quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Silvino de Souza





Silvino de Souza
Astrônomo
O entrevistado desta semana é o Astrônomo Silvino de Souza, nascido em Canelinha/ SC aos 02\03\1968; filho de Hermínio Florêncio de Souza e de Ilda Cassaniga; companheira:Márcia Werner; filhos: Juciele, Christine, William Herschel, Carl Sagan e Christian Huygens . Não torce para nenhuma equipe. É servidor efetivo no cargo de Fiscal de Obras e Postura. Ocupa atualmente o cargo de Diretor do Observatório Astronômico.

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O que sonhava ser quando era criança?
Ser Astrônomo, tanto que quando. garoto dedicava-se à observação da esfera celeste. Minha dedicação foi tamanha em prol da Ciência Astronômica , que em 1980, ingressei como auxiliar de Astronomia no Observatório Astronômico . Já em 1983, praticamente coordenava todas as atividades do referido Observatório, com o auxílio do Prof. Tadeu Cristóvam Mikowski.

Pessoas que influenciaram?
Tive influência do Professor Tadeu Cristovam Mikowski

Como conheceu o Professor Tadeu Cristovam?
Conheci o Professor Tadeu Cristovam numa visita que fiz ao Convento SCJ quando frequentava a Catequese

Como surgiu a integração de Silvino de Souza com o Observatório?
Desde garoto, quando tomei conhecimento do observatório, e com a amizade com o Prof. Tadeu Cristovam Mikowski e com o saudoso Pe. Canísio Raubere nos idos de 1980.

Como conheceu a Márcia?
Bem conheci Marcia numa agência bancária, enquanto aguardava minha vez ao atendimento

Formação escolar?
Escola Minervina Laus Canelinha até a 3 série, quando minha família mudou para Brusque, quando então continuei a estudar no Colégio  Feliciano Pires até a 8º série. Estagiei no Observatório Nacional do Rio de Janeiro e no Observatório Municipal de Campinas.

Grandes professores?
Tive vários professores que eu admirava e dos quais guardo ótimas lembranças.

Quais as matérias que mais gostava e as que detestava?
As matérias que eu não gostava era moral e civismo, que naquela época era ensinada nos bancos escolares. Eu gostava de todas as demais, principalmente, Geografia, Ciências, História, principalmente história antiga do Brasil, até a república. Adoro Mitologia, e Ciências da Natureza.

Em que data e em que local ocorreu a inauguração do Observatório Astronômico?
Em 03 de Novembro de 1979, junto ao convento dos Padres do Sagrado Coração de jesus, no centro de Brusque

A quem atribui-se a iniciativa?
Ao Prof. Tadeu Cristovam Mikowski e ao saudoso Pe. Canísio Rauber

Fale-nos do aparelhamento do Observatório ?
São Telescópios de pequeno e médio porte

E quanto a capacitação técnica?
Entre outras capacitações destaco: Cursei o Técnico no Clube de Astronomia do Rio de Janeiro-CARJ; Estagiei no Observatório Nacional ON-CNPq –RJ ( utilizando em suas pesquisas, o Telescópio Refrator de 406 mm o maior telescópio refrator do Brasil); participei da 2ª Semana de Astronomia em Americana/SP; participei da 5ª Semana de Astronomia de Campinas e Região; cursei Observação Fotográfica e Espectrometria (utilizando o maior Astrógrafo da América Latina, instalado junto ao Observatório Municipal de Campinas/SP); cursei Astronomia e Ciências Espaciais junto ao Observatório Municipal de Piracicaba/SP; estagiei na Universidade Nacional Autônoma do México. Tem proferido palestras, cursos, seminários no Brasil: Rio de Janeiro , São Paulo, e nas mais diversas cidades. No exterior: México. França (Paris) e Uruguai. Tem recebido muitos convites para proferir em muitas instituições de ensino dos mais diversos níveis, feiras de Ciências etc.

