garantia de infraestrutura necessária, como material didático adequado e todos os materiais necessários
para o ato pedagógico. De 2001 para 2007, o número de alunos da Rede Municipal dobrou. Passou de 4500 para 9000 aproximadamente. É evidente que esse crescimento exigiu da administração um esforço extraordinário, para ampliar a rede física, ampliar o quadro de profissionais enfim, todos os elementos que se fazem necessários. É um desafio muito grande e complexo. Nas avaliações que vem sendo feitas, inclusive pelo Ministério da Educação, nós conseguimos nos situar nas primeiras posições. Mas é preciso ter consciência de que a qualidade da educação no Brasil é fraca e não podemos nos dar por satisfeitos. Há muito que se fazer e estudar.

Grandes nomes na educação?
Todos os meus Professores, com destaque ao Padre Nestor Eckert e Tadeu Mikowski. Mas como estou em Brusque, desde 1984, todos os Secretários da Educação deram o melhor de si e para mim são grandes nomes na educação: Ana Maria Leal, Celso Westrupp, Padre Nestor Eckert, Mauro Junglaus, Eliane Busnardo, Delmar Tôndolo, José Zancanaro, Marilisi Fischer. Cada um deles com suas respectivas equipes de trabalho e Professores do seu tempo. Eles estão presentes no presente e estarão presentes no futuro da Rede Municipal e Brusque deve muito a eles.

Quais as melhores obras que já leu?
Foram muitos bons livros. Gosto de literatura, filosofia, sociologia e educação.  Em literatura poderia citar: “O nome da Rosa” de Humberto Eco; “O velho e o Mar”, Ernest Hemingwai; “Morte e Vida Severina”, João Cabral de Melo Neto. Enfim, a literatura encanta. Em filosofia li alguns clássicos, como “O Principe”, Nicolau Maquiavel, que é muito marcante. “Discurso e Método”, René Descartes e outros. Mas gosto muito de “O Ponto de Mutação”, Fritjof Capra; “A Dança do Universo”, Marcelo Gleiser. A filosofia, a partir do momento que você começa a compreender, se torna muito significativa e trás respostas para muitas questões e circunstâncias que a vida apresenta. Em Educação gosto dos livros de Paulo Freire. Citaria “Pedagogia
da Autonomia”. Também, de Hugo Assmann “Reencantar a Educação”. Ubiratan Dambrósio “Educação para uma Sociedade em Transição”. Gosto de ler e a leitura nos torna melhores.

‘Atualmente o que está lendo?
Atualmente estou lendo várias coisas ao mesmo tempo. Inclusive, estou retomando alguns estudos de latim com “Programa de Latim”, de P. Júlio Comba. “A Era dos extremos”, de Eric Hobsbawm. E acabei de ler um livro encantador chamado “Pergunte a Platão”.

Lê jornais? Tem lido a Coluna Dez? Vale a pena?
Também costumo ler jornais, diariamente. A Coluna Dez tenho lido e vale  a pena porque conhecer um pouquinho melhor as pessoas, os enriquece muito e a Coluna Dez presta este serviço, de mostrar as pessoas e todos têm a contribuir, até mesmo ou talvez, ainda mais, aqueles que pensam e veem o mundo de maneira diferente de como a gente o vê.

O casamento ainda é válido?
Fui casado por dois anos e meio. Estou separado há dez anos. Meu pai faleceu há três anos, justamente, um ano antes de completar 60 anos de casamento. Foram dois casamentos que foram válidos. Diferentes no tempo e na duração e na maneira como terminaram. E se terminaram é porque houve motivos para isso. No caso dos pais, porque ele faleceu e no meu caso, com a Íria Frisanco, que tivemos uma separação amigável, porque separados seríamos mais felizes. Diante desta experiência, penso que o casamento é válido e que deve ser motivo de felicidade. Quando não é, deve terminar.

Pensa em sair como candidato no próximo pleito eleitoral?
Gosto muito da educação e a educação depende muito de decisões políticas. E esta é uma grande responsabilidade. Por isso já fui candidato a vereador em 2000. Sempre entendi que estava naquele caminho para prestar um serviço. Recebi 477 votos e fui o segundo suplente. O meu partido que é o PDT, o que me deixou bastante satisfeito. Na última eleição recebi convite do partido para candidatar-me  novamente, mas achei melhor apoiar um candidato da educação, que é o vereador José Zancanaro, que está exercendo o seu mandato. Na próxima eleição gostaria de ver um Professor na Câmara de Vereadores e eu prefiro apoiar alguém do que ser o candidato.

O Brasil tem acerto?
É claro que tem. O Brasil é um país jovem em relação ao restante do mundo civilizado. Quando a gente é jovem, a não ser que se tenha nascido em berço de ouro - o que não é pecado- a gente tem que construir a vida. Aos poucos. Estudar. Trabalhar. Se estruturar. É próprio da juventude, ter energia e força para enfrentar as adversidades. E é assim que vejo o Brasil. Um país jovem e que será uma potência. É  necessário que se purifique. Há muita corrupção interna e exploração externa. Mas isso, acontece por ser
jovem e por isso vulnerável. Os jovens precisam se cuidar e merecem ser cuidados pelos adultos. O Brasil da mesma forma. Os jovens estão perdidos porque são vulneráveis? De jeito nenhum. E assim também o Brasil.

A administração Ciro Marcial Roza está no caminho certo?
Eu vim morar em Brusque em 1984. No ano da grande enchente, que torturou a cidade. Hoje vejo que Brusque deu a volta por cima. É um espírito diferente. Um povo trabalhador, mas também, muito  empreendedor. O Ciro Roza tem o respaldo que tem porque é quem melhor incorpora  este espírito. A administração do povo, não pode estar na contramão deste mesmo povo, mesmo que desagrade a uma parcela, o que é natural. O Prefeito tem muito claro esta visão. Ele conhece a cidade que administra
e por isso não abre mão do seu ponto de vista. O artigo primeiro da Constituição Federal diz que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos direta ou indiretamente, nos termos desta constituição”. Ciro Roza faz isto.

 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 10 de janeiro de 2008.


CELSO WESTRUPP

Filho de Apolônio e Leonila Berkenbrok Westrupp; natural de São Luís do Município de Imaruí/SC, nascido aos 28.03.1942. São em 17 irmãos: Nair, Dom Nelson, Nestor, Nadir, Antônio, Nárdi, Lourival, Terezinha, Ivone, Vilson, Luiz Gonzaga, Maria Goreti, Fidélis, Donato, Odilo, Adelson e Celso. Seis filhos: Celso Júnior, Sérgio Luiz, César Augusto, Sandra Helena, Cristiane e Carlos Eduardo. Cinco netos: Ana Caroline, César Augusto júnior, Vítor, Jaqueline e Augusto César. Torce pelo Paysandu, Santos F.C. e
Fluminense.

O Honório Miranda?
O Honório Miranda foi uma maiores experiências que tive na vida, sobretudo pelos desafios que se apresentaram no dcorrer de todos os tempos, dadas a origem e a natureza da própria escola. Atei 36 anos como Professor e Diretor (01.03.1966 a 28.02.2002

Salomão Ribas Júnior?
Salomão Ribas Júnior: Uma das figuras mais notáveis do Estado de Santa Catarina, pela suja clarividência e pelo seu notório saber, além de um grande cenecista e colaborador do Honório Miranda.

Grandes nomes no Honório Miranda?
Entre outros, evidentemente que não seria possível nominar todos: pela CNEC: Euclides Visconti (fundador) Laércio Knihs, Oly Rodrigues, Aldo Ramos, Mário Mayer e pelo Colégio: Júlia de Oliveira, e Padre Orlando Maria Murphy e tantos outros que fizeram a história da CNEC e do Colégio em Brusque.

Como Vereador, pontos positivos?
Participar da vida pública é indiscutivelmente uma coisa muito importante para qualquer cidadão. Da vida política passa a ser uma questão de opção, dados os ideários que conduzem os partidos políticos. Neste contexto o tempo que exerci o mandado de Vereador e Presidente da Câmara foi sem dúvida um dos períodos mais importantes de minha vida pública  e política, porque o Poder Legislativo consolida e legitima a democracia. Por isso não creio que existam pontos negativos no exercício de qualquer mandato, apenas, qualquer um pode errar, por excesso ou por omissão e sempre quem tem o direito e o poder de julgar é o eleitor.

Como Secretário de Educação no primeiro mandato do Ciro Marcial Roza?
No período de 89 a 92, quando do primeiro mandato de Ciro Marcial Roza, ocupei o cargo de Secretário Municipal de Educação, que foi exatamente o início do governo Ciro, pela reforam administrativa, que se compôs a estrutura político-administrativa em nível de secretários municipais. Foi um período muito fértil e profícuo, tendo em vista que foi também nesse período que aconteceram as principais reformas do ensino municipal de Brusque e também uma grande ampliação da rede física e pedagógica do Sistema Municipal de Ensino.

Idos de 1968: Laércio Knihs e Euclides Visconti. A força do exemplo na construção do Honório Miranda.

O Sr integrou o Legislativo e o Executivo. O relacionamento dos Poderes?
O poder Executivo dentro da configuração do sistema tripartite dos poderes:Executivo, Legislativo e Judiciário, é o que atua mais diretamente no envolvimento das necessidades da pessoa humana, porque nossa forma de governo é presidencialista, portanto a decisão do Executivo, normalmente, é uma decisão quase unilateral, pela própria natureza do cargo –Presidente, Governador e Prefeito. O Legislativo é a caixa de ressonância das ações de governo do Poder Executivo, precisa interpretar mais de perto as ações do Poder Executivo. O Judiciário é um poder constituído para manter o equilíbrio, o acompanhamento e determinar o fiel cumprimento das leis. Daí entre o Executivo e o Legislativo sempre existirem conflitos,
porque no Legislativo existem todas as correntes interpretativas do sentimento do povo.

O Sr acompanhou a Câmara Júnior em Brusque?
Embora não tenha participado ativamente desse movimento, iniciado em Brusque pelos idos de 59/60, acompanhei por muitos anos, embora à distância, mas podendo avaliar os efeitos das ações daqueles que buscavam pela cultura, pela arte e pelo conhecimento da vida comunitária de Brusque dar um sentido maior na descoberta de novas lideranças, registrando-se entre outros: Dercy Zimmermann, João Celso Schoening,
Luiz Gianesini, Nelson Cadore, Ademir Petermann e Ivan Roberto Martins.

Homenagem 25 anos da CNEC - Euclides Visconti discursando e sendo levado ao ar, pelo microfone do aluno e radialista Dario Silva. Nos fundos, o Diretor Celso Westrupp.

Quais as metas da Secretaria de Integração e Assuntos Internos?
Atualmente ocupando a Secretaria de Integração e Assuntos Internos, que tem por finalidade assessorar internamente as questões político- -administrativas das demais Secretarias e componentes, tenho procurado
desenvolver tais atividades para que de forma homogênea, os projetos político-administrativos de  Ciro/Dagomar possam alcançar seus objetivos  com pleno êxito.

Fatos marcantes?
Destacaria: as circunstâncias em que me elegi vereador em 1972, quando durante todo o período de campanha estive internado no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, onde extraí um rim e, que alguns amigos levaram meu nome e a minha mensagem de otimismo e perseverança aos eleitores de Brusque, que me consagraram o direito de ser vereador. Os episódios ocasionados ao longo do tempo de Diretor do Colégio Honório Miranda, desde o início da construção do prédio próprio até a sua conclusão.  Os movimentos estudantis criados e desenvolvidos dentro do Colégio, tendo como carro-chefe desses movimentos o Grêmio Estudantil 8 de março, que promoveu e despertou inúmeras lideranças em Brusque.

Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 26 de setembro de 2003.

 DUZILINA TRINDADE, popular Dudu Trindade

Viúva do capitão Trindade – Benedito João Farias; quatro filhos, que na verdade são cinco: Nilton, Nilo, Nelson e Neli, e adotou João. Tem dezoito netos e 15 bisnetos. Está com 94 anos de idade.

A alegria de viver e essa força estampada no seu semblante, indicam que presente ainda lhe pertence e, que a solidão não tem vez  com Dona Dudu?
E como.... acredito em minhas forças, e é nesta fase da vida que pode-se ver e entender tudo melhor. Tenho uma felicidade imensa no coração, no sentido de viver uma vida produtiva, utilizando-se da experiência adquirida através dos anos, são 94 anos de vida bem vividos. Solidão não se aproxima de mim. Aliás, solidão não é dever de ninguém, muito menos de um idoso, temos direito a alegria e de realizações. Quem me conhece, sabe que estou falando a realidade que vivo

 A oportunidade de crescimento e realização perde espaço com o passar dos anos? Seus momentos de lazer conquistaram seu tempo?
As oportunidades de crescimento e realização não diminuem com o envelhecimento, ainda mais quando se unem aos grupos vivos. Gosto de dança, e olha que ainda não arrasto os pés, o compasso é certinho. Dizem que sou a menina dos olhos do Evaldo - esposo da Coordenadora do Clube dos Idosos, a Catarina E.  Moresco. No canto do salão não fico plantada. Vibro e canto em cada música romântica. Quero ser  sincera, o que gosto mesmo é literatura. Sou muito curiosa, gosto de saber das coisas: leio o jornal diariamente e tenho livros na cabeceira da minha cama. Literatura é amiga e terapia, e não uso mais óculos. Ah, foi o que mais aproveitei. Viajei muito, em virtude de meu esposo ser removido, devido a promoções de seu cargo, fazendo com que conhecesse lindas cidades. Bolão é minha paixão; pertenço a um time formado por senhoras, denominado ABC – iniciais dos saudosos Arnoldo, Beno e Celso Schaefer. Guardo com carinho 10 medalhas que conquistei com meu entusiasmo.

Quer dizer, que a renovação esta na agenda do idoso?
Carregamos o peso dos anos, o nosso lema é transmitir experiência às gerações futuras. Somos diários vivos. Resta tanto a fazer, não nascemos só para viver, em todo lugar há tantas forças vivas esperando o toque da ação conjunta. O exemplo aí está, o Estatuto do Idoso, assegura a todos que acreditam: estendam as mãos e tracem planos. Agir é demonstrar o que sabes. Não existe limite de idade para buscar a felicidade, sonhar, realizar, aprender, se doar e amar, sempre é tempo. O tempo me trouxe uma coroa:
os meus cabelos branquinhos e em cada ruga do meu rosto uma história, a foto comprova. Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje; cada dia é uma pequena vida; plante agora é assim que penso.

A vida é uma sucessão de lições?
Olhando para trás você verá que os momentos bons de sua vida, os momentos que realmente viveu são aqueles em que você agiu com coragem e verdade em tudo. A natureza nos indica: nascer, crescer, viver e morrer... sempre alegria e bom humor.

O que dá sentido à vida? Qual a maior riqueza que dá sentido à vida?
A minha maior riqueza é meus filhos, netos e bisnetos e os vínculos de amizade que tracei. Nunca vou conseguir somar as minhas amizades, realmente são tantas, tantas....Em cada coração encontrei um amor guardado, aprecio, admiro e amo a todos.

O caminho é iluminado pro Deus?
A vida longa é uma estima, um afeto de Deus. Uma vida digna que ajude a enxerga as coisas realmente importantes, é assim que Deus mostra o caminho para chegar a longevidade. Tenho uma relação particular a direita de Deus, vale a pena buscar. Cultive a amizade, nenhum caminho é longo, quando um amigo nos acompanha, sem esquecer que somos criados à imagem e semelhança de Deus.

Tem lido a Voz de Brusque e a Coluna Dez?
Sim, leio e ao ler a Coluna Dez, reconheço e revejo pessoas que há muito tempo não via. Sou fá dessa  Coluna. (- Assim a Coluna fica toda faceira....) Também agradeço a oportunidade ao Jornal A Voz de Brusque e aos todos os leitores, deixando meu abraço fraterno.

 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 29 de fevereiro de 2008.

GILSON DOS SANTOS BITTENCOURT

Filho de Jerônimo dos Santos Bittencourt e de Maria de Lourdes Côrrea Bittencourt; natural de Nova Trento, nascido aos 27.03.70. São em cinco irmãos: Maria Bernadete, Sônia, Aparecida, Janete, Fabrício e Gilson. Torce pelo Sport Club Brusquense – Carlos Renaux e C.R Flamengo.

Com o foi sua infância e juventude?
Com licença, deixa-me ser adulto primeiro, para depois poder falar de minha infância e juventude. Atualmente sou Professor na E.E.B.Feliciano Pires, e leciona nas disciplinas de Filosofia e Sociologia. Namoro a Ana Cristina Karing- filha caçula de Valmor e Renate Karing - com quem pretendo me casar. Mas é verdade, eu tive infância da seguinte forma: muito futebol – um pouco de trabalho – quase nada de estudo – e pescaria. Então minha infância foi preenchida com muitas atividades. Atividades das quais me
abasteceram com energias para chegar até a juventude. Adolescência: O futebol foi ficando para trás aos poucos... aos dezesseis senti a crise existencial se avassalar. Só conseguia ainda trabalhar. Sentia-me importante para outras atividades. Gradualmente, a medida que ia me inconformado com a situação – que era sempre uma situação dada e não escolhida – comecei junto com alguns amigos , a me interessar por música. Rock em geral e movimento Punk, em particular. A partir de então formei três bandas de garagem, sendo que a última – o Da Besta – se apresentou em vários festivais de Brusque e região, bem como em Goiânia e São Paulo. “Sistema de noções gerais sobre o conjunto de coisas” . Poderá ser definição mais simples para a Filosofia? Mais simples sim, porém não a mais adequada. Pois como a discussão filosófica autêntica só se realiza levando em conta os mais diversos pontos de vista, então a coisa se complexifica. É quando as coisas passam a ser  vistas sob a perspectiva da totalidade. (Essa questão foi respondida em
meio a uma aula).

A Filosofia é o fundamento de que profissão?
Se for apenas como fundamento, seria a de todas as profissões. Pois todo aquele que tem uma profissão precisa sempre saber mais e aperfeiçoar a sua ação. Ora, isso só é possível mediante a reflexão que deve ser sempre dialética e partir do conhecimento que já se tem ou daquilo que já se sabe sobre a ação ou prática que passa a ser uma práxis, para aquilo que ainda precisa ser aprimorado, aperfeiçoado. E é aí que entra a Filosofia.

A boa poesia é Filosofia?
A poesia é sempre a expressão do belo – ou às vezes, do feio – que, a princípio não tem nenhum compromisso com a verdade. Mas como o seu objetivo é estético, ou seja despertar a sensibilidade das pessoas para um determinado aspecto da realidade, então a boa poesia é parte da Filosofia sim. Pois que a Filosofia é a expressão ou compreensão da realidade ou, no caso, a recriação da realidade através de uma obra concreta feita pelo artista... expressão da realidade.

Grandes nomes na Filosofia?
Descubra você mesmo! Quanto a mim não tem nenhum mais ou melhor do que o outro. Mas isso não significa que são todos iguais.

A dialética, no sentido de a arte de argumentos, tem relação com a Filosofia?
A arte de argumentar é a retórica que foi inventada e ensinada pelos Sofistas no século V, aC e não tem, necessariamente, relação com a Filosofia, se não tiver o compromisso com a verdade.

A tese e a antítese está no caminho da Filosofia?
Estão não só no caminho da Filosofia, como também no caminho da história, como bem demonstram Max e Engels.

Na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o século XVII, não havia uma  separação entre ciência e Filosofia, assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber?
Sim. Todo o saber, menos o religioso, o qual a Filosofia passou, digamos assim, por um longo ‘trabalho de parto’, para purgar os elementos constituintes da religião e do mito. Os primeiros Filósofos, os  pré-socráticos, se encarregaram disso.

Em 1821, Heguel publica ‘Princípios da Filosofia do Direito’, poder- se-ia considerar como uma obra de sua plena maturidade intelectual?  É a cultura que dá existência ao Direito?
Sim, sim, sim, sim.

Função da Filosofia?
É aguçar a percepção das coisas.

Qual a melhor educação hoje?
É aquela educação que não condena o aprendiz a ser sempre aprendiz, mas que de repente, transforma o aprendiz em verdadeiro ensinante.

Lecionar hoje é coisa para herói?
Você está me perguntando se sou um herói?

Uma palhinha da vida profissional
Fiz o Curso de Licenciatura Plena em Filosofia no ano em que foi reconhecido elo MEC – idos de 1992. De lá para cá vim atuando em diversas escolas – duas redes públicas, municipal e estadual, como Professor de
Português e Inglês. Em 1996, fui fazer o mestrado na área de Letras e Literatura Brasileira na UFSC. Por problemas de saúde e outros problemas – como por exemplo, o de não receber bolsa – abandonei o curso no final do ano de 1996. Voltei para Brusque e decidi atuar na área em que sou formado. Foi então, em 1998, quando prestei concurso público e passei e fui ser Professor de Filosofia no Colégio Feliciano Pires. Sonho que já havia acalentado desde o ano de minha formatura – idos de 1994. E foi como Professor de Filosofia que me encontrei como Professor. Considero extremamente importante a formação filosófica na carreira de Professo.

O Brasil tem acerto?
Eu acho que o Brasil tem acerto. O problema é precisar quando. Assistimos na década de 80 o processo de democratização. Na década de 90, finalmente, o controle da inflação com o Plano Real e consolidação da economia. E agora, do ano de 2000 para cá, as reformas. O Estado inteiro se reformando. Mas eu acho que a grande meta para este início de milênio é reformar o homem brasileiro. Fazer o brasileiro persuadir-se de que roubar não é um negócio. Que dar e receber condições de vida digna deveria ser o dever de cada um eo compromisso de quem governa este país.

Grandes nomes na educação, magistério, política, empresários, religiosos?
Na educação: Paulo Freire e Darci Ribeiro; do magistério: os meus professores de Filosofia: Tadeu Cristóvão Mikowiski e de sociologia, o cientista social e ambientalista, Heitor Ricardo Leis (UFSC); na política: eu gostava muito do Mário Covas e achei que o Leonel Brizola foi um grande homem e, atualmente eu simpatizo com Fernando Gabeira, apesar de ter aprendido que em político não devemos confiar –muito embora, eu deseje que todo cidadão – do país do futuro – exerça algum tipo de poder político para influenciar os outros; empresários: Não conheço nenhum empresário, nesse ponto sou analfabeto como o Lula; religiosos: O monsenhor Francisco Salles Bianchini. O santo com seu cognome São Francisco Salles,
Santa Tereza D’Ávila. O meu padroeiro é São Judas Tadeu e outros.

 Referências: Entrevista publicada em A Voz de Brusque na semana de 21 a 31 de 2006.




HELOÍSA MARIA WICHERN ZUNINO

Pró-Reitora de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão – UNIFEBE  A entrevistada da semana é a Pró-Reitoria Heloisa Maria Wichern Zunino, nascida em Brusque aos 05 de janeiro de 1972. Filha de Edgar Wilhelm Wichern (Etti)e Maria Eugenia Schaefer Wichern (Magê); cônjuge: Moacir Nelson Zunino Junior; filho: Joao Vitor Wichern Zunino .


Sonho de criança?
Desde muito pequena gostava de brincar de escolinha e ser professora, juntamente com minhas irmãs, primas e as amigas, essa era uma brincadeira preferida. Também desde pequena fui incentivada ao esporte, o que despertava em mim também a vontade de ser uma grande atleta. Iniciei com 6 anos no tênis, passei pela escolinha de voleibol, mas foi no Handebol1 que me identifiquei e me tornei realmente uma atleta.  Sonhos  esses realizados!!!

O que sente falta de sua infância?
Minha infância foi muito rica, cheia de experiências, aventuras, brincadeiras, passeios e contato com a natureza, família unida, eu e minhas irmãs brincávamos (e também “ brigávamos”) muito ... desse modo, minha infância não deixou a desejar em nenhum aspecto, mas o que sinto falta é que meu filho João Vitor não terá as mesmas oportunidades que tive como criança.

Quais as lembranças que têm de sua infância?
Bom , as lembranças são muitas, desde as mais simples como subir na arvore e apanhar a fruta do pé como os banhos de piscina na casa do Tio Nica, naquela época poucas famílias tinham piscina em suas casas. Lembro as viagens que fazia para são Paulo com meu Pai, ele buscava carros lá para revender aqui e, sempre que era possível, estava dentro do carro para acompanha-lo. Também com alegria me recordo dos sábados e domingos que passávamos na Fala-Fala, chácara do Tio Cyro Gevared, onde brincávamos o dia todo, tomávamos banho de lagoa, andávamos de carroça, comíamos a fruta do pé entre tantas outras coisas, ele sempre nos desafiava. Lembro um dia frio, em que ele jogou dinheiro num ranário (que estava construindo na chácara), puro lodo, para que buscássemos. Imagina nossas mães!!!. Era muito comum passarmos as tarde nas casas das amiguinhas, brincávamos de várias coisas, casinha, escolinhas, escritório,
mais tarde chegou o vídeo game, também andávamos muito de bicicleta.... Brincadeiras de rua, jogar bola, esconde-esconde, pega-pega...Sem contar os piqueniques que a vó Norma organizava para gente, as férias
em Balneário Camboriu e as tarde na Citur (hoje Santur) com o tio Cyro que nos deixava brincar livremente no parque de diversões. São muitas recordações, sempre fui muito ativa e dinâmica, tanto é que cedo já fui
fazer curso de datilografia, inglês, costura, artesanato, culinária... além das escolinhas de esportes. São algumas dessas coisas que sinto que meu filho não terá oportunidade, porém, hoje tão pequeno, ele já tem muitas oportunidades que na nossa época não tivemos.

Pessoas que influenciaram?
Com certeza as pessoas que mais me influenciaram foram meus pais Etti e Magê. Sempre nos orientaram para a boa conduta, ensinaram bons princípios e apoiaram nas escolhas. Foram grandes incentivadores, exemplo de humildade, de disciplina, persistência... Assim que comecei a me dedicar ao Handebol, onde os treinos passaram a ser intensos e quase todo final de semana tinha campeonato, minha Mãe me chamou para uma conversa onde disse que entendia e respeitava minha prioridade pelo esporte, porém que eu não deixasse os estudos de lado. E assim aconteceu. Lembro com muito carinho quando jogava handebol e eles participavam dos jogos, os mais importantes, claro. O meu primeiro Jogos Abertos foi em Criciúma, 1987 e lá estavam eles, torcendo por mim, pela nossa equipe e assim em muitos outros. O Vô Pilolo também era um torcedor e foi referencia pela sua trajetória de vida publica e familiar... a Vó Norma pela sua disposição e elegância. Ainda posso citar os mestres que em minha vida passaram, meu técnico do handebol, Delmar e creio que muitas ainda influenciam, como meu marido Júnior, meu filho João Vitor, colegas de trabalho... pois estamos sempre em processo de aprendizagem e evolução.

Histórico escolar?
Aos três anos de idade iniciei no Jardim de Infância Divina Providencia, hoje é a Educação Infantil do Colégio São Luiz. No mesmo colégio cursei o ensino fundamental e me formei no Ensino Médio no Colégio São Luiz (1989); de 1990 a 1993, Cursei a Graduação em Pedagogia na UNIVALI Itajai; em 1995, conclui a Pós Graduação Especialização em Fundamentos da Educação e em 1997 a Pós Graduação   Especialização em Alfabetização, na FEBE, hoje UNIFEBE e de 2000-2003, cursei no Mestrado em  Educação na UNIVALI.

Como conheceu o Moacir Nelson?
Bom, nossa história começou nos bancos escolares em 1989 quando nos encontramos na mesma turma no terceiro ano do Ensino Médio no Colégio São Luiz. Iniciamos o ano na mesma classe, eu seguia a turma normalmente, porém, as minhas amigas de infância deixaram de estudar nessa turma, mudaram de turno, cidade, colégio e o Junior no ano anterior por uma intervenção cirúrgica e perdeu o ano escolar, logo ficou sem os amigos de turma. Iniciamos o ano com o olhar meio atravessado um para o outro, pois eu o achava muito playboy e ele me considerava meio antipática. Porém o tempo foi passando e a má impressão foi sumindo. Começamos a fazer trabalhos juntos e de repente a paixão apareceu e o amor nasceu.  Começamos a namorar na metade daquele ano (dia 02-06-1989) e estamos juntos até hoje.

Como surgiu a Pró - Reitoria em Pós-graduação em sua trajetória?
Iniciei na Unifebe como docente, foi no segundo semestre de 1998, ainda cursando a Especialização em Alfabetização, Uma das minhas professoras me convidou para substituí-la no curso de Pedagogia e aos poucos fui conquistando outros espaços na Unifebe. Em 1999, fui convidada para coordenar um novo curso de graduação que estava sendo implantado. Um desafio, pois o curso era Tecnologia em Processos  Industriais – Eletromecânica. (nada a ver com minha área de atuação e um curso inovador para a IES, pois os tecnólogos eram pouco conhecidos em nossa região. Do resultado desse trabalho recebi o convite para atuar no NAPE (Núcleo de Apoio Pedagógica), que também foi um trabalho maravilhoso que realizamos durante uns três anos na IES. Assim, em 2003 veio o convite para atuar como assessora pedagógica da Diretoria de Graduação no qual atuei por um ano. Em 2004, juntamente com a coordenação do curso de
Eletromecânica, assumi a coordenação do curso Superior de Tecnologia Têxtil (atual Produção Têxtil), mais as aulas do curso de Pedagogia e as atividades do NAPEe alguns cursos de formação que coordenava (Alfabetização de Adultos e Capacitação de Professores para a rede estadual de ensino). Vivia intensamente as atividades na UNIFEBE. Este ano (2004) foi muito difícil, pois meu pai adoeceu e veio a falecer no final do ano. Assim, repensei minhas atividades profissionais. No ano de 2005 ainda trabalhei com carga horária cheia e ao retornar as atividades no inicio de 2006 tinha decido diminuir minha carga horária, ou seja, ficaria só com as aulas no curso de Pedagogia e com a coordenação de Eletromecânica. Ao solicitar meu desligamento das demais atividades, fui surpreendida com um convite para assumir a Pró-reitoria de Ensino de Graduação. O convite foi um choque, pois não almejava algo mais do que as atividades que eu já
realizava UNIFEBE. Foi praticamente um mês relutando contra o convite, até o convencimento e aceite para um grande desafio. Sempre achava que as oportunidades estavam a frente do meu tempo, pensava que precisava ser experiente para assumir tais compromissos. Em meados de 2008 novo desafio, onde assumi interinamente também a Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão. Em 2009 optei em permanecer na Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão, e assim continua até os dias de  hoje, pois com a nova gestão do prof. Gunther tive a oportunidade e a satisfação de continuar exercendo as minhas atividades na Pró-Reitoria.

Quais as atribuições de seu cargo?
Em síntese, minhas funções como a Pró- Reitora consistem em propor, coordenar, acompanhar e avaliar as atividades relacionadas à política de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unifebe. Atualmente, cinco
segmentos compõe a Pró-Reitoria: Iniciação Científica e Extensão, Pós Graduação, Internacionalização, Soae e Egresso. Nossas ações cotidianas são implementadas com o compromisso de contribuir para a
produção, sistematização e disseminação do conhecimento construído na universidade, de forma ativa e articulada com o ensino e a sociedade.

Monografia, dissertação e tese em especialização, mestrado e doutorado, respectivamente. Como devem ser elaboradas cada uma delas?
A monografia geralmente é apresentada como trabalho final de conclusão de curso de graduação e também de especialização. Consiste num trabalho acadêmico que apresenta o resultado de investigação pouco complexa e sobre tema único e bem delimitado referente aos estudos nos quais deve se aprofundar. dissertação: é um trabalho escrito (texto), elaborada pelo aluno com o auxílio de um professor orientador, sendo apresentada sempre ao final de um programa de mestrado. Uma dissertação deve se basear numa pesquisa científica e confere o título de “Mestre”. Tese: uma tese precisa necessariamente apresentar resultados acadêmicos inéditos, deve revelar a capacidade do pesquisador em sistematizar o conhecimento, em fornecer uma contribuição para a ciência na área de estudo que foi alvo de suas investigações, primando pelo ineditismo e originalidade.

Quais foram as principais conquistas da pós-graduação na Unifebe, tanto lato sensu quanto stricto sensu?”
PS. Ainda não temos programa stricto sensu. Cada resultado positivo consideramos uma conquista em nosso trabalho, assim desde a abertura de turmas nos cursos de especialização e de curta duração; como o incremento das atividades de iniciação cientifica e extensão que ano a ano estão ampliando, trazendo melhores resultados para nossa comunidade; a internacionalização que vem conquistando seu espaço com realização de viagens de estudos internacional, convênios assinados com instituições estrangeiras e agora mais recentemente tivemos 2 alunos aprovados no programa do Governo Federal Ciência Sem Fronteiras, nossas publicações: a Revista Da Unifebe e o Caderno de Ensino, Iniciação Científica e Extensão. Os projetos aprovados em Editais. A criação do nosso Comitê de Ética entra outras conquistas do setor.

Quantos cursos já foram criados ? Qual a participação – em números?
Até os dias de hoje já foram criados 34 cursos de especialização na UNIFEBE, totalizando 872 alunos.

Quais as Pós oferecidas pela Unifebe?
Cursos Próprios Especialização em Marketing Digita, Especialização Docência na Educação Básica
Especialização em Fisiologia do Exercício - Cursos em parceria com o Instituto Valor Humano Especialização em Finanças
Especialização em Marketing, Vendas e Varejo
Especialização em Contabilidade Gerencial Estratégica
Especialização em Gestão Estratégica de Pessoas
Especialização em Gestão de Negócios – Brusque
e São João Batista
MBA Lean Six Sigma
3 Cursos em parceria
com o Instituto Brasileiro
de Gestão de Negócios
- IBGEN
MBA em Engenharia de Manutenção
MBA em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário
MBA em Direito Empresarial
MBA em Gestão Empresarial
MBA em Desenvolvimento Humano e Organizacional
MBA em Gestão Empresarial
MBA em Gestão Estratégica de Finanças
MBA em Controladoria
4 Cursos em parceria
com a Associação de
Logoterapia Viktor
Emil Frankl - ALVEF
Especialização em Logoterapia

Quais as que estão em andamento?
Atualmente estamos com 18 cursos com inscrições abertas e 2 turmas de Gestão de Negócios em andamento. Quando a entidade iniciou a oferta de cursos de Pós?
A primeira turma foi em 1991 em parceria com a ESAG, o curso de Especialização em Administração de Empresas.