Tem proferido palestras?
Sim, cito algumas participações: Palestra no Clube de Astronomia do Rio de Janeiro-CARJ, onde realizei conferência na Academia Brasileira de Ciências; em 1994, a convite da Prefeitura Municipal de Siderópolis, proferiu palestra para mais de 2.000 mil pessoas, num extenso trabalho junto a unidades de ensino daquele município; na Universidade Nacional Autônoma do México, proferi palestra no Museu Universum, aberto ao público em geral e estudantes; em Nancy, e realizou um ciclo de palestras aberto ao público e estudantes, nos Planetários de Paris e Noyon – França .Em 2010 ministrei curso de introdução à Astronomia para prefessores da rede municipal de ensino de Blumenau.
Tem escrito e publicado sobre a astronomia?.
Sim, escrevi vários artigos de cunho científico e educacional, com mais de 500 artigos publicados nos mais diversos órgãos da imprensa. Vale a pena destacar, artigos publicado na revista “MANCHETE, edição de 1ª de outubro de 1988, Jornal do Brasil- RJ, Jornal O Globo –RJ. Ministrou Cursos de introdução à Astronomia , em fevereiro de 1997 e em julho de 2000 e 2001 junto ao Observatório Astronômico de Brusque

Destacaria algum trabalho com reflexo na área ambiental?
Sim, desenvolvi no período de março de 1993 a setembro de 1997, “O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, junto à Fundação Ecológica e Zoobotânica de Brusque, tendo sido elogiado por órgãos competentes desta área, inclusive fui convidado para integrar o GRUPO DE TRABALHO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, do Governo do Estado de Santa Catarina, como representante desta Fundação, com portaria, decretada pela Secretaria Estadual de Educação e Desportos..
Algum reconhecimento ?
Sim, em 1993, foi eleito “Jovem Talento” pelo Clube das SOROPTIMISTAS, A NIVEL NACIONAL. Recebi, também, o 1º PRÊMIO BRAZILICIO DE ASTRONOMIA, em julho de 2012, no I SIMPOSSIO CATARINENSE DE ASTRONOMIA, realizado em Floraópolis, em julho do mesmo ano.

A passagem do cometa Halley nos idos de1986 despertou mais interesse?
Sim, a passagem do Halley em 1985\86 foi um alavanca para que astronomia ganhasse mais força e interesse entre os jovens em pricipalmente.
Em 2009 o Observatório integrou a campanha de divulgação do Programa IYA2009 – conte-nos como foi?
Vários trabalhos foram realizados em 2009, Ano Internacional da Astronomia da IAU-UNESCO, observatório astronômico de brusque participou ativamente, atendendo mais de 10 mil pessoas. 
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Vale a penas visitar o Observatório?
Sim, pois é um local único, nosso maior objetivo hoje é a divulgação da Astronomia e Ciências afins junto aos nossos estudantes e a comunidade de um modo geral. Vale lembrar que temos desde 2012, uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e temos vários projetos. um deles é  o Astronomia volta à Escola, que atende estudantes da rede municipal de ensino (outrossim com o  EJA), tambem daremos este ano início a mais um projeto que é Astronomia na Praça, com inicio previsto para a última semana de março, e duas vezes ao mês colocaremos telescopios na praça Sesquicentenário  para observação gratuita pelo público interessado, ficando, apenas, dependendo das condições climáticas.

Em que data comemora-se o dia da Astronomia?
Dia 02 de Dezembro, dia de aniversário de nosso imperado D.Pedro II
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Quais os melhores livros/artigos que leu?
Bem eu adoro ler, tenho uma pequena biblioteca na minha casa, O Primeiro livro que li foi sobre astronomia, com Titulo OS Planetas, de autoria de Anne Terry Wite, Ed molhoramentos 1963, e tenho ele até hoje. Os melhores livros que ja li … bem muitos ... mas para citar alguns, Cosmos, Murmuros da Terra, Cometas, Pálido Ponto Azul, de Carl Sagan

O que está lendo atualmente?
Atualmente estou lendo muito sobre matéria, antimatéria, fisica quântica, e cosmologia.

Quais as atividades escolares e esportes você participava?
Na escola eu gostava muito de jogar futebol, todavia o que me fascinava eram as aulas de biblioteca … minha preferida.

Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer. ?
Medos? Acho que meu maior medo é adoecer na velhice, e depender da familia para cuidar de mim, isso sim.

Arrependimentos?
Arrependimentos; Sei la, tem tantas coisas que eu poderia ter me arriscado mais...

Algo que você apostou e não deu certo?.
Não lembro de nada que apostei e não deu certo.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Viajaria mais (conheceria o mundo) e me arriscava mais.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Persistência, amor, ensinamentos e a formação de caráter

Qual a sua maior decepção?
Bem ainda está em tempo... a instalação do prometido observatório - tenho muita esperança de que se tornará uma realidade para toda a comunidade, pois é um luta, um sonho de mais de 25 anos … tenho esperança, mas se não der certo, não se tornar realidade, aí sim será a maior decepção de minha vida

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Exibindo 534816_265429623558209_1254814402_n.jpgO O entrevistado com  Sueli S. de Souza neta de José Brazilício de Souza (música do hino de Santa Catarina e astrônomo amador)


Entrevista publicada no Jornal Em Foco aos 20 de março de 2015

Sérgio Antônio Ulber

Sergio Antonio Ulber

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Redator e atua também em restaurações e colorizações fotográficas

O entrevistado desta semana é Sergio Antonio Ulber nascido em Brusque (Maternidade Cônsul Carlos Renaux) aos 05/03/1988; filho de Sergio Ulber e Vanildes Kohler; companheira: Beliza Loos; ocupa-se, atualmente e principalmente, como Redator, desenvolvendo também: restaurações e. colorizações fotográficas. Não torce para nenhum equipe



O que sonhava ser quando era criança?
Sonhava ser Astronauta. 

Formação escolar?
O Jardim e pré no Sesi. Primário, ginásio e Ensino Médio: C. C. Honório Miranda. Graduação: Bacharelado em Design Gráfico (UNIVALI, 2008) Pós-Graduação: Especialização em Fotografia (UNIVALI, 2012). 

Primeira professora?
Foi a minha mãe. 

Grandes professores?
Destaco os professores Mário Mafra e Ricardo Gallarza 

Pessoas que influenciaram?
A querer ser astronauta? Ninguém. 

Quais as matérias que mais gostava e as que detestava?
Nunca odiei nenhuma, tudo dependia do assunto da vez. Apesar de não ter muita facilidade para as exatas, eu era um aluno regular. 

Quais as atividades escolares e esportes você participava?
Praticava praticamente todos os esportes que tinham no colégio, mas sempre gostei mais de basquete, futebol e tênis de mesa. Cheguei a fazer teatro por um tempo também.  

Como conheceu a Beliza?
Por meio de amigos em comum. 


Um resumo de sua trajetória profissional?
De formação sou Designer Gráfico com Especialização em Fotografia. Cheguei a cursar Jornalismo também, mas não terminei. Já atuei como estagiário fazendo fotos em lojas da FIP para uma empresa de Blumenau e também como estagiário para um estúdio de design em Brusque. Em 2009 entrei para a LAPIS Editora, atuando principalmente como Coordenador de Equipe, Diretor de Redação, Revisor e Ilustrador da Revista digital Foto Grafia (produzida até 2012, mas está online até hoje: www.revistafotografia.com.br). Entre 2009 e 2010 também atuei como cartunista articulando o projeto VerdeTiras. Hoje continuo trabalhando na LAPIS, porém em outros projetos, e também sou Redator no GGeDESIGN, um estúdio gráfico localizado em Balneário Camboriú. As duas empresas são parceiras. Em paralelo, e contando com o apoio da LAPIS e do GGeDESIGN, desenvolvo restaurações e colorizações fotográficas digitais. Vou lançar um livro esse ano com Fotografias Antigas de Balneário Camboriú através da Lei de Incentivo Municipal

O que faz um Designer Gráfico
Um designer gráfico trabalha com comunicação visual. Ele transmite informações e conceitos através de textos e imagens em diferentes suportes, como, por exemplo, cartazes, banners, flyers, encartes, revistas, sites, jogos, etc. Utilizando variadas metodologias, o designer gráfico apresenta soluções à uma empresa ou profissional. As soluções podem ser práticas, conceituais ou estratégicas. A solução prática seria, por exemplo, criar uma peça gráfica, como um cartaz para divulgar determinado produto. A conceitual seria idealizar este produto junto com a empresa, ou seja, criar um nome, a marca, definir as cores, o estilo e desenvolver toda a comunicação visual deste produto para fazer ele conversar diretamente com seu público-alvo. Já a estratégica seria auxiliar o dono da empresa a posicionar cada vez melhor o seu produto no mercado, prestando constante consultoria. Eu utilizei produto como exemplo, mas isto também se aplica à serviços e eventos. Como é um ramo bastante amplo, muitos designers se especializam em áreas específicas, como ilustração, diagramação, web, etc. Um designer gráfico pode trabalhar em estúdios de criação gráfica, editoras, agências de publicidade e marketing, produtoras de vídeo, estúdios de fotografia, birôs de impressão, gráficas, indústria da moda ou dentro de qualquer empresa desenvolvendo projetos exclusivos para ela. Outros preferem trabalhar de forma autônoma e são mais conhecidos como freelancers. 