A Unifebe prevê expansão de vagas?
A UNIFEBE vem crescendo a cada ano, seja em número de alunos, novos cursos ou estrutura física e isso é visível para a comunidade acadêmica e a sociedade. Dos atuais cursos de graduação que temos hoje, 50% foram criados na gestão do professor Gunther e os 17 cursos de Pós Graduação, também todos nessa gestão, refletindo num acréscimo de mais de 50% no número de alunos. A UNIFEBE tem como meta continuar expandindo, para isso temos uma equipe que discute o planejamentos estratégico institucional
para que essa expansão de vagas e infraestrutura seja de forma ordenada e planejada. Novos cursos e espaços serão criados sempre em atenção as demandas da sociedade em consonância ao que preconiza nossa missão que é oferecer ensino superior de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento local e regional e a qualidade de vida da sociedade.

Existe previsão para cursos de mestrados?
Atualmente estamos no processo de consolidação dos cursos de Pós Graduação Lato sensu, ou seja, de espacialização. A oferta de programas Stricto Sensu, curso de mestrado e doutorado, já faz parte do planejamento da UNIFEBE, porém não temos prazos definidos. Estamos estudando as possibilidades e necessidades.

O que você mudaria - se pudesse - na profissão que exerce?
Creio que um dos maiores desafios hoje é a qualidade da educação no país, em todos seus níveis e a valorização do profissional da educação, o Professor. É indiscutível que o crescimento e o desenvolvimento de uma nação passam pela educação e nesse quesito ainda precisamos evoluir, melhorar e muito, se comparados a outros países vizinhos e em desenvolvimento. Para mim esses são dois gargalos que merecem uma ação efetiva de nossos governantes, urgentemente. Se eu pudesse mudar algo, seria nesse sentido. Educação de qualidade para todos e melhores condições para os docentes, valoriza-lo.

Quais os melhores livros que lá leu?
Em nossa adolescência qual foi a menina que não leu Pollyana e Clarissa. Gostei de livros como: O Monge e o Executivo; Viajante Chic: dicas de viagem por Gloria Kalil; Quem Ama, Educa!; Coisas que ninguém conta sobre a chegada do bebê; Transformando suor em ouro, entre outros.

O que está lendo atualmente?
Atualmente estou lendo dois livros específicos da área da Educação: Competência Pedagógica do Professor Universitário (Marcos Masetto) e Leitura e Escrita: ensaios sobre alfabetização (Doris Bolzan). A próxima leitura já está reservada, é o livro de ganhei da D.Helga Kamp: Micki; passagens e paisagens da minha vida.

Como foi sua trajetória esportiva no Handeball?
Em 1986, No Campeonato estadual - 3º lugar no Infantil, no Infanto-Juvenil e no Juvenil e fui Convocada para Seleção Catarinense de Handball, disputei os Jogos Escolares Brasileiros/JEB’s – em São Luis do Maranhão - 5º lugar. Em 1987, campeã estadual: infantil, infanto-juvenil, Vice-campeã juvenil e Júnior , vice-campeã adulta e dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Ainda em 1987, Integrei a seleção catarinense de Handeball Infanto Juvenil e foi destaque esportivo da Cidade de Brusque – handeball. Em 1988 , Vice-campeãestadual: infanto-juvenil,e juvenil e campeã no Júnior e no adulto, e vice-campeã nos JASC e campeã nos Jogos e Joguinhos Abertos Regionais e também, campeã dos Joguinhos Abertos de SC, Tendo
sido destaque esportivo de SC – handebol – Troféu o Jornaleiro, oferecido pelo Jornal A Notícia. Em 1989, campeã estadual no infanto-juvenil, juvenil, júnior e adulto; Vice-campeãdos JASC e o 3º lugar na Taça Brasil  de Handball/juvenil. Em 1990, vice-campeã estadual nos juvenis, Júnior e campeãno adulto, campeã dos JASC,o 3º lugar na Taça Brasil de Handball/ juvenil e também o 3º no adulto e ainda, vice-campeã no Master de Handballl Adulto. Ainda em 1990 fui convocada para a Seleção Brasileira de Handebol Junior, porém participei da primeira etapa dos treinamentos em Novo Hamburgo/RS. Na segunda etapa dos treinamentos abri mão desse sonho.Em 1991, campeã estadual na categoria Adulto e dos JASC e
Vice-Campeã na Taça Brasil de Handball/ Adulto. Você integrou a Seleção canarinho de handball?
Sim. integrou a seleção brasileira de Handball – categoria Junior.

Quando deixou a Handeball para ingressar na área educativa?
Em 1992 deixei de jogar Handball, para dedicar-me a educação.

Fale de sua atuação profissional
Iniciei minhas atividades em 1993, como professora de séries iniciais (2ª série) na Escola Municipal Isolada Rio Branco, atuando nesta escola até 1994, com a 1ª série (alfabetização). Em 1994 também lecionei no
Colégio Municipal João Hassmann, na Educação Infantil/pré-escola. Em 1995 prestei concurso público da rede municipal de ensino de Brusque, sendo aprovada para atuar como Orientadora Pedagógica. Neste mesmo ano iniciei como Orientadora Pedagógica da Educação Infantil até o Ensino Médio, do Colégio Municipal João Hassmann, até dezembro de 1998. No ano de 1998 comecei a Lecionar na Fundação Educacional de Brusque– hoje Unifebe , como professora do curso de Pedagogia. Em janeiro de 1999 fui convidada para assumir a coordenação da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Brusque, atuando por 02 anos (1999/2000). Em 1999, na Unifebe, além de professora, passei a coordenar o Curso Superior de Tecnologia em Eletromecânica. Em 2000, também lecionei na Univali, em Itajaí para o curso de Pedagogia, permanecendo nesta instituição até 2003. Em 2004 assumi a coordenação do Curso Superior de Tecnologia Têxtil da Unifebe. Em 2006 assumi a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, exercendo
a função de Pró-Reitora até janeiro de 2009. Onde a partir desta data, assumi a função de Pró-Reitora de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão da Fundação Educacional de Brusque-Unifebe até os dias de hoje.
Além das atividades profissionais.

Realizou outros trabalhos?
Sim, 1- . Professora de Curso de Pós Graduação: Curso de Especialização em Teorias e Práticas Pedagógicas – Unifebe (2006); 2- Coordenação de cursos de extensão: 2004-2005: Coordenou e ministrou oficina no Programa Brasil Alfabetizado – alfabetização de pessoas jovens e adultos; 2004:
Coordenou e ministrou oficina no curso de capacitação de professores alfabetizadores da rede municipal de ensino de Ilhota/SC; 2005: Ministrou oficina na formação de professores da rede municipal de Ensino de São Bento do Sul/SC; 2006: Coordenou a Capacitação dos Professores da Rede Estadual de Ensino de Brusque e região.

Proferiu algumas palestras?
Sim: Palestras realizadas: 1. Alfabetização: Novos Olhares; 2. Educação Infantil: Novas Perspectivas; 3. Refletindo a prática Pedagógica na Educação Infantil; 4. Professoras Alfabetizadoras: Concepções e práticas; 5. Formação continuada de professores na Unifebe.

Participações em Conselhos?
Participações em Conselhos: 1. Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão/ Unifebe : 2000 a 2003; 2. Conselho Universitário – Consuni: 2003 até os dias atuais; 3. Conselho Administrativo: 2006 até os dias atuais; 4. Conselho de Pesquisa da Unifebe: (2008); 5. Conselho Municipal de Educação de
Brusque: (2009); 6. Conselho Editorial da Revista da Unifebe: (2012); 7. Membro do GRUPIA: (2012) e 8. Comitê de Ética: (2013)

Em termos de Publicações?
Revista/2000: Sistematização das Ações da Rede Municipal: A Educação Infantil em Destaque: Reflexões de um Processo. (Coordenadora); Manual/ 2003: Exercício Social: manual com orientações sobre a higiene e segurança no trabalho e Artigo/2004: A educação Tecnológica e seu impacto na sociedade – Revista da Unifebe.

Outras participações?
Do Ano de 1990 a 1994 integrou o Leo Clube de São João Batista, vinculado ao Lions Clube.

O que faria se estivesse no início da carreira e que não teve coragem de fazer?
Nunca parei para pensar nisso, tudo aconteceu muito rápido na minha carreira, as oportunidades foram aparecendo e fui aceitando os desafios. Mesmo que muitas vezes estava insegura frente a mudança, com o apoio e incentivo da minha família e colegas de trabalho, não deixava de aproveitar a oportunidade. Talvez um desafio que tive, não foi na educação, mas sim na época em que jogava handebol. Em 1990 fui convocada para a Seleção Brasileira de Handebol Junior. Participei da primeira etapa dos treinamentos
em Novo Hamburgo-RS, porém quando chegou a segunda etapa e fase final dos treinamentos desisti. Abri  mão de um sonho, por outro. Na época não foi uma decisão fácil, pois estava abrindo mão de toda uma trajetória esportiva construída e de um sonho. Mas, não me arrependo da escolha que fiz, pois apostei na vida pessoal e deu certo. Hoje tenho uma família maravilhosa, sou casada com o Junior, meu namorado a época e temos nosso amado filho Joao Vitor. Somos muito felizes e realizados pela família que constituímos.

Algo que apostou e não deu certo?
De um modo geral o que acontece é que, apostamos na criação de vários cursos de especialização e de curta duração, oferecendo um leque de oportunidades grande, porém o fechamento de todas turmas nem sempre acontece.

Algo cômico que aconteceu em sua vida?
Lembro de uma das viagens que fiz com meu pai para São Paulo, tinha mais ou menos uns 10 anos. O Vô Willy (pai do meu pai) foi junto, ele tinha quase 80 anos. Enquanto ele estava trabalhando, deixou eu e o Vô
Willy passeando de metrô. Imagina  isso há uns 30 anos atrás. E deu certo, chegamos ao destino final. Achei o máximo!!! E uma outra passagem aconteceu na Fala-Fala (chácara do Tio Cyro), onde ele tinha uma verdadeira fauna, pois a diversidade de animais era imensa e numa daquelas tardes na chácara deixamos os gansos canadenses fugir. Foi uma correria, pois tivemos que ir atrás deles e leva-los de volta para o viveiro. Pensa na confusão, pois eles eram bravos!!!

O que você aplica dos grandes educadores, das experiências que teve, no dia a dia?
Algumas ações e princípios são fundamentais: agradecer a Deus diariamente e pedir sua proteção; valorizar a família que temos e cultivar os amigos que formamos, humildade, respeito, persistência, disciplina,  generosidade... não fazer para o outro aquilo que não gostaríamos que fizes sem para nós e tentar sempre se colocar no lugar do outro, talvez essa seja uma das coisas mais complexas.

O que a incomoda?
Prepotência, mentira, acomodação e inércia, injustiça.

Quais são as suas aspirações?
O que eu sempre desejo é ser uma pessoa melhor e contribuir para a construção de um mundo melhor. Um mundo sem violências, guerras e preconceitos; qualidade de vida com saúde e educação de primeira linha para todos; uma juventude livre das drogas e com belas oportunidades de vida; famílias unidas. Também desejo continuar atuando na Educação e ampliar os estudos na área (doutoramento).

Qual o maior desafio que enfrentou até agora?
Foi a partida prematura de meu Pai, que faleceu aos 62 anos de idade. No dia 01-05-2004, dia em que completávamos 05 anos de casados a sua saúde agravou e ele quase morreu a caminho do hospital em Blumenau.  Foi um dia muito difícil! Dois dias depois, meu pai passou por um procedimento cirúrgico e antes de se despedir de minha mãe, disse: “te cuida meu anjo”, parecia que seria para sempre. Foi um momento muito triste, mas superou e foram mais 06 meses de luta pela vida, o que infelizmente não foi possível reverter. Porém foi um período muito importante de nossa família, estávamos sempre juntos, unidos ao redor do Pai. Foi um período de resgates, aprendizagem e exemplo de resignação.