Quais trabalhos destacaria como cartunista?
Eu sempre gostei de desenhar. Como cartunista criei e articulei o projeto VerdeTiras, que desenvolvi por cerca de um ano. Eram tirinhas de quadrinhos que abordavam a alimentação vegetariana como tema principal. Eu utilizava quatro personagens com personalidades bem definidas para abordar o assunto de forma consciente e descontraída. Também trabalhava temas paralelos, como fatos que estavam rolando na mídia. Todo conteúdo era publicado em um blog que não está mais online. Em parceria com uma produtora e uma editora estamos desenvolvendo um livro do VerdeTiras com a compilação do material produzido entre 2009 e 2010. Deve ser lançado ainda em 2015. 

Fale sobre as restaurações e colorizações?
Comecei a trabalhar com restauração e colorização fotográfica em 2012, durante o curso de especialização em fotografia. Desenvolvi um projeto chamado “Ao Vale, as cores”, a fim de resgatar, preservar e reinterpretar fotografias que conservam aspectos da colonização em Brusque. Este trabalho ficou exposto por um tempo na Unifebe e na Assevim. Desde então trabalho com isto, não parei mais. É algo que eu tenho muito prazer em fazer. Em breve vou lançar um livro pela editora LAPIS, com patrocínio da Prefeitura e Fundação Cultural de Balneário Camboriú, chamado “Fotografias Antigas de Balneário Camboriú”. São imagens restauradas e colorizadas, acompanhadas de textos e legendas desenvolvidos por Saulo Adami. Um grande colaborador deste projeto foi o genial Sr. Erico Zendron, de Brusque, fotógrafo e dono de um dos acervos fotográficos mais ricos e interessantes que eu já tive a oportunidade de conhecer. Uma exposição em praça pública vai acompanhar o lançamento deste livro, que deve acontecer agora entre fevereiro e março. Os principais trabalhos desenvolvidos eu publico no meu Instagram (instagram.com/serjaress), lá estão algumas fotografias de Brusque e também do livro sobre Balneário Camboriú. Vou aproveitar para dizer que também presto este tipo de serviço à acervos particulares, trabalhando com fotografias de família. Interessados podem entrar em contato.   
Quais os melhores livros/artigos que leu?
Ah.. isso aí dá pano pra manga. Depende do assunto e da fase da minha vida. Já li muita coisa boa, é complicado citar somente alguns. Mas um livro que marcou bastante foi Assim Falou Zaratustra, do Nietzsche, acho que foi a primeira obra complexa que eu resolvi encarar. Acabei utilizando o livro no projeto de conclusão da Faculdade. Gosto muito de literatura nacional, já li bastante clássicos, mas hoje tenho mais interesse em obras atuais, autores da nova geração. 

O que está lendo atualmente? 
Costumo ler mais de um livro por vez e nem sempre acabo todos. Li recentemente na íntegra três obras do Daniel Galera, gostei muito do trabalho dele. Simultaneamente estou lendo a coleção Boca Santa, com livros de diversos autores, e Memória da Bananeira, da Isadora Krieger, ambos lançados pela Carniceria Livros em parceria com A Oficina do Santo. Outro que tá na cabeceira é O Jogo da Amarelinha, do Júlio Cortázar, que ganhei de presente de um grande amigo meu.  

Qual foi o maior desafio até agora?
Não sei, não fico mensurando, só enfrento. 

Algo que você apostou e não deu certo?.
Ser astronauta (risos). 

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?
Considero que ainda estou nessa fase. 

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Acho que os melhores educadores nos ensinam a questionar e ter opinião própria, mesmo que seja diferente da deles. Assim, nos ensinam a ouvir e respeitar também. E é isso que levo.  

Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer. ?
Ainda não identifiquei meus medos atuais. Os que eu tive foram vencidos e eram coisas de criança. Não sei o que te dizer. Envelhecer é natural, tristeza é passageira.. não considero medos.

Arrependimentos?
Não que eu lembre. 

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Um amigo uma vez me disse que a vida é uma onda senoidal, ora estamos na crista, ora no vale. E assim a vida segue. O Vinicius de Moraes também disse que o sofrimento é só um intervalo entre duas alegrias. O conceito é o mesmo. E eu acho que é isso. Tenho momentos de alegria e de tristeza, altos e baixos, como todo mundo. Só sei que, independente do tamanho, os dois passam e eu aprendo a me tornar alguém melhor, mais forte para lidar com decepções e euforias. 

Quais as suas aspirações?

Quero continuar meus estudos, produzir cada vez mais conciliando projetos autorais, profissionais e pessoais, manter sempre um bom relacionamento com a família e amigos… enfim, viver aprendendo, produzindo, compartilhando experiências e em paz. 



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Publicado no Jornal Em Foco aos 06 de fevereiro de 2015

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Kátia Maria Costa


Kátia Maria Costa

 
A entrevistada desta semana é a Bibliotecária Kátia Maria Costa


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Uma apresentação
Nasci em Florianópolis em uma primavera de 1971, filha de Tomaz Manoel Costa e Maria Alaide Costa, “adotada” aos 6 anos por Valdir Cordeiro pai de coração, tenho duas lindas filhas Ingrid (22) e Marina (13), casada a 20 anos com Marcelo Bombeiro Militar na grande Florianópolis, reside em São José cidade localizada a 90 km de Brusque. Formada em Biblioteconomia – com Habilitação em Gestão da Informação pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e pós graduanda em Gestão de Bibliotecas Escolares na Universidade Federal Santa Catarina. Ocupo o cargo de Bibliotecária na Fundação Cultural de Brusque no setor Biblioteca Pública Municipal Ary Cabral. Atualmente é presidente da Associação Catarinense de Biblioteconomia – ACB, com sede em São José.
Estou muito contente com a profissão, escolhi Biblioteconomia em um momento que precisava voltar a estudar e acreditei que seria bom, venho de família simples, pai e mãe servidores estaduais e queria seguir o serviço público, acredito que trabalhamos para servir a população e assim segui o caminho para isso, estudei para concursos públicos e um ano após formada passei para Brusque.
Tenho um dia a dia corrido, nas idas e vindas pelas estradas com o itinerário São José – Brusque – São José, alguns dias fico em Brusque para poder ocupar o tempo de estrada, o trabalho na biblioteca é de oito horas e a noite aproveito quando estou aqui para estudar e ler, nos dias que estou em casa aproveito o rotineiro de uma casa, dar carinho para as filhas, colocar conversa em dia com o marido, estudar, no verão muita praia.


Fale de sua trajetória profissional até hoje
Trabalho desde muito cedo, comecei com 15 anos como estagiária e depois busquei o comércio, antes da faculdade trabalhei oito anos em uma famosa joalheria de Florianópolis, quando resolvi voltar aos estudos trabalhei na Biblioteca do Tribunal de Justiça de SC como contratado durante quatro anos, após formada fui chamada para a Escola Técnica Geração como bibliotecária, fiz alguns concursos incluindo o de Brusque realizado em 2009, em março do ano seguinte fui chamada para começar a trabalhar e aqui estou desde então.

Quais são as atividades de um(a) bibliotecário(a)?
O bibliotecário é um profissional da informação pode planejar, implementar, coordenar, controlar e dirigir unidades de informação/bibliotecas e unidades de serviços, escritórios de advocacia, centros de informação, arquivos, centros médicos, empresas e todo espaço que tenha necessidade de organização, controle e recuperação da informação, empresas públicas ou privadas. Em caso específico de bibliotecas podemos trabalhar em bibliotecas particulares, universitárias, públicas e escolares estas últimas com um público bem diversificado onde também trabalhamos ações educativas de incentivo leitura e a pesquisa além de ações culturais que pode proporcional ao público em geral lazer. A profissão é reconhecida desde 1962 e conta com Conselho Federal, Estaduais, Associações e Sindicatos que regulam, fiscalizam e integram os profissionais da área. Em Santa Catarina temos duas universidades que mantêm o curso graduação, especialização, mestrado e doutorado na UFSC e UDESC.

Falando um pouco da Biblioteca Pública Municipal Ary Cabral, que tem este nome segundo histórias ainda não registradas, em homenagem a Oswaldo Rodrigues Cabral, historiador e médico, como este ainda era vivo na época da criação da biblioteca 1963/64 foi colocado o nome do pai do homenageado. São 51 anos de histórias e muitas andanças desde a chegada na Praça da Cidadania.
Como está dividida a biblioteca?
Hoje a Biblioteca é subordinada a Fundação Cultural, com subsetores onde temos o espaço em Braille, a Biblioteca Infanto juvenil, Acervo Geral, Processamento Técnico e de Referência.
Que faixas etárias costumam visitar e requisitar os livros?
Atendemos todos os públicos a partir de 2 anos, bebês são bem vindos também, mas tem mãe que não lembra de levá-los (risos), adolescentes, jovens, adultos, idosos, na verdade a biblioteca é de todos, as pessoas tem que aprender a se apropriar do que é seu, é aberta a toda a comunidade de Brusque e região, porque também atendemos escolas e usuários que vem de Guabiruba e Botuverá.