Grandes alegrias?
São tantas... O dia do meu casamento, o nascimento de meu filho, o dia da formatura da minha mãe, no qual lhe entreguei o diploma de Graduação em Direito, as viagens que fizemos eu e minhas irmãs Kika e Xanda com nossos pais na infância; as conquistas na época do handebol; Defesa do mestrado; família sempre unida; viagens ...

Tristezas?
A maior tristeza é não ter mais meu Pai conosco e em especial o fato de ele não ter conhecido os netos Lucas, filho da Xanda e João Vitor. O Gabriel, filho da Kika, o neto mais velho, o Vô Etti conviveu por oito meses.

Finalizado, alguma mensagem?
Esses dias li uma frase no Instagran e achei muito significativa e deixo como mensagem: “Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria” (Thomas Campbell) Andebol ou handebol (do inglês handball).

 Referências: Entrevista publicada no jornal Em Foco aos 28 de março de 2014


 HILNA NEVES DAMIANI

Nascida em Brusque, aos 14.11.1919

Como foi sua infância e a vida escolar?
Uma infância maravilhosa. Estudei no Grupo Escolar Feliciano Pires, de Brusque, completando os quatro primários e os três anos complementares. Daí por diante, as experiências foram se acumulando, sem que eu percebesse, que estava descobrindo algo especial.

Por que foi complementar seus estudos no Instituto de Educação, em Florianópolis?
Naquela época não havia Escola Normal em Brusque, por isso, fui para Florianópolis, onde recebi meu diploma no Instituto de Educação. Foi ainda no Instituto de Educação que freqüentei e me formei no Curso Superior Vocacional, com a duração de dois anos.

Como foi sua atuação no magistério?
Ingressei no magistério estadual, no ano de 1939, inicialmente fui lecionar no Grupo Polidoro Santiago, em Timbó, tendo lá permanecido por dois anos. Em seguida, solicitei transferência para o Grupo Escolar Honório Miranda, em Gaspar, no ano de 1942. Fui me aproximando da minha querida Brusque... a semente estava germinando, e eu estava feliz.

Como ocorreu seu retorno ao Berço da Fiação, para colher a semente plantada em Gaspar?
Nos idos de 1952, fui nomeada para integrar o quadro de docentes no Grupo Escolar Feliciano Pires, tendo permanecido por muitos anos, atuando em todos os níveis de primeira a oitava séries.

 Atuou só como professora, ou ocupou algum cargo de Direção Escolar?
Não, fiz o Concurso para Diretora e assumi o cargo de Direção na Escola Dom João Becker e, com a criação do Grupo Escolar Araújo Brusque, passei a auxiliar à Direção daquele estabelecimento de ensino e, na mesma época fui nomeada auxiliar de inspeção.

Passados 70 anos de usa primeira investidura no  magistério, considera- se realizada?
Foi um longo trajeto e muitas andanças, pois naquela época as estradas deixavam muito a desejar. As lembranças são tantas! Etapas boas, etapas mais difíceis. Como sabemos a vida cicla e recicla eternamente, dando e tirando, levando e trazendo. Eu inquieta, sempre me aprimorando para apresentar um trabalho com qualidade e digno. Posso considerar que venci, felizmente! Hoje quando encontro minhas amigas  recordamos esses anos de alegria , felicidade e muita luta... luta árdua, mas valeu a pena.

Hoje em gozo do benefício previdenciário, curte legal?

 Agora aposentada, curtindo a vida, me aproximei mais de minha família, só tenho à agradecer a Deus pela beleza da vida. Sou coroada, para tudo chega o momento certo. Tenho certeza que isso tudo resume minha vida. Toda experiência é maravilhosa, agora tenho um bom nível de tranquilidadee segurança, pois consegui entender que as melhores coisas vêm como tempo... com muito tempo.
Esqueceu da vida escolar?
Pelo contrário, não quero esquecer de dizer que sempre gostei de eventos escolares, festas folclóricas, e ainda, atualmente, sou convidada, para atuar como juíza em jogos, nas escolas por onde passei. É gratificante.

Quer acrescentar alguma coisa, para finalizar?
Quero agradecer esta oportunidade de voltar ao tempo e recordar minha vida, que repito com tanta beleza. Sou uma leitora fiel de suas entrevistas. Quero parabenizar a Voz de Brusque, que chega aos nossos lares, com muitas e diversificadas informações. 

 Referências: Entrevista publicada em A Voz de Brusque aos 08 de agosto de 2008.

IONE TERESINHA HASSMANN

Filha de Ivo Victor Forbice e Irma Forbice; natural de Lontras/SC, nascida aos 11.04.59; sete irmãos, sendo três homens: Ivo Victor, Paulo Antônio e Moacir e quatro mulheres: Miriam, Maria Bernadete, Irene Marli e Tatiane; cônjuge: Jair Hassmann; dois filhos: Anderson e Endrigo. Formada em Pedagogia e graduada em Didática. É Diretora na E.E.B. Feliciano Pires.  

Como foi sua infância e juventude?
Tive uma infância muito sadia, com brincadeiras alegres e muita simplicidade em tudo que se fazia. Apesar da rigidez nos estudos, tudo era bem mais claro e objetivo que nos dias de hoje. A informática era distante, mesmo assim cresci com boa influência dos pais, amigos e familiares e não deixei de ter boa formação. Na juventude, ressalte-se, muito diferente dos dias de hoje. Tinha-se horário para tudo e nem por isso deixou-se de viver e construir um futuro digno e cheio de realizações.

Como conheceu o Jair?
Conheci meu esposo em Rio do Sul, cidade que na época residia. O mesmo era meu vizinho e trabalhava próximo a sua casa. Fomos apresentados e começamos a namorar. Isto há 31 anos e convivemos até hoje.

O casamento ainda é válido?
 Penso não ser o papel o mais importante numa união, mas sim, a convivência, o respeito mútuo e principalmente o bem estar de cada um.

Como Diretora do Feliciano Pires?
Como Diretora da E.E.B. Feliciano Pires atingi já alguns de meus maiores objetivos. Sei que é preciso lutar constantemente para que os alunos tenham uma educação digna e de qualidade, ressaltando, na mesma missão, toda a equipe que desempenha as atribuições com méritos e muita competência e compromisso.

Objetivos atingidos?
Entre os objetivos atingidos destacaria: A construção da quadra coberta, a implantação da Unidade Escolar, a manutenção física da escola, a atualização da biblioteca e espaços pedagógicos e o compromisso  constante com o ensino-aprendizagem.

Seguiu a vocação?
Hoje, com 26 anos dedicados à Educação vejo que realmente segui minha verdadeira vocação e tenho certeza que somente através de uma educação com qualidade conseguiremos diminuir a violência e a desigualdade social com que convivemos na atualidade.

Grandes educadores?

 Nos anos que resido em Brusque, lembro de várias pessoas que podem ser considerados como bons educadores, servindo como exemplo: Guiomar Tensini, Darly de Amorim, Roseli Padoan, Marlene Godói, Vera Lúcia, MariaHelena, entre tantos outros bons educadores que poderiam ser citados.

Como resumiria o caminho percorrido?
Cresci numa família sempre unida, formada por quatro mulheres e três homens. Casei com Jair Hassmann, empresário no ramo de estofamento. Mãe de dois filhos: Anderson e Endrigo. Optei por educação por influência do pai (que era professor), compromissada com a qualidade do ensino.

O Brasil tem acerto?
Penso que o Brasil é o melhor país para se viver, basta apenas, termos governantes mais compromissados com a educação, pois é através dela que construiremos um país mais justo e com melhor igualdade de oportunidades a cada cidadão.


 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque- semana de 17 a 30 de dezembro de 2005.

JÚLIA DE OLIVEIRA

Filha dos saudosos Pedro Antônio e Clarinda R. Bittencourt de Oliveira, natural de Brusque, nascida aos 04.03.23. São em 4 irmãos: Antônio, Maria(in memoriam), Julia e Alvina. É solteira.

Uma palhinha sobre a vida profissional
Sempre fui ligada ao Magistério: Professora e Diretora. Em 1942, com 19 anos já lecionava. Também, fundei a Escola Corália Gevaerd Olinger. Aqui vale ressaltar que na inauguração da Escola, Dona Corália esteve presente a inauguração. (Naquela época não havia a proibição de dar nomes de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer natureza, como temos hoje na Lei Orgânica do Município – art. 230).

Por que a denominação de Escola Corália Gevaerd Olinger?
É o nome da mãe do saudoso ex Prefeito Mário Olinger.

Socialmente?
Não tive uma vida socialmente muito ativa. Como participação maior foi ter me dedicado por 20 anos na Assistência Social da Paróquia São Luiz Gonzaga, hoje, atuo junto à Associação das Pessoas Deficientes Físicas.

Como foi a mocidade?
Participava de festinhas nas Igrejas, em Domingueiras e em Bailes. Registre- se que sempre acompanhada pela mãe, como todas as moças na época. Para dançar o parceiro pedia licença para a mãe. A gente dançava e retornava para perto da mãe. Passava também os fins de semana na Congregação Pio
União das Filhas de Maria, pertencente à Paróquia São Luiz Gonzaga.

A mulher hoje não está confundindo liberdade com libertinagem?
Sim, com certeza.

Grandes nomes no magistério , na direção do estabelecimento escolares e/ou que contribuíra com o ensino?
Entre outros: Germano Schaefer (Pai do Pilolo), Dr Carlos Moritz, Dr Nica, José Germano Schaefer (Pilolo), Padre Pedro Paloschi, Padre Elói (cidadão honorário elo Decreto Legislativo 02/98), Padre Orlando Maria Murphy, Laudelino Novaes, Alexandre Merico, José Celso Bonatelli (Cidadão honorário
pelo Decreto Legislativo  04/98), Oscar Gustavo Krieger(Inspetor escolar) , José Vieira Corte, Francisco Brasinha Dias (Inspetor escolar), Mário Olinger, Padre Luiz Gonzaga Stein, Irmã Ludgéra (Cidadã honorário pela Lei 20/60).

Dá para traçar um paralelo entre o aluno de ontem e o de hoje?
Antigamente o Professor orientava e controlava o aluno, hoje é o contrário.

Fatos marcantes?
Houve vários. Entre eles cito: o grande número de alunos que tive, o reconhecimento pelos Clubes de serviços como o Lyons e o Rotary... enfim, o reconhecimento em geral. Também me marcou muito foi a fundação da Escola Corália Gevaerd Olinger. Registre-se, ainda que o sentimento mais profundo que tive foi a perda de minha mãe.

Sente-se realizada?
Sim, sinto-me realizada, porquanto desde criança quis ser professora e costureira por hobby e consegui.

O que faz Júlia de Oliveira, hoje?
Estou aposentada, Leio muito, bordo bastante, gosto de fazer crochê e trabalho , recomecei, há pouco, a trabalhar com a Associação das pessoas deficientes Físicas.

O que representa a associação de deficientes físicos para Dona Júlia?
Olha, sinto tão realizada que pareço que rejuveneci. É um trabalho gratificante.

0 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 22 de agosto de 2003.