Quantos funcionários existem e que funções desempenham nesta biblioteca?
Estamos com uma bibliotecária, um servidor responsável pelo setor Braille e que também nos ajuda no atendimento da recepção e telefone, três estagiários de nível médio e um contratado no setor de atendimento.

Que livros são mais requisitados pelos leitores ?
Nosso público é diversificado, crianças são exigentes, não se engane elas tem um gosto apurado e sabem o que é bom, adolescentes estão nas sagas, trilogias o que está na “moda”, jovens e adultos procuram literatura, livros técnicos também são procurados, e idosos gostam muito de clássicos. Alguns já vem com listas preparadas outros, os chamados ratos de biblioteca, gostam de ficar entre as estantes vasculhando para ver se tem novidade, abrir o livro, degustá-lo. A biblioteca é muito frequentada atualmente por conta da localização e outros atrativos como wi-fi, ar condicionado, computadores para pesquis, as pessoas adentram ainda com “medo”, mas aos poucos vão verificando que é um espaço público que tem que usar e cuidar, por isso nosso público está cada vez mais variado.

Trabalhando como bibliotecária você já deve ter presenciado diversas transformações em pessoas através da educação. Como você define a importância de uma boa biblioteca em escolas, faculdades ou outros centros de estudo?
As bibliotecas são indiscutivelmente importantes na educação de uma pessoa, o convívio com o mundo das letras é importante para a formação do indivíduo como cidadão, você já viu alguém (que não seja autodidata) evoluir, financeiramente, intelectualmente que não seja através do estudo? A pessoa que insere a leitura em sua vida consegue não só ler e escrever melhor, ela consegue pensar, questionar , dialogar melhor. É gratificante você ver uma pessoa que passou tardes estudando na biblioteca, nos informar que passou em um concursos ou um aluno que passou no vestibular após ler todos os títulos sugeridos pela universidade que estão disponíveis para empréstimos, ou aquele pesquisador que concluiu sua pesquisa agradecer pois o material encontrado foi muito relevante, os pequenos que veem a biblioteca com “um lugar mágico” ou “um lugar digno de um rei”, sim ouço isso e fico maravilhada, ver adolescentes vibrando quando àquele livro que ele esperava chegou ou quando àquele livro que só tem um exemplar e tem um fila de espera enorme está disponível para o empréstimo e os idosos então, quando informamos que o título novo do autor que eles já leram toda a coleção foi comprado, isso é mágico.
É preciso que os gestores públicos vejam esta importância também, falo como um todo e não só para Brusque, as bibliotecas universitárias são regularmente fiscalizadas pelo MEC e tem critérios rígidos para que estes espaços atendam bem a demanda de alunos. Mas as Bibliotecas Escolares ainda tem um fiscalização tímida, para não dizer quase nula, estes espaços tem uma função importante no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, uma biblioteca escolar bem estruturada com profissional especializado faz toda a diferença neste processo, os professores e coordenadores devem exigir que estes espaços façam parte da vida diária da escola, assim como os pais e alunos devem exigir a existência da biblioteca ativa, não aquela do “faz de conta”, tem no “cantinho” aquela “salinha” que está fechada no horário da entrada, no recreio e na saída e o aluno só pode ficar ali se o professor levar. Temos que pensar que para o indivíduo conhecer outros tipos de bibliotecas: jurídicas, especializadas, públicas será uma consequência do que foi apresentado na escola, com a evasão escolar que ainda temos no Brasil, provavelmente a biblioteca escolar seja a única biblioteca que o aluno conheça no passar de sua vida, se o aluno for apresentado a um espaço fechado, sem acervo, sem profissional, não vai querer saber de bibliotecas, nem de leitura, nem de pesquisa, será tudo um ciclo.

Dia 12 de março em que se comemora o profissional bibliotecário. Você acha que o bibliotecário é devidamente reconhecido?
Ainda somos vistos como guardadores de livros, muitas pessoas pensam que todos que estão trabalhando em uma biblioteca são bibliotecários e esquecem que assim como outros profissionais tem que ter uma graduação em biblioteconomia. Foi o tempo em que os bibliotecários estavam somente em bibliotecas, trabalhamos como gestores e disseminadores de informação e há muitas empresas, escritórios de advocacia, imobiliárias, hospitais nos vendo com outros olhos, procurando bibliotecários para trabalhar na gestão de documentos. Com o advento das novas tecnologias e da globalização que tanto se fala, as pessoas tem pressa, querem a informação cada vez mais rápida, precisa, confiável e o bibliotecário é o profissional que pode ajudar em todo este caos. O livro não chega até uma estante sozinho, você o encontrar se tiver somente uma estante de livros, mas e se você tem cinquenta estantes, como achar? Assim acontece com a informação, as pessoas tem que saber que o profissional bibliotecário é um profissional da informação em qualquer suporte que ela esteja.
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O que você acha que é mais legal no seu trabalho?
Posso dizer que gosto de tudo? Passei por vários setores quando trabalhei no TJSC e aprendi muito com as bibliotecárias de lá, eram nove, cada uma com um perfil, uma tarefa específica, hoje utilizo o que aprendi, no atendimento, no processamento técnico, nos projetos culturais, nas parcerias que fechamos, até porque, como ainda não temos outro bibliotecário para dividir responsabilidades, acabo respondendo por todas.

Para além da leitura que outras atividades podemos encontrar?
Em uma Biblioteca Pública existe muito potencial de projetos, o que não falta é vontade, o que falta são outras coisas, mas esta é uma conversa longa. Hoje temos o empréstimo de livros e gibis, o Vamos à Biblioteca, voltado as escolas municipais, estaduais e particulares, auxiliamos no projeto do Ponto de Leitura, mantemos a Estante Saudável na Policlínica, atendemos cegos e baixa visão e pretendemos mais em 2015.

Por ser bibliotecária, você conhece muitos livros?
Há um estigma que bibliotecário lê muito, na verdade todo mundo deveria ler muito. Quando trabalhamos em uma biblioteca o que menos se faz é ler, a leitura por prazer é somente após o trabalho, nós bibliotecários não conhecemos muitos livros, mas muitos assuntos, através do livro que lemos, do usuário que nos fala sobre o livro que leu e principalmente no processamento técnico, onde o livro deve ser investigado – o autor, o título, o assunto - e outras informações que são relevantes para sabermos como recuperá-lo, na verdade é um aprendizado constante. Sempre aparece usuários com assunto ou termo diverso para pesquisar e na pesquisa acabamos aprendendo sempre.



Você acha que livros impressos serão sempre valorizados ou já sofrem com a era da internet?
Há uma discussão entres estudiosos, autores e até o senso comum de que o livro impresso vai acabar e tal, mas pelo que tenho lido e pesquisado há uma tendência muito grande da retomada do livro impresso, até mesmo entre adolescentes que tem um perfil mais tecnológico, estão preferindo os livros impressos para poder trocar com os amigos, levar para qualquer lugar sem ter que pensar que acabou a bateria, a internet é muito mais para os textos curtos, informações instantâneas, rede de comunicações, material técnico do tipo artigos científicos em grandes bases de dados, mas o livro impresso ainda vai persistir por muito tempo, pode-se perceber até pelos muitos livros que são publicados anualmente, alguns são disponibilizados digitalmente, mas em sua maioria não deixa de ser impresso.
O que você acha dos livros on-line (
e-books e audiolivros)?
Os E-books estão ai, os conheci faz algum tempo, achei incrível aqueles aparelhos que tu compra/baixa os livros e se quiser e tiver dinheiro, tem uma biblioteca inteira ao seu dispor. Tem a vantagem da portabilidade e alguns já são acessíveis no mercado e os valores dos livros são muito menores que os impressos pelo baixo custo de produção , outros podem ser baixados pela internet, aqueles que são domínio público ou disponibilizados pelos autores com licença aberta. Algumas bibliotecas no Brasil, principalmente as universitárias já estão com uso de e-books em seu acervo, mas ainda não é uma realidade totalitária, no Brasil temos ainda um percentual de pessoas que mal leem e se leem mal sabem interpretar, a tal falta de letramento informacional, como então terão e-books se nem o impresso tem a capacidade de ler e entender? São questões preocupantes em nossa área, sim, digo nossa por ser de todos que estão ligados a educação e todos as pessoas engajadas em um país melhor deveriam estar ligados a educação. Quanto ao audiolivro vejo como uma necessidade para cegos e baixa visão já que nem todas as pessoas com estas deficiências conseguem aprender o Braille por diversos motivos e até porque a impressão deste tipo de suporte tem ainda um valor elevado.