 MARIA ODETE MULLER

Filha de Francisco Olegário e Paula Olinger Muller, nascida em Itajaí aos 27.03.32. Irmãos: Osny (Romilda), Onildo (Maria de Lourges), Olegário (Irgmard), Oduwaldo (Lia), Padre Osmar (in memoriam), Orlando, popular Pipóca (Bernadete), Odemar, popular Milinha (Ana Maria), Maria do Carmo, popular Nina e Célis Terezinha, popular Celica. Cônjuge: Evilásio Espindola, casados em 29.09.51. Oito filhos: Osmar Luiz, José Orlando, Carlos Alberto, Eugênio, Paulo Afonso, Maria de Lourdes, Maria Isabel e
Maria Regina. Doze netos: Gabriele (Gabi), Emmanuelle (Manú), Eduardo (Dudu), João Vítor, Mariana (Mári), Juliana, Rafael (Rafa), Letícia (Lelê), Paulo Afonso Júnior , Heloísa, Vinícius e Paula.
Uma palhinha da descendência? Osmar Luiz (Sônia Regina), filhos: Gabriele e Emanuelle; José Orlando
(Sílvia Maria): Eduardo e João Vítor; Carlos Alberto ( Marília): Mariana e Juliana; Eugênio ( Tânia Regina): Rafael e Letícia; Paulo Afonso ( Leonor): Paulo Afonso Júnior e Heloísa; Maria de Lourdes (Moacir): Vinícius e Paula; Maria Isabel e Maria Regina , ainda não tiveram filhos.

E os netos e netas?
Ah ... uma satisfação, são os meus netos e netas! São os encantos de minha vida! As noras: Sônia Regina, Marília, Tânia Regina, Leonor e Sílvia Maria.

Como foi a vida profissional?
Atuei – com muito orgulho – no magistério de 1950 a 1981, registre-se sempre, no Feliciano Pires, onde também obtive minha formação escolar. Vale ainda ressaltar que fiz o que gostava, ou seja, ensinar. Uma vocação que me fez realizar profissionalmente, que foi despertada por Yolanda Tridapalli.

Grandes nomes no magistério na época, que influenciaram a Sra.?
Entre outras, jamais poderei esquecer: tia Corália, Maria Appel, Arminda Bachaus, Yolanda Tridapalli, Laudelino José Novaes (in memoriam), Deolinda Knihs e Aracy. Ressalte-se, que Laudelino José Novaes, foi um pai, irmão, amigo e grande orientador. Os irmãos: Osny, Onildo, Olegário, Oduwaldo, Milinha, Odete, Nina, Pipóca, Celica.

E a Ação Social Paroquial?
Trabalhei como voluntária na Ação Paroquial de 81 - quando obtive o benefício previdenciário até o ano de 2000, época que me afastei por motivo de doença – câncer. Já cinto saudades, pretendo voltar, não diariamente, e sim esporadicamente, com graça de Deus. Meu trabalho foi muito gratificante, recomendando a outras pessoas a envergar esforços nessa entidade de cunho eminentemente social, que visa o próximo, ao mesmo tempo nos fazendo crescer.

E o Milinha, o que faltou para ter sido eleito?
Como foi a primeira candidatura que o Milinha participou a nível estadual, creio que até se  saiu,relativamente, muito bem. Inclusive, os votos que foram dados de coração para o coração, votos sinceros, A propósito e sinceramente aproveito a oportunidade para agradecer a todos que confiaram
o voto ao querido mano.

A leitura é importante na formação?
Ah, se o povo brasileiro gostasse mais de leitura! É a base da vida! Na leitura a gente viaja... sem precisar estar lá – sem se deslocar. Pena que o preço de aquisição dos livros não está ao alcance da população.

E a mulher de hoje, não está confundindo liberdade responsável com libertinagem?
Hoje, com os direitos e deveres iguais a mulher obtém a afirmação, todavia se a mulher souber usar os direitos e deveres com responsabilidade, tornar-se-á autêntica cidadã.

O que faz, Odete Muller, hoje?
Hoje estou aposentada, leio muito, bordo, gosto de um bom filme, participo com muita alegria da Igreja Católica, onde busquei, e continuo buscando forças para ter vida saudável, participativa e feliz.

Palavras finais?
Felizes todos aqueles que distribuem otimismo, esperança, amor, trabalho, como se estivessem repartindo seu próprio coração.

 Referências:Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 21 de março de 2003.

MARILISI FISCHER

Filha de Anselmo Fischer e Idalina Perazza Fischer; nascida aos 02.09.64. São em sete irmãos: Marilena, Viviane, Marilane, Adilson, Marcos Vinícius e Diogo Alexandre e Marilisi. Dois filhos: Rodrigo e Rafael. Formação: Pedagogia com habilitação de Pré a primeira/quarta série (Febe/Furb); Pós- -graduada em Gestão – Furb; Mestrado em Educação – em curso –Univali.

Como foi sua infância e juventude?
Minha infância foi marcada por muitas brincadeiras: subir em árvores, tomar banho de rio, andar de bicicleta, brincar de casinha sempre em companhia de meus irmãos e primos e os vizinhos da rua São Pedro. Era uma época em que as crianças tinham liberdade para brincar em contato com
a natureza, não existiam tantos brinquedos quanto hoje, e nós usávamos nossa criatividade, fazendo bonecos de argila tirada do rio, fazendo cabanas no mato. Nos finais de tarde assistia o Sítio do Pica Pau Amarelo.
Meu primeiro livro foi Alice no País das Maravilhas, comprado por meu pai em um livraria em Itajaí. Naquele tempo ter televisão em caso e acesso a livros era bastante raro, mas meus pais, apesar de não terem terminado o Primário e serem pessoas simples, faziam questão de oferecer aos filhos, o melhor que podiam e entendiam que a maior herança a ser deixada era a educação e o maior sonho era ter um filho formado na Universidade. Apesar dos bons momentos de minha infância, uma tragédia modificou completamente minha vida e a vida de minha mãe e irmãos, meu pai faleceu em um acidente, aos 42 anos, deixando seis filhos, todos menores. Tinha na época 12 anos e a dor da perda, a ausência dele marcou a mim e meus irmãos e apesar de terem passados 29 anos, sua lembrança em nós continua de forma forte. Seu exemplo de vida me acompanha e me motivou a realizar seu sonho, me formar na faculdade. Para estudar eu contava com a colaboração de meu tio e padrinho Ingo Fischer, devo a ele, a meus
pais e meus filhos o que represento hoje.

 O casamento ainda é válido?

 No momento em que vivemos, as pessoas estão se tornando imediatistas, a tendência é do descartável, os jovens se conhecem e ficam sem muito tempo para permitir que a atração inicial se transforme num sentimento mais forte e possibilite uma relação mais duradoura, com isso, o namoro, noivado e casamento vem perdendo espaço, no entanto, acredito que toda relação que é permeada de respeito e amor é válida, pois desta forma as pessoas se conhecem, trocam, vivem e permitem o estabelecimento de vínculos mais duradouros e saudáveis.

A mulher não esta confundindo liberdade responsável com libertinagem?

Acredito que a grande maioria das mulheres que estão construindo o seu espaço, reafirmando sua importância na sociedade não façam esta confusão. O que temos são algumas pessoas: homens e mulheres que usam de sua condição feminina ou masculina para proveito próprio, sem levar em conta valores éticos e morais, mas felizmente este é um pequeno grupo.

 Em geral, a mulher trabalha para ser independente ou por necessidade?
Para além das questões financeiras, da necessidade de junto com seu esposo ou até porque a mulher cada vez mais tem sido a provedora do lar, também, exista uma condição que é a e se desenvolver  profissionalmente, campo que foi por muito tempo de domínio masculino. A mulher em muitos casos trabalha para garantir seu sustento e de seus filhos, mais também para se realizar profissionalmente, deixar sua marca. Num mundo em que o poder está ainda concentrado nas mãos dos homens às contribuições
femininas são além de bem vindas, necessárias para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Homens e mulheres juntos devem garantir um mundo melhor para todos.

Quantos diretores/as estão subordinados na sua pasta?
Diretores(as) de Departamento são duas: Professor Ms. Celerino Rauber – Diretor de Ensino Fundamental e Médio e Professora Sandra Aguiar – Diretora do Departamento de Educação infantil. Diretores (as) de Escolas são 42, aproximadamente 800 funcionários entre professores , orientadores, secretários, agentes de bibliotecas, serventes e merendeiras entre outros. É sem sombra de dúvida a maior Secretaria da

Administração Municipal. Sente-se orgulhosa em secretariar o governo de Ciro Marcial Roza?
Sim, em função da importância desta pasta diante do contexto da sociedade, a educação cada vez mais se firma como uma das áreas de maior significância, pois as sociedades que tiveram um grande  desenvolvimento, o fizeram através de investimento sólido na educação, além disso, trabalho na educação desde 1969, entrei como professora no primeiro mandato do Prefeito, e o fato de ser nomeada por ele para ser Secretária de Educação significa para mim um reconhecimento de meu trabalho. Faço parte de um grupo muito pequeno de mulheres que ocupam cargos de relevância e acredito ter muito a contribuir e agradeço ao P refeito por ter sido escolhida, no meio de tantos.

O que vem fazendo para dinamizar sua pasta?
Eu e minha equipe trabalhamos muito, estamos integrados e por sermos a maioria originados da própria rede além do cargo incorporamos o compromisso de desenvolver um trabalho realmente significativo.   Trabalha
mos com dados concretos como índice de aprovação e reprovação, necessidades reais das escolas, e nossa maior preocupação é com a qualidade do processo ensino-aprendizagem. Temos priorizado a formação  docente e principalmente, na área da inclusão, que é atualmente o maior desafio de todos os professores. Já tivemos o privilégio de sermos contemplados com alguns projetos junto ao Ministério de Educação e continuamos firmes na idéia de ampliar as parcerias, buscar recursos em outras instâncias para desta forma contribuirmos com nosso município na difícil tarefa de oferecer educação de qualidade. Neste ano já  encaminhamos quatro projetos ao FNDE, e estamos buscando parcerias com as empresas através a
responsabilidade social.

Quais as dificuldades que encontra para efetivar a educação desejada nas Escolas Municipais?
As dificuldades em sua maioria são iguais aos dos demais municípios, em função da queda da arrecadação e em contra partida o excesso de obrigações dos Municípios. Com relação à formação inicial, principalmente de quinta a oitava séries, do ensino fundamental e no ensino médio temos grande dificuldade em encontrar pessoas com habilitação nas áreas. As questões voltadas para a inclusão e o ensino fundamental de nove anos originam uma necessidade de reestruturação e adaptação das escolas na parte física e também na proposta pedagógica da rede e consequentemente nos projetos político-pedagógico das escolas. Enfim, a educação é movimento que traz no seu bojo novos desafios constantemente. Ser Secretária de Educação é estar atenta a todas estas questões e buscar, na medida do possível, solucioná-las.

 As verbas destinadas a pasta são suficientes para atingir as metas traçadas?
Em 2000 atendíamos aproximadamente quatro mil alunos, neste ano o número ultrapassou nove mil, a secretaria ampliou sua área de abrangência, hoje atendemos de zero a 92 anos, entre educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação profissionalizante, através da escola de panificação, e educação de jovens e adultos, além de projetos como: Italiano, spin, inclusão, educação ambiental e o programa Alfa e Beto, pro conta de toda esta demanda e da queda da receita, como já citei, as verbas para a educação, na maioria das vezes, não são suficientes. Além disso, os municípios ficam com uma pequena parcela do bolo fiscal, a maior parte fica com o Estado e a União, enquanto esta situação não for revista, os municípios passarão por dificuldades para garantir ou ampliar suas ações.

Seus antecessores semearam adequadamente a educação?
Acredito que tenham se esforçado.

Grandes nomes na educação em Brusque?
Ao meu ver os grandes nomes na educação de Brusque são os nomes daqueles professores que exercem sua função com responsabilidade e profissionalismo, que conseguem ser marcantes positivamente para seus alunos, e que através de sua postura e ação tragam contribuições para toda a sociedade brusquense. Este professor torna-se imprescindível na escola e na comunidade em que atuam, tem noção de seus direitos, mas também de seus deveres e é comprometido com o processo ensino-aprendizagem. Tenho boas lembranças dos meus primeiros professores no então chamado Grupo Escolar Francisco Araújo Brusque, e dos professores do Colégio São Luiz, onde fui estudar a partir da sexta série. Guardo boas lembranças
também dos professores do Curso de Pedagogia, da Pós-graduação e agora dos professores do Mestrado em Educação. Sem dúvida bons professores nos acompanham sempre e talvez, por isso, minha grande paixão seja a educação. Deixo aqui minha homenagem a todos estes professores.

Grandes nomes em Brusque: Religião/Saúde/Política – antigos e atuais?
Ciro Marcial Roza, Dagomar A. Carneiro, José Celso Bonatelli, Padre Silvino Hoepekner, Padre Léo, Dom Murilo Krieger entre outros nomes que marcaram história em Brusque.

A administração municipal está no caminho certo?
A administração municipal, como já citei, se empenha em dar conta das crescentes demandas que surgem nos municípios. Acredito que das três esferas: Município, Estado e União, o Município é com certeza o mais
complexo para ser administrado. Só uma reforma tributária que descentralizasse recursos, em função das obrigações poderia tornar menos penoso para estes, o exercício, com qualidade, das suas obrigações legais. Faz- -se necessário uma revisão do pacto federativo, marcado pela colaboração, e por um processo de efetiva descentralização, não só de recursos, mas das decisões, respeitadas as instâncias autônomas.

O Brasil tem acerto?
 Sou uma pessoa otimista, aprendi na vida que a única certeza sem solução é a morte, o resto necessita de uma boa dose de vontade, de luta, de persistência. É preciso acreditar sempre, se existe um problema, um desafio, também haverá solução e precisamos acreditar por nossos filhos, por nossos alunos , por todos nós povo brasileiro e darmos a nossa contribuição. Ampliarmos nossa capacidade de crítica e buscarmos soluções conjuntas, afinal de contas, somos todos responsáveis pelo nosso País e pelo planeta em que vivemos.

 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque na semana de 06 a 12 de agosto de 2006.

MARLENE TEREZINHA GODÓI

Filha de Simplício e Alma Figueiredo; natural de União da Vitória, Paraná, nascida aos 06.03.58. São em quatro irmãos: Maristela, Marisa, Antônio e Marlene Terezinha. Cônjuge: Cândido Horácio Godói, casados aos  24.04.76. Três filhos: Meliza, Renê e Margarida. Três netos: Luana, Mateus e Tâmires. Formação acadêmica: Pedagogia.

Como foi sua infância?
Tanto a minha infância como a juventude foi maravilhosa.

Como conheceu o Godói?
Conheci no meu aniversário de 15 anos, em Porto União.

Como veio para Brusque?
Meu marido é gerente do BESC, retornamos ao Berço da Fiação Catarinense
pela terceira vez.

Nestes tempos difíceis ainda é gratificante ser docente?
Sim, quando temos a consciência de que a nossa função é a de agente transformador...

A mídia não está dificultando a formação de nossas crianças?
Sim, só é positiva, quando se tem uma seleção e avaliação da família.

Algum segredo na arte de ensinar às crianças?
Amor, e as ensino a enxergarem com os olhos do coração...

Como cativou a criançada?
Com valorização, respeito e muito amor.

Grandes nomes na educação?
Maria Aparecida Cória Sabini (Construindo valores na Escola), Marilu  Matinelli (Aulas de transformação), Ubiratan D’Ambrósio (A era da consciência), Eugênia Puebla (Educar com o coração), e Augusto Cury ( Pais brilhantes, Professores fascinantes).

 O casamento ainda é válido?
Sim, é a base da família sólida.

 Hoje, as mães não estão liberando as filhas muito cedo, com a desculpa de que atualmente é assim mesmo? Uma menina de 15 anos hoje já fez tudo, é correto?
Hoje faltam limites, diálogos, interesse e amor dos pais.

 A mulher não virou uma coisa-comum, um simples objeto, todas com a vestimenta com a cintura baixa? Não era mais legal como  antes, convivíamos com cada mulher com um tipo de vestido, as mais variadas estampas, e quando soprava um ventinho, ficávamos alerta para ver os joelhos?
A mulher precisa se valorizar mais.

O Brasil tem acerto?
Hoje, não vejo saída.

O meu netinho Joan é um bom menino?
Ele é um ser maravilhoso e vencedor.

Tem lido a Coluna Dez?
Regularmente.

Para encerrar: um sonho
Meu sonho: “ que o mundo precisa de pessoas especiais, que desenvolvam a arte de pensar e sonhar com uma humanidade melhor”.
Referências: Entrevista publicada no Jornal A VOZ DE BRUSQUE aos 03 de fevereiro de 2006.



 PAULO GIANESINI

Diretor do CEFET – Araranguá – Cefet – Centro Federal de Educação Tecnológica de SC Filho de Evaldo e Ida Maria Gianesini, nascido aos 21 de abril de 1956, casado com Alice de Fátima Lima Gianesini; uma filha: Michelle e um neto: Victor Aires.

Como foi sua infância e juventude? O que lembra com carinho dessa fase da vida?
Muito feliz e trabalhosa. Pela manhã estudava, e a tarde cavar no barranco que ficava atrás de casa, para no outro dia, o pai aterrar o terreno de nossa família. Perto de casa tinha várias área sem construção e ali os ciganos acampavam. Eu tinha medo deles e sempre que eu passava ali, quando retornava da escola, uma cigana me chamava e pedia para pegar água num morro próximo e eu fazia. Esta cigana tinha uma filha e eu comecei a brincar com ela e me apaixonei, então, cheguei e disse para nossa mãe: vou fugir com a cigana. Nossa mãe, calmamente começou a conversar dizendo se era isto que queria – não ter rumo e nem destino, porque a vida de cigano era mudar de lugar a toda hora. Então disse para a mãe – decidido: não vou
fugir. CEFET - Unidade de Araranguá.

O que lembra da juventude?
Vivi minha juventude praticamente no Rio de Janeiro estudando. Como recebia uma bolsa de estudo do Senai, que dava só para custear o alojamento, o jeito que encontrei para sobreviver foi arrumar uma namoradinha para tomar café da manhã, uma para o almoço e uma para o jantar.  Quando conseguia as três ao mesmo tempo, a alimentação era excelente. Mas nem sempre acontecia assim, nestes casos, a comida era farinha de mandioca com açúcar.

O que imaginavas ser ao crescer?
Primeiro ser piloto e o segundo, jornalista.

À esq. Pref. Mariano Mazzuco, centro Senadora Ideli Salvatti, Suplente Dep. Federal Jorge Boeira, Ver. Geraldo Mendes e Paulo Gianesini Diretor CEFET Unidade Araranguá.

Como foi a educação recebida de seus pais?
Excelente. Se todos os pais dessem a educação que tivemos, não teria tanto problema de violência. Além disso, nossa mãe tinha o primário e o pai, três meses de escola. A mãe era costureira e o pai operário e conseguiram que todos os filhos estudassem até o segundo grau.

Como descreverias o paizão Evaldo?
Homem sério com pouca cultura, mas muito trabalhador e deu estudo para todos os filhos, ressalte-se, mesmo sendo um operário.

E a mãe?

Uma mulher de visão e comerciante. Tenho a impressão que ela era uma pessoa que viveu muito na frente do seu tempo.

Como conhecestes a Alice de Fátima?
Namorava uma pessoa que morava no apartamento de trás. Virei amigo do seu irmão, que morava com a mãe de Alice de Fátima, que estava separada na época. De vez em quando, ela vinha visitar a mãe , e ela começou a flertar comigo. Demorou uns dois meses e começamos a namorar. Depois de um ano noivamos e após seis meses subimos ao altar. Lá se vão 33 anos de vida em comum.

Formação escolar?
Cursei o Primário e o Ginasial no Feliciano Pires, em Brusque. O curso Médio e Técnico em Malharia e Confecção no CETIQT, no Rio de Janeiro. A faculdade de Direito fiz na UNERJ.

Como surgiu o curso Técnico Têxtil no Rio de Janeiro?
Li no jornal que estava aberto a inscrição para a prova no CETIQT, conversei com a mãe a respeito e ela disse “se este era meu desejo deveria fazer”. 42 pessoas fizeram as provas para 6 vagas. Fiquei em segundo lugar.

O que relembra com saudades do Rio de Janeiro?
Nós dois passeando pela praia de Copacabana, visitando o Corcovado etc. E um problema que enfrentei por ser seu irmão. Você é muito inteligente e concentrado no que faz. Meu estilo é totalmente diferente, sou mais expansivo e brincalhão. As pessoas não entendiam e queriam me sacanear por ser seu irmão. Outro fato importante nas férias de julho pegava a mochila e viajava pelo Brasil. Conheci o Nordeste brasileiro na base da carona. Nas férias de janeiro à março fazia estágio.

Como surgiu o Professor Paulo Gianesini na Escola Técnica, em Jaraguá do Sul?
Tinha uma empresa de confecção com 3 lojas e vendia muito para a região da fronteira do Rio Grande do Sul –Livramento e Uruguaiana. Com a entrada do real as coisas começaram a dar errado, foi quando minha filha, a Michelle, falou que a Unidade de Jaraguá do Sul estava precisando de professor. Fui conversar e já fui contratado. Dois anos depois, em 1998, abriu concurso para professor efetivo, fiz e passei e estou até hoje. Lecionou que matéria? Lecionava Tempos e Métodos, Controle de Qualidade  da Confecção, Planejamento, Programação e Controle de Produção e Projeto.

E a Direção em Araranguá?
Em 2006 fui convidado para montar cursos de qualificação em Araranguá – costura e modelagem industrial, Existia uma disputa entre Criciúma e Araranguá para ter uma Unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina. Como Araranguá fez uma oferta maior, ou seja, comprou 30 máquinas de costura, paga 3 professores para esses cursos, doou um terreno de 50 000,00 m2, ganhou a Unidade. No dia 13 de fevereiro de 2008, começaram as aulas de três cursos técnicos: Moda e Estilismo, Malharia e Confecção, Eletromecânica. Já está programado para início de setembro o Curso de Licenciatura de Física e para o ano vindouro inicia o curso de Engenharia. Além de Araranguá, estamos na fase de implantação da Unidade de Caçador e Içara.

Costuma ler jornais diariamente?
Sim. Durante a semana jornais locais e a Notícia. Final de Semana o Estado de São Paulo.

Quais as melhores obras que já leu?
Várias. O Morro dos ventos Uivantes. O livro que mata a morte. E várias biografias.

O que está lendo?
A ciência é masculina de Attico Chassot; Educação consciência do mesmo autor.

Lembra de algum artigo que gostou?
Lembro de uma crônica sua sobre uma moça cheia de malícia. Não lembro o nome mais gosto quando escreves mais solto.

O que é uma sexta feira perfeita?
Um dia leve, rever a família e conversar com os amigos.

Tem lido a Coluna Dez - Vale a pena?
Tenho. Gosto muito das entrevistas porque lembra a minha juventude. Também do escreves sobre Botuverá.

O Brasil tem acerto?
Tem. O povo tem que fazer a sua parte. O que existe hoje são muitas críticas infundadas. O povo só quer ter vantagem, não quer fazer esforço.

 Você que nasceu no berço da fiação catarinense e viveu grande parte de sua vida profissional em Jaraguá do Sul dá para traçar um comparativo entre as duas cidades?
As duas cidades são muito parecidas. São colonizadas pelos alemães e italianos, são empreendedoras e gostam muito de desafios. Tenho a impressão que as duas cidades, dentro de poucos anos, serão as maiores.