Entrevista publicada no Jornal Em Foco  aos 30 de janeiro de 2015Exibindo 1472038_10201929470014046_5213617088358315067_n.jpg

sábado, 10 de janeiro de 2015

Luiz Gianesini -pelo Professor Ricardo José Engel



LUIZ GIANESINI 

Apresentação
Peço permissão à comunidade dos leitores para evitar as regras metodológicas de estilo, específicas às apresentações, e desenvolver minha honrosa tarefa prestando meritórias reverências ao Dr. Luiz Gianesini, protagonista das centenas de entrevistas que ilustram este trabalho editorial. Iniciar o prefácio discorrendo sobre a história desta amável pessoa, é uma forma de retribuir-lhe, em igual estilo literário, as entrevistas que realizou oferecendo a Brusque e região a oportunidade de conhecerem significativos traços do perfil de seus dignitários, personalidades e outros quase anônimos.
Gianesini é um brusquense nascido a 8 de outubro de 1948, filho de Evaldo e Ida Maria Boni Gianesini. A vida não lhe reservou regalias. Apesar das modestas origens, venceu com galhardia os obstáculos dos sistemas de ensino fundamental e médio, coroando seu círculo acadêmico com a graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Furb, uma pós-graduação em Direito Penal pela Univali, e uma extensão universitária, na área de Personalidade Magnética, pela Faculdade de Ciências Bio-psíquicas de São Paulo.
Antes destas notáveis titulações, experimentou, ainda bem jovem, o mercado de trabalho, atuando como auxiliar de revisão de tecidos e depois auxiliar de escritório na Fabrica Renaux. Um dos passos significativos rumo à profissionalização, aconteceu ainda na juventude, por meio do Curso de Técnico Têxtil, na cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 1969 a 1972, graduação que lhe alçou a condição de Técnico Têxtil da Fiação Renaux, entre os anos de 1980 a 1991.
Gianesini tornou-se conhecido pelo prazeroso hábito de escrever, com prestigiada coluna semanal, veiculada por meio dos jornais Planeta Esportes, Planeta Notícias, Diário do Povo, A Voz de Brusque e Em Foco. Vale lembrar, porém, sua atuação como professor no Colégio Cenecista Honório Miranda, no Senai/Lafite e no Centro de Treinamento da Fabrica Renaux.
Sua formação Jurídica o levou ao desempenho da função de Procurador Geral do Município entre os anos de 1993-1996. Até chegar aqui, ele faz questão de lembrar das bancas de advocacia dos doutores Antônio Luiz da Silva e Adilson Martins, onde adquiriu experiências que lhe auxiliaram na operação do direito. Pessoa socialmente entrosada e altruísta, atuou como voluntário na Câmara Júnior, no Rotary e Lions Club de Brusque; na Associação Brusquense de Técnicos Têxteis e no Grupo Escoteiros Brusque. Amante das atividades esportivas e paysanduano de coração e tradição familiar, participou na Assessoria Jurídica do Verde e Branco, na Junta de Julgamento da LBF, na Associação Renaux; na Associação Artex-Badenfurt; na Cipa da Renaux e no Jurídico Associação dos Servidores Públicos Municipais de Brusque. Integrou o Conselho do Sindimestre; foi Conselheiro da OAB, subseção de Brusque, Membros do Conselho Municipal sobre Drogas, Conselheiro eleito do IBPREV; integrante da Comissão Municipal de Táxis, integrante da equipe de licitações do Município de Brusque; foi segundo secretário da Casa de Brusque na gestão de Ayres Gevaerd e integrou até janeiro/2015 a Comissão de Avaliação de Imóveis do Município de Brusque, integra a Comissão de Processos Administrativos Disciplinares.
Diante de tanto envolvimento histórico-social, confesso não me lembrar onde o encontrei pela primeira vez. Contudo, suas entrevistas sempre foram fatos marcantes para mim. Elas são um retrato das pessoas, famílias, empresas e entidades que estão ao nosso redor, de diferentes classes sociais, atividades profissionais, faixas etárias e crenças. De estilo humilde e angariando a benquerença de todos, ele não faz acepção de pessoas. De profissionais liberais a trabalhadores braçais, de donas de casa a dirigentes políticos e esportivos; cada qual com sua história, cada história com suas peculiaridades.
Certa vez, notei sua participação nas pesquisas que resultaram nos Livros Brusque vai à Guerra e Vielen dank, herr doktor! de Saulo Adami. Até então nunca poderia imaginar que ele também seria um grande colaborador e fiel fonte de informações na produção das obras Pedalando pelo tempo- história da bicicleta em Brusque e no resgate memorialístico de Ivo Moritz – vida, fatos e retratos, trabalhos de nossa autoria, pelo que lhe deixamos consignada imorredoura gratidão. O Dr. Gianesini construiu sua vida ao lado de Maria Odete de Farias. Desta aliança nasceram Anadir, Ana Márcia e Alexandre Luís. É avô de Joan Gianesini Tridapalli. O que nos resta pedir? Aplausos para ele!
Prof. Ricardo José Engel