 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brussque. aos de 26 de setembro de 2008



SEBASTIANA DE SOUZA CARDEAL

Filha de Francisco Antônio de Souza e Maria Duarte de Souza, natural de Brusque, nascida aos 05.02.33.

Uma apresentação Sou primogênita de uma família de 12 filhos ( 3 já falecidos), pais semi- -analfabetos, família modesta, com baixo poder econômico, sou casada há 53 anos e 9 meses com Alfredo Cardeal, tenho 9 filhos ( 2 homens e 7 mulheres) e 12 netos. Formada em Filosofia, Pós - graduada em Administração Escolar e Fundamentos Educacionais, tenho, também, licenciatura curta em Teologia.

Primeira professora?
Como primeira professora tive a Dona Cecília Kunitz Contesini, no Colégio Santo Antônio, hoje, Colégio São Luiz.

Como iniciou a formação?
Cursei Magistério – ensino médio – já casada, com 4 filhos, e, a faculdade com 42 anos. O mundo deu muitas voltas em minha vida. Ressalte-se, que a minha insistência em estudar, fez cair barreiras, referências e mitos da cabeça de meus pais.

Como foi a sua infância e juventude? E a estréia no magistério?
Tive uma infância rica em valores, apesar das dificuldades financeiras. Com 12 anos fui trabalhar em serviços de indústria até aos 18 anos, para colaborar com as despesas da casa. Uma experiência fantástica. Nunca
faltou solidariedade, fraternidade, ajuda mútua, laços de afeto e amor. Guardo como aspectos positivos dos meus pais. Aos 18 anos entrei no Magistério, como estreante , meu trabalho foi na Escola Padre Vendelino
Wiemesm na localidade de Cedrinho.

Sebastiana educadora e as realidades vividas?
Permaneci na Escola Padre Vendelino por 19 anos, sendo 12 como alfabetizadora – minha paixão. Gosto de dizer – ser professor não é tarefa fácil.   Menos quebra-galhos ou bicos para alguém. Isto nem na minha época, menos ainda, para a atualidade. Tenho consciência das diferentes realidades vividas na educação. Era preciso crer para ensinar. Aliás, um pouco mais amar e crer para melhor ensinar. Porém, sabemos perfeitamente que o ato de ensinar é ato de amor. Como é difícil compreender tudo isto se nós professores temos problemas parecidos aos dos alunos, sem conseguir resolvê-los: quem ama educação, faz educação.

Respira educação?
Vivi 40 anos com educação: História, Geografia, Religião, Moral e Cívica e OSPB. Trabalhei com primeira e quarta séries, Escola Isolada e primeira a quinta e oitava séries no Ensino Fundamental. Fui auxiliar de  Direção, Secretária, Orientadora Pedagógica nos Municípios de Brusque, Botuverá e Guabiruba, Supervisora e Diretora de Escola. Recebia-se pouco ou nenhu ma formação. Era preciso buscar informação e formação. Não me acanho em dizer, que a educação para mim, operou uma transformação. Mudou a
temperatura do meu sangue e o prazer da vida.

Hoje?
Hoje, as contribuições da informática e a automação criaram um cenário de competição. A educação pede professores com habilidade e inovação constante, para que o Professor se iguale aos alunos.

Pensou em desistir em algum momento?
Sempre me senti precoce como mulher. Sem apoio familiar para estudar e trabalhar. Desde 1945, fui à luta. Houve momentos de desânimo, porém enfrentei. Comigo tenho sempre em mente: “quem sabe onde quer chegar, escolhe o caminho certo e o jeito de caminhar”. Lutei!

Grandes nomes na educação?
Paulo Freire, Marilena Chauí, Leonardo Boff, Pierre Fuster e Ivan Illic.

A mulher trabalha por necessidade ou para ser independente?
A mulher trabalha em primeiro lugar por uma realização pessoal. Ela se sente gente. Faz bem. A independência é coisa importante. Quem gosta de mendigar? Ninguém. Sem deixar de lado a necessidade dos dias de hoje. Vamos juntar realização, independência e necessidade. A mulher deve trabalhar sim. É valorização pessoal.

A mulher não está confundindo liberdade responsável com libertinagem?
Os avanços confundem liberdade responsável com libertinagem. É preciso equilíbrio para sobreviver numa sociedade machista. A luta da mulher que sabe e já se entrega a promiscuidade é resultante de dois fatores: primeiro, faltou maturidade e equilíbrio e em segundo, de outro lado, o machismo da nova sociedade ainda é acentuado, em ver a mulher pejorativamente. Falta respeito.

O casamento ainda é válido?
Acredito que no casamento com respeito, fidelidade, amor e tolerância , sem estes ingredientes é difícil conviver.

Lazer?
Quando posso viajo para visitar os filhos distantes.

Recomeçaria tudo novamente?
O trabalho e o estudo foram marcos da minha vida. Começaria tudo de novo.

Finalizando?
Para muitos possa parecer um vôo de fantasias. Digo que não. É o encanto que muitos ainda não  descobriram. 

 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque- na semana de 16 a 30.12 de 2006.

VERTOLINO SCHUTZ

Filho de Arthur e Verônica Beppler Schutz, natural de Palhoça, nascido aos 26.09.20. Cônjuge: Rita Maas Schutz, casados aos 29.01.44. Irmão: Nelson; Três filhos: Valdir, Wilson e Sandra. Seis netos: Valdir Júnior, Viviane, Jean Felipe, Thaísa, Gabriela e André. Torce pelo Paysandu e Flamengo.

Uma palhinha da descendência
Valdir (Melba Caléas): Valdir Júnior e Viviane; Vilson (Ivonete Gallassini): Jean Felipe e Thaísa; Sandra (Carlos Leal da Silva): Gabriela e André.

Profissionalmente?
Fui Diretor do G. E. Polidoro Santiago –Timbó 1940/44; Diretor do G. E. Horácio Nunes – Porto União – 1945; Professor do Colégio C.C. Renaux 1946/70, tendo sido professor no curso Normal Secundário e Científico; Professor no Normal Regional “Luiz A. Crespo, 1947/57; Professor e fundador Ginásio noturno em Brusque, 1955/70, encarregado de Administração do Posto ex SAMDU, 1957/67 e Chefe de Serviços Gerais, Patrimônio e de Pessoal do INPS, 1967/77.

E o Lyons?
Presidi o Lyons Clube Brusque Centro em 73/74; Presidi a divisão do distrito L-10 em 78/79 e, fui governador do Lyons – Distrito L-10 em 82/83.

Alem do Sr., quem mais – de Brusque – governou o Lyons?
Arthur Appel 68/69, Wilson Santos 79/80, Marco Antônio da Silveria 85/86, Walfredo Mário Valle 86/87, e ainda Jorge Romeu Dadan.

Fatos marcantes?
Ter sido membro da Comissão Organizadora dos primeiros JASC, Vice- -Pres. e Pres. da CME, Pres. da Comissão Organizadora da primeira Olímpiada Sesiana, Membro efetivo da FAC – Fed. Atlética Catarinense, encarregado de serviço de recreação - esportes – do SESI, e outras atividades esportivas, como árbitro geral do atletismo, idealizador e organizador dos Jogos Sesianos, idealizador dos Jogos  Estudantis – Olimpíadas, introdutor do futebol de salão em Brusque –SESI, introdutor dos jogos leonísticos
nos clubes de lions;

Algum reconhecimento?
Sim. Ter recebido a Comenda Especial “Million Member Club”; prêmio Sócio Chave; Prêmio Presidente 100%, onze distinções por freqüência 100%, Chevron de antigo Monarca, Diplomas de “Honra ao Mérito”, outorgados pelos Governadores Distrito L-10.

Participação em eventos?
Convenção Internacional do Lyons em Miami/Convenção Nacional em Poços de Caldas e Camboriú/Convenção Distrital em Itajaí.

E quanto a participação nos primeiros JASC?
Participei por quase duas décadas na Comissão dos JASC. Fui técnico em atletismo, salientando-se, a pedido do Dr Francisco Roberto Dal’Igna, tinha o decisivo auxílio - além de outros – de: Carlos Halpap (in memoriam) no arremesso, Rudi Klimech, nas corridas e do saudoso Laudelino José Novaes, na arbritagem. A base do atletismo era oriunda do SESI, notadamente dos Jogos Sesianos. Inclusive, participei no SESI de 57 a 77. Criei o Conselho de Representantes das Indústrias.

Grandes dirigentes do mais querido?
Entre outros: Francisco Roberto Dal’ Igna, Arthur – Polaco – Jacowicz, Pedro Gevaerd, Arthur Appel, Wilson Santos, Armando Euclides Polli e Gerhard Nelson Appel.

Grandes atletas do Paysandu?
Eu apreciava o jogo de: Heinz Appel, Nego Kuhn, Osvaldo Appel, Bruno –China –Appel e Chico Appel, entre outros vários.

E do C.A. Carlos Renaux?
Arno Mosimann, Petruscky, Pereirinha, Teixeirinha, entre outros.

A maledita fusão?
Prefiro não tecer manifestação quanto a fusão. Paysandu e Carlos Renaux, vez que o clássico tinha uma rivalidade salutar. A fusão aparentava parceria, todavia, na intimidade revelava a rivalidade entre os atleticanos e paysanduanos. O retorno das duas tradicionais e históricas agremiações, naturalmente, fará com os paysanduanos retornem e os torcedores tricolores igualmente.

Como deveria se portar os dois clubes no retorno?
Deveriam aproveitar os bons valores das equipes do futebol amador de Brusque, nada de contratações estúpidas; veja bem, essas equipes que negociam atletas, passam adiante o que não interessa, o que é aproveitável ficam nessas equipes.

Fato curioso?
Um fato curioso que bem me lembro aconteceu há alguns anos unto a equipe do bolão Marabá, na cancha do Paysandu, presentes entre outros: Pedro G evaerd, Gerhard Nelson Appel, Gilberto Colzani, Isidoro Schaefer, Ari Orthmann, Walter Appel e eu. O Gerhard ficava de olho nos colegas que deixavam a caixa de fósforo encima dos corrimões e quando via que estava sendo observado, acendia os fósforos dentro da caixa e saia de fininho. O pessoal ao pegar a caixa de fósforo para acender o cigarro, via que estava tudo queimado. Passou um certo tempo – diga-se de passagem todos tentando descobrir o autor da arte – descobrimos que era o Gerhard. Foi conversando com o Gilberto Colzani, se no seu bar, não ninguém dos

 seus frequentadores que trabalhava com fogos e, tivemos como resposta que o Franzói era freqüentador do bar e tinha uma fábrica de fogos numa cidade vizinha. Não deu outra, o Gilberto conversou com o Franzói e conseguimos uma caixa de bombinhas. No encontro seguinte, deixamos as bombinhas numa caixa de fósforo na mesa, com garrafas de cerveja, caixade fósforo e, o Gerhard quando observou que ninguém estava reparando,pegou e acendeu a caixa de bombinhas, pensando ser uma caixa defósforo... de repente ... um estouro ...garrafas para todos os lados, a mesavirou... ‘olha o Gerhard não sabia onde colocar a cabeça’... foi uma festa!

Outro fato?
O ecônomo do Paysandu era um ‘ tal de Bessel’. O Sr Bessel anotava numa folha o que a turma ia pedindo; ficávamos ali próximo do balcão e notávamos que o Walter Appel tinha o costume de pedir um sanduíche, e lá  anotava o Sr Bessel: “Varda Aba um canguiz”.

O que faz hoje?
Estou aposentado, pratico bolão –Marabá – no Caça e Tiro Araújo Brusque e gosto de uma pescaria. 56


 Referências: Entrevista publicada no Jornal A Voz de Brusque aos 28 de m arço de 2003

